Dissertations and Theses
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2024-08
Sobrevivendo à empresa-cristã escravista Trabalho, família e projetos de liberdade dos Escravos da Religião nas propriedades rurais da Ordem de São Bento (Rio de Janeiro, c. 1800 - c. 1860).
TítuloSobrevivendo à empresa-cristã escravista Trabalho, família e projetos de liberdade dos Escravos da Religião nas propriedades rurais da Ordem de São Bento (Rio de Janeiro, c. 1800 - c. 1860).
Autor
Vitor Hugo Monteiro FrancoOrientador(a)
Jonis FreireData de Defesa
2024-08-23Nivel
DoutoradoPáginas
433Volumes
1Banca de DefesaIamara da Silva VianaJonis FreireMariana de Aguiar Ferreira MuazeNielson Rosa BezerraRobert Wayne Andrew Slenes
ResumoEsta tese analisa como, no século XIX, os beneditinos do Mosteiro do Rio de Janeiro administraram economicamente seus maiores empreendimentos agrícolas – a saber: a Fazenda de Campos dos Goitacazes, Camorim, Vargem Pequena, Vargem Grande e Iguassú. Essa gestão estava umbilicalmente vinculada à exploração, em múltiplos níveis, de centenas de escravizados, denominados nas fontes Escravos da Religião, que viviam há quilômetros de distância da Abadia carioca. Os produtos agrícolas – açúcar, aguardente, mantimentos; pecuários – gado vacum e cavalar; e manufatureiros – telhas e tijolos, produzidos por esses cativos serviram tanto para a manutenção da comunidade monástica, quanto para a obtenção de riqueza, prestígio e poder à Ordem de São Bento. Para isso, os monges buscavam maximizar os lucros advindos do trabalho escravo. Com essa finalidade, os religiosos se organizaram economicamente de maneira empresarial:
produzindo balanços financeiros pormenorizados; investindo em logística, tecnologia e treinamento dos cativos; acessando o tráfico transatlântico, a fim de adquirir novos trabalhadores escravizados; fomentando hierarquizações no interior das senzalas, baseadas no sexo, idade, origem e ocupação; direcionando a produção para ampliação dos lucros. Ao mesmo tempo, esses empreendimentos estavam atrelados a missão apostólica da Igreja Católica, qual seja: a cristianização dos cativos. O amalgama desses propósitos, ao longo do tempo, formou o que intitulo empresa-cristã escravista, cujo ápice ocorreu no século XIX. Outra finalidade da tese é examinar como os Escravos da Religião lançaram mão de diversas estratégias para sobreviver à empresa-cristã escravista. Defendo que eles não se permitiram reduzir a mero rebanho de almas a serem
cristianizadas e nem a serem desumanizados pela exploração de seu trabalho. Embora o contexto em que vivessem fosse extremamente violento e instável, eles conseguiram construir espaços de autonomia, sociabilidade e solidariedade, entre si e com outros sujeitos, essenciais para sobreviver e para conquistar os sonhos de liberdade. Nesse sentido, focalizo minha investigação na formação de espaços como: as famílias e
comunidades negras, muitas vezes cindidas entre a escravidão e a liberdade; as irmandades, especialmente a Confraria de Nossa Senhora do Rosário; as cosmopercepções, baseadas nas (re)elaborações de saberes africanos, indígenas e diaspóricos; as estratégias traçadas para alcançar a alforria.
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2024-08
Cotidiana transgressão en este Reyno como en la otra America: Contrabando e Fronteira no Rio da Prata do século XVIII
TítuloCotidiana transgressão en este Reyno como en la otra America: Contrabando e Fronteira no Rio da Prata do século XVIII
Autor
Alana Thaís BassoOrientador(a)
Leonardo MarquesData de Defesa
2024-08-22Nivel
DoutoradoPáginas
300Volumes
1Banca de DefesaFábio KuhnFabrício Pereira PradoHevelly Ferreira AcrucheLeonardo MarquesMaximiliano Mac Menz
ResumoO contrabando era um processo dinâmico que envolvia diferentes atores com os mais variados
interesses. O objetivo desta tese é entender de que maneira o comércio ilegal impactou a
formação do Rio da Prata como região de fronteira no século XVIII e como contribuiu para sua
inserção no espaço histórico do Atlântico Sul. Destaco como essa região de fronteira foi
formada pelo comércio ilegal e como, de maneira concomitante, ele se beneficiava de um
espaço fronteiriço para garantir o sucesso das suas operações. Além disso, analiso o
funcionamento do comércio ilícito a partir das cadeias mercantis mobilizadas, das formas como
ocorriam as apreensões e os processos legais, da organização dos contrabandistas no espaço
geográfico e dos usos que os impérios europeus que colonizavam a região (ou que tinham
múltiplos interesses políticos e econômicos no local) faziam do contrabando – ora procurando
combatê-lo, ora praticando-o em benefício próprio. Pesquisar o comércio ilegal é importante
para entender a incorporação do Rio da Prata nos espaços econômicos – tanto do interior da
América do Sul quanto do Atlântico – e a construção política, cultural e social da região. O
estudo do contrabando auxilia, também, a compreender a inserção do Rio da Prata no processo
de desenvolvimento do capitalismo histórico na Idade Moderna, em que fronteira e contrabando
eram indissociáveis.
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2024-08
O Santo Ofício em Territórios de Mando: Agentes Inquisitoriais e Poder no Ceará, século XVIII
TítuloO Santo Ofício em Territórios de Mando: Agentes Inquisitoriais e Poder no Ceará, século XVIII
Autor
Adson Rodrigo Silva PinheiroOrientador(a)
Georgina Silva Dos SantosData de Defesa
2024-08-20Nivel
DoutoradoPáginas
642Volumes
1Banca de DefesaAngelo Adriano Faria de AssisDaniela Buono CalainhoGeorgina Silva Dos SantosGrayce Mayre Bonfim SouzaRonald José Raminelli
ResumoEste trabalho investiga como agentes locais e a sociedade colaboraram com o Santo Ofício, via denúncias, para identificar crimes inquisitoriais no Ceará no século XVIII. Busca-se entender o alcance do tribunal religioso em áreas periféricas, utilizando denúncias para vigiar comportamentos sociais e religiosos esperados pela Igreja Católica. A pesquisa se baseia em denúncias do século XVIII, destacando as experiências e relações dos denunciadores. Além dos processos, utiliza denúncias do caderno do promotor para entender a dinâmica sociocultural e as provisões para perfis de agentes e correspondências, revelando os fluxos de comunicação com Lisboa. No Ceará Grande, o tribunal contou com familiares, comissários, visitas pastorais e uma estrutura eclesiástica com forte presença de vigarias. Bispos eram agentes essenciais na coleta e envio de delações para Lisboa. Os bispados funcionavam como "pequenas Inquisições", controlando brevemente desvios através de "visitas pastorais ou eclesiásticas". O Santo Ofício também utilizava agentes formais e civis, incluindo familiares, espécie de milícia voluntária. Além de análise administrativa, o trabalho examina a vida cotidiana das pequenas comunidades, evidenciando a importância da cultura oral na transmissão e superação de costumes. No contexto das vilas do século XVIII, em território de economia pastoril e agricultura de subsistência, a vigilância inquisitorial questiona como os delitos chegavam aos agentes da Igreja ou Inquisição, refletindo os desejos da população local. O estudo aborda o papel dos agentes coloniais na formação de um novo espaço social e político, distinto da sociedade açucareira, em um ambiente de violência e estratégias de sobrevivência. Analisando o período do século XVIII, coincide com o crescimento econômico das vilas, que trouxe medidas administrativas para regulamentar o controle social, mas também a consolidação das redes eclesiásticas. O estudo investigou a criação de redes de vigilância pela Inquisição e o impacto delas no cotidiano dos habitantes dos sertões, revelando a complexidade das práticas culturais e lutas sociais na capitania do Ceará Grande.
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2024-08
TRABALHO E INSTRUÇÃO: A ATUAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DOS GUARDA-LIVROS (RJ) NA HIERARQUIZAÇÃO DA CLASSE CAIXEIRAL
TítuloTRABALHO E INSTRUÇÃO: A ATUAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DOS GUARDA-LIVROS (RJ) NA HIERARQUIZAÇÃO DA CLASSE CAIXEIRAL
Autor
Guilherme Gonçalves OliveiraOrientador(a)
Gladys Sabina RibeiroData de Defesa
2024-08-15Nivel
MestradoPáginas
128Volumes
1Banca de DefesaFabiane PopinigisGladys Sabina RibeiroPaulo Cruz Terra
ResumoEsta dissertação propõe investigar a classe caixeiral do Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX. Nosso principal ponto de interesse é a intensa hierarquização dessa categoria, que
gerou grupos significativamente heterogêneos e tão distantes entre si, que, por vezes, acabavam por não se identificarem como pertencentes ao mesmo ofício. Dentre esses grupos, os guarda-livros são o nosso foco, pois enxergamos eles em uma situação única. A saber, eram a o topo da hierarquia caixeiral, possuíam as melhores remunerações, maior nível de escolaridade e eram mais próximos dos patrões. Ao mesmo tempo, continuavam mais pertencentes à classe trabalhadora do que ao "mundo dos patrões". Assim, buscamos investigar como esses profissionais se organizaram em associações exclusivas, como a Associação dos Guarda-Livros (RJ), e utilizaram esses espaços como meios de conquistar aperfeiçoamento profissional e pessoal para buscarem a tão sonhada ascensão social.
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2024-07
"O SAMBA TEM QUE TER A CUMBUCA": HISTÓRIA, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO DA COMUNIDADE QUILOMBOLA SALINAS – PIAUÍ (SÉC. XIX - TEMPO PRESENTE)
Título"O SAMBA TEM QUE TER A CUMBUCA": HISTÓRIA, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO DA COMUNIDADE QUILOMBOLA SALINAS – PIAUÍ (SÉC. XIX - TEMPO PRESENTE)
Autor
Francisco Helton de Araujo Oliveira FilhoOrientador(a)
Martha Campos AbreuData de Defesa
2024-07-31Nivel
DoutoradoPáginas
275Volumes
1Banca de DefesaCarolina Christiane de Souza MartinsEurípides Antônio FunesHebe Maria da Costa Mattos Gomes de CastroLívia Nascimento MonteiroMartha Campos Abreu
ResumoO objetivo dessa tese é analisar a história, a memória e o patrimônio da comunidade quilombola Salinas, localizada município de Campinas do Piauí, a partir do samba de cumbuca, um canto, um ritmo e uma dança próprio da comunidade. A pesquisa, focada na história presente e em um passado presentificado, começa em meados do século XIX, época em que a memória dos entrevistados remonta à origem da comunidade Salinas, fundado por mulheres negras escravizadas. A partir das memórias, narrativas e registros dos moradores investiguei como o quilombo Salinas conta e ritualiza sua história, tendo o samba de cumbuca, seus cantos, ritmos e danças criados pelos antepassados. Através das memórias dos detentores e detentoras sambistas, mapeei as gerações que legaram o samba de cumbuca desde a escravidão até o presente. Nesse sentido, tentei integrar as perspectivas e histórias presentes na comunidade quilombola Salinas, reconhecendo que há uma história social do período do cativeiro e do pós-Abolição, protagonizado pelos antepassados da comunidade, que é complementada e enriquecida pela memória individual e familiar das gerações contemporâneas. O papel do museu comunitário e o reconhecimento do samba de cumbuca como patrimônio imaterial reflete o esforço da comunidade em valorizar, celebrar e perpetuar suas tradições.
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2024-07
O SISTEMA PRISIONAL COMO JANELA PARA OS ANOS FINAIS DA ESCRAVIDÃO NO IMPÉRIO E OS PRIMEIROS ANOS PÓS-ABOLIÇÃO REPUBLICANOS (SERGIPE, 1864-1926)
TítuloO SISTEMA PRISIONAL COMO JANELA PARA OS ANOS FINAIS DA ESCRAVIDÃO NO IMPÉRIO E OS PRIMEIROS ANOS PÓS-ABOLIÇÃO REPUBLICANOS (SERGIPE, 1864-1926)
Autor
Flávio Santos do NascimentoOrientador(a)
Gizlene NederData de Defesa
2024-07-31Nivel
DoutoradoPáginas
243Volumes
1Banca de DefesaAna Paula Barcelos Ribeiro da SilvaCezar Teixeira HonoratoGelsom Rozentino de AlmeidaGizlene NederLarissa Moreira Viana
ResumoEsta tese busca refletir sobre o Sistema Prisional de Sergipe entre os anos de 1864 e 1926. O recorte temporal compreende os anos de funcionamento da principal unidade prisional da época, a Casa de Prisão de Aracaju, e abarca dois dos eventos históricos definitivos da História do Brasil: a abolição da escravidão e a Proclamação da República. Através da análise de fontes como Mapas Diários de Movimento da Cadeia, Livros de Entrada e Saída de Presos, registros das Rondas Diárias, Requerimentos dos Presos, Relatórios dos Presidentes da Província e correspondências recebidas pelo Administrador da Casa de Prisão procede-se a uma descrição analítica da estrutura e do funcionamento da Casa de Prisão com Trabalho de Aracaju, bem como do seu processo de construção. Para compreender a maneira como a questão da criminalidade estava sendo concebida analisou-se os discursos das principais autoridades da governação de Sergipe sobre as causas para a criminalidade, bem como as ações derivadas desses discursos. Buscou-se também desenvolver reflexões a partir do perfil da população encarcerada na Cadeia
Pública de Aracaju. A partir das informações sobre esses homens e mulheres são desenvolvidas análises sobre aspectos sociais, políticos e econômicos da sociedade sergipana de fins do século XIX e início do século XX. Por fim, analisa-se a dinâmica do cotidiano na Casa de Prisão com Trabalho e reflete-se sobre os sentidos e significados das sociabilidades empreendidas entre a população prisional em si (presos e funcionários) e a sociedade extramuros. Distanciamentos e aproximações entre a rotina fixada nos regulamentos e a rotina vivida ganham contornos a partir da exegese das fontes utilizadas.
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2024-07
ANOS DE ÓLEO, SANGUE E CHUMBO: A PETROBRAS E A DITADURA EMPRESARIAL-MILITAR BRASILEIRA (1964-1988)
TítuloANOS DE ÓLEO, SANGUE E CHUMBO: A PETROBRAS E A DITADURA EMPRESARIAL-MILITAR BRASILEIRA (1964-1988)
Autor
Julio Cesar Pereira de CarvalhoOrientador(a)
Virginia Maria Gomes de Mattos FontesData de Defesa
2024-07-26Nivel
DoutoradoPáginas
455Volumes
2Banca de DefesaAlex de Souza IvoLucieneida Dováo PraunPedro Henrique Pedreira CamposRenato Luís do Couto Neto E LemosVirginia Maria Gomes de Mattos Fontes
ResumoO objetivo central deste estudo é analisar as relações entre a Petrobras, os militares e as classes dominantes brasileiras durante a ditadura empresarial-militar (1964-1988). O ponto de partida da pesquisa foi calcado em análise histórica das relações sociais que embasaram as políticas petrolíferas entre 1930 e 1964, exposta em capítulo específico. Constatou-se, nesta seção, que o golpe que derrubou o governo João Goulart significou a alocação da Petrobras, de forma desnuda e efetiva, no cerne da contrarrevolução preventiva que embala a estrutura de funcionamento das classes dominantes brasileiras. Tendo isso em vista, a hipótese que regeu o "núcleo duro" desta pesquisa foi fortemente influenciada pela pesquisa de René Dreifuss, mais especialmente o seu livro "1964: a conquista do Estado. Ação política, poder e golpe de classe". O cientista político demonstrou que o golpe de 1964 e a ditadura então instituída foram construídos, elementarmente, por segmentos militares e empresariais. Por conseguinte, a hipótese da tese partiu da presunção de que com a Petrobras não foi diferente, sendo seus quadros constituídos, ao longo do regime, por componentes das burguesias e por membros das Forças Armadas. Com o uso do aparato teórico-metodológico marxista gramsciano foram analisadas as trajetórias coletivas de todos os componentes do alto escalão da Petrobras entre 1964 e 1988, de modo a qualificar o perfil dos militares ali inseridos e perceber a existência de intelectuais orgânicos empresariais naquelas funções. Além disso, foram averiguadas mobilizações de aparatos privados de hegemonia em relação às diretrizes petrolíferas do Estado. Como conclusão, verificou-se que a estrutura administrativa do sistema Petrobras foi predominantemente integrada, por um lado, por agentes vinculados ao empresariado brasileiro, o que contraria a tese de autores que afirmam que a estatal, na ditadura, passou a ser gerida por "tecnocratas" alheios às relações/interesses políticos. Por outro lado, o primeiro escalão da Petrobras também foi composto por componentes das Forças Armadas atrelados à Escola Superior de Guerra. Em decorrência desse cenário, a estatal do petróleo se configurou tanto como um importante pivô da Doutrina de Segurança Nacional de combate aos "inimigos internos" quanto como uma viabilizadora da concentração e centralização de capitais privados específicos, sobretudo aqueles atuantes no ramo petroquímico. Junto a isso, a Petrobras seguiu sendo um vetor da contrarrevolução preventiva brasileira mesmo no processo de abertura para a democracia, em um cenário no qual trabalhadores da categoria puderam atuar politicamente de forma mais enfática e que as burguesias passaram a pleitear a privatização do sistema Petrobras.
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2024-07
SOBRE AS ORIGENS DA TEORIA MARXISTA DA DEPENDÊNCIA: as contribuições da POLOP e a produção teórico-política de Theotônio dos Santos e Ruy Mauro Marini
TítuloSOBRE AS ORIGENS DA TEORIA MARXISTA DA DEPENDÊNCIA: as contribuições da POLOP e a produção teórico-política de Theotônio dos Santos e Ruy Mauro Marini
Autor
Rafael Collares PereiraOrientador(a)
Luiz Fernando SaraivaData de Defesa
2024-07-23Nivel
MestradoPáginas
252Volumes
1Banca de DefesaLuiz Fernando SaraivaMarcelo Dias CarcanholoRaphael Lana Seabra
ResumoEsta dissertação tem o objetivo de estudar as origens da teoria marxista da dependência (teoria marxista da dependência) a partir do "eixo brasileiro" de sua experiência político-teórica. Para tal, investigamos as proposições programáticas da esquerda brasileira na década de 1960 e o papel da POLOP naquele contexto. Também analisamos, sumariamente, os "encontros" que ocorreram na UnB entre Ruy Mauro Marini, Theotônio dos Santos e Vânia Bambirra com André Gunder Frank, o que acabou por influenciar as obras desses autores. Por fim, fizemos análise da produção
teórico-política de Theotônio dos Santos e Ruy Mauro Marini para averiguar a construção da agenda de pesquisa, das problemáticas, argumentos, conceitos e categorias da teoria marxista da dependência.
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2024-07
Memórias, disputas e o passado sensível: o Destacamento de Operações de Informações e o Centro de Informações de Defesa Interna do Rio de Janeiro DOI-CODI/RJ
TítuloMemórias, disputas e o passado sensível: o Destacamento de Operações de Informações e o Centro de Informações de Defesa Interna do Rio de Janeiro DOI-CODI/RJ
Autor
Mírian Kelly Fontineles do NascimentoOrientador(a)
Samantha Viz QuadratData de Defesa
2024-07-22Nivel
MestradoPáginas
139Volumes
1Banca de DefesaDeborah Regina Leal NevesRafaella Lúcia de Azvedo Ferreira BettamioSamantha Viz Quadrat
ResumoO objetivo dessa dissertação é analisar os processos de tombamento do Destacamento de Operações de Informações-Centro de Operações de Defesa Interna do Rio de Janeiro DOI-CODI-RJ, do ano de 1993 de outros três pedidos na década de 2010. Os DOI-CODI foram criados e instalados por todas as Regiões Militares do Brasil, se tornando a mais importante instituição de repressão aos opositores políticos da ditadura civil-militar. Com esse objetivo, analisam-se as estruturas políticas que levaram a criação de um centro de repressão e tortura e a sua trajetória. Busca-se inserir o debate de lugares e memória considerando que o DOI-CODI RJ representa um espaço físico traumático portador de valores simbólicos que permeiam a sociedade e, objeto de disputas. Dessa forma, deve ser tombado e realizada todas as políticas de preservação de memórias difíceis, estimulando reflexões sobre o passado através do patrimônio cultural. Por fim, será
exposto um longo percurso de promoção de políticas públicas de memória, verdade e justiça no Brasil e todos os desafios que os processos de tombamentos vêm sofrendo ao longo da década de 2010.
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2024-07
AS MULHERES NÃO SÃO MAIS AQUELAS: Representações de gênero nas revistas O Cruzeiro e Manchete (1964-1985)
TítuloAS MULHERES NÃO SÃO MAIS AQUELAS: Representações de gênero nas revistas O Cruzeiro e Manchete (1964-1985)
Autor
Bruna Batista FerreiraOrientador(a)
Janaína Martins CordeiroData de Defesa
2024-07-19Nivel
DoutoradoPáginas
203Volumes
1Banca de DefesaÉrika Oliveira Amorim Tannus CheimGiselle Martins VenancioJanaína Martins CordeiroKarla Guilherme CarloniVinicius Aurélio Liebel
ResumoO objetivo da tese é analisar as formas a partir das quais as mulheres e a militância feminista
estavam representadas em duas importantes revistas brasileiras da segunda metade do século
XX: O Cruzeiro e Manchete. O período estudado vai de 1964 a 1985, ou seja, abarca a época
da ditadura e, ao mesmo tempo, da expansão do feminismo no Brasil. O recorte condiz com
uma relevante fase da história do país, na qual conservadorismo e modernidade, autoritarismo
e lutas por liberdade coexistiram. Lembrando que, em 1964 ocorre o golpe civil-militar, 1968
simboliza a revolução comportamental, 1975 é o ano da mulher e, de 1976 a 1985, a década
da mulher. Fatos extremamente relevantes para as discussões sociais e de gênero na história
nacional e internacional. Em um cenário de práticas e representações, as mulheres do período
da redemocratização já não eram "mais aquelas" dos primeiros anos ditatoriais. A agenda da
Organização das Nações Unidas (ONU) teve importância fundamental para os avanços do
feminismo brasileiro. Além disso, as maneiras com as quais os periódicos pesquisados
abordavam a temática feminista contribuíram para a formação do imaginário social sobre
feminilidade, masculinidade e militância. As consultas nos acervos dos periódicos foram
realizadas na Hemeroteca da Biblioteca Nacional, a BNDigital. O levantamento do material
ocorreu por meio da busca de termos-chave, como: feminismo e feminista(s); mas também
detendo-se às capas, matérias e colunas produzidas por mulheres e/ou dedicadas às mulheres.
Ademais, recorreu-se às fontes auxiliares, como as pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro
de Opinião Pública e Estatística (IBOPE), disponíveis, on-line, no Arquivo Edgard Leuenroth
(AEL), da UNICAMP. Referente ao aparato teórico-metodológico, a tese abarcou os estudosde gênero, de história das mulheres, dialogando com a história da imprensa e da ditadura civil-
militar no Brasil. As formulações provenientes da História Social e da História Cultural,formaram as bases historiográficas do trabalho.
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2024-07
Transferir, transformar e desativar: neoliberalismo e desestatizações na transição da ditadura à democracia no Brasil (1974-1985)
TítuloTransferir, transformar e desativar: neoliberalismo e desestatizações na transição da ditadura à democracia no Brasil (1974-1985)
Autor
Valesca de Souza AlmeidaOrientador(a)
Samantha Viz QuadratData de Defesa
2024-07-19Nivel
DoutoradoPáginas
294Volumes
1Banca de DefesaAngela Moreira Domingues da SilvaCarlos Fico da Silva JúniorLucia GrinbergPedro Henrique Pedreira CamposSamantha Viz Quadrat
ResumoALMEIDA, Valesca de Souza. Transferir, transformar e desativar: neoliberalismo e
desestatizações na transição da ditadura à democracia no Brasil (1974-1985). Orientadora:
Samantha Viz Quadrat: UFF/ICHF/PPGH, 2024. Tese (Doutorado em História).A tese discute o neoliberalismo durante os últimos anos da ditadura militar brasileira (1974-
1985). Com este objetivo, são analisadas as ideias classificadas como neoliberais e as práticas
concretas influenciadas por elas. Ao longo dos governos Geisel e Figueiredo, empresários e
intelectuais passaram a defendê-las e conquistaram transformações no Estado brasileiro que o
prepararam para o que viria a seguir, como são exemplos as desestatizações do início da década
de 1980. A grande imprensa também atuou como um agente da propaganda privatista. Em anos
de transição política e crise financeira, havia uma intenção de fazer as pessoas acreditarem que
a verdadeira democracia era a liberdade econômica. O processo não ocorreu, contudo, sem que
houvesse resistências.
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2024-07
A AMAZÔNIA E A GUERRA DO PARAGUAI: RECRUTAMENTO E PREPARAÇÃO DE TROPAS 1865-1870
TítuloA AMAZÔNIA E A GUERRA DO PARAGUAI: RECRUTAMENTO E PREPARAÇÃO DE TROPAS 1865-1870
Autor
Jonas de Luca Trindade da SilvaOrientador(a)
Gladys Sabina RibeiroData de Defesa
2024-07-19Nivel
MestradoPáginas
231Volumes
1Banca de DefesaAdriana Barreto de SouzaCarlos Augusto de Castro BastosGladys Sabina Ribeiro
ResumoA presente dissertação tem como objetivo analisar os efeitos da Guerra do Paraguai na região da Amazônia a partir da investigação do problema do recrutamento militar e a preparação de tropas. O conflito Platino teve seu início através de uma série de instabilidades e rusgas políticas na área de fronteira da bacia do Rio da Prata, onde o Brasil possuía uma situação de tensão delicada com outros Estados daquela região cujas demandas e disputas pelo controle da navegação do estuário platino, um problema da política internacional desde o período da colônia, em 1864 se chocaram com problemas da política interna brasileira. O imbróglio resultante deste cenário resultou em guerra e demandou uma ampla mobilização militar no Brasil. A região da Amazônia, apesar de se encontrar em um outro extremo do Império, esteve intimamente ligada ao conflito e teve participação ativa na guerra ao formar e preparar tropas para atuar nos campos de batalha. Estas e outras conclusões foram possíveis de serem logradas a partir da instrumentalização e análise de um corpo documental diverso formado por jornais, ofícios de autoridades de governo, relatórios de presidente de província etc., depositados em arquivos como o Arquivo Público do Pará, Biblioteca Nacional, Arquivo Histórico do Exército e Arquivo Histórico do Itamaraty.
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2024-07
A REVOLUÇÃO E O NEGRO NO BRASIL: IDENTIDADE NEGRA, BAILES BLACK E ASCENSO OPERÁRIO DURANTE O REGIME MILITAR (1964-1988)
TítuloA REVOLUÇÃO E O NEGRO NO BRASIL: IDENTIDADE NEGRA, BAILES BLACK E ASCENSO OPERÁRIO DURANTE O REGIME MILITAR (1964-1988)
Autor
Renato de Oliveira FerrazOrientador(a)
Marcelo Badaró MattosData de Defesa
2024-07-18Nivel
DoutoradoPáginas
267Volumes
1Banca de DefesaFlavia Mateus RiosFlávio Dos Santos GomesIuri ToneloLucas Pedretti LimaMarcelo Badaró MattosRômulo Costa Mattos
ResumoA seguinte tese possui como objeto a análise da relação entre identidade negra e luta de classes analisada à luz do ascenso operário durante o regime militar brasileiro (1978-1980), a fim de apontar a relação entre os processos de luta da classe trabalhadora em curso naquele período e o surgimento dos bailes black no Brasil. Nossa investigação nos levou a compreender a influência do cenário internacional de luta de classes e crise
econômica em meados dos ano 1970 na reorganização das oposições sindicais e das comissões de fábrica, concomitante a uma profunda mudança subjetiva de massas que se expressava na mudança da reivindicação da identidade negra pelos trabalhadores e trabalhadoras. Nesse sentido, percebemos que os trabalhadores ao avançarem em sua consciência questionamento um dos pilares fundamentais do regime militar que foi o
arrocho salarial, também questionou outro pilar fundamental de sua hegemonia que era a democracia racial. Pela primeira vez na história do Brasil houve um questionamento de massas, nacional e com centralidade operária ao mito da democracia racial que se consumava no surgimento dos bailes soul, pois através da cultura negra os trabalhadores puderam se irmanar com o movimento black power estadunidense ao mesmo tempo em que reivindicava através da estética e cultura o orgulho de ser negro no Brasil.
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2024-07
As mortes de um rei: os funerais de Pedro II de Portugal
TítuloAs mortes de um rei: os funerais de Pedro II de Portugal
Autor
Murilo Calmon da CruzOrientador(a)
Rodrigo Nunes Bentes MonteiroData de Defesa
2024-07-17Nivel
MestradoPáginas
166Volumes
1Banca de DefesaDavid Martín MarcosMarcello José Gomes LoureiroRodrigo Nunes Bentes Monteiro
ResumoEsta dissertação investiga a dinâmica de representação do império português na época moderna, analisando os relatos impressos das exéquias de Pedro II de Portugal (1683- 1706). O objetivo é compreender como as três formas de comunicação da época – escrita, icônico-visual e oral – foram utilizadas para divulgar os rituais fúnebres e atender aos interesses de diferentes agentes. A pesquisa explora como a memória do rei funcionou como uma oportunidade para a monarquia portuguesa se fazer representar a seus vassalos e pares estrangeiros, ao mesmo tempo em que permitia aos vassalos se apresentarem ao novo monarca, revelando as complexas interações entre comunicação e representação na manutenção da coesão imperial.
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2024-07
Os dois gumes da faca: biopolítica e racismo de Estado na Era Vargas (1930-1945)
TítuloOs dois gumes da faca: biopolítica e racismo de Estado na Era Vargas (1930-1945)
Autor
Patrick Coutinho da SilvaOrientador(a)
Carlos Augusto AddorData de Defesa
2024-07-16Nivel
DoutoradoPáginas
248Volumes
1Banca de DefesaAlexandre Ribeiro SamisCarlos Augusto AddorÉrica Sarmiento da SilvaJuniele Rabêlo de AlmeidaRenata Torres Schittino
ResumoNeste trabalho, pretendemos explorar, através das noções de Biopolítica e racismo de Estado presentes na analítica do filósofo francês Michel Foucault, uma das contradições centrais do Estado autoritário que se estabeleceu no Brasil durante 1930 a 1945, liderado pelo presidente trabalhista Getúlio Vargas. Identificamos na legislação do regime, práticas de controle e otimização da vida, que podem ser interpretadas como um amadurecimento do biopoder proporcionado por aquela conjuntura histórica. Também foi possível encontrar em algumas políticas públicas daquele governo sobre imigração e segurança, de inspiração declaradamente eugenista, práticas racistas por parte do Estado varguista que, não só aprofundavam as desigualdades sociais vividas por homens e
mulheres negros, mas também as mascaravam, dando ênfase ao mito da democracia racial. Posto que, a biopolítica é uma tecnologia que pretende positivar a vida humana e o racismo a trata pela negativação, reside aí a dinâmica que pretendemos estudar. Objetivamos fazer isso com o auxílio de fontes históricas diversas que nos concedem informações sobre a otimização dos corpos que se operou pelo trabalho, e sobre a institucionalização "fazer morrer" que o florescimento do eugenismo proporcionou. Foram analisados periódicos produzidos durante o período, os anais da constituinte de 1934 e o texto final daquela constituição. Embasados nestas fontes, proporemos um breve estudo sobre a relação entre biopolítica e racismo de Estado e, ao final do trabalho, pretendemos sugerir novas abordagens para interpretar esse período já tão estudado da história do Brasil.
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2024-07
"MULATAS DE OUTRO MUNDO": A HISTÓRIA DA COMPANHIA MULATA BRASILEIRA (1930-1932 - SÃO PAULO)
Título"MULATAS DE OUTRO MUNDO": A HISTÓRIA DA COMPANHIA MULATA BRASILEIRA (1930-1932 - SÃO PAULO)
Autor
Gabriel Fernandes BenditoOrientador(a)
Karla Guilherme CarloniData de Defesa
2024-07-01Nivel
MestradoPáginas
114Volumes
1Banca de DefesaKarla Guilherme CarloniLuciana Pessanha FagundesOrlando de Barros
ResumoA trajetória da Companhia Mulata Brasileira, no início da década de 1930 até o encerramento de suas atividades em 1932, é o objetivo central desta dissertação. Buscamos, deste modo, através de uma análise de distintos periódicos e discussões travadas na imprensa, compreender os atores e atrizes pertencentes a trupe deste conjunto artístico como homens e mulheres negros marcados pela herança da escravidão moderna e de seu legado espalhado por toda América. De modo que, através de formas geopolíticas e geoculturais de vida esses indivíduos expressavam distintas identidades afro-diaspóricas. Considerando o tipo mestiço, uma das identidades apropriadas por estes sujeitos na busca por negociar sua inserção no ambiente teatral brasileiro e
consequentemente produzir novas experiências de liberdade e cidadania no contexto do pós-abolição. A Companhia Mulata Brasileira configura-se como um importante elemento do teatro negro, que ao se conectar diretamente com os interesses de intelectuais diversos em suas buscas pela formulação da identidade nacional brasileira, produziu um importante panorama sobre a relação do negro com alguns dos projetos de modernidade que se desenrolavam no início do século XX. Por fim, essa pesquisa também parte de uma perspectiva interseccional para analisar a produção e consolidação do termo mulata no interior do teatro ligeiro carioca, que aqui entendemos como parte de construção de um estereótipo delimitado por distintos marcadores sociais, como por exemplo: raça e gênero.
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2024-07
O ANTIGO FRENTE AO NOVO: A CONTINUIDADE DA PECUÁRIA APÓS A ALTA DO AÇÚCAR EM CAMPOS DOS GOYTACAZES (1700-1800)
TítuloO ANTIGO FRENTE AO NOVO: A CONTINUIDADE DA PECUÁRIA APÓS A ALTA DO AÇÚCAR EM CAMPOS DOS GOYTACAZES (1700-1800)
Autor
Rayane Cinelli Dos SantosOrientador(a)
Carlos Gabriel GuimarãesData de Defesa
2024-07-01Nivel
MestradoPáginas
151Volumes
1Banca de DefesaAntônio Carlos Jucá de SampaioCarlos Gabriel GuimarãesMárcio de Sousa Soares
ResumoA presente dissertação tem como objetivo analisar os fatores que propiciaram a continuidade da atividade criatória no distrito de Campos dos Goytacazes, localizada no Norte Fluminense, após a expansão do cultivo açucareiro durante o século XVIII. Além disso, a dissertação também tem por objetivo analisar e expor as condições ecológicas do distrito e seus impactos nas atividades econômicas da região. A partir de informações contidas na obra de 1785 de Manoel Martins do Couto Reis, foi possível compreender os aspectos naturais que compõem a região e as possibilidades que eles trazem para o aumento da produção agrícola e pecuarista local. Além das informações organizadas por Couto Reis, também foi utilizado o relatório escrito por D. António de Almeida Soares Portugal, 2o Marquês do Lavradio, 11o vice-rei do Estado do Brasil, em 1779, e que foi sucedido no posto por D Luiz de Vasconcelos e Sousa. E por fim, também foi analisado o conjunto de mais de 280 inventários post-mortem de proprietários goitacás, com a finalidade de analisar as riquezas locais e o quantitativo de plantações agrícolas e gado no distrito. Utilizando as três fontes mencionadas, realizamos um cruzamento de dados, com o objetivo de mostrar como a atividade pecuarista se comportou após a expansão canavieira durante o século XVIII, bem como ecologia interferiu na economia de Campos dos Goytacazes.
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2024-06
IMAGENS NO TRÂNSITO DA HISTÓRIA: COLONIALISMO PORTUGUÊS E OS CIRCUITOS SOCIAIS DA FOTOGRAFIA SOBRE AS ÁFRICAS NO SÉCULO XX
TítuloIMAGENS NO TRÂNSITO DA HISTÓRIA: COLONIALISMO PORTUGUÊS E OS CIRCUITOS SOCIAIS DA FOTOGRAFIA SOBRE AS ÁFRICAS NO SÉCULO XX
Autor
Marcus Vinicius de Oliveira da SilvaOrientador(a)
Ana Maria Mauad de Sousa Andrade EssusData de Defesa
2024-06-27Nivel
DoutoradoPáginas
460Volumes
1Banca de DefesaAna Maria Mauad de Sousa Andrade EssusFilipa Lowndes VicenteMarcos Felipe de Brum LopesMonica Lima E SouzaPaulo Knauss de Mendonça
ResumoA tese está estruturada em torno de um objetivo central, que busca reconstituir os circuitos sociais da fotografia relacionados a diferentes contextos africanos, produzidos ou preservados pelo regime colonial português. Nesse processo, pretende-se identificar os seus usos, funções, destinações e agências. O trabalho está dividido em três partes, com o intuito de acompanhar a construção histórica dos contextos para a produção e visualização das fotografias durante e após o período colonial. A primeira parte centrou-se em um percurso bibliográfico e arquivístico, com o foco em identificar o processo de introdução da fotografia no continente africano, bem como o desenvolvimento de suas práticas e experiências em diferentes regiões. A diversidade de nomes e localidades revela tendências e levanta problemáticas relacionadas ao enquadramento dessas fotografias em arquivos fora da África. Na segunda parte, a análise debruçou-se sobre os arquivos fotográficos do Arquivo Histórico Ultramarino e da Agência Geral do Ultramar. Esses dois conjuntos fotográficos permitem identificar os processos de recolha, organização e catalogação de fotografias conduzidos por órgãos subordinados ao Ministério do Ultramar. Esse esforço de análise visa interpretar esses processos em conjunto com os projetos institucionais e governamentais que, em certa medida, estavam alinhados às práticas coloniais e seus contextos. O foco nesses organismos é fundamental para rastrear as mudanças, ajustes e elaboração de protocolos que
gradualmente moldaram os vestígios fotográficos armazenados na metrópole, alienando-os de seus contextos de produção e, consequentemente, reposicionando-os em diferentes cenários discursivos. Por fim, a terceira parte direciona sua investigação para duas coleções fotográficas específicas: a coleção privada pertencente à historiadora Filipa Lowndes Vicente e a coleção fotográfica produzida no contexto das missões científicas. Ambas contribuíram significativamente para o avanço de pesquisas relacionadas à fotografia no âmbito do colonialismo português, ao mesmo tempo em que suscitaram problemáticas essenciais para o campo dos estudos acadêmicos. Ademais, essas coleções evidenciam como, na contemporaneidade, tais objetos visuais
continuam a circular entre o domínio público dos arquivos coloniais e as feiras de alfarrabistas; o espaço privado dos colecionadores e os álbuns de acesso restrito; bem como as exposições no campo das artes e as intervenções na iconosfera digital, delineando novas estratégias de apropriação e concepção desses materiais visuais.
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2024-06
Histórias de vida de prostitutas veteranas: memórias de trabalho e ativismo no Brasil contemporâneo
TítuloHistórias de vida de prostitutas veteranas: memórias de trabalho e ativismo no Brasil contemporâneo
Autor
Amanda de Mello CalabriaOrientador(a)
Juniele Rabêlo de AlmeidaData de Defesa
2024-06-20Nivel
DoutoradoPáginas
304Volumes
1Banca de DefesaAna Paula da SilvaBenito Bisso SchmidtJuniele Rabêlo de AlmeidaLaura Rebecca MurrayMarta Gouveia de Oliveira RovaiSamantha Viz Quadrat
ResumoAs prostitutas veteranas vêm há décadas cumprindo um importante papel de defesa dos direitos de sua categoria. Mobilizam memórias, experiências e saberes para enfrentar os desafios do presente. A tese problematiza, a partir das noções de trabalho, ativismo e geração, as histórias de vida de seis veteranas do Norte e Nordeste brasileiro consideradas referências no movimento de prostitutas: Lourdes Barreto, Vânia Rezende, Fátima Medeiros, Diana Soares, Célia Gomes e Luza Maria. A pesquisa tem por objetivo discutir suas trajetórias de trabalho e ativismo na prostituição por meio dos princípios metodológicos da história oral. As
memórias perpassam as experiências na profissão, o ingresso na luta política, as alianças estratégicas, o histórico de atuação nas associações que lideram e suas incidências no movimento nacional. Contextualizo as histórias narradas com os cenários locais e as expectativas sociais, raciais e generificadas, aos quais as veteranas respondem em singulares percursos e reinvenções de si. Busco também refletir as formas pelas quais as veteranas ressignificam suas experiências ativistas e seus enlaces com a memória coletiva do
movimento brasileiro de prostitutas, em uma discussão entre memória individual e memória coletiva que envolve plurivocalidades e pertencimentos. Nesse sentido, analiso como elas se reportam às experiências ativistas do passado e compartilham práticas e estratégias de luta, o que tem se constituído como um legado geracional. A história pública, enquanto uma plataforma de ação e reflexão, orienta o trabalho com as memórias e oralidades em um compromisso com as diferentes autoridades envolvidas e com os debates públicos do movimento brasileiro de prostitutas.
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2024-06
Viver é lutar: a trajetória política de Estrella Bohadana (1964-1970)
TítuloViver é lutar: a trajetória política de Estrella Bohadana (1964-1970)
Autor
Maria Clara Bandeira Ortiz de CarvalhoOrientador(a)
Karla Guilherme CarloniData de Defesa
2024-06-19Nivel
MestradoPáginas
160Volumes
1Banca de DefesaJanaína Martins CordeiroKarla Guilherme CarloniMaria Paula Nascimento Araújo
ResumoEsta pesquisa tem por objetivo analisar a trajetória política da militante Estrella D'alva Benaion Bohadana entre 1964 e 1971. Estudante de arquitetura, judia e moradora da Guanabara, nos anos 1970, militou na organização clandestina de esquerda Política Operária (POLOP) e posteriormente, no Partido Operário Comunista (POC). Sua atuação política a levou a ser detida e barbaramente torturada nos órgãos de repressão da ditadura. Estrella ficou presa durante oito meses no Instituto Penal Talavera Bruce, localizado em Bangu. A reflexão foi desenvolvida a partir da interseção entre os campos da História Política, História das Mulheres e Estudos de Gênero. Para tal, foram utilizadas documentações oficiais, depoimentos orais e literatura especializada.
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2024-05
À MEIA-NOITE VINGAREI-ME: OPRESSÃO DE GÊNERO E O CINEMA DE HORROR BRASILEIRO
TítuloÀ MEIA-NOITE VINGAREI-ME: OPRESSÃO DE GÊNERO E O CINEMA DE HORROR BRASILEIRO
Autor
Débora Kaizer FelicíssimoOrientador(a)
Ana Maria Mauad de Sousa Andrade EssusData de Defesa
2024-05-06Nivel
MestradoPáginas
318Volumes
1Banca de DefesaAna Maria Mauad de Sousa Andrade EssusCarlos Eduardo Pinto de PintoSamantha Viz Quadrat
ResumoEsta dissertação procura analisar o cinema de horror no Brasil nos anos 1960 a partir dos filmes À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1964) e Esta Noite Encarnarei no teu Cadáver (1967), ambos dirigidos pelo cineasta paulistano José Mojica Marins. A partir destas produções, investiga-se como a construção do horror e do medo relaciona-se a características culturais brasileiras, pensando sobre as sensibilidades necessárias para realizar filmes de horror, que têm como objetivo assustar uma audiência brasileira. Em meio a isso, é situado o contexto histórico da época, sendo exploradas as condições do cinema nacional, de produção e da crítica. Além disso, também é analisado o impacto da ditadura militar, principalmente no que tange à censura ao cinema e como ela afetou os filmes supracitados.
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2024-05
A ASSISTÊNCIA À INFÂNCIA NO RIO DE JANEIRO NA PRIMEIRA REPÚBLICA: HIGIENISMO, EDUCAÇÃO E FILANTROPIA CIENTÍFICA
TítuloA ASSISTÊNCIA À INFÂNCIA NO RIO DE JANEIRO NA PRIMEIRA REPÚBLICA: HIGIENISMO, EDUCAÇÃO E FILANTROPIA CIENTÍFICA
Autor
Adriano Rosa da SilvaOrientador(a)
Norberto Osvaldo FerrerasData de Defesa
2024-05-06Nivel
MestradoPáginas
176Volumes
1Banca de DefesaMarcelo Mac CordNorberto Osvaldo FerrerasVanderlei Vazelesk Ribeiro
ResumoO presente trabalho busca compreender a relação entre higienismo infantil, puericultura e educação civilizatória, no Rio de Janeiro na Primeira República, a partir da perspectiva da caridade científica e seus rebatimentos na exequibilidade da assistência à infância pobre, tendo em vista que as discussões a respeito da infância ganham crescente importância na agenda política e científica no início do século XX. A pesquisa se apoiou em dados quantitativos e qualitativos acerca do objeto analisado, tendo por objetivo suscitar debates e interpretações. Assim, tenciona-se investigar, nesse estudo, como o Instituto de Proteção e Assistência à Infância no Rio de Janeiro (IPAI-RJ) se traduziu nas páginas dos jornais do então Distrito Federal em um importante espaço na rede de proteção e assistência filantrópica, considerando também a trajetória de seu fundador, o médico higienista Arthur Moncorvo Filho. Procura-se ainda examinar como as ações desse instituto dialogam com as questões debatidas nos Congressos Pan-Americanos da Criança naquele contexto. Para elucidar essas questões, buscou-se referencial teórico mediante material bibliográfico atinente a essa temática.
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2024-04
VIRILE CUORE E PIACERE FEMINILE: FEMINILIDADE E MASCULINIDADE NOS ESCRITOS DE CATARINA DE SIENA (1347-1380)
TítuloVIRILE CUORE E PIACERE FEMINILE: FEMINILIDADE E MASCULINIDADE NOS ESCRITOS DE CATARINA DE SIENA (1347-1380)
Autor
Caio César RodriguesOrientador(a)
Carolina Coelho FortesData de Defesa
2024-04-29Nivel
DoutoradoPáginas
379Volumes
1Banca de DefesaAndre Luis Pereira MiatelloAndréia Cristina Lopes Frazão da SilvaCarolina Coelho FortesCarolina Gual da SilvaWendell Dos Reis Veloso
ResumoNa visão de Catarina Benincasa, o conceito de virilidade transcende atributos como coragem ou força física, caracterizando-se como uma transformação moral e espiritual que convida tanto homens quanto mulheres a uma ação virtuosa e ao compromisso com uma evangelização ativa. Catarina orienta seus seguidores à integração plena nas esferas religiosa e social, promovendo uma espiritualidade engajada. Na tese em análise, a virilidade é interpretada como um instrumento de poder sociopolítico que catalisa reformas internas e externas nos seguidores de Catarina. Em suas cartas, ela utiliza o termo "virilidade" para inspirar a superação de tentações e uma vida pautada pela integridade, dissociando-o de seu sentido masculino convencional. Essa
perspectiva redefine a virilidade como uma qualidade universal desejável para aqueles comprometidos com os preceitos cristãos. Além disso, Catarina considera a virilidade uma técnica de autogoverno e autoconhecimento essencial para a disciplina e purificação espiritual. O processo de autoconhecimento promove uma introspecção que orienta os indivíduos a examinarem
seus pensamentos e emoções, intensificando sua conexão com o divino e facilitando uma transformação interior. A vida de Catarina, marcada por seu engajamento e sacrifício, ilustra essa virilidade espiritual, onde a verdadeira força se encontra na determinação de viver conforme os ensinamentos de Cristo, advogando por uma fé autêntica e sustentada por integridade e coragem moral.
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2024-04
A QUESTÃO DA ALIMENTAÇÃO INFANTIL NA IMPRENSA E NAS TESES MÉDICAS: DA AMA DE LEITE Á FARINHA LÁCTEA (1870-1920)
TítuloA QUESTÃO DA ALIMENTAÇÃO INFANTIL NA IMPRENSA E NAS TESES MÉDICAS: DA AMA DE LEITE Á FARINHA LÁCTEA (1870-1920)
Autor
Isabelli Meirelles Zacaron GrossiOrientador(a)
Karoline CarulaData de Defesa
2024-04-25Nivel
MestradoPáginas
168Volumes
1Banca de DefesaGisele Porto SanglardJonis FreireKaroline Carula
ResumoO objetivo da dissertação é o estudo sobre a alimentação infantil, buscando, especificamente, compreender o costume enraizado das amas de leite e como se deu a inserção dos alimentos industrializados. Amas estas que abarcavam de escravizadas, livres a libertas. No contexto do pós-abolição em especial, ganha destaque a participação de portuguesas, sendo comum verificar anúncios nesse sentido até 1930. Para tal, utilizaremos como fonte as teses médicas e os jornais do período entre 1870 e 1920 para investigar as perspectivas médicas sobre alimentos artificiais. Além disso, analisamos o conteúdo das propagandas e se estava em diálogo com os discursos médicos. A partir dessa comparação, iremos averiguar se os anúncios estavam em sintonia com os ideais defendidos pelos médicos. Dentre os periódicos escolhidos para este estudo estão: o Diário do Rio de Janeiro (1870-1879), a Gazeta de Notícias (1875- 1919), Jornal do Brasil (1890- 1920), A Notícia (1894-1916) e a revista Fon Fon (1907- 1919). Com base nesses objetivos específicos, analisaremos como e se a inserção de alimentos artificiais alterou esse quadro.
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2024-04
Terra e Trabalho na "crise" do Corredor Cafeeiro: projetos senhoriais, crimes cotidianos e contratos de trabalho entre o final da escravidão e o pós-abolição (Vale do Paraíba Fluminense, 1878-1916)
TítuloTerra e Trabalho na "crise" do Corredor Cafeeiro: projetos senhoriais, crimes cotidianos e contratos de trabalho entre o final da escravidão e o pós-abolição (Vale do Paraíba Fluminense, 1878-1916)
Autor
Felipe de Melo AlvarengaOrientador(a)
Jonis FreireData de Defesa
2024-04-11Nivel
DoutoradoPáginas
400Volumes
1Banca de DefesaHebe Maria da Costa Mattos Gomes de CastroJonis FreireMaria Helena Pereira Toledo MachadoMaria Verónica Secreto FerrerasMariana de Aguiar Ferreira Muaze
ResumoEsta tese procura revisitar a "crise" do Vale do Café e a "transição do trabalho escravo para o
livre" a partir de dois fatores materiais cruciais no processo de reprodução das propriedades
rurais: terra e trabalho. Tomando como área-objeto o Corredor Cafeeiro, região que
compreendia os municípios de Barra do Piraí, Piraí, Valença e Vassouras, localizados na parte
ocidental do Vale do Paraíba Fluminense, analisaremos os principais conflitos em torno das
experiências de trabalho e dos direitos de propriedade exercidos nas fazendas entre os anos de
1878 e 1916. O Congresso Agrícola do Rio de Janeiro de 1878 foi o evento inicial de nosso
recorte temporal, ocasião na qual ocorreu uma "reunião senhorial" responsável pela criação da
ideia de "crise da lavoura nacional" debatida entre os congressistas da época. Entre 1878 e
1888, identificaremos os principais projetos senhoriais para contornar esta "crise" a partir das
últimas vontades testamentárias, na tentativa de entender como a classe proprietária rural
buscava controlar o processo de "transição" da mão de obra escrava para a livre. A seguir,
confrontaremos esta idealização de um mercado de trabalho perfeito, projetado nos testamentos
dos senhores escravistas, com a análise dos crimes que aconteceram nas fazendas de café nesta
última década da escravidão. Entre o projeto senhorial e a realidade criminal, diversos conflitos
nas relações sociais de trabalho e de propriedade implodiram as intenções e expectativas dos
fazendeiros de café. Quando veio a abolição em maio de 1888, um laboratório de experiências
contratuais foi gestado na tentativa de normalizar a produção agrícola e a exploração do
trabalho. Entre 1888 e 1916 – quando foi aprovado o primeiro Código Civil do Brasil que
regulamentaria a propriedade da terra e os contratos de trabalho efetivados –, analisaremos a
natureza destes acordos e arranjos laborais, suas cláusulas e formatos, e os conflitos que
ocorreram entre os contratantes e os contratados. Meeiros, parceiros, arrendatários,
empreiteiros, colonos, dentre outras categorias camponesas, tentaram manter sua autonomia
produtiva em condições adversas, lutando para conseguir a indenização por suas colheitas e
produções agrícolas no momento das rescisões contratuais. Entre o fazendeiro que queria
apropriar-se destes bens e os trabalhadores rurais que peticionavam por suas benfeitorias,
desvendaremos a dinâmica conflituosa em torno dos direitos de propriedade neste mercado de
trabalho camponês experimentado no imediato pós-abolição. Analisando – de forma tanto
seriada como qualitativa – os testamentos, autos criminais e processos cíveis, além de outros
tipos documentais, esta tese compreenderá este processo histórico atravessado por
transformações sociais nas condições materiais de existência de fazendeiros, patrões e toda a
camada de camponeses assentados nas propriedades cafeeiras.