Dissertations and Theses
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2018-05 A prostituição em Minas Gerais no século XVIII: "Mulheres públicas", moralidade e sociedadeTítuloA prostituição em Minas Gerais no século XVIII: "Mulheres públicas", moralidade e sociedadeAutor
Alexandre Rodrigues de SouzaOrientador(a)
Luciano Raposo de Almeida FigueiredoData de Defesa
2018-05-25Nivel
DoutoradoPáginas
239Volumes
1Banca de DefesaCaio Cesar BoschiGeorgina Silva Dos SantosJosé Pedro de Matos PaivaJúnia Ferreira FurtadoLuciano Raposo de Almeida FigueiredoNívia Pombo Cirne Dos SantosRenato Júnio Franco
ResumoA tese de doutorado apresenta um estudo sobre a prostituição de mulheres na capitania de Minas Gerais, durante o século XVIII. Trata-se de uma investigação no âmbito da História Social do meretrício na região mineradora, estudando a conduta dessas figuras femininas numa sociedade escravista e mostrando como essa atividade esteve inserida nos sistemas sociais, econômicos e geográficos do território mineiro. A pesquisa oferece um estudo do universo da prostituição através de um perfil das meretrizes, alcoviteiras(os), consentidores(as) e casas de alcouce. O estudo analisa ainda o conceito e as discussões que atravessam a temática do meretrício no período moderno. Para entender a prostituição neste contexto, o investigador precisa compreender que o assunto dialoga de maneira mais íntima com questões como a moralidade, a família e os controles de comportamento que, em uma de região de exploração mineral e escravista, ofereceram condições que deram caráter particular a essa conduta.
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2018-05 As transformações nas redes de financiamento das grandes escolas de samba do Rio de Janeiro (1984-2015)TítuloAs transformações nas redes de financiamento das grandes escolas de samba do Rio de Janeiro (1984-2015)Autor
Luiz Anselmo BezerraOrientador(a)
Juniele Rabêlo de AlmeidaData de Defesa
2018-05-11Nivel
DoutoradoPáginas
302Volumes
1Banca de DefesaAdriana Facina Gurgel do AmaralBeatriz KushnirFelipe Santos MagalhãesJuniele Rabêlo de AlmeidaLaura Antunes MacielMartha Campos AbreuMaurício Barros de Castro
ResumoO estudo aborda o tema do financiamento do carnaval considerando as estratégias adotadas pelas principais escolas de samba do Rio de Janeiro para obtenção de investimentos públicos e privados na produção artística e na organização dos desfiles. O período analisado, 1984 a 2015, tem como marco inicial a construção da nova Passarela do Samba, seguida da criação da Liga Independente das Escolas de Samba. A partir do Sambódromo, Estado e agremiações intensificaram disputa pelo controle da festa, até que a LIESA se afirmou como gestora do espetáculo em meados da década de 1990. Apesar desse marco, a pesquisa recupera aspectos da organização e do financiamento do desfile das principais agremiações na década de 1970 e início dos anos 80, tendo em vista a ligação do conjunto de políticas públicas aplicadas ao carnaval nessa fase com posteriores contestações ao controle do Estado sobre a coordenação da festa. O objetivo central do trabalho, entretanto, é analisar o surgimento de novas formas de financiamento dos desfiles a partir de meados da década de 1990, especialmente com a institucionalização da prática de comercialização dos enredos. Discute-se a substituição da patronagem do jogo do bicho como principal base de sustentação das agremiações, e também as influências do fenômeno dos enredos patrocinados sobre a liberdade de criação no trabalho dos carnavalescos e o papel cultural das escolas de samba. Desenvolve-se um estudo de caso sobre a Beija-Flor de Nilópolis, escola com o maior número de títulos na recente fase do carnaval e conhecida por constituir um dos principais exemplos de administração através de poder familiar ligado ao jogo do bicho. A intenção é analisar as estratégias da diretoria para captação nos projetos de enredo e assim tecer considerações sobre o quadro recente das relações da contravenção com o carnaval.
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2018-05 Ampliação seletiva do Estado e remoções de favelas no Rio de Janeiro (1957-1973). Embates entre empresariado do setor imobiliário e movimento de favelados.TítuloAmpliação seletiva do Estado e remoções de favelas no Rio de Janeiro (1957-1973). Embates entre empresariado do setor imobiliário e movimento de favelados.Autor
Marco Marques Pestana de Aguiar GuedesOrientador(a)
Marcelo Badaró MattosData de Defesa
2018-05-10Nivel
DoutoradoPáginas
373Volumes
1Banca de DefesaFelipe Abranches DemierLia de Mattos RochaMarcelo Badaró MattosPedro Henrique Pedreira CamposRafael Soares GonçalvesSonia Regina de MendonçaVirginia Maria Gomes de Mattos Fontes
ResumoA presente tese é dedicada à análise da política de remoções de favelas que vigeu no Rio de Janeiro ao longo do período 1962-1973. A abordagem proposta busca compreender a referida política como o resultado de um confronto entre diversas classes e frações de classes, dentre as quais se destacam o empresariado atuante no setor imobiliário, defensor do remocionismo, e a parcela da classe trabalhadora que vivia nas favelas, que a ele se opôs fortemente. A partir de um referencial teórico gramsciano, argumenta-se que a atuação das entidades mantidas por essas duas frações de classes na sociedade civil e suas interações com o Estado reproduziram e atualizaram um padrão de ampliação seletiva do Estado, característico do desenvolvimento histórico brasileiro naquele momento. Nesse processo, as possibilidades de unificação interna das diferentes classes são tomadas como um elemento decisivo para o desenlace de tal conflito.
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2018-05 Luminárias, músicas e "sentimentos patrióticos": Festas e política no Recife (1817-1848)TítuloLuminárias, músicas e "sentimentos patrióticos": Festas e política no Recife (1817-1848)Autor
Lídia Rafaela Nascimento Dos SantosOrientador(a)
Martha Campos AbreuData de Defesa
2018-05-08Nivel
DoutoradoPáginas
277Volumes
1Banca de DefesaHendrik KraayLarissa Moreira VianaMarcus Joaquim Maciel de CarvalhoMartha Campos AbreuRenata Figueiredo Moraes
ResumoPolítica, economia, religião, trabalho, tudo se faz presente nas festas. Nesse trabalho analisamos as festas públicas –cívicas e religiosas − no Recife, tendo por foco as suas funções sociais e políticas entre os anos de 1817 e 1848. Elas foram diretamente influenciadas pelas peculiaridades do período estudado, especialmente pela construção do Estado Nacional e pelas Insurreições liberais. Período de intensa conturbação, o que fez das festas um dos meios utilizados para que as pessoas vivenciassem e internalizassem a lealdade ao novo Estado. A presença das festas nesse processo envolvia também esforços de normatização e controle, que muito além de envolver as festas cívicas, buscavam normatizar variadas festas religiosas e populares. Além do que as expressões festivas, culturais e políticas, envolveram os esforços de diversos agentes sociais na formação do Estado Nacional e das novas identidades políticas, nacional e regional. Evidenciamos as festas como espaço para demonstração de patriotismo, os preparativos para as festas, seus principais ritos, análise da arquitetura efêmera e as formas de divertimento presentes nessas festas.
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2018-04 Julio Cortázar pela América Latina: o Tribunal Russell, literatura e engajamento no período 1963-1983TítuloJulio Cortázar pela América Latina: o Tribunal Russell, literatura e engajamento no período 1963-1983Autor
Marco Antonio Serafim de CarvalhoOrientador(a)
Norberto Osvaldo FerrerasData de Defesa
2018-04-27Nivel
DoutoradoPáginas
254Volumes
1Banca de DefesaAdriane Aparecida Vidal CostaFernando Luiz Vale CastroGladys Viviana GeladoLívia Gonçalves MagalhãesMaria Verónica Secreto FerrerasNorberto Osvaldo FerrerasVanderlei Vazelesk Ribeiro
ResumoA presente pesquisa busca aprofundar a compreensão sobre as relações entre cultura e política, a partir do exame da trajetória biográfica do escritor argentino Julio Cortázar. Nesse sentido, buscou-se dimensionar as nuances do tipo de engajamento político e estratégias estéticas que o autor desenvolve durante as décadas de 1960 e 1970 em sua aproximação com Cuba, sua atuação no Tribunal Russell II, a defesa dos direitos humanos e seu envolvimento com a Nicarágua sandinista, entre negociações literário-estética e tomadas públicas de posição, em meio aos estremecimentos ocorridos no período no campo literário latino-americano.
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2018-04 Subalternos organizados: mutualismo operário e os Trabalhadores no Meio-Norte (1900-1922)TítuloSubalternos organizados: mutualismo operário e os Trabalhadores no Meio-Norte (1900-1922)Autor
Leôndidas Freire Silva JúniorOrientador(a)
Norberto Osvaldo FerrerasData de Defesa
2018-04-27Nivel
MestradoPáginas
124Volumes
1Banca de DefesaCarlo Maurizio RomaniMarcelo Mac CordNorberto Osvaldo FerrerasPaulo Roberto Ribeiro Fontes
ResumoO Presente trabalho, busca o estudo do processo histórico de formação da cultura associativa, entre os trabalhadores dentro das sociedades operárias mutualistas do Piauí e Maranhão e suas relações com outros Estados, e com conexões para outras partes do mundo. Além de nuances do processo organizativo associativista, no que se refere a áreas de atuação das sociedades mutuais, as bandeiras de luta e atividades de classe. Partindo do próprio processo de organização dos subalternos. Utilizo o recorte temporal que vai de 1900 até 1922. Realizando para esse fim avaliações historiográficas, apresentações de momentos da formação de uma cultura de classe. Enfatizo desse modo, as possibilidades de análises das fontes necessárias como, jornais operários, estatutos e atas das sociedades mutuais, visando evidenciar também diversas problemáticas referentes a disputas ideológicas, concepções do fenômeno do mutualismo, relações mutuais-estado, entendimentos de noções operárias de classe, cultura associativa, resistência, proteção social, e também desdobramentos de influencias de ideários sociais como o anarquismo e o socialismo e seus conflitos dentro das sociedades mutualistas. Realizo esse estudo do processo histórico do associar-se no meio operário, em uma perspectiva histórica transnacional, entrecruzada a outras experiências, e com uma dialogada análise com as prerrogativas de experiência e luta de classes evocadas por E.P, Thompson, tendo por base uma bibliografia nacional que desde a década de 1980 passa a se preocupar de maneira mais enfática com o mutualismo.
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2018-04 Entre realidade e ficção: a alimentação na obra naturalista de Aluísio AzevedoTítuloEntre realidade e ficção: a alimentação na obra naturalista de Aluísio AzevedoAutor
Clarissa Gomes PesenteOrientador(a)
Francine IegelskiData de Defesa
2018-04-25Nivel
MestradoPáginas
148Volumes
1Banca de DefesaFrancine IegelskiPedro Spinola Pereira CaldasStefania Rota Chiarelli
ResumoAluísio Azevedo ofereceu, em seus romances naturalistas – O Mulato (1881); Casa de Pensão (1884); O Cortiço (1890) – ricas descrições de hábitos alimentares. Essa constatação levou a um questionamento acerca das possíveis contribuições de sua obra para o campo da História da Alimentação. Em um primeiro momento, a orientação naturalista do romancista e sua intenção declarada de retratar a realidade reforçaram a noção de que seus romances teriam caráter de testemunho histórico. No desenvolvimento da análise, porém, essa abordagem se mostrou inadequada e limitante por desconsiderar as especificidades do discurso literário. A evidência de que a descrição dos hábitos alimentares encontrada nas obras não se resumia a uma mera reprodução da realidade fez com que a pesquisa se voltasse para a dimensão propriamente literária da alimentação. O que o presente trabalho oferece não é, portanto, um quadro da alimentação no Brasil de fins do século XIX, mas uma análise das funções literárias que a alimentação desempenha na obra de Aluísio Azevedo. Ao longo dos capítulos, são exploradas as possíveis relações entre o recurso à descrição da alimentação e a estruturação dos elementos narrativos, tais como personagens, tempo e espaço. Foram consideradas, ainda, as concepções do romancista acerca de sua arte, bem como o seu envolvimento com as questões sociais e filosóficas de seu tempo.
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2018-04 O Drama das Paixões na Construção da Modernidade - Uma Genealogia do IluminismoTítuloO Drama das Paixões na Construção da Modernidade - Uma Genealogia do IluminismoAutor
Pedro Henrique Albuquerque Cardoso FariaOrientador(a)
Guilherme Paulo Castagnoli Pereira Das NevesData de Defesa
2018-04-20Nivel
MestradoPáginas
204Volumes
1Banca de DefesaGuilherme Paulo Castagnoli Pereira Das NevesPatricia Woolley Cardoso Lins AlvesRenato Júnio FrancoSérgio Chahon
ResumoA partir de um texto onde Eric Hobsbawm classifica A flauta mágica, última ópera de Mozart a estrear em 1791, como uma obra propagandística da ideologia maçônica, iniciou-se uma ampla reflexão sobre os vários processos de construção da modernidade. A princípio, investigou-se a função social dos espetáculos no século XVIII, adotando como fonte o debate promovido pelos próprios ilustrados. Suas ideias giravam em torno de uma natureza humana e da possível capacidade dos espetáculos de estimular ou desencorajar as paixões do público em um minucioso equilíbrio entre vícios e virtudes. Essa natureza, por sua vez, era produto da epistemologia moderna afirmada no século XVIII para legitimar o conhecimento do homem e fundamentar a nova moral secular. Partiu-se, então, para a compreensão do mundo tradicional, suplantado pelos diversos processos de modernização: civilização, privatização, industrialização, entre outros, mas que resistiu por meio de sucessivas apropriações culturais até o século XIX. Nesse sentido, as fontes sobre A flauta mágica indicam que as inspirações para o seu libreto e toda sua composição estavam imersas em um universo de cultura popular, ao contrário do que sustentam as interpretações que se limitam à sua filiação maçônica. Por fim, essa percepção de que A flauta mágica comportaria uma interpretação diferente daquela consagrada na modernidade acaba por revelar inconsistências e contradições do pensamento moderno, além de desvelar a sua própria construção.
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2018-04 Das fortunas críticas e apropriações ou Sérgio Buarque de Holanda, historiador desterradoTítuloDas fortunas críticas e apropriações ou Sérgio Buarque de Holanda, historiador desterradoAutor
André Carlos FurtadoOrientador(a)
Giselle Martins VenancioData de Defesa
2018-04-20Nivel
DoutoradoPáginas
537Volumes
1Banca de DefesaFrancine IegelskiGiselle Martins VenancioJean Michel Louis HébrardKaroline CarulaLaura de Mello E SouzaRobert WegnerRonaldo Vainfas
ResumoEsta tese analisa as comunidades de leitores na trajetória de Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), investigando, sobretudo, os quadros receptivos contemporâneos ao lançamento de suas reflexões impressas. Volta-se para os relacionamentos de ordem pessoal, institucionais e com as casas editoras permeados nesta economia de práticas letradas, buscando compreender, sincrônica e diacronicamente, os processos da cultura escrita nos quais o intelectual polígrafo se inseriu. Confere destaque às configurações e percursos que o converteram no historiador de maior prestígio no Brasil do século XX, referência até a atualidade. Realça as plataformas geracionais do país e do exterior em que ele se posicionou ao tecer laços com as modernizações historiográficas latino-americanas ao tempo das reformas e estabelecimentos disciplinares no campo acadêmico. A pesquisa se concentra nos itinerários buarqueanos entre os anos de 1930, época em que apareceu a sua "obra" de estreia, Raízes do Brasil, e a década de 1970, quando surgiram os últimos textos de sua autoria, publicados, em especial, no formato de livros. Mapeia a geografia de circulação das imagens sobrepostas das identidades dele e as suas perspectivas singulares acerca do passado. Tudo isso através de uma narrativa dialógica das esferas sociais micro e macro que emanam da documentação, atenta aos seus pormenores mais negligenciados.
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2018-04 Debatendo a legalidade. A crise da renúncia, o congresso Nacional e a solução parlamentarista (agosto/setembro de 1961)TítuloDebatendo a legalidade. A crise da renúncia, o congresso Nacional e a solução parlamentarista (agosto/setembro de 1961)Autor
Vagner Corrêa de LimaOrientador(a)
Jorge Luiz FerreiraData de Defesa
2018-04-18Nivel
MestradoPáginas
125Volumes
1Banca de DefesaAmérico Oscar Guichard FreireAndréa Casa Nova MaiaJorge Luiz FerreiraKarla Guilherme Carloni
ResumoO presente trabalho trata da crise iniciada pela renúncia do presidente JânioQuadros, ocorrida em 25 de agosto de 1961. Esta crise desdobrou-se em um veto dos ministros militares à posse do vice-presidente João Goulart, que estava em viagem à China. Houve reação popular e a recusa do Congresso em aceitar o impeachment do vice-presidente e reações diversas à pressão dos ministros militares. Nesta pesquisa é abordada, a partir da ótica do Congresso Nacional, a resistência à tentativa de golpe militar e também os debates em torno da implantação do parlamentarismo como forma de solucionar a crise. São analisados os discursos dos parlamentares e demais registros dos Anais da Câmara dos Deputados e dos Diários do Congresso Nacional, confrontados com fontes da imprensa da época e com a bibliografia existente sobre o assunto. A pesquisa identifica nas posições assumidas pelos parlamentares, oselementos que levaram à resolução da crise político-militar, dentro de uma profunda discussão sobre a necessidade de se respeitar a Constituição para assegurar a democracia. Utiliza-se a metodologia da nova história política, pela qual, nas últimas décadas, a história cultural tem se tornado um referencial na história política, principalmente na produção de trabalhos acadêmicos.
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2018-04 O livro de linhagens do Conde D. Pedro: uma caracterização narrativa da nobreza Ibérica (Portugal - século XIV)TítuloO livro de linhagens do Conde D. Pedro: uma caracterização narrativa da nobreza Ibérica (Portugal - século XIV)Autor
Neila Matias de SouzaOrientador(a)
Mário Jorge da Motta BastosData de Defesa
2018-04-16Nivel
DoutoradoPáginas
201Volumes
1Banca de DefesaAdriana Maria de Souza ZiererAlexandre Carneiro Cerqueira LimaAlmir Marques de Souza JuniorCarolina Coelho FortesEdmar Checon de FreitasJoão Cerineu Leite de CarvalhoVânia Leite Fróes
ResumoAtravés do Livro de Linhagens do Conde D. Pedro pretendemos caracterizar a nobreza e sua relação com o rei. A obra aparece, assim, como um projeto de justificação do papel social da aristocracia, fundamentado pela linhagem como elemento distintivo e pela guerra como elemento central. A escrita do Conde reflete e realiza este projeto num longínquo curso temporal, que não se limita a um autor como indivíduo isolado. A autoria apresenta-se como a de um grupo, a nobreza, que intenciona reafirmar sua posição também pela palavra escrita. Longe de ser um arauto em favor da nobreza e um carrasco do rei, o projeto historiográfico desenvolvido pelo Conde D. Pedro constrói uma relação de equilíbrio entre a nobreza e a realeza visando a união dos dois para que ambos pudessem manter sua posição de poder. Assim, nobres e reis estão unidos desde a sua origem e devem permanecer nesse estado, pois somente quando se encontram em ajuda mútua são capazes de realizar suas funções. A associação boa nobreza/bom rei reflete esta condição ao estabelecer que um rei de fato só consegue ser justo e distribuir mercês quando tem ao seu lado nobres homens aconselhando-o. Esta relação é mais perceptível e estruturante quando estes homens entravam em guerra. Nas principais batalhas narradas no LL, o rei só consegue vencer porque algum nobre vem em seu auxilio. É na atividade guerreira que a identidade da aristocracia medieval se faz mais presente e a solidariedade de classe encontra seu momento ideal. A ideologia da amizade propalada pelo Conde justificaria o papel e a função de reis e nobres na sociedade.
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2018-04 Nas Entrelinhas da História: representações de índias e mamelucas nos registros coloniais do primeiro século na América PortuguesaTítuloNas Entrelinhas da História: representações de índias e mamelucas nos registros coloniais do primeiro século na América PortuguesaAutor
Bárbara Lustoza da Silva BorbaOrientador(a)
Maria Regina Celestino de AlmeidaData de Defesa
2018-04-16Nivel
MestradoPáginas
195Volumes
1Banca de DefesaCélia Cristina da Silva TavaresElisa Frühauf GarciaLuís Rafael Araújo CorrêaMaria Regina Celestino de Almeida
ResumoO presente trabalho aborda as representações de mulheres indígenas emamelucas em cartas, relatórios e registros de cronistas, laicos ou eclesiásticos, realizados no primeiro século da colonização da América Portuguesa. Para a contextualização do objeto da pesquisa, discutimos os panoramas dos campos teóricos de História das Mulheres e História Indígena, além de estabelecer um diálogo crítico com fontes secundárias já consolidadas nas ciências sociais. Ao longo do escrito, nos deparamos com registros produzidos mediante a situação colonial, nos quais as alteridades representadas são construídas de acordo com a formação e reformulação dereferenciais de mundo, de forma assimétrica e etnocêntrica. As mulheres de origem indígena se encontravam em extrema oposição ao outro encarnado pelo invasor europeu, por se tratarem além de diferenças étnicas, de gênero. Contudo, mediante a leitura documental crítica, identificamos aspectos do cotidiano, sociabilidades e exercício de poderes dessas mulheres índias e mamelucas, mesmo que os registros produzidos sobre elas tenham sido na terceira pessoa. As alteridades extremas que as índias e mamelucas performaram com relação aos colonizadores possibilitaram aprodução de documentos que, em suas linhas e entrelinhas, nos deram a conhecer suas vidas, dinâmicas e agências.
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2018-04 A greve de 1980 no porto de Santos e o processo de transição política: repressão estatal e contrarrevolução democráticaTítuloA greve de 1980 no porto de Santos e o processo de transição política: repressão estatal e contrarrevolução democráticaAutor
Pedro Henrique da Silva Oriola CardosoOrientador(a)
Tatiana Silva Poggi de FigueiredoData de Defesa
2018-04-13Nivel
MestradoPáginas
189Volumes
1Banca de DefesaCezar Teixeira HonoratoDemian Bezerra de MeloRenato Luís do Couto Neto E LemosTatiana Silva Poggi de Figueiredo
ResumoO tema da dissertação é a repressão ao movimento grevista protagonizado pelos portuários no porto de Santos, em 1980. O objetivo dessa pesquisa é entender como a violência contra o movimento grevista está relacionado a caracterização da transição política(1974-1988). A repressão era uma prática institucional no período de mudança de regime politico, e no nosso objeto de estudo é um exemplo de como que os militares estavam preparados para desarticular qualquer tipo de oposição. O trabalho visa demonstrar que a premissa do ‘inimigo interno’ aplicado pela Doutrina de Segurança Nacional não foi apenas usada para a violência, mas também para garantir os interesses do bloco multinacional associado que, segundo René Dreifuss, assumiu o Estado após 1964.
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2018-04 O Binômico Porto-Ferrovia: O escoamento da produção cacaueira, região e desenvolvimento econômico (1920 a 1947)TítuloO Binômico Porto-Ferrovia: O escoamento da produção cacaueira, região e desenvolvimento econômico (1920 a 1947)Autor
Kátia Vinhático PontesOrientador(a)
Cezar Teixeira HonoratoData de Defesa
2018-04-12Nivel
DoutoradoPáginas
356Volumes
1Banca de DefesaBernardo KocherCezar Teixeira HonoratoFernando Sergio Dumas Dos SantosFlávio Gonçalves Dos SantosLina Maria Brandão de ArasMuniz Gonçalves FerreiraRosana Dos Santos Lopes
ResumoO objeto desta pesquisa é o processo de escoamento da produção de cacau a partir do binômio porto-ferrovia, pois é a partir dele que se pode identificar de modo mais consistente o processo de desenvolvimento econômico regional em suas contradições, permanências e transformações, evidenciando potencialidades e entraves. Discutir este binômio implicou na investigação do conceito de região, do transporte e escoamento de mercadorias, com ênfase no cacau, produto que representava e justificava investimentos capazes de dinamizar a economia e os interesses de uma sociedade emergente no sul da Bahia. E teve como escopo analisar os modelos de desenvolvimento a partir do binômio Porto de Ilhéus-Estrada de Ferro Ilhéus-Conquista entre 1920 e 1947 no sul da Bahia. Este período está delimitado pela formação do binômio na década de 1920, quando o Porto de Ilhéus se transforma de porto natural em um porto capitalista e se estende até a deflagração do processo de encampação da Estrada de Ferro Ilhéus a Conquista, quando ele se desfaz, evidenciando a ascensão do modelo econômico do nacional desenvolvimento ao modelo liberal. A redação da tese se desenvolve em três capítulos, o primeiro dedicado ao delineamento da historicidade das estratégias de escoamento da produção da região e especificamente do cacau; os sujeitos e suas relações com a lavoura cacaueira tendo como ângulo principal de análise as relações estabelecidas entre o comércio, comerciantes, em diversos níveis do mercado e os produtores; bem como da trajetória do Porto de Ilhéus e conflitos com o porto de Salvador e por último a construção da Estrada de Ferro Ilhéus a Conquista. O capítulo segundo analisa a trajetória do porto de Ilhéus imbricada à da EFIC. O porto natural localizado no interior da pequena Baía do Pontal e criado para atender às necessidades coloniais foi transformado na década de 1920 em um porto capitalista. O terceiro capítulo investiga a trajetória da EFIC que foi construída na zona cacaueira antes das estradas através de concessão feita a Bento Berillo de Oliveira em 1904 e adquirida pela Empresa inglesa The State of Bahia South Western Railway Limited Company, em 1909. Neste capítulo ocupa lugar especial a organização do Instituto de Cacau da Bahia em oposição ao Porto de Ilhéus enquanto tentativa de monopolizar a exportação do cacau pelo Porto de Salvador e como vetor da opção rodoviária, que no sul da Bahia entrou em choque com os interesses dos ingleses combalidos financeiramente na exploração da EFIC. Este capítulo ainda comporta uma reflexão sobre o desenvolvimento da região através da literatura que refletia a implantação de vias de transportes na região cacaueira, especialmente na obra do escritor Jorge Amado. A análise se beneficia dos referenciais teóricos marxistas; das reflexões teóricas dos conceitos de região e desenvolvimento em uma perspectiva interdisciplinar da geografia, economia e história; das reflexões teóricas sobre os desequilíbrios regionais no Brasil, bem como da vasta literatura sobre portos e ferrovias. As fontes que consubstanciam esta tese incluem principalmente fontes literárias, oficiais, legislativas, relatórios estatísticos, periódicos e memórias localizadas em diversos arquivos do Rio de Janeiro, Salvador, Itabuna, Ilhéus e acervos virtuais. Concluo evidenciando a importância de analisar o binômio porto-ferrovia como dinamizador e delineador do desenvolvimento econômico na região cacaueira no Sul da Bahia.
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2018-04 OS MISSIONÁRIOS REDENTORISTAS ALEMÃES E AS EXPECTATIVAS DE PROGRESSO E MODERNIZAÇÃO EM GOIÁS (BRASIL, 1894-1930)TítuloOS MISSIONÁRIOS REDENTORISTAS ALEMÃES E AS EXPECTATIVAS DE PROGRESSO E MODERNIZAÇÃO EM GOIÁS (BRASIL, 1894-1930)Autor
Robson Rodrigues Gomes FilhoOrientador(a)
Sergio Ricardo da MataData de Defesa
2018-04-12Nivel
DoutoradoPáginas
461Volumes
2Banca de DefesaEdmar Checon de FreitasEduardo Gusmão de QuadrosGeorgina Silva Dos SantosJacqueline HermannJorge Victor de Araújo SouzaLarissa Moreira VianaSergio Ricardo da MataWilliam de Souza Martins
ResumoFundada em 1732, em Scala (reino de Nápoles), por Afonso Maria de Ligório, aCongregação do Santíssimo Senhor Redentor (redentoristas) tornou-se umas das maisimportantes congregações missionárias católicas a atuarem na Europa no século 19, sejana consolidação dos ideiais ultramontanos, seja na atuação religiosa junto aos fieiscatólicos das periferias e zonas rurais. Na Alemanha, os redentoristas experienciaramaté a década de 1860 um intenso momento de atividades missionárias e atendimentosparoquiais, especialmente na Baviera, por meio das quais tornaram-se conhecidosespecialmente por seu rigorismo nos confessionários. Da década de 1860 ao final dosanos 1870, entretanto, as transformações no contexto político nacional e internacionallevaram o catolicismo (particularmente a linha ultramontana e, por isso, os jesuítas eredentoristas) a ser vinculado, especialmente pelos grupos ligados ao liberalismoprotestante, à imagem de atraso e superstição, algo necessário de ser superado por umanação recém-forjada que desejava alinhar-se nos trilhos do progresso e modernidade emconsolidação na Europa. Aliado a este imaginário constantemente reforçado pelaimprensa liberal, os redentoristas e jesuítas foram acusados de ameaçar a soberanianacional em favor do papado e, a partir do chamado Kulturkampf, foram expulsos doimpério alemão em 1873. Todavia, uma das consequências diretas dos 21 anos de exílioimposto aos redentoristas alemães foi a aceitação por eles da fundação de uma viceprovíncia no Brasil, especificamente nos estados de Goiás e São Paulo. Ali, a mesmacongregação que outrora fora tida como sinal de atraso e superstição na Alemanha, noinício do século 20 se tornou a principal promotora do progresso e modernização deGoiás, legitimando-se no campo religioso brasileiro por meio da construção daautoimagem do catolicismo como uma religião racional, nacional e moderna, em muitocontrastada com o discurso ultramontano do século anterior. Em face desta discussão econtexto, a presente tese de doutorado tem por objeto de investigação os missionáriosredentoristas bávaros que migraram em missão da Alemanha para o Brasil entre 1894 e1930. Nosso objetivo central é investigar de que modo as experiências da congregaçãoredentorista na Alemanha no século 19 condicionaram as expectativas dos missionáriosa ela pertencentes sobre o futuro e o progresso em Goiás nas primeiras décadas doséculo 20, e como tais expectativas influenciaram nas estratégias adotadas para aautolegitimação católica na modernidade em construção no Brasil.
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2018-04 Estudantes e Política sob Ditadura: os universitários nas vésperas do Cordobazo (Córdoba, 1966 - 1969)TítuloEstudantes e Política sob Ditadura: os universitários nas vésperas do Cordobazo (Córdoba, 1966 - 1969)Autor
Juan Ignacio GonzalezOrientador(a)
Norberto Osvaldo FerrerasData de Defesa
2018-04-10Nivel
DoutoradoPáginas
303Volumes
1Banca de DefesaAngelica MüllerElisa de Campos BorgesJean Rodrigues SalesJessie Jane Vieira de SousaLarissa Rosa CorrêaMaria Verónica Secreto FerrerasNorberto Osvaldo Ferreras
ResumoA análise do processo em que se produziram as relações entre os estudantes e a política, no período que antecedeu ao Cordobazo, é o objeto central desta tese. Buscamos, com a finalidade de compreender esta temática, a elaboração analítica de uma trajetória que tomou dimensão ao redor de uma identidade definida, sobre o caráter de estudante, com a Reforma universitária em 1918. A partir das produções dos próprios estudantes e das idéias do período se asseguraram elementos que foram, logo, reconfigurados. A experiência do peronismo, em especial sobre os trabalhadores e os universitários, alcançou outra expressão sob o impacto das transformações no cenário latino-americanoe a concreção de um novo Golpe de estado, em 1966. Córdoba tinha mudado seu perfil econômico e social devido ao impulso de sua indústria. Nesta cidade, sob condições particulares, produziram-se desenvolvimentos intelectuais próprios ligados ao cotidiano dos estudantes. Estes sujeitos alcançaram uma participação massiva, de uma intensa politização, que lhes outorgou um espaço de relevância na geografia local. Com base na discussão das obras, revisão de arquivos e elaboração de documentos com alguns dos protagonistas do período construímos uma posição de análise para compreender as construções que os estudantes fizeram de si, sobre sua identidade, e sua participação na íntegra no período abordado. O caminho percorrido para esta compreensão passou pela análise das idéias que circularam no contexto local, dentro da universidade, na interlocução com outros sujeitos do período e na disputa aberta com as forças regressivas que haviam se apoderado das instituições com a interrupção da ordem democrática. As ações ligadas ás atividades estudantis tiveram que imaginar novas estratégias frente á cassação de direitos e exercícios acadêmicos. Como parte de um uso habitual da violência pelas forças ditatoriais também as ações dos estudantes ganharamoutro semblante ao nível organizacional e da vida cotidiana. As reivindicaçõesconfluíram até o objetivo comum da luta anti-ditatorial, mesmo que existissem outras diferenças – de origem, reelaboradas ou desenvolvidas sob os fragores dos confrontos. A política se debateu nas ruas e os estudantes foram atores principais dos acontecimentos que sacudiram o século cordobés.
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2018-04 "CHILE SERÁ UNA GRAN NACIÓN": PROPAGANDA POLÍTICA E MILAGRE ECONÔMICO NA DITADURA CIVIL-MILITAR CHILENA (1977-1980)Título"CHILE SERÁ UNA GRAN NACIÓN": PROPAGANDA POLÍTICA E MILAGRE ECONÔMICO NA DITADURA CIVIL-MILITAR CHILENA (1977-1980)Autor
Eric Assis Dos SantosOrientador(a)
Samantha Viz QuadratData de Defesa
2018-04-09Nivel
DoutoradoPáginas
261Volumes
1Banca de DefesaAdriano de FreixoElisa de Campos BorgesFabiana de Souza FredrigoFrancisco Carlos Teixeira da SilvaMaria Paula Nascimento AraújoRicardo Antonio Souza MendesSamantha Viz Quadrat
ResumoA tese debate a relação entre a propaganda política e o projeto da ditadura civil-militar no Chile no período 1977 a 1980. Ao longo do processo de institucionalização de um novo paradigma econômico, pautado pelo neoliberalismo, e de um modelo político que visava a consolidação de uma democracia limitada, visamos compreender quais os mecanismos discursivos utilizados na propaganda oficial como um meio de auxiliar no processo de legitimação da ditadura e das reformas sociais num contexto autoritário. Desse modo, buscamos investigar os limites da ação da propaganda enquanto instrumento de construção de um novo imaginário social que produzisse consenso e adesão às propostas autoritárias do governo de Pinochet e da Junta Militar.
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2018-04 Tapuias e mestiços nas aldeias e sertões do Norte: conflitos, contatos e práticasTítuloTapuias e mestiços nas aldeias e sertões do Norte: conflitos, contatos e práticasAutor
Carlos Henrique Alves CruzOrientador(a)
Elisa Frühauf GarciaData de Defesa
2018-04-09Nivel
DoutoradoPáginas
317Volumes
1Banca de DefesaElisa Frühauf GarciaFátima Martins LopesJoão Pacheco de Oliveira FilhoJorge Victor de Araújo SouzaMaria Cristina PompaMaria Regina Celestino de AlmeidaVânia Maria Losada Moreira
ResumoA tese tem como recorte geográfico a região conhecida no período colonial como ossertões das Capitanias do Norte, especificamente as ribeiras do Açu (capitania do RioGrande), Jaguaribe (Ceará) e Piancó (Paraíba) – no atual semiárido do Nordeste do Brasil. Tem início no período de conflitos entre índios e colonos conhecido na historiografia como "Guerra do Açu" (1680-1720), avançando para as experiências dos núcleos missionários até a aplicação das políticas pombalinas, com a transferência dos índios aldeados (1761). Espera contribuir ao debate histórico sobre as fronteiras internas da América portuguesa, com o conflito e a participação indígena, analisando reformulações identitárias, contatos interétnicos e trânsitos culturais praticados pelos grupos classificados como "tapuias" no processo de expansão da sociedade colonial.Questionando a interpretação restrita à fronteira de guerra, investiga relações,reformulações e interações socioculturais, especialmente trocas "religiosas", entre grupos e indivíduos classificados nos documentos administrativos e inquisitoriais portugueses como índios, brancos, negros e mestiços.
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2018-04 O pensamento político de José de Alencar e o Império do Brasil (1829-1877)TítuloO pensamento político de José de Alencar e o Império do Brasil (1829-1877)Autor
Bruno Cordeiro Nojosa de FreitasOrientador(a)
Maria Verónica Secreto FerrerasData de Defesa
2018-04-06Nivel
DoutoradoPáginas
269Volumes
1Banca de DefesaAlmir Leal de OliveiraGiselle Martins VenancioGraciela Bonassa GarciaIsabel Idelzuite Lustosa da CostaMaria Verónica Secreto FerrerasSusana CescoTâmis Peixoto Parron
ResumoEsta tese e dedicada a compreensao do pensamento politico do escritor cearense Jose de Alencar atraves de sua producao intelectual dedicada ao tema e de sua atuacao nos meios da politica institucional do Imperio do Brasil. Para tal, os principais documentos utilizados no presente trabalho foram: o conjunto das obras politicas de Alencar, que trataram de temas como o sistema representativo, a Guerra do Paraguai, os partidos politicos no pais e a abolicao da escravidao, bem como os seus pronunciamentos registrados em atas do Parlamento Brasileiro. Interessa, aqui, entender de que maneira os projetos politicos de Alencar buscaram responder a problemas fundamentais enfrentados pela sociedade do Brasil Imperial e como essa escrita manteve relacoes de dialogo e influencia com o ambiente politico e intelectual do periodo. Ela orbitou em privilegiados lugares de producao, como a Camara, o Senado e ministerios, e teve uma determinada difusao entre meios intelectuais, caracterizando-se como um fenomeno historico.
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2018-04 Entre a critica das armas e as armas da crítica: trotskistas na ditadura militar (1968-1973) uma contribuição à História do Trotskismo no BrasilTítuloEntre a critica das armas e as armas da crítica: trotskistas na ditadura militar (1968-1973) uma contribuição à História do Trotskismo no BrasilAutor
Tiago de OliveiraOrientador(a)
Cezar Teixeira HonoratoData de Defesa
2018-04-06Nivel
DoutoradoPáginas
230Volumes
1Banca de DefesaCezar Teixeira HonoratoDemian Bezerra de MeloFelipe Abranches DemierMurilo Leal Pereira NetoRicardo Figueiredo de CastroRonaldo do Livramento CoutinhoTatiana Silva Poggi de Figueiredo
ResumoApós o golpe civil-militar de 1964 a história da esquerda no Brasil foi marcada por uma expressiva fragmentação em pequenos grupos e partidos. Organizações e partidos que existiam antes àquele acontecimentos, como os comunistas (PCB e PCdoB), a Política Operária (POLOP), assim como a Ação Popular (AP) foram acometidos por dissensões e rupturas políticas ao longo da segunda metade da década de 1960. Esse momento de renovação política também alcançou o movimento trotskista brasileiro, representado desde osanos 1950 pelo Partido Operário Revolucionário. A partir de 1968, com a criação das Fração Bolchevique Trotskista (FBT) e do Movimento Estudantil 1º de Maio – que em seguida tornou-se Organização Comunista 1º de Maio (OC1M) – , a história do trotskismo deixou de ser representado por uma única organização ou partido, como havia sido desde sua origem nos anos 1930. As duas organizações, junto com o surgimento, fora do país, dos grupos Outubro,Ponto de Partida e da tendência trotskista (Combate) do Partido Operário comunista (em seguida conhecida como POC-Combate) – todas em 1971 – representaram o início de uma nova fase do movimento trotskista no Brasil. O objetivo desta tese foi analisar o projeto revolucionário que elaboraram esses trotskistas em sua luta contra a ditadura militar e pela revolução socialista, no período delimitado entre os anos 1968 e 1973. Nesse sentido, duas foram as questões que nosso trabalho procurou responder: por um lado, como analisaram o processo histórico-político pós-1964, particularmente aquele inserido no período delimitado; e por outro, quais foram as táticas e estratégias políticas que tentaram concretizar naqueles anos. Tal como ocorreu com as outras vertentes da esquerda brasileira, dois foram os caminhos apontados para a revolução brasileira: a perspectiva da luta armada revolucionária imediata – da qual o POC-Combate, entre os trotskistas brasileiros, foi o único partidário – e aquele que a concebia como o resultado de amplas mobilizações sociais centradas no proletariado urbano. Nosso argumento principal é que essa diferença estavam embasadas em distintas análises do regime político que vigorou especialmente após a decretação do Ato Institucional nº 5, em dezembro de 1968. Assim a análise que captou a ditadura militar comoalgo estrutural, como uma face política inevitável para a manutenção do capitalismo no país – como defendeu o POC-Combate – traduziu-se no imperativo pela adequação da organização política dos revolucionários e sua preparação para a guerra revolucionária. Já a análise que esboçaram as outras organizações trotskistas, cada uma à sua maneira, colocaram em relevo que a sustentação do regime político estava alicerçada na desarticulação, repressão e controle das organizações políticas dos trabalhadores, o que conferia, ao menos temporariamente, condições favoráveis à ditadura e a burguesia. Com essa leitura FBT, OC1M, Outubro e Ponto de Partida elaboraram um projeto político alternativo tanto à luta armada, proposta pelas organizações guerrilheiras, quanto às alianças de classe que defendeu o PCB. Nesse projetopolítico trotskista – que estruturou-se sobre a perspectiva da reorganização política dos trabalhadores – eles se diferenciaram do conjunto das esquerdas do período e em alguns casos anteciparam os sentidos políticos que tomaram posteriormente as lutas contra a ditadura militar, como na pioneira defesa que fizeram da luta pelas liberdades democráticas.
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2018-04 O Eros no Óikos: Relações de gênero, espaço e representações da espacialidade e da sexualidade femininas em Atenas do V século a.C.TítuloO Eros no Óikos: Relações de gênero, espaço e representações da espacialidade e da sexualidade femininas em Atenas do V século a.C.Autor
Juliana Magalhães Dos SantosOrientador(a)
Alexandre Carneiro Cerqueira LimaData de Defesa
2018-04-05Nivel
DoutoradoPáginas
350Volumes
1Banca de DefesaAlexandre Carneiro Cerqueira LimaAlexandre Santos de MoraesAna Paula Lopes PereiraFábio de Souza LessaMaría Cecilia ColombaniTalita Nunes Silva Gonçalves
ResumoA sexualidade feminina, desde a antiguidade grega, nos é apresentada como condição física sujeita a diversos dispositivos de controle que objetivavam organizar a estrutura social. Com o surgimento da Democracia ateniense, vemos no período Clássico, essa ordenação ser definida por parâmetros jurídicos específicos que identificavam e separavam os "usos da sexualidade" feminina cidadã da não cidadã. Constatamos em oradores áticos, como Demóstenes, Ésquines, Iseus, Antifonte, Xenofonte e Lísias, características que seriamdefinidoras do papel feminino na polis, e as respectivas diferenças entre os grupos sociais. A partir dessa dicotomia, buscamos analisar as maneiras como as mulheres expressavam sua sexualidade no espaço do oîkos, a casa ateniense. Nesse local privilegiado, em que vemos registrados o cotidiano das ações femininas, compreendemos que o comportamento esperado e idealizado era por vezes contestado por elas através de táticas inventivas. Essas ações, fossem decaráter erótico ou sexual, também poderiam ser identificadas em representações iconográficas de figuras negras e vermelhas na passagem do IV e o V séc. a.C.. Através desses documentos, remontamos a um "modos de fazer" feminino, entre táticas e controles, identificando um processo de reavaliação de como a conduta deveria ser apresentada para o público ateniense. Nos discursos forenses vemos a exaltação da ação cidadã e a desqualificação de qualquer associação não cidadã com o oîkos. Já as imagens de conteúdo pornográfico não cidadã são suprimidas para dar espaço as representações cidadãs ligadas ao toalete e ao casamento, com destaque para a presença do Eros. Percebemos que a presença deidade funciona como "sensor" de controle da prática sexual cidadã. Porém, ao mesmo tempo entendemos que ele fornece condições para que mulheres cidadãs sugerissem ou expressassem através do erotismo e da sensualidade possíveisinteresses sexuais.
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2018-04 As várias faces da morte: uma análise das diferenças sociais construídas em cemitérios do norte bretão (sec. V-I a.C.)TítuloAs várias faces da morte: uma análise das diferenças sociais construídas em cemitérios do norte bretão (sec. V-I a.C.)Autor
Pedro Vieira da Silva PeixotoOrientador(a)
Adriene Baron TaclaData de Defesa
2018-04-02Nivel
DoutoradoPáginas
411Volumes
2Banca de DefesaAdriene Baron TaclaAlexandre Carneiro Cerqueira LimaAlexandre Santos de MoraesCamila Diogo de SouzaCláudia Regina PlensElaine Farias Veloso HirataFábio de Souza LessaMelanie Claire Hind
ResumoA presente tese busca investigar um conjunto de enterramentos da Idade do Ferro, mais especificamente dos séculos V-I a.C., encontrados em uma região do norte das Ilhas Britânicas conhecida, atualmente, como Yorkshire. Esta é a primeira tese em língua portuguesa a se debruçar exclusivamente sobre o estudo da Idade do Ferro bretã a partir da cultura material e dos registros obtidos da arqueologia fúnebre para tal período. A investigação foi desenvolvida com base em materiais coletados após escavações realizadas em diferentes momentos, desde o séc. XIX até os dias atuais, em mais de 30 sítios, culminando na construção de um banco de dados com mais de mil enterramentos. Esse banco de dados, posteriormente convertido em um catálogo de enterramentos, expandiu significativamente os esforços analíticos realizados em ocasiões passadas, por outros pesquisadores para o estudo da região em questão, possibilitando que não apenas novos dados, como, por exemplo, aqueles obtidos a partir de análises técnico-científicas ou de escavações recentes, fossem incluídos na pesquisa, como ainda permitindo que muitas escavações antiquárias fossem revistas e rediscutidas à luz de novos olhares. A tese busca, assim, questionar como diferentes identidades sociais são construídas em múltiplos níveis a partir da manipulação da morte, dos mortos e da cultura material. Foram explorados todos os múltiplos tipos de tratamentos fúnebres dados aos mortos encontrados na região e no período delimitado, atentando para a existência de elementos de semelhança e divergência entre os casos discutidos, explicando como e por que tais diferenças ocorriam. A discussão buscou problematizar, sobretudo, visões simplistas comumente projetadas em relação à Idade do Ferro, chamando, ao contrário, a atenção para um conjunto de variáveis que poderiam influenciar significativamente o estatuto social de um indivíduo (em vida e em morte), como atributos sexuais, etários, causa de morte, constituição física, ofícios, afiliações e atribuições particulares, dentre outros. Foram contempladas, portanto, não apenas tumbas de indivíduos de sexos e faixas etárias distintas, como também enterramentos que contavam com mobiliário fúnebre diversificado (inclusive, aqueles desprovidos de quaisquer bens), buscando evidenciar como atributos sociais de gênero, reconhecimento social e importância foram construídos (e modificados) ao longo de quase cinco séculos.
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2018-04 Redes, Stásis e Estabilidade na Grécia Antiga: um estudo em cultura políticaTítuloRedes, Stásis e Estabilidade na Grécia Antiga: um estudo em cultura políticaAutor
Mariana Figueiredo VirgolinoOrientador(a)
Alexandre Carneiro Cerqueira LimaData de Defesa
2018-04-02Nivel
DoutoradoPáginas
442Volumes
1Banca de DefesaAdriene Baron TaclaAlexandre Carneiro Cerqueira LimaAlexandre Santos de MoraesAna Livia Bomfim VieiraElaine Farias Veloso HirataFábio de Souza LessaSônia Regina Rebel de Araújo
ResumoNos últimos trinta anos, o estudo das sociedades ganharam novas dimensões com a renovação das abordagens em Teoria das Redes. O objetivo do presente estudo é perscrutar como, apesar de sua dispersão geográfica em três continentes -Europa, Ásia e África- as comunidades gregas criaram uma noção de identidade compartilhada, perceptível especialmente a partir da segunda metade do século VI a.C. Nesse sentido, pensamos as sociedades helênicas como compartilhantes não apenas de língua, cultos e noções de parentesco, mas também de experiências políticas e econômicas que foram fundamentais para a construção de ideias de pertencimento, criando assim uma comunidade imaginada helênica. Entendemos que, para a cristalização de identidades panhelênicas, insulares e locais a partir de 550 a.C, as redes formadas por legisladores, tiranos e santuários religiosos atuavam de forma dialética num contexto de competição aristocrática e busca por estabilidade interna. A fim de obterem eunomia -boa ordem- os gregos empenharam-se em estabelecer regras de conduta que apaziguassem as staseis (crises) de concentração fundiária, de forma que tiveram que questionar-se sobre participação política, regimes de governo, enfim, como bem viver em comunidade. A pólis arcaica se apresentava como um espaço liminar, aberto à experimentações e desenvolvimento de novos meios de integração entre seus componentes. A religião desempenhou um papel fundamental, pois dava azo a transformações ao mesmo tempo que construía uma ideia de tradição e continuidade histórica que permitia a elaboração de uma noção de estabilidade, o que era muito caro aos helenos dos séculos VIII ao IV a.C. O trabalho foi dividido em quatro partes: a primeira porção contém um capítulo que em si traz uma análise breve sobre como a pólis tem sido utilizada como conceituação que marca uma unidade para o mundo helênico e mostra como podemos entender a Hélade como um conjunto de sociedades ligadas por redes de trocas culturais. A segunda parte contêm três capítulos que atuam como estudos de caso, nos quais buscamos compreender as diferenças e similitudes que marcavam as póleis individuais e o conjunto pan-helênico. As identidades locais formam-se justamente no esforço de obter um destaque perante suas irmãs de língua, culto e hábitos sociais. Na terceira visa-se compreender as maneiras pelas quais os gregos buscaram apaziguar as crises vivenciadas no período arcaico e início do clássico: politicamente, vê-se que as trocas com o Oriente trouxeram para a Hélade não apenas imagens de luxo e riqueza, mas também a noção de tirania. No contexto religioso, vemos que a expansão do culto a Deméter e Koré, especialmente a partir do século VI a.C, constrói uma noção de estabilidade através do apelo ao trabalho na terra e na continuação social perpetrada pelos ciclo de nascimento e morte, bem como pelo estímulo da reprodução familiar legítima.
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2018-03 Pastores de desejos: discursos e disputas na luta contra a aids em Angola (1987 – 2017)TítuloPastores de desejos: discursos e disputas na luta contra a aids em Angola (1987 – 2017)Autor
Tiago da Silva FerreiraOrientador(a)
Marcelo Bittencourt Ivair PintoData de Defesa
2018-03-28Nivel
DoutoradoPáginas
297Volumes
1Banca de DefesaAlexsander Lemos de Almeida GebaraAndrea Barbosa MarzanoDilene Raimundo do NascimentoMagali Romero SáMarcelo Bittencourt Ivair PintoMarina Annie Martine Berthet RibeiroNuno Carlos de Fragoso Vidal
ResumoA presente pesquisa tem dois objetivos. Primeiro, reconstituir os principais acontecimentos da luta contra o HIV em Angola, principalmente no período após o fim da Guerra Civil, estabelecendo uma cronologia que ainda não tinha sido feita até então. Em segundo lugar, proponho uma pesquisa histórica sobre a aids em Angola a partir do embate entre os diferentes discursos sobre a doença proferidos por atores sociais que tiveram peso histórico na luta contra o HIV: Estado (através do Programa de Luta contra a Sida e do Instituto Nacional de luta contra a Sida); ativistas soropositivos; Instituições religiosas; e programas de Televisão (Stop Sida). Procuro demonstrar a partir de quais técnicas de poder e de saber a pandemia da aids pôde se tornar instrumento de disputa dos desejos e dos modos de vida de indivíduos e populações. Almejo investigar como o poder pastoral exercido por instituições (como as igrejas, mas não só elas) se utilizou do pânico propiciado pela expansão da doença para constituir e propagar discursos diversos acerca da liberdade, ética e cidadania; e como os ativistas soropositivos, através de suas biografias, respondem a esses embates.
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2018-03 Avanços e limites da contribuição soviética para a libertação das mulheres: apontamentos a partir do pensamento de Alexandra KollontaiTítuloAvanços e limites da contribuição soviética para a libertação das mulheres: apontamentos a partir do pensamento de Alexandra KollontaiAutor
Danielle Jardim da SilvaOrientador(a)
Marcelo Badaró MattosData de Defesa
2018-03-28Nivel
MestradoPáginas
247Volumes
1Banca de DefesaDemian Bezerra de MeloFelipe Abranches DemierMarcelo Badaró MattosSara Aparecida Granemann
ResumoA presente dissertação tem como objeto a análise das propostas e políticas para as mulheres na Revolução Russa e nos primeiros anos do governo soviético, tendo como meio para isso a recuperação do pensamento de Alexandra Kollontai. A partir desta pesquisa, buscamos revisitar o contexto de formação do movimento feminino operário e do programa bolchevique no que tange à emancipação das mulheres, bem como seu desdobramento sobre a experiência da Revolução Russa e do Governo soviético. Faremos isso a partir do resgate da importante articulação entre feminismo e marxismo presente nas obras de Kollontai, a principal liderança entre as mulheres da socialdemocracia russa, mas também acessando os acúmulos presentes nas obras de Lenin e Trotsky sobre a questão feminina como elemento de comparação. Buscamos identificar diferenças entre as abordagens bolcheviques e, principalmente, avaliar os avanços e limites, acertos e pontos problemáticos em seus pensamentos (com ênfase no pensamento de Kollontai), utilizando para isso, não somente o aporte teórico marxista, mas também sua apropriação pela vertente da teoria unitária/reprodução social.