Dissertações e Teses
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2024-03
REVISITANDO AS ORIGENS DO SUBDESENVOLVIMENTO AFRICANO: O COMÉRCIO DE FERRO BRITÂNICO E O TRÁFICO DE ESCRAVIZADOS NA COSTA DO OURO DO SÉCULO XVIII
TítuloREVISITANDO AS ORIGENS DO SUBDESENVOLVIMENTO AFRICANO: O COMÉRCIO DE FERRO BRITÂNICO E O TRÁFICO DE ESCRAVIZADOS NA COSTA DO OURO DO SÉCULO XVIII
Autor
Francisco de Oliveira HenriquesOrientador(a)
Felipe Paiva SoaresData de Defesa
2024-03-28Nivel
MestradoPáginas
Volumes
Banca de DefesaEstevam Costa ThompsonFelipe Paiva SoaresLeonardo Marques
Resumo
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2024-03
ETNÓLOGOS NUMA ÁFRICA COLONIAL: Wilfrid Hambly e Gladwyn Childs no Planalto Central de Angola
TítuloETNÓLOGOS NUMA ÁFRICA COLONIAL: Wilfrid Hambly e Gladwyn Childs no Planalto Central de Angola
Autor
Jéssica Evelyn Pereira Dos SantosOrientador(a)
Marcelo Bittencourt Ivair PintoData de Defesa
2024-03-27Nivel
DoutoradoPáginas
Volumes
Banca de DefesaAlexsander Lemos de Almeida GebaraAndrea Barbosa MarzanoFelipe Paiva SoaresLorenzo Gustavo MacagnoMarcelo Bittencourt Ivair Pinto
Resumo
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2024-03
Neopentecostalismo e Política: formação e atuação da Bancada Evangélica no Congresso Brasileiro (1986-2018)
TítuloNeopentecostalismo e Política: formação e atuação da Bancada Evangélica no Congresso Brasileiro (1986-2018)
Autor
Carolina Bertassoni Dos SantosOrientador(a)
Angelica MüllerData de Defesa
2024-03-26Nivel
DoutoradoPáginas
Volumes
Banca de DefesaAngela Moreira Domingues da SilvaAngelica MüllerCamille GoirandChristina Vital da CunhaReinaldo Lindolfo Lohn
Resumo
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2024-03
"Conflitos fiscais, espacialidade e hierarquias sociais na arrecadação dos dízimos em Minas Gerais (1784-1810)".
Título"Conflitos fiscais, espacialidade e hierarquias sociais na arrecadação dos dízimos em Minas Gerais (1784-1810)".
Autor
Thaiz Barbosa FreitasOrientador(a)
Carlos Gabriel GuimarãesData de Defesa
2024-03-26Nivel
DoutoradoPáginas
Volumes
Banca de DefesaAfonso de Alencastro Graça FilhoÂngelo Alves CarraraCarla Maria Carvalho de AlmeidaCarlos Gabriel GuimarãesLuciano Raposo de Almeida Figueiredo
Resumo
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2024-01
Em busca do título de cidadão: a naturalização no Império do Brasil e seus limites (1850-1871)
TítuloEm busca do título de cidadão: a naturalização no Império do Brasil e seus limites (1850-1871)
Autor
Cássila Cavaler Pessoa de MelloOrientador(a)
Gladys Sabina RibeiroData de Defesa
2024-01-24Nivel
DoutoradoPáginas
280Volumes
Banca de DefesaBeatriz Gallotti MamigonianMarina Simões GalvanesePaulo Cruz TerraVantuil Pereira
ResumoEsta tese tem como tema central a aquisição do título de cidadão brasileiro por meio do processo
de naturalização entre os anos de 1850 a 1871. Busca-se compreender os fatores que motivaram
os indivíduos a solicitarem a naturalização e como se dava esse processo na prática. A
identificação das estratégias e das dificuldades enfrentadas pelos sujeitos que buscavam o
exercício da cidadania brasileira no século XIX são objetivos da pesquisa. Entendemos que
existem dois aspectos muito importantes nesta análise: a avaliação da vontade do Estado e da
vontade dos indivíduos. Por um lado, havia uma política gestada pelo Estado que facilitava a
aquisição do título de cidadão por alguns e a dificultava para outros. A escolha de quem poderia
usufruir do título de cidadão passava por questões como a necessidade de mão de obra, de
defesa e de ocupação do território, a qualificação do título de cidadão, disputas políticas e
disputas por mercado de trabalho. Por outro lado, existia a vontade do indivíduo de se tornar
cidadão, o que estava associado ao modo como o Estado lidava com os estrangeiros que nele
habitavam e à busca pela ampliação de direitos. É nosso objetivo perceber como os estrangeiros
sofreram com a execução da política estatal e de que forma pressionaram para que a mesma
fosse transformada e/ou implantada. Com esse intuito, avaliamos as petições enviadas aos
senadores e deputados, as consultas e pareceres emitidos pelo Conselho de Estado nas suas
Seções, a legislação, as decisões imperiais e os debates parlamentares. Por meio dessa
documentação, foi possível perceber tanto as dificuldades enfrentadas pelos estrangeiros que
poderiam motivar a busca pela naturalização quanto as dificuldades e inseguranças atreladas ao
próprio processo de naturalização e à instabilidade do título de cidadão vivenciada por alguns.
Além disso, fica evidente a pressão exercida pelos indivíduos sobre o aparato estatal para que
houvessem transformações e respostas legais às suas demandas e direitos.
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2023-12
Feminicídio no Brasil: Feminismo, História e Direito
TítuloFeminicídio no Brasil: Feminismo, História e Direito
Autor
Raíssa Teixeira Almeida de SouzaOrientador(a)
Renata Torres SchittinoData de Defesa
2023-12-22Nivel
MestradoPáginas
150Volumes
1Banca de DefesaGustavo França GomesJorgetânia da Silva FerreiraRenata Torres Schittino
ResumoA partir dos debates feministas sobre o lugar das mulheres e sua histórica subalternização,
compreendendo a violência contra as mulheres como parte da construção da sociedade de
classes, a morte violenta de mulheres é pensada como estrutural, assim, o femícidio/feminicídio
é nomeado a partir do entendimento da violência letal como parte da dominação masculina e
da manutenção do capitalismo. Desta forma, o presente trabalho busca analisar a inserção do
debate de violência nos movimentos feministas como processo de visibilização e
desnaturalização da inferioridade das mulheres, influenciando na nomeação do crime como
femicídio/feminicídio e a consequente judicialização do debate, para assim pensar as
discussões ocorridas na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito — Violência Contra a
Mulher, e o projeto de lei que veio a se tornar a Lei do Feminicídio (13.104/2015).
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2023-12
A Sociedade De Resistêcia Dos Trabalhadores Em Trapiche E Café: Relações Raciais Na Formação Da Classe Trabalhadora Carioca (1905-1930)
TítuloA Sociedade De Resistêcia Dos Trabalhadores Em Trapiche E Café: Relações Raciais Na Formação Da Classe Trabalhadora Carioca (1905-1930)
Autor
Camila Pizzolotto Alves Das ChagasOrientador(a)
Sonia Regina de MendonçaData de Defesa
2023-12-15Nivel
DoutoradoPáginas
Volumes
Banca de DefesaÁlvaro Pereira do NascimentoBárbara Araújo MachadoLuiz Fernando SaraivaMarcelo Badaró MattosPaulo Cruz Terra
Resumo
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2023-12
NEOPENTECOSTALISMO E NEOLIBERALISMO EM PERSPECTIVA HISTÓRICA: NOVOS DESAFIOS PARA O BRASIL RECENTE
TítuloNEOPENTECOSTALISMO E NEOLIBERALISMO EM PERSPECTIVA HISTÓRICA: NOVOS DESAFIOS PARA O BRASIL RECENTE
Autor
Amanda Vilela GomesOrientador(a)
Elisa de Campos BorgesData de Defesa
2023-12-12Nivel
MestradoPáginas
147Volumes
1Banca de DefesaElisa de Campos BorgesJuniele Rabêlo de AlmeidaRodrigo Turin
ResumoO presente trabalho intenta tecer uma análise da atuação das lideranças evangélicas,
mais especificamente neopentecostais, na corrida eleitoral de 2018, que culminou na vitória de
Jair Messias Bolsonaro. Através do histórico de instalação e consolidação desse segmento
religioso, buscamos compreender como se dá a ampliação de seu número de fiéis e quais suas
implicações para a política brasileira. Dessa forma, exploraremos os processos através dos
quais se amalgamam os valores neopentecostais e neoconservadores em um projeto político,
evidenciando a consonância de tal projeto com o espraiamento do neoliberalismo. Procuramos
observar como esses aspectos se reforçam mutuamente, através do compartilhamento de uma
gramática que informa uma mesma teia de sentidos.
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2023-12
Sob as asas da águia: a burguesia brasileira e o capital-imperialismo - de Lula a Bolsonaro (2003-2023)
TítuloSob as asas da águia: a burguesia brasileira e o capital-imperialismo - de Lula a Bolsonaro (2003-2023)
Autor
Gabriel Lecznieski KanaanOrientador(a)
Virginia Maria Gomes de Mattos FontesData de Defesa
2023-12-08Nivel
DoutoradoPáginas
806Volumes
2Banca de DefesaAna Elisa Saggioro GarciaPedro Henrique Pedreira CamposRejane Carolina HoevelerSebastião Carlos Velasco E CruzVirginia Maria Gomes de Mattos Fontes
ResumoEsta tese analisa as relações entre as classes dominantes brasileiras e estadunidenses no
período que vai do governo Lula ao governo Bolsonaro. Investigamos especialmente as
conexões forjadas pela Embaixada e Consulados dos Estados Unidos no Brasil com as classes
dominantes brasileiras. Para isto, examinamos os telegramas enviados por estes postos
diplomáticos à Washington, que foram vazados pela WikiLeaks. Este aparelho de hegemonia
estadunidense articulou uma densa teia de conexões entre aparatos das classes dominantes
estadunidenses e brasileiras, o que nos possibilitou analisar os processos de formação de
composições e tensões entre estas. Dividimos a pesquisa destas relações em quatro frentes
referentes ao que identificamos, no início do governo Bolsonaro, como os quatro núcleos do
bloco no poder: os lavajatistas, os militares, os fascistas e os ultraliberais, que se tornaram
capítulos desta tese: a análise das relações de agentes judiciários, militares, fascistas e
empresariais brasileiros com suas contrapartes estadunidenses. Observamos uma densa
costura articulando entidades das classes dominantes estadunidenses e brasileiras, e vimos
como a ascensão do lavajatismo, do militarismo e do protofascismo está marcada pelas
pegadas de diplomatas, políticos, militares e empresários estadunidenses. A atuação desta
malha impactou profundamente a história política do Brasil recente, da pressão para promover
as reformas neoliberais (trabalhista, previdenciária e tributária) desde o início dos governos
Lula ao golpe e à eleição de Bolsonaro, que aprofundaram tal pauta fundamental e unificadora
da burguesia brasileira e estadunidense. Observamos que a articulação do golpe de 2016 por
esta malha de aparatos das classes dominantes brasileiras e estadunidenses forjou novas
configurações nas formas de dominação burguesa no Brasil, despertando monstros que,
mesmo servis a elas, buscam incansavelmente escapar do seu controle. A ascensão do
protofascismo, que reproduz a tradição autocrática e contrarrevolucionária da burguesiabrasileira buscando exterminar as lutas populares, gerou novas tensões com o hegemonismo-
cosmopolita, fração burguesa que busca apassivá-las. Mesmo identificando tensões, comdestaque para as tensões interburguesas de escala que surgiram com a expansão das mega
empresas brasileiras, observamos, ao contrário do que defendem os projetos do progressismo
brasileiro – como o neodesenvolvimentismo petista ou o projeto nacional pedetista – a
integração e associação subalterna destes setores das classes dominantes brasileiras às suas
contrapartes norte-americanas.
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2023-12
Um Bolchevique em Transição: Biografia Intelectual de Evgeny A. Preobrazhensky e sua Teoria da Acumulação Socialista Primitiva (1886-1928).
TítuloUm Bolchevique em Transição: Biografia Intelectual de Evgeny A. Preobrazhensky e sua Teoria da Acumulação Socialista Primitiva (1886-1928).
Autor
Rebecca de Oliveira FreitasOrientador(a)
Tatiana Silva Poggi de FigueiredoData de Defesa
2023-12-08Nivel
DoutoradoPáginas
538Volumes
1Banca de DefesaBianca Aires Imbiriba di Maio BonenteDemian Bezerra de MeloMarcelo Badaró MattosTatiana Silva Poggi de FigueiredoThiago Reis Marques Ribeiro
ResumoA presente tese consiste em uma biografia intelectual do revolucionário e economista soviético
Evgeny A. Preobrazhensky. O trabalho aborda sua trajetória desde seu nascimento em 1886 e
acompanha o desenvolvimento de seu pensamento até 1928. Depois de seu ingresso no Partido
Operário Social-Democrata Russo (Bolchevique) em 1903, ele participou da Primeira
Revolução Russa (1905-1907), viveu os impactos da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a
Revolução Russa de 1917, a Guerra Civil (1918-1920) e a transição para a Nova Política
Econômica (NEP) a partir de 1921. Compôs diversas instâncias partidárias e estatais, e foi
figura central de diversos grupos oposicionistas, como a Oposição dos 46 e a Oposição
Unificada. Sua teoria caracterizava a URSS enquanto uma sociedade mista socialista-mercantil,
onde a lei do valor (nacional e internacional) e a lei da acumulação socialista primitiva
disputariam o domínio da organização social. Durante esse período de luta por sobrevivência
em um país majoritariamente camponês, tecnologicamente atrasado, com fortes heranças
culturais do capitalismo e temporariamente isolado, o setor estatal dependeria
fundamentalmente do excedente alienado do setor privado através de diversos mecanismos,
com destaque para as trocas não equivalentes. A lei da acumulação socialista primitiva se referia
ao conjunto de tendências conscientes e semi-espontâneas da economia estatal objetivando a
expansão e fortalecimento da organização coletiva do trabalho na economia soviética. As ações
impulsionadas por essas tendências não eram arbitrárias, mas respondiam às necessidades
econômicas reconhecidas conscientemente pela correta proporção da distribuição das forças
produtivas entre os setores estatal e privado e seus departamentos em sua conexão através do
Estado soviético com a divisão internacional do trabalho, assegurando que essa expansão
continuasse anualmente, o que só poderia ser asseguradas em última instância pela revolução
internacional. O papel do desenvolvimento cultural do proletariado, da democracia e do
combate à burocracia cresceu em seu pensamento no período e é fator fundamental para
compreendê-lo. Concluo que seu pensamento foi formado e expressou o desenvolvimento
desigual e combinado russo e que eventos como a Primeira Guerra Mundial e sua luta contra a
burocracia soviética marcaram sua transição em direção a uma concepção de história calcada
sobre a ação humana.
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2023-11
SENTIDOS DA MESTIÇAGEM: A EUGENIA NAS CONCEPÇÕES RACIAIS
DE OCTÁVIO BRANDÃO, ASTROJILDO PEREIRA
E O PCB NOS ANOS DE 1920
TítuloSENTIDOS DA MESTIÇAGEM: A EUGENIA NAS CONCEPÇÕES RACIAIS
DE OCTÁVIO BRANDÃO, ASTROJILDO PEREIRA
E O PCB NOS ANOS DE 1920
Autor
Pedro Monteiro CheuicheOrientador(a)
Paulo Cruz TerraData de Defesa
2023-11-30Nivel
MestradoPáginas
162Volumes
1Banca de DefesaAruã Silva de LimaPaulo Cruz TerraRobert Wegner
ResumoA seguinte pesquisa possui como objeto a concepção racial de Astrojildo Pereira, Octávio
Brandão e o Partido Comunista Brasileiro (PCB) nos anos 1920, tendo em vista o
fortalecimento da ciência eugênica do Brasil. Alguns dos principais textos da trajetória
desses dirigentes e do Partido são investigados com o intuito de analisar a influência das
ideias eugênicas, uma ciência com inserção entre camadas de intelectuais e médicos no
Brasil. As matrizes intelectuais, a formação anarquista e a integração ao marxismo de
ambos os autores, com caracterizações que se modificam ao longo do tempo, denotam
elementos da teoria eugênica de tipo radical e moderado como soluções para o problema
social brasileiro. Essas posições marcam uma determinada de tratar o tema racial que
posteriormente influenciam como o Partido enxerga o Brasil. O interesse da dissertação
será compreender como foram feitas essas interpretações raciais e suas consequências nas
posições da organização no movimento operário brasileiro.
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2023-11
CONTRASTES DA VIAGEM E AS VISÕES DO TEMPO EM OS SERTÕES E EM TRISTES TRÓPICOS: Diálogos entre história, literatura e etnografia
TítuloCONTRASTES DA VIAGEM E AS VISÕES DO TEMPO EM OS SERTÕES E EM TRISTES TRÓPICOS: Diálogos entre história, literatura e etnografia
Autor
Juliana de Souza Dos ReisOrientador(a)
Francine IegelskiData de Defesa
2023-11-22Nivel
MestradoPáginas
146Volumes
1Banca de DefesaFelipe de Souza Dias BrandiFrancine IegelskiPedro Spinola Pereira Caldas
ResumoMotivada pelo encontro entre os atos de viajar e narrar, a dissertação pretende discutir a
relação entre mudança de espaço e impacto na percepção temporal a partir de dois
grandes livros de e sobre viagem: Os sertões (1902), do escritor brasileiro Euclides da
Cunha, e Tristes trópicos (1955), do antropólogo Claude Lévi-Strauss. Considerados
livros sui generis, a sobreposição de gêneros e recursos textuais incide em discussões
pertinentes à teoria da história, no que diz respeito ao questionamento do(s) tempo(s) que
a viagem coloca àquele que observa. A viagem feita pelos autores é encarada aqui a partir
da ideia de ‘corte’ geográfico, pelo duplo ato de guiar e transgredir, discutida por Michel
de Certeau. Durante o percurso, a viagem coloca os autores diante das consequências de
sua própria sociedade. Seguindo por esse eixo, buscamos, então, pensar Euclides da
Cunha e Lévi-Strauss como escritores que operam, de certa forma, com a pobreza da
experiência, da qual nos fala Walter Benjamin.
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2023-11
SUBSTRATOS INSULARES, PERMANÊNCIAS E RUPTURAS CONTINENTAIS: RESSIGNIFICAÇÕES E CONTINUIDADES IRLANDESAS NOS ROMANS DE TRISTAN (SÉCULOS XII-XIII)
TítuloSUBSTRATOS INSULARES, PERMANÊNCIAS E RUPTURAS CONTINENTAIS: RESSIGNIFICAÇÕES E CONTINUIDADES IRLANDESAS NOS ROMANS DE TRISTAN (SÉCULOS XII-XIII)
Autor
Luan Lucas Araújo MoraisOrientador(a)
Carolina Coelho FortesData de Defesa
2023-11-21Nivel
DoutoradoPáginas
491Volumes
1Banca de DefesaCarolina Coelho FortesCarolina Gual da SilvaEdmar Checon de FreitasElaine Cristine Dos Santos Pereira FarrellIgor Salomao Teixeira
ResumoA presente tese objetiva delinear quais os principais elementos insulares, sobretudo,
irlandeses, na composição temática, estética e narrativa dos romans tristanianos de Béroul
e Thomas, ambos compostos em anglo-normando na segunda metade do século XII. De
modo a demonstrar, no âmbito da História, como e por que certos temas, personagens e
símbolos irlandeses aparecem de maneira implícita ou mesmo explícita nas narrativas do
Ciclo Tristaniano, advoga-se aqui a hipótese de que tais permanências, bem como suas
rupturas e contradições, justificam-se nos romans de Béroul e Thomas e com base no
contexto de dominação colonial ao qual a Irlanda esteve submetida a partir de 1171, o
chamado Senhorio da Irlanda, instaurado pela coroa inglesa e vinculado ao Império
Angevino (1154-1259). Desse modo, a seguinte pesquisa busca historicizar os
fundamentos coloniais que ajudaram a dar vazão aos temas discutidos nos romans de
Tristan, estabelecendo, via método comparativo, quais as principais estruturas,
correspondências e significados entre os contextos de produção e circulação desses
poemas e suas respectivas matrizes irlandesas. Justifica-se ainda tal empreendimento
mediante a consideração de que, nos recortes espacial e cronológico deste trabalho, tais
obras estiveram submetidas à esfera de domínio hegemônico de uma francofonia
medieval, responsável pela produção e pela circulação sistemática de narrativas literárias
para uma audiência familiarizada com espaços, personagens e temas comuns aos seus contextos sociais e históricos.
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2023-11
Modernidade negra na Praça Onze: escolas de samba, ação política e a construção do Carnaval turístico. Rio de Janeiro 1932-1948
TítuloModernidade negra na Praça Onze: escolas de samba, ação política e a construção do Carnaval turístico. Rio de Janeiro 1932-1948
Autor
Fabiana Martins BandeiraOrientador(a)
Larissa Moreira VianaData de Defesa
2023-11-14Nivel
DoutoradoPáginas
Volumes
Banca de DefesaLarissa Moreira VianaMartha Campos AbreuThiago Cavaliere MourelleValéria Lima GuimarãesVinícius Ferreira Natal
Resumo
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2023-11
AS RELAÇÕES SOCIAIS E POLÍTICAS DE TRABALHADORES DO SÉCULO XIX NO RIO DE JANEIRO ATRAVÉS DE OCTAVIANO HUDSON
TítuloAS RELAÇÕES SOCIAIS E POLÍTICAS DE TRABALHADORES DO SÉCULO XIX NO RIO DE JANEIRO ATRAVÉS DE OCTAVIANO HUDSON
Autor
Isabella de Souza TavaresOrientador(a)
Paulo Cruz TerraData de Defesa
2023-11-14Nivel
MestradoPáginas
117Volumes
1Banca de DefesaKaroline CarulaPaulo Cruz TerraRenata Figueiredo Moraes
ResumoEste trabalho tem como objetivo tratar questões comuns aos trabalhadores da segunda
metade do século XIX através da figura de Octaviano Hudson. O personagem desta
dissertação é usado como fio condutor para tratar de questões como o associativismo
mutualista, a contestação do direito ao voto a partir da Reforma Eleitoral de 1881 e a busca
incessante por instrução para a população menos abastada e para a classe trabalhadora. Em
sua trajetória, Hudson foi um tipógrafo, jornalista e poeta do povo, que buscamos ressaltar
como um protagonista negro da História Social do Trabalho no Brasil.
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2023-10
MULHERES E MANDINGA NA CIDADE NEGRA: As casas de dar fortuna no Rio de Janeiro (1870-1889)
TítuloMULHERES E MANDINGA NA CIDADE NEGRA: As casas de dar fortuna no Rio de Janeiro (1870-1889)
Autor
Hanna Katherine Ferreira GomesOrientador(a)
Karoline CarulaData de Defesa
2023-10-30Nivel
MestradoPáginas
166Volumes
1Banca de DefesaEduardo PossidonioJonis FreireKaroline Carula
ResumoEste trabalho pretende discorrer sobre os espaços afro-religiosos oitocentistas na cidade do Rio
de Janeiro, conhecidos como casas de dar fortuna. Eles eram pontos de manifestação de uma
religiosidade recriada em meio a diáspora africana, com fortes marcas centro-africanas. Nosso
objetivo central é analisá-los como pontos de sociabilidade feminina, compreendendo a partir
de uma perspectiva interseccional de que forma as experiências de mulheres plurais refletiram
na construção desses espaços. Para tanto investigaremos publicações de periódicos publicados
na cidade entre os anos de 1870 e 1889, processos criminais e fichas de matrículas da Casa de
Detenção da Corte. A partir do cruzamento dessa documentação, buscaremos desvendar sinais
e pistas que contribuam para a análise das experiências femininas nas casas afro-religiosas.
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2023-10
Todo mundo quer Umbanda, mas ninguém sabe o que é Umbanda: lutas de representações e identidades umbandistas no Rio de Janeiro (c.1890 - c.1933)
TítuloTodo mundo quer Umbanda, mas ninguém sabe o que é Umbanda: lutas de representações e identidades umbandistas no Rio de Janeiro (c.1890 - c.1933)
Autor
Lucas Ferreira Pinto de Andrade AlvesOrientador(a)
Renato Soares CoutinhoData de Defesa
2023-10-24Nivel
MestradoPáginas
201Volumes
1Banca de DefesaEduardo PossidonioJonis FreireRenato Soares Coutinho
ResumoO objeto central desta pesquisa são as representações sociais da Umbanda no Rio de Janeiro.
Um princípio que orientou nossa abordagem foi o diálogo entre essa prática sagrada como a
sociedade carioca. Buscamos, assim, ir além da dimensão estritamente religiosa, identificando
como indivíduos, grupos sociais, instituições e campos do saber não-religiosos representaram
a Umbanda. Entendemos que a formação das identidades umbandistas só pode ser apreendida
a partir do complexo e dinâmico cruzamento de representações entre os agentes religiosos e
não-religiosos, processo que chamamos de lutas de representações. Nesse sentido, este estudo
se concentra entre a promulgação do Código Penal de 1890 até a publicação de uma série de
artigos sobre a Umbanda publicada no jornal Diário de Notícias no final de 1932 e início de
1933. Esse recorte temporal não é estático. Como assumimos a perspectiva historiográfica do
pós-emancipação e de outros campos que advogam pela superação do "muro de Berlim"
historiográfico que divide o período escravista do período do trabalho assalariado, nossa
abordagem fará movimentos de retorno e avanço ao recorte citado, sem os quais não é
possível compreender satisfatoriamente a formação das identidades umbandistas no Rio de
Janeiro. Para fundamentar as hipóteses que serão apresentadas e desenvolvidas, trabalhamos
com crônicas, notícias de jornais, revistas científicas, processos-crime e produções clássicas
sobre o negro no campo da Antropologia, da Sociologia e da História. Ao cotejar essa
documentação, uma grande preocupação nossa consistiu em captar as "vozes", "olhares",
"sentidos"; enfim, as representações que sujeitos subalternizados, sobretudo pretos e pardos,
fizeram da experiência sagrada que organizava as suas vidas, a Umbanda.
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2023-10
BIG TRANSPHOBIA: Transfobia na mídia de extrema-direita estadunidense através de Breitbart News Network
TítuloBIG TRANSPHOBIA: Transfobia na mídia de extrema-direita estadunidense através de Breitbart News Network
Autor
Rudi Inge White Van Der SluijsOrientador(a)
Tatiana Silva Poggi de FigueiredoData de Defesa
2023-10-18Nivel
MestradoPáginas
177Volumes
1Banca de DefesaDouglas Santos AlvesRoberto Moll NetoTatiana Silva Poggi de Figueiredo
ResumoEste trabalho se propõe a discutir e analisar o preconceito transfóbico existente nas
matérias publicadas pelo jornal de extrema-direita estadunidense Breitbart News Network.
Para tal será necessário realizar uma análise historiográfica do curso da direita nos Estados
Unidos, assim como uma discussão das diversas crises econômicas do fim do século XX e
início do século XXI que serviram para moldar esta mesma direita. Serão também objetos
de análise as próprias matérias do jornal, apontando as formas através das quais seus
escritores e editores manifestam e propagam seu preconceito contra pessoas transgênero.
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2023-10
DINÂMICA DE CORTE E FESTIVIDADES DA ARISTOCRACIA CASTELHANA NO REINADO DE JUAN II (1406-1454)
TítuloDINÂMICA DE CORTE E FESTIVIDADES DA ARISTOCRACIA CASTELHANA NO REINADO DE JUAN II (1406-1454)
Autor
Lucas Werlang GirardiOrientador(a)
Renata Rodrigues VerezaData de Defesa
2023-10-16Nivel
DoutoradoPáginas
323Volumes
1Banca de DefesaJoão Cerineu Leite de CarvalhoMaria Filomena Pinto da Costa CoelhoMário Jorge da Motta BastosRenata Rodrigues VerezaVânia Leite Fróes
ResumoNeste trabalho, expõe-se investigação de doutorado que partiu do objetivo de compreender a
articulação política da aristocracia castelhana no período de Juan II, por meio da análise de
crônicas produzidas no período. Considera-se que as transformações associadas aos séculos
XIV e XV e os processos específicos da Península Ibérica estabelecem um cenário complexo
em relação à reprodução material daqueles que dominam socialmente, o que incita o
questionamento sobre como aqueles sujeitos se organizavam e se adaptavam para manter sua
posição. Ao dialogar com a historiografia, tem-se que o período costuma ser retratado sob a
perspectiva da centralização, da oposição entre o rei e a aristocracia, da submissão desta e do
declínio da sociedade medieval e as características que lhe são associadas, o que se contrapõe
às posições resultantes desta pesquisa. Nesse sentido, a reflexão proposta é elaborada por uma
ênfase na história política, sob influência do materialismo histórico, em que esta dimensão é
percebida como parte de um todo social, a ser considerado para o devido desenvolvimento da
análise. Recorrendo à cronística castelhana do reinado de Juan II, cuja produção interessa
especialmente pela quantidade e coetaneidade aos eventos, observa-se a recorrência de certas
relações sociais e fenômenos ao longo dos relatos, que permite a sistematização de certos
comportamentos, movimentos, ideias e discursos da aristocracia do período. Com isso, no
decorrer da escrita, ponderou-se acerca das discussões sobre as transformações sociais na Baixa
Idade Média, a questão da centralização política no feudalismo, a viabilidade e funcionamento
da conformação estatal naquele recorte, o faccionalismo, assim como a importância da
monarquia e da corte para a relação entre a aristocracia e o rei, e deste com o reino. Disto,
elabora-se a proposta de uma dinâmica de corte, uma série de movimentos sistemáticos da
aristocracia no entorno régio, partindo das lógicas de acumulação senhorial e de proximidade
ao monarca. Para isso, mobilizam-se elementos referentes ao monarca, a distribuição das rendas
no reino, as estratégias de articulação aristocrática e a privança. Ainda, a essa proposta se soma
a importância das festas de corte, notada pela manifestação frequente dessas práticas nas
crônicas selecionadas, assim como por adicionar à compreensão da dinâmica em foco, pensada
de forma integrada ao reino. Compondo a reflexão, encontram-se as discussões sobre práticas
culturais, festas e ritos no recorte estudado, além da relevância do ideal de cavalaria para aaristocracia e as análises das manifestações festivas. Ao fim da pesquisa e exposição, entende-
se ter sido possível abordar a aristocracia castelhana da Baixa Idade Média sob uma perspectivadistinta de parte da historiografia corrente: trata-se de um grupo ativo politicamente, que se
organiza de acordo com as transformações na sociedade, e adapta-se a fim de manter sua
dominação sobre ela.
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2023-10
CIDADANIA NA ORDEM DO DIA: OS MORADORES DA MARÉ DURANTE O PROCESSO DE REDEMOCRATIZAÇÃO (1977-1993)
TítuloCIDADANIA NA ORDEM DO DIA: OS MORADORES DA MARÉ DURANTE O PROCESSO DE REDEMOCRATIZAÇÃO (1977-1993)
Autor
Luiz Carlos Barros Joaquim JuniorOrientador(a)
Janaína Martins CordeiroData de Defesa
2023-10-03Nivel
MestradoPáginas
226Volumes
1Banca de DefesaGabriela Daiana GomesJanaína Martins CordeiroRômulo Costa Mattos
ResumoA seguinte pesquisa tem como tema os movimentos sociais nas favelas da Maré,
na cidade do Rio de Janeiro, no período de transição da ditadura militar para a Nova
República, tendo a associação de moradores da Nova Holanda como recorte. A Nova
Holanda é um dos 16 territórios que formam a Maré, e foi concebida em 1962 no antigo
Estado da Guanabara, para ser um Centro da Habitação Provisória. Sua função era
abrigar favelados removidos de outras localidades e que não tinham renda para morar
nos conjuntos habitacionais. Quinze anos após sua criação, a localidade encontrava-se
em estado estrutural catastrófico, com a ausência de diversos direitos sociais. Essas
razões motivaram os trabalhadores-moradores a se organizarem e se engajarem na luta
por cidadania e melhorias para sua favela em 1977. Entre 1984 e 1993, por meio da
mobilização popular, a Nova Holanda passou por notáveis mudanças físicas:
construções de alvenaria, verticalização das moradias, urbanização, instalação de rede
de luz elétrica e sistema de fornecimento de água potável e esgoto, escolas e creches.
Este estudo pretende analisar os processos locais e gerais que levaram às melhorias no
território, bem como os processos que levaram ao declínio do movimento comunitário.
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2023-08
"Margens Ancestrais: História, territorialidade e memória dos quilombos nos rios Araguaia-Tocantins (1988-2023)"
Título"Margens Ancestrais: História, territorialidade e memória dos quilombos nos rios Araguaia-Tocantins (1988-2023)"
Autor
Marina Grigorio Barbosa de SousaOrientador(a)
Hebe Maria da Costa Mattos Gomes de CastroData de Defesa
2023-08-31Nivel
DoutoradoPáginas
265Volumes
1Banca de DefesaDaniela Paiva Yabeta de MoraesHebe Maria da Costa Mattos Gomes de CastroMaria de Fátima OliveiraMartha Campos AbreuRita de Cassia Domingues Lopes
ResumoA construção ideológica da historiografia tocantinense não comtempla, de forma
fidedigna, a importância da presença e da luta negra na constituição e na emancipação
política do estado. Tendo isso em vista, esta tese tem como foco compreender a
construção identitária dos sujeitos ribeirinhos quilombolas tocantinenses, partindo de uma
realidade entrelaçada por rios, matas, estradas, memórias e histórias de luta. Sujeitos
estes que se articulam e vivem uma constante luta – primeiro por autonomia, depois para
que o Estado cumpra seu papel de democratização social. Nesse sentido, é importante
pensar nos rios e nas identidades quilombolas como metáforas que se encontram, se
aproximam e se relacionam na temporalidade difusa da ancestralidade negra no
Tocantins. Essa reflexão remete ao conceito de margem enquanto fronteira ambígua, que
partilha do processo histórico, que representa identidade e diferença, exclusão e
inclusão. Margem da história, margem do tempo e margem ancestral. Ao mesmo tempo
em que são mulheres e homens negros que viveram em um período marcado por forte
racialização das relações sociais, também são sujeitos que passaram por trajetórias de
exceção. Assim, pensar seus caminhos, traçados dentro de um projeto maior, permite
lançar novas bases para uma análise crítica da história dos primeiros anos de
redemocratização brasileira, abrangendo 1988, o ano de criação do Tocantins. Nessa
perspectiva, as territorialidades negras e a politização da consciência das fronteiras
apresentam-se como experiências sociais passíveis de novas reinterpretações. Todo o
processo desta pesquisa buscou compreender a lógica de "territorialidades em
movimento", considerando a luta e a resistência dos quilombolas em seus fluxos
migratórios, além do modo como essas comunidades vêm se reafirmando no presente
processo de incorporação do Tocantins contemporâneo. A metodologia da história oral
possibilitou a este trabalho conhecer, reunir e promover entrevistas com lideranças
quilombolas da região Sudeste e Norte do Tocantins e representante quilombola da
COEQTO, que juntamente com outras fontes históricas, auxiliaram enquanto material
necessário para elaboração de uma história social de parte do movimento quilombola
contemporâneo tocantinense. As dinâmicas envolvendo a compreensão dos limites de
territorialidade, identidade e movimento perpassam questões culturais, históricas e
sociais dos grupos que habitam esse território. Em um recorte específico para a pesquisa,
a partir das comunidades estabelecidas e certificadas, destacamos as que estão
margeadas pela Bacia Araguaia-Tocantins. Compreender os processos coloniais
advindos da navegabilidade e da promoção de uma memória coletiva de resistência
transforma o trajeto do rio e sua rota de navegação em partes importantes da nossa
história. Não por acaso, inúmeros quilombos se ergueram às margens dessas águas.
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2023-08
"ESSE É O MUNDO MANICONGO, NÃO REPAREM, FAÇO LUTA E FAÇO BUNDAS BALANÇAREM": O Afrorep de Rincon Sapiência e a Reeducação das Relações Étnico-Raciais no Brasil (2001-2022)
Título"ESSE É O MUNDO MANICONGO, NÃO REPAREM, FAÇO LUTA E FAÇO BUNDAS BALANÇAREM": O Afrorep de Rincon Sapiência e a Reeducação das Relações Étnico-Raciais no Brasil (2001-2022)
Autor
Alcino Dos Reis AmaralOrientador(a)
Ynaê Lopes Dos SantosData de Defesa
2023-08-29Nivel
MestradoPáginas
132Volumes
1Banca de DefesaAmailton Magno AzevedoMartha Campos AbreuYnaê Lopes Dos Santos
ResumoRESUMO
A presente investigação é uma análise sobre o Afrorep de Rincon Sapiência e as
sonororidades do espaço afro-atlântico. A partir da obra e a trajetória de Rincon, e tendo como
pano de fundo o processo de reeducação das relações étnico-raciais no Brasil Contemporâneo,
analiso os impactos desse movimento. O marco temporal é delimitado pelo ano de 2001 –
quando o Estado brasileiro reconhece internacional e ineditamente a existência do racismo na
sociedade, um ano após o incío da carreira de Rincon– e o ano de 2022, data da entrevista
gentilmente concedida a mim por Rincon Sapiência. Dessa forma, a pesquisa se debruça sobre
fonogramas e videoclipes do rapper e compositor paulistano, além de cadernos de cultura,
matérias de jornais, entrevistas com e sobre o artista. Rincon Sapiência nasceu no ano de 1985,
contexto brasileiro de construção de uma nova ordem democrática-institucional, crescendo na
Cohab 1, zona periférica da cidade de São Paulo, sua história assemelha-se a de muitos artistas
oriundos das classes trabalhadoras brasileiras. O cantor começa a carreira artística no ano de
2000, tendo seu primeiro sucesso reconhecido só em 2010, desde então o artista vem se
consolidando, nos últimos anos, como um grande expoente do Hip-Hop no Brasil, com um
trabalho que dialoga fortemente com questões contemporâneas do país, com destaque a
temática das relações étnico-raciais. Pensar a obra de Rincon em consonância com o processo
de reeducação das relações étnico-raciais, em marcha nas últimas décadas no Brasil
contemporâneo, nos permite investigar as possibilidades de ação política que se dão no seio do
campo cultural brasileiro. Nesse sentido, a dissertação investiga a musicalidade Afrorep,
enquanto sonoridade do espaço afro-atlântico e a filiação do artista a um circuito diáspórico que
denominei enquanto mineireidade centro-africana. Além disso, mobilizo a ideia de negro em
movimento para compreender a atuação do artista nas redes sociais, e sua preocupação com a
publicização de "novas histórias". Ao fim, e ao cabo, defino Rincon, também, enquanto
historiador público do tempo presente, por identifiar em sua obra a constituição de íntimas
relações com seu público: a juventude negra, além do engajmento nas discussões do tempo
presente acerca dos territórios negros da cidade de São Paulo, das manifestações culturais
negras e do combate ao racismo e a promoção da igualdade racial.
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2023-08
VIVÊNCIAS E RESISTÊNCIAS DE MULHERES EM LUANDA (~1930-1975)
TítuloVIVÊNCIAS E RESISTÊNCIAS DE MULHERES EM LUANDA (~1930-1975)
Autor
Yasmim Rodrigues CorrêaOrientador(a)
Marcelo Bittencourt Ivair PintoData de Defesa
2023-08-25Nivel
MestradoPáginas
183Volumes
1Banca de DefesaAlexsander Lemos de Almeida GebaraAndrea Barbosa MarzanoMarcelo Bittencourt Ivair Pinto
ResumoO presente trabalho tem como objetivo tecer uma análise sobre as vivências de mulheres
em Luanda, marcada por relações desiguais de poder. Desde o colonialismo até a
independência de Angola, as mulheres terão suas vivências permeadas pelo gênero e
outras interseccionalidades, como a raça e a classe. Nesse sentido, estabelece-se uma
análise comparativa entre as experiências das mulheres brancas, negras, nativas e
imigrantes, num ambiente colonial marcado por privilégios e exclusões. Além disso, a
proposta também perpassa por analisar as movimentações de mulheres durante o
período da guerra anticolonial, percebendo as suas frentes de atuação, bem como os
objetivos que queriam alcançar. As diferentes experiências permitem notar as dinâmicas
de memória e esquecimento. Assim, a dissertação visa a olhar pessoas às margens das
narrativas hegemônicas.
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2023-08
UNIDADE DA VIDA E DO MUNDO: UMA BIOGRAFIA HISTÓRICA DE VERA SÍLVIA MAGALHÃES (1948-2007)
TítuloUNIDADE DA VIDA E DO MUNDO: UMA BIOGRAFIA HISTÓRICA DE VERA SÍLVIA MAGALHÃES (1948-2007)
Autor
Higor Codarin NascimentoOrientador(a)
Daniel Aarão Reis FilhoData de Defesa
2023-08-24Nivel
DoutoradoPáginas
540Volumes
1Banca de DefesaCaroline Silveira BauerDaniel Aarão Reis FilhoDenise Rollemberg CruzMarcelo Siqueira RidentiRodrigo Patto Sá Motta
ResumoEsta tese tem por objetivo realizar uma biografia histórica de Vera Silvia Magalhães.
Militante política da Dissidência Comunista da Guanabara, posteriormente Movimento
Revolucionário 08 de Outubro (DI-GB/MR-8), fez parte da esquerda armada brasileira contra
a ditadura civil-militar. Presa e exilada em meados de 1970, realizou treinamento guerrilheiro
em Cuba e estava no Chile no momento da derrubada de Salvador Allende. Passou longo
período na Europa e retornou ao Brasil após a Lei da Anistia, em 1979. Partindo de uma
perspectiva historiográfica do gênero biográfico, procurou-se tecer as relações entre indivíduo
e sociedade, entre escolhas e determinações. Através da análise de uma "personagem limite"
da geração 1968, fundada em marcos rebeldes e revolucionários, buscou-se aprofundar as
análises a respeito da subjetividade militante, constituída e constituinte de um ethos
revolucionário. Realçou-se, por um lado, as questões de gênero relacionadas à militância em
uma organização e, sobretudo, em uma cultura política majoritariamente masculina. Por outro,
mobilizou-se questões outras, pouco tratadas pela historiografia, a respeito do engajamento e,
especialmente, desengajamento dos militantes que optaram pela luta armada como forma de
derrubar a ditadura e realizar a revolução brasileira. Como uma análise microscópica do cosmo
social, a trajetória de Vera ilumina a viagem através do tempo da geração de 1968 brasileira,
desde sua formação até o retorno ao Brasil após o exílio, momento em que a revolução havia
deixado de figurar no horizonte. Como "caso-limite", o descompasso, a desorientação e o
estranhamento de Vera no exílio e, especialmente, na volta ao Brasil, como representação, pela
margem, dos estranhamentos e desorientações de toda uma geração.
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2023-08
LUTA PELA TERRA E FORMAÇÃO DO MST NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DURANTE O PRIMEIRO GOVERNO BRIZOLA (1983-1987): MEMÓRIA E CLASSE
TítuloLUTA PELA TERRA E FORMAÇÃO DO MST NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DURANTE O PRIMEIRO GOVERNO BRIZOLA (1983-1987): MEMÓRIA E CLASSE
Autor
Raul de Almeida SantosOrientador(a)
Manoela da Silva PedrozaData de Defesa
2023-08-24Nivel
MestradoPáginas
144Volumes
1Banca de DefesaLeonilde Servolo de MedeirosManoela da Silva PedrozaMario Grynszpan
ResumoA presente dissertação tem como objetivo analisar as disputas em torno da luta pela terra no estado do Rio de Janeiro durante a década de 1980, mais detidamente no primeiro governo de Leonel Brizola (1983-1987). As relações estabelecidas entre movimentos de ocupação e o aparato estatal voltado para reforma agrária, montado pela gestão Brizola, e o processo de organização do MST-RJ suscitam debates e interpretações que apontam para uma postura assistencialista por parte do governo e cooptação de lideranças para agências do Estado e/ou para o PDT, o que teria resultado na dificuldade de organização do MST no estado. Para entender esses processos analisaremos a documentação sobre os assentamentos criados pelo primeiro governo Brizola partindo da concepção de Estado em Gramsci para pensar as relações entre lideranças inseridas na luta pela terra e agências estatais, além de investigar a construção da memória da luta pela terra no período e a formação de uma base de apoio nos assentamentos do Rio de Janeiro. Utilizamos as fontes documentais do acervo do Instituto de Terras e Geografia do Estado do Rio de Janeiro (ITERJ) entendendo que, para além de cooptação e assistencialismo, as relações entre lideranças inseridas na luta pela terra e o aparato estatal são movimentos mais complexos inseridos em uma perspectiva de disputa de projetos e que a historicização dos movimentos de ocupação de terra no estado desde a década de 1980 é um esforço necessário para compreendermos a formação do MST-RJ e a memória construída pelo Movimento.