Dissertations and Theses
-
2020-06
"Nas redes do Escola sem Partido: ideologia e repressão ao trabalho docente e ensino de história"
Título"Nas redes do Escola sem Partido: ideologia e repressão ao trabalho docente e ensino de história"
Autor
Walter Lima Brandão BaptistaOrientador(a)
Laura Antunes MacielData de Defesa
2020-06-29Nivel
MestradoPáginas
176Volumes
1Banca de DefesaBruno Leal Pastor de CarvalhoFernando de Araujo PennaLaura Antunes Maciel
ResumoEsta dissertação investiga a atuação de grupos organizados no espaço digital com o
propósito de divulgar e legitimar o programa escola "sem" partido (ESP) e sua
transformação em políticas públicas de educação. A pesquisa identificou indivíduos e
grupos de diversas esferas da sociedade civil – lideranças políticas, religiosas, mídia
tradicional e digital, e intelectuais – que se articulam e agem em rede, dentro e fora do
ciberespaço, constituindo uma forma particular de autocomunicação de ideias
conservadoras. O trabalho procurou evidenciar o modus operandi desses usuários e
produtores de conteúdo em redes sociais, que se define pela atuação em rede, se articula
em torno da falácia da neutralidade política e milita a favor do combate e cerceamento de
práticas de ensino que discutem criticamente temáticas como identidade, desigualdade,
racismo, homofobia, gênero e outros temas transversais ao ensino de História. O trabalho
foi desenvolvido em diálogo com as humanidades digitais e procurou articular a atuação
desses grupos nos espaços on-offline, adotando como metodologia o acompanhamento
tanto de ações online quanto dos eventos públicos, principalmente aqueles realizados no
legislativo federal.
-
2020-06
As mulheres em Beowulf: a representação feminina na sociedade anglo-saxã dos séculos VII e VIII.
TítuloAs mulheres em Beowulf: a representação feminina na sociedade anglo-saxã dos séculos VII e VIII.
Autor
Hayanne Porto GrangeiroOrientador(a)
Carolina Coelho FortesData de Defesa
2020-06-29Nivel
MestradoPáginas
155Volumes
1Banca de DefesaCarolina Coelho FortesEdmar Checon de FreitasRenato Rodrigues da Silva
ResumoOs novos rumos e perspectivas apresentados pela Nova História tiveram grande
repercussão na produção historiográfica a partir da década de 1970, sendo o campo de
História das Mulheres um dos impulsionadores de um novo sujeito histórico. Os reflexos
destas novas propostas foram intensamente sentidos na área de estudos anglo-saxões que,
assim como nas demais, se propuseram a iniciar o movimento de registrar uma História
mais plural. No entanto, é possível perceber a manifestação de certas limitações em
termos de metodologia e contextualização em alguns trabalhos que consideram as
mulheres anglo-saxãs como seu tema central.
Buscando contribuir academicamente para as produções do campo de História das
Mulheres referentes ao período anglo-saxão, esta dissertação se propõe a rever o
desempenho das mulheres da aristocracia anglo-saxã na sociedade em questão. Assim, ao
tomar Beowulf como a fonte de análise para a realização desta pesquisa, se buscará
compreender o processo de representação atribuído às mulheres anglo-saxãs dos séculos
VII e VIII a partir das personagens de Wealhtheow, Hildeburh e Mãe de Grendel. Em
paralelo, será realizada a contextualização das práticas políticas e sociais em que estas
estão envolvidas na narrativa, como o sistema de comitatus, as relações de parentesco e
o direito à vingança.
-
2020-06
A utopia de uma América protestante: missionários norte-americanos e projetos de modernidade para a América Latina
TítuloA utopia de uma América protestante: missionários norte-americanos e projetos de modernidade para a América Latina
Autor
Guilherme Ferreira OliveiraOrientador(a)
Renata Torres SchittinoData de Defesa
2020-06-29Nivel
DoutoradoPáginas
326Volumes
1Banca de DefesaAlexsander Lemos de Almeida GebaraÉrica Sarmiento da SilvaLarissa Moreira VianaLuiz Francisco de Albuquerque MirandaRenata Torres Schittino
ResumoEste trabalho traz uma análise do projeto misisonário protestante na América Latina à luz dos
escritos de missionários norte-americanos que viveram na porção sul do continente nas
primeiras décadas do século XX. O objetivo da pesquisa é compreender de que maneira a
América Latina e os latino-americanos foram representados nessa literatura e como essas
imagens contribuíram para a formatação de um programa de missões específico para a região,
o qual dependeu da criação de uma narrativa da História e de leituras próprias sobre os estratos
do tempo. Interessa, assim, compreender a circulação de ideias, ideologias e imaginários,
religiosos ou não, que fomentaram o pensamento desses missionários. Em mesma medida, esse
trabalho também pode ser entendido como um estudo sobre as dinâmicas do pensamento e da
prática evangelística no contexto da expansão da modernidade eurocêntrica na América Latina,
e o seu desafio correlato de imposição da civilização ocidental e de interpretação das
alteridades.
-
2020-06
Familiaturas controversas: as normas e as práticas do santo Ofício (Rio de Janeiro, 1725-1807)
TítuloFamiliaturas controversas: as normas e as práticas do santo Ofício (Rio de Janeiro, 1725-1807)
Autor
Roberta Cristina da Silva CruzOrientador(a)
Ronald José RaminelliData de Defesa
2020-06-26Nivel
DoutoradoPáginas
290Volumes
1Banca de DefesaDaniela Buono CalainhoGeorgina Silva Dos SantosRonald José RaminelliRonaldo VainfasYllan de Mattos Oliveira
ResumoTemos como objetivo examinar as exceções relacionadas ao desempenho das funções dos
familiares do Santo Ofício habilitados no Rio de Janeiro, no período compreendido entre 1725
e 1807. Para este fim, será traçado um perfil social dos agentes residentes nesta localidade.
Pretende-se também examinar familiaturas de indivíduos que não se enquadravam às normas
para obtenção da insígnia. Tal estudo pode não apenas contribuir para a compreensão do modus
operandi da Inquisição na formação de seu quadro de agentes, mas, por ser uma análise pautada
nas exceções, possibilitará visualizar algumas tendências do período quanto à candidatura de
pessoas fora do padrão. Os processos estão depositados no Arquivo Nacional da Torre do
Tombo em Portugal. Além dos casos específicos, examinar-se-ão também certidões, cartas e
demais vestígios que permitam compreender as trajetórias dos personagens. Foram localizadas
também habilitações incompletas de pessoas que não conseguiram a patente e que tinham o
mesmo impedimento dos que conseguiram. Em uma perspectiva comparativa, elas
enriquecerão este estudo. Ainda em relação às regras, foi investigado até que ponto as
legislações vigentes eram respeitadas por eles que muitas vezes resistiram às ordens dadas por
superiores hierárquicos alegando privilégios. Para isso, foram priorizados documentos
localizados em diversos fundos, principalmente os que foram encontrados na instituição
referida anteriormente, no Arquivo Histórico Ultramarino e no Arquivo Nacional do Rio de
Janeiro. Por esse motivo, torna-se importante examinar o papel dos familiares dentro da
sociedade e os impactos promovidos pelo Santo Ofício quanto à ascensão social desses
indivíduos na capitania que se tornara capital em 1763.
-
2020-06
A defesa do Império em tempo de reforma: o exército português e a oficialidade militar na capitania de Pernambuco, 1774-1800
TítuloA defesa do Império em tempo de reforma: o exército português e a oficialidade militar na capitania de Pernambuco, 1774-1800
Autor
Giovane Albino SilvaOrientador(a)
Ronald José RaminelliData de Defesa
2020-06-25Nivel
DoutoradoPáginas
282Volumes
1Banca de DefesaKalina Vanderlei Paiva da SilvaMiguel Alexandre Dantas da CruzRenato Júnio FrancoRonald José RaminelliSuely Creusa Cordeiro de AlmeidaVitor Izecksohn
ResumoA presente tese analisa a constituição do exército português e do seu oficialato na
capitania de Pernambuco a partir de um período de reforma. Na segunda metade do século
XVIII, os impérios atlânticos estiveram envolvidos na Guerra dos Sete Anos e seus
consequentes desdobramentos nas fronteiras do Novo Mundo. Os territórios coloniais, palco de
disputas entre as monarquias europeias, receberam novas diretrizes de organização militar que
buscavam reestruturar os seus grupos armados. Os exércitos eram as principais unidades
encarregadas de atuarem na guerra e os governadores das capitanias mobilizaram recursos para
auxiliarem a defesa da coroa, incluindo a prestação de serviços dos colonos. Nesse contexto,
analisamos os fenômenos que caracterizaram os movimentos de renovação das tropas pagas
sediadas na capitania de Pernambuco e a constituição do corpo de oficiais com o propósito de
entender o grupo que esteve inserido na instituição, seu processo de reestruturação e sua relação
com a sociedade colonial. Analisar a reforma militar na América e os oficiais que se
organizaram nesse processo são elementos chaves para compreender não apenas as dinâmicas
internas e a história do exército em uma parcela do território colonial, mas também as relações
que o império ultramarino português teceu com os colonos por meio dos serviços das armas na
segunda metade do século XVIII.
-
2020-06
Entre "bem" e "mal" comportadas: feminismo(s) na Era Vargas (1930-45)
TítuloEntre "bem" e "mal" comportadas: feminismo(s) na Era Vargas (1930-45)
Autor
Yasmin Vianna BragançaOrientador(a)
Angelica MüllerData de Defesa
2020-06-25Nivel
MestradoPáginas
125Volumes
1Banca de DefesaAngelica MüllerAnna Marina Madureira de Pinho Barbará PinheiroLívia Gonçalves Magalhães
ResumoEste trabalho propõe analisar os posicionamentos e atuações de três organizações
feministas durante a Era Vargas (1930-45): a Federação Brasileira pelo Progresso
Feminino, a Aliança Nacional de Mulheres e a União Feminina do Brasil. Com o
Movimento de 1930, dando fim à Primeira República e colocando Getúlio Vargas como
presidente, foi elaborado um plano de superar de problemas para alcançar a modernidade,
dos moldes europeu e norteamericano. A mulher brasileira passou a ter grande destaque,
sendo escolhida como a solução, através da sua função considerada primordial: a
maternidade. Sua responsabilidade não estava apenas restrita à reprodução, mas também
pela criação e educação dos futuros cidadãos brasileiros, de forma saudável e moral, de
acordo com os padrões estabelecidos. Houve investimentos do governo, através de
políticas públicas, propagandas e discursos de membros do Estado, intelectuais e até
mesmo do próprio presidente. Em relação ao trabalho feminino, importantes avanços
sociais foram conquistados, principalmente com o Decreto de Trabalho das Mulheres de
1932, que consolidou garantias básicas às trabalhadoras, também pauta de lutas e
movimentações das mulheres muito anteriores ao período. Por outro lado, as legislações
também foram uma maneira do Estado controlar, através de certas proibições, a inevitável
presença delas no âmbito público. Os movimentos feministas aproveitaram a mudança de
poder e da posição estratégica no projeto para alcançar diversas demandas e conquistas,
reivindicadas desde fins do século anterior.
-
2020-06
O que fazer? A história do romance e do gênero
TítuloO que fazer? A história do romance e do gênero
Autor
Camilo Jose Teixeira Lima DominguesOrientador(a)
Daniel Aarão Reis FilhoData de Defesa
2020-06-25Nivel
DoutoradoPáginas
721Volumes
1Banca de DefesaAna Carolina Huguenin PereiraAngelo de Oliveira SegrilloBruno Barretto GomideDaniel Aarão Reis FilhoSonia Branco Soares
ResumoA presente tese de doutorado tem por objetivo demonstrar que a obra O Que Fazer? (1863), de Nikolai Tchernychévski, constitui um romance político-filosófico. Para tal, é realizado um estudo de caso cujos objetos são o referido romance e a relação de seu autor com as obras e pensadores que lhe deram ensejo. O trabalho vale-se de uma análise histórica de documentos – correspondências e artigos de jornais e revistas literárias – concomitante a uma análise histórico-literária das obras com as quais o referido romance estabeleceu relação: Julie ou a Nova Héloïse, de Jean-Jacques Rousseau; Jacques, de George Sand; Tempos Difíceis, de Charles Dickens; Quem É o Culpado?, de Aleksándr Herzen; e Pais e Filhos, de Ivan Turguêniev. O intenso e profícuo intercâmbio intelectual entre Nikolai Tchernychévski com aqueles escritores e com as suas obras, evidenciado por esta pesquisa, aponta para que o processo de concepção e elaboração de O Que Fazer? envolveu a apropriação e a transmissão de questões filosóficas, crítico-literárias e políticas circulantes no complexo e dinâmico ambiente literário russo. Ao final, as características particulares daquela interação e os objetivos de Nikolai Tchernychévski na realização daquela obra permitem, à luz dos trabalhos sobre o romance filosófico do século XVIII europeu, e do engajamento ético e político do autor, classificá-la como um romance político-filosófico. Em seu conjunto, o levantamento histórico-literário e as análises empreendidas nesta pesquisa apresentam a história de O Que Fazer? e do desenvolvimento daquele gênero filosófico-literário na Rússia.
-
2020-06
Madame Barat, Modista da casa Imperial:uma análise da dinâmica do consumo de moda no Rio de janeiro oitocentista (1840-1860)
TítuloMadame Barat, Modista da casa Imperial:uma análise da dinâmica do consumo de moda no Rio de janeiro oitocentista (1840-1860)
Autor
Juliana Valpasso de AndradeOrientador(a)
Carlos Gabriel GuimarãesData de Defesa
2020-06-24Nivel
MestradoPáginas
122Volumes
1Banca de DefesaCarlos Gabriel GuimarãesDiogo de Carvalho CabralWalter Luiz Carneiro de Mattos Pereira
ResumoA presente pesquisa tem como objetivo analisar a dinâmica espacial que o consumo de moda
tinha no Rio de Janeiro, entre 1840 e 1860. Para tanto foi necessário estabelecer os
delineamentos historiográficos acerca da moda, sob um viés econômico, partindo do debate
acerca do estabelecimento do comércio e como este se desdobra no ato do consumo. Ao
debater sobre a importância de se estudar a moda, é imprescindível destacar seu
desenvolvimento no ocidente e como expansão desse ramo comercial representou um avanço
para a sociedade imperial do Rio de Janeiro, que deixava de ter moldes de Antigo Regime e
passava a mirar a Europa como padrão de civilização a ser seguido. Nesse sentido, foi
utilizado o Sistema de Informação Geográfica (SIG), como principal metodologia e o
Almanak Laemmert e o Jornal do Commercio como fontes, uma vez que estes impressos
apresentam os endereços onde as lojas de modas se encontravam na cidade, possibilitando a
análise espacial.
-
2020-06
ESPAÇO e FISCALIDADE: a cartografia fiscal e o perfil social dos dízimos em Mariana (1784-1810)
TítuloESPAÇO e FISCALIDADE: a cartografia fiscal e o perfil social dos dízimos em Mariana (1784-1810)
Autor
Thaiz Barbosa FreitasOrientador(a)
Carlos Gabriel GuimarãesData de Defesa
2020-06-23Nivel
MestradoPáginas
127Volumes
1Banca de DefesaÂngelo Alves CarraraCarlos Gabriel GuimarãesLuciano Raposo de Almeida Figueiredo
ResumoA proposta de estudo deste trabalho é analisar a concentração espacial e o perfil
social da arrecadação dos dízimos das freguesias do Termo de Mariana, na Minas Gerais
setecentista, que se estendia a diferentes grupos sociais. Nesse sentido, pretendo
demonstrar que se tratava de um tributo que reforça a complexidade das conjunturas
econômicas e financeiras da região; também serão analisados, por meio da elaboração
cartográfica de informações históricas, os diferentes papeis das freguesias e dos grupos
sociais que pagavam, ou não, o tributo, considerando, essencialmente, seu caráter
religioso. Para tais análises, balizo o trabalho em dois recortes temporais: primeiro, entre
o período de início dos registros dos créditos, em 1784, e o final, 1786; segundo, nos
períodos de pagamentos dos créditos, 1787-1810. A partir desses recortes espaciais e
temporais será trabalhada não apenas a dimensão econômica do imposto eclesiástico,
relacionada diretamente à produção agrícola, mas, principalmente, como sua dimensão
fiscal permite compreender as transformações que envolvem a ocupação de diferentes
indivíduos nos espaços na sociedade colonial.
-
2020-06
A ACLAMAÇÃO DAS LETRAS: O Instituto Nacional do Livro e a pedagogia literária do no Brasil do século XX
TítuloA ACLAMAÇÃO DAS LETRAS: O Instituto Nacional do Livro e a pedagogia literária do no Brasil do século XX
Autor
Mariana Rodrigues TavaresOrientador(a)
Giselle Martins VenancioData de Defesa
2020-06-19Nivel
DoutoradoPáginas
403Volumes
2Banca de DefesaEliana Regina de Freitas DutraGiselle Martins VenancioMaria de Fatima NunesNuno Miguel Ribeiro de MedeirosRenato Júnio Franco
ResumoA ACLAMAÇÃO DAS LETRAS: O Instituto Nacional do Livro e a pedagogia literária no Brasil do século XX Esta tese analisa a trajetória social do Instituto Nacional do Livro (1937-1990) destacando os seus processos de edição de livro, bem como as mediações intelectuais. Sendo assim, os objetivos desta pesquisa se dedicam a coletar as fontes que vinculam, direta ou indiretamente, as relações de circulação dos impressos do Instituto Nacional do Livro do Brasil (INL) ao longo de seus mais de cinquenta anos de existência. Com isso espera-se inventariar as coleções de obras do Instituto do Livro, além de se ter em nota as publicações que se intercambiaram entre o Brasil e outros países, assim como, se procura destacar as relações intelectuais existentes neste processo. Diante do obscurantismo que permeia a história social do Instituto Nacional do Livro e da própria falta de outras pesquisas historiográficas que se dediquem a este tema, o presente trabalho se apresenta como uma contribuição original acerca dos circuitos editoriais que permearam capítulos importantes da circulação dos impressos no Brasil. Foram utilizados alguns conceitos que podem auxiliar a identificar as práticas editoriais do Instituto Nacional do Livro. Por meio deles, verificaram-se as especificidades do Instituto através dos "pormenores" de suas edições. Deste modo, cabem discutir os conceitos de canonização e de vulgarização que estiveram presentes, não apenas, nas páginas dos primeiros impressos republicanos, mas principalmente nos prelos do Instituto Nacional do Livro. Pautado na divulgação de obras essenciais para a "cultura nacional", o INL dedicou-se à publicação de autores clássicos lançados em suas coleções especiais como a "Biblioteca popular brasileira", "Biblioteca de Divulgação Cultural". Estas últimas são investigadas como fontes desta pesquisa. No cerne dessas edições, identifica-se um processo de canonização de autores representantes da história da literatura brasileira. Por fim, como principais resultados e conclusões, observa-se que para o caso particular do Instituto Nacional do Livro, as referidas publicações assinadas pelo órgão, acrescidas da seleção de seus mediadores, estiveram na esteira de um processo de educação literária da população e de monumentalização das obras nacionais, na medida em que agiam como produtores dos mecanismos de certa difusão literária.
-
2020-06
"À sombra do crisântemo: o discurso político do governo Meiji na revitalização do governo imperial (1868-1889)".
Título"À sombra do crisântemo: o discurso político do governo Meiji na revitalização do governo imperial (1868-1889)".
Autor
Mateus Martins do NascimentoOrientador(a)
Renata Torres SchittinoData de Defesa
2020-06-19Nivel
MestradoPáginas
110Volumes
1Banca de DefesaGizlene NederMônica Setuyo OkamotoRenata Torres Schittino
ResumoO presente trabalho analisa alguns documentos de tipo jurídico do período Meiji da história japonesa. Com início em 1868, esta época é tradicionalmente lembrada como o momento de intensas relações do Japão com o mundo ocidental. Os impactos dessa reaproximação aparecem na documentação e na legislação máxima, o texto constitucional, que se apresentam então como ferramentas – rastros – que nos permitem a compreensão parcial dessa época e do debate de ideias, naquilo que diz respeito ao lugar das tradições no processo de modernização que se fez necessário. Nesse caso, destacam-se a presença das histórias sobre o descendente imperial, Ninigi, e sua expressão nos textos lançados entre 1868 e 1889 que tratam da figura imperial, da sociedade japonesa e das instituições componentes e estruturantes desse todo, com destaque para a sociabilidade que analisamos. Através de uma retomada dos textos de fundação da tradição japonesa, Kojiki e Nihon Shoki, com ênfase no primeiro, vemos (1) o papel de uma metodologia de revisitação, o honkadori, e (2) a perpetuação da revisitação como forma de conter e melhor ordenar o espaço público japonês. Naquele contexto em que os políticos japoneses estavam se reencontrando com as potências do mundo, tratou-se de um duplo movimento: entender o pensamento do passado do Japão e as culturas modernas ocidentais e exprimi-las de modo coerente no corpo legislativo oitocentista.
-
2020-06
Uma floresta de conflitos, disputas e negociações: a Capitania do Porto da Corte e Província do Rio de Janeiro e a sobreposição de jurisdições no processo de centralização administrativa dos portos (1846-1874).
TítuloUma floresta de conflitos, disputas e negociações: a Capitania do Porto da Corte e Província do Rio de Janeiro e a sobreposição de jurisdições no processo de centralização administrativa dos portos (1846-1874).
Autor
Edilson Nunes Dos Santos JuniorOrientador(a)
Gladys Sabina RibeiroData de Defesa
2020-06-18Nivel
DoutoradoPáginas
355Volumes
1Banca de DefesaÁlvaro Pereira do NascimentoGladys Sabina RibeiroJosé Miguel Arias NetoKaroline CarulaPaulo Cruz Terra
ResumoEsta pesquisa tem como objetivo analisar a criação e o funcionamento da Capitania do Porto da Corte e Província do Rio de Janeiro entre os anos 1846 e 1874. Para tanto, investiga como a sobreposição de jurisdições causada pelo seu regulamento provocou uma concorrência de poderes entre instituições imperiais, provinciais e municipais sobre os terrenos de marinhas da província e, em especial, da Corte e como esse processo foi apropriado pelos agentes sociais presentes nas praias. O cotidiano de atribuições da repartição foi atravessado por uma complexidade de interesses e de influências internas e externas, locais e centrais; o que permite deslindar o processo de normatização dos portos em escala nacional e como esse processo foi atravessado de conflitos, disputas e negociações que influenciaram e foram influenciados pelo projeto conservador de centralização política e administrativa.
-
2020-06
Escravidão, tráfico e indústria na Bahia oitocentista: a sociedade Lacerda e Cia e a fábrica têxtil Todos os Santos (c.1844-c.1878).
TítuloEscravidão, tráfico e indústria na Bahia oitocentista: a sociedade Lacerda e Cia e a fábrica têxtil Todos os Santos (c.1844-c.1878).
Autor
Silvana Andrade Dos SantosOrientador(a)
Luiz Fernando SaraivaData de Defesa
2020-06-18Nivel
DoutoradoPáginas
271Volumes
1Banca de DefesaHebe Maria da Costa Mattos Gomes de CastroKeila GrinbergLuiz Fernando SaraivaRafael de Bivar MarqueseWalter Luiz Carneiro de Mattos Pereira
ResumoEsta tese versa sobre a relação existente entre o surgimento e o funcionamento de indústrias fabris no Brasil do século XIX, o contrabando negreiro e a escravidão, a partir do caso da fábrica têxtil Todos os Santos. Esta fábrica, construída na Bahia em meados da década de 1840, fora o maior estabelecimento de sua natureza existente no Império durante todo o período em que esteve ativa. Iniciamos o trabalho abordando a trajetória dos sócios da firma Lacerda e Cia, fundada em 1844, e proprietária da fábrica durante a primeira fase de sua existência (1844-1860): o português, naturalizado brasileiro, Antonio Francisco de Lacerda, o estadunidense John Smith Gillmer e o sul-rio-grandense Antonio Pedrozo de Albuquerque (que, ademais, se tornaria proprietário individual da fábrica em sua segunda fase, após a dissolução da firma, de 1860 a 1878). Procuramos analisar a formação, consolidação e diversificação da fortuna destes indivíduos, destacando o papel que a sua participação no tráfico e no contrabando negreiro para o Brasil no século XIX teve em seus negócios. Assim, buscamos demonstrar que os capitais que deram origem à fábrica Todos os Santos foram acumulados no contrabando. Na segunda parte do trabalho, analisamos o processo de estabelecimento da fábrica na vila de Valença, bem como seu funcionamento. Desta forma, abordamos a atuação do engenheiro estadunidense John Monteiro Carson no negócio, a escolha do local para instalação da fábrica e a busca por subvenções para o estabelecimento. Por fim, tratamos sobre sua infraestrutura, mão de obra, matéria-prima e destino das mercadorias, buscando chamar atenção para o fato de que a Todos os Santos também empregava mão de obra escrava, além de ter sua produção voltada para atender às demandas da sociedade escravista brasileira.
-
2020-03
ARQUIBANCADA FEMININA. Relações de Gênero e formas de ser torcedora nas arquibancadas do Rio de Janeiro.
TítuloARQUIBANCADA FEMININA. Relações de Gênero e formas de ser torcedora nas arquibancadas do Rio de Janeiro.
Autor
Nathália Fernandes PessanhaOrientador(a)
Lívia Gonçalves MagalhãesData de Defesa
2020-03-13Nivel
MestradoPáginas
157Volumes
1Banca de DefesaBernardo Borges Buarque de HollandaLívia Gonçalves MagalhãesRosana da Câmara Teixeira
ResumoO presente trabalho tem por objetivo versar sobre a presença feminina e as relações de gênero nas torcidas cariocas, tratando, para isso, de temas pertinentes à essa inserção, como assédio, machismo, violência de gênero e outros temas correlatos. Serão analisadas entrevistas, reportagens e fontes legislativas que contribuam para alcançar os objetivos propostos. Ao longo do trabalho será feita uma imersão histórica no mundo do futebol feminino, sobretudo durante o período de sua proibição (1941-1979), visando entender como essa proibição afetou e afeta as torcedoras. As análises feitas levaram em conta tanto as torcedoras organizadas como as não organizadas pertencentes aos quatro grandes times do futebol carioca: Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco.
-
2020-03
"EU SOU PUTA": Lourdes Barreto, História de Vida e Movimento de Prostitutas no Brasil
Título"EU SOU PUTA": Lourdes Barreto, História de Vida e Movimento de Prostitutas no Brasil
Autor
Amanda de Mello CalabriaOrientador(a)
Juniele Rabêlo de AlmeidaData de Defesa
2020-03-06Nivel
MestradoPáginas
240Volumes
1Banca de DefesaAdriana Gracia PiscitelliAna Paula da SilvaJuniele Rabêlo de AlmeidaMarina Annie Martine Berthet Ribeiro
ResumoA pesquisa tem por objetivo analisar a trajetória de Lourdes Barreto (narrativa autobiográfica) e sua incidência no Movimento Brasileiro de Prostitutas. Os recortes temporais da militância de Lourdes perpassam as suas experiências no "Quadrilátero do Amor", em Belém (PA), as ações junto à Pastoral da Mulher Marginalizada, a criação da Rede Brasileira de Prostitutas, em 1987 e a fundação do GEMPAC – Grupo de Mulheres Prostitutas do Estado do Pará, em 1990, até aos dias atuais. Em um projeto de história oral de vida, atento aos sentidos, signos e sentimentos presentes no trabalho de memória da narradora, pesquisadora e pesquisada compartilham a construção ativa e negociada do processo de "cocriação narrativa". História oral, história pública e uma epistemologia feminista são os aportes da produção de um conhecimento entre mulheres, comprometido com os debates públicos promovidos por Lourdes em sua comunidade de sentido. As experiências narradas são analisadas a partir das práticas de agenciamento, das relações de poder e da autodeterminação. Três eixos da trajetória, eleitos por ela como fundamentais, são discutidos: prostituição, maternidade/família e militância. Os eixos não são analisados dissociadamente, as experiências se entrelaçam e se fundem ao longo da trajetória de vida, dando a ver os sentidos de transgressão - catalisados na história do Movimento Brasileiro de Prostitutas.
-
2020-01
Novas mulheres para uma China nova? As representações de gênero das legislações e dos pôsteres de propaganda do início da transição chinesa ao socialismo (1949-1962)
TítuloNovas mulheres para uma China nova? As representações de gênero das legislações e dos pôsteres de propaganda do início da transição chinesa ao socialismo (1949-1962)
Autor
Edelson Costa ParnovOrientador(a)
Tatiana Silva Poggi de FigueiredoData de Defesa
2020-01-23Nivel
MestradoPáginas
133Volumes
1Banca de DefesaTatiana Silva Poggi de FigueiredoVanessa Bezerra de SouzaVirginia Maria Gomes de Mattos Fontes
ResumoEsta dissertação se orienta por três objetivos: elucidar as possíveis funções e usos relacionados às representações de gênero das legislações e dos cartazes de propaganda do período inicial da transição socialista chinesa (1949-1962), comparar as representações de gênero dos pôsteres de propaganda do início da construção do socialismo chinês com as das legislações da época e relacionar as representações de gênero das leis e dos cartazes de propaganda com as transformações econômicas, sociais e políticas ocorridas na República Popular da China durante o recorte temporal supracitado. Os cartazes encontram-se disponíveis no website em língua inglesa http://chineseposters.net/, mantido pela Chinese Posters Foundation e pelo International Institute of Social History da Leiden University, sediada em Amsterdã, na Holanda. Essa plataforma virtual reúne pôsteres de propaganda chineses oriundos da coleção de Stefan Landsberger, professor emérito da instituição de ensino superior mencionada acima, e de uma coleção particular anônima. Já as legislações estão disponibilizadas em formato pdf e em versão traduzida para o inglês pela editora oficial do Partido Comunista Chinês, a Foreign Languages Press Peking, no website http://www.bannedthought.net/, destinado a divulgar documentos das lutas dos povos explorados e oprimidos do planeta. Utilizou-se o método isotópico para a análise das fontes. A hipótese defendida é que o Partido Comunista Chinês utilizou as leis e os pôsteres de propaganda para construir hegemonia na sociedade chinesa acerca das relações de gênero e do padrão de família tidos como condizentes com a construção do socialismo, especialmente no sentido de valorizar modelos de mulheres ativas no mundo do trabalho e de casais harmoniosos, os quais não transportariam seus problemas para a esfera da produção, possibilitando o seu incremento, elemento considerado fundamental à transição socialista.
-
2019-11
Da Pluma à prensa. Trajetória documental e autoria nos panegíricos de João de Barros.
TítuloDa Pluma à prensa. Trajetória documental e autoria nos panegíricos de João de Barros.
Autor
Fernando AltoéOrientador(a)
Rodrigo Nunes Bentes MonteiroData de Defesa
2019-11-29Nivel
MestradoPáginas
Volumes
Banca de DefesaAndré Gustavo de Melo AraújoIris KantorRodrigo Nunes Bentes Monteiro
Resumo
-
2019-11
"Na Guanabara você vê o que o governo faz": Política de remoções de favelas nas páginas do Correio da Manhã e Última Hora (1961-1965).
Título"Na Guanabara você vê o que o governo faz": Política de remoções de favelas nas páginas do Correio da Manhã e Última Hora (1961-1965).
Autor
Marina Moraes Dos Santos BerbereiaOrientador(a)
Laura Antunes MacielData de Defesa
2019-11-25Nivel
MestradoPáginas
Volumes
Banca de DefesaJuniele Rabêlo de AlmeidaLaura Antunes MacielLeandro Climaco Almeida de Melo Mendonça
Resumo
-
2019-10 Cariri encantado: A construção discursiva de uma regiãoTítuloCariri encantado: A construção discursiva de uma regiãoAutor
Carlos Rafael DiasOrientador(a)
Ismênia de Lima MartinsData de Defesa
2019-10-10Nivel
DoutoradoPáginas
Volumes
Banca de DefesaCarlos Augusto AddorGiselle Martins VenancioIsmênia de Lima MartinsJosé Almino de Alencar e Silva NetoLuitgarde Oliveira Cavalcanti Barros
Resumo
-
2019-08
Os africanos livres nos anúncios de jornais: uma janela para o tráfico ilegal de escravos no Rio de Janeiro (1818-1864)
TítuloOs africanos livres nos anúncios de jornais: uma janela para o tráfico ilegal de escravos no Rio de Janeiro (1818-1864)
Autor
Juliana Santos de LimaOrientador(a)
Jonis FreireData de Defesa
2019-08-30Nivel
MestradoPáginas
Volumes
Banca de DefesaBeatriz Gallotti MamigonianJonis FreireKaroline CarulaNielson Rosa BezerraTâmis Peixoto Parron
Resumo
-
2019-07 O Capital-Imperialismo brasileiro: a atuação do BNDES na Pan-Amazônia e as lutas sociais, 2003-2014TítuloO Capital-Imperialismo brasileiro: a atuação do BNDES na Pan-Amazônia e as lutas sociais, 2003-2014Autor
João Paulo de Oliveira MoreiraOrientador(a)
Virginia Maria Gomes de Mattos FontesData de Defesa
2019-07-11Nivel
DoutoradoPáginas
380Volumes
1Banca de DefesaAndré Pereira GuiotBianca Aires Imbiriba di Maio BonenteDemian Bezerra de MeloJoão Roberto Lopes PintoPaulo Roberto Raposo AlentejanoSonia Regina de MendonçaVirginia Maria Gomes de Mattos Fontes
ResumoO capital-imperialismo brasileiro, entre os anos de 2003-2014, constitui o principal objeto de estudo desta tese. Nela, são discutidas a trajetória do imperialismo ao capital imperialismo contemporâneo, entendidos como constitutivos do modo de produção capitalista, porém distintas na sua forma-conteúdo ao longo do tempo, o papel do BNDES, entendido como principal impulsionador do capital-imperialismo brasileiro, os aparelhos privados de hegemonia formuladores de políticas para internacionalização dos capitais cujo centro decisório estão no Brasil e as lutas sociais decorrentes deste processo. A partir de 2003, durante o Governo Lula, o estimulo de órgãos do Estado ao capital-imperialismo brasileiro é aprofundado, o que nos levou a formular a hipótese central de que o BNDES tornou-se o principal esteio financiador desta política, destinando vultuosos recursos financeiros, destacadamente às empresas da construção civil, fundamentais para as relações diplomáticas no contexto da IIRSA e das políticas de "integração regional". O nosso foco se deu nos empreendimentos localizados na região conhecida por Pan-Amazônia, lócus de intensos conflitos sociais com povos tradicionais, indígenas e campesinos. Portanto, norteados pelo referencial teórico marxista, objetivamos apresentar a capacidade organizativa e educativa do Estado brasileiro ao impulsionar o capital-imperialismo, sendo o BNDES a expressão maior deste suporte.
-
2019-07 Negras e negros na justiça de Buenos Aires. Conflitos e Sociabilidades em tempos de escravidão. c.1750-c.1820TítuloNegras e negros na justiça de Buenos Aires. Conflitos e Sociabilidades em tempos de escravidão. c.1750-c.1820Autor
Fábio Pereira de CarvalhoOrientador(a)
Maria Verónica Secreto FerrerasData de Defesa
2019-07-04Nivel
DoutoradoPáginas
237Volumes
1Banca de DefesaAnderson José Machado de OliveiraFlávio Dos Santos GomesGladys Viviana GeladoJonis FreireMaria Verónica Secreto FerrerasTâmis Peixoto ParronVanderlei Vazelesk Ribeiro
ResumoA presente tese busca entender o cotidiano de negras e negros – escravizados ou livres – na cidade de Buenos Aires durante a segunda metade do século XVIII e as primeiras décadas do século XIX. Para tanto, foram analisadas fontes judiciais, especialmente, àquelas ligadas aos crimes em que esse grupo foram envolvidos, como acusados ou vítimas.
-
2019-07
INTIMIDADE POLÍTICA: UMA ANÁLISE DIALÓGICA DO PARTICULAR INFINITO DE GILKA MACHADO (1916-1930)
TítuloINTIMIDADE POLÍTICA: UMA ANÁLISE DIALÓGICA DO PARTICULAR INFINITO DE GILKA MACHADO (1916-1930)
Autor
Bárbara Romano Athila FreixoOrientador(a)
Rachel SoihetData de Defesa
2019-07-03Nivel
MestradoPáginas
125Volumes
1Banca de DefesaJanaína Martins CordeiroLarissa Moreira VianaLívia Gonçalves MagalhãesMariana de Aguiar Ferreira Muaze
ResumoEsse trabalho tem como objetivo analisar as produções poético-literárias de Gilka
da Costa de Melo Machado (1893-1980) politizando assim sua intimidade. Consiste em
uma dissertação de mestrado que visa questionar as análises segmentadas dos mundos dopúblico e do privado apontando mais seus dialogismos do que seus isolamentos. Busca-
se, além disso, compreender e interpretar a Primeira República brasileira(1889-1930) peloviés da História das Mulheres e das Relações de Gênero utilizando para tal as três
primeiras obras da autora e as críticas literárias associadas a estas, assim como sua
trajetória de vida. A partir da recepção crítica de seus escritos é feita uma série de análises
sobre o lugar da mulher naquele contexto, seus limites, expectativas e possibilidades. A
partir de Gilka Machado, de sua obra e do tangenciamento de sua trajetória de vida
procurou-se, em suma, recuperar parte da História Política das Mulheres na Primeira
República brasileira, como a conquista do voto feminino, por exemplo.
-
2019-06 "COM TEMERÁRIA OUSADIA E POUCO TEMOR DE DEUS E DA JUSTIÇA": CLÉRIGOS SODOMITAS NA INQUISIÇÃO DE LISBOA (1610-1699)Título"COM TEMERÁRIA OUSADIA E POUCO TEMOR DE DEUS E DA JUSTIÇA": CLÉRIGOS SODOMITAS NA INQUISIÇÃO DE LISBOA (1610-1699)Autor
Veronica de Jesus GomesOrientador(a)
Georgina Silva Dos SantosData de Defesa
2019-06-27Nivel
DoutoradoPáginas
387Volumes
1Banca de DefesaAnderson José Machado de OliveiraAngelo Adriano Faria de AssisGeorgina Silva Dos SantosLuiz Roberto de Barros MottMarcelo da Rocha WanderleyYllan de Mattos Oliveira
ResumoDurante todo o século XVII, o Tribunal do Santo Ofício de Lisboa processou aproximadamente oitenta e nove integrantes dos cleros regular, secular e das ordens militares devido ao crime de sodomia. A partir da análise de um conjunto documental constituído por fontes históricas diversificadas, impressas e manuscritas, dentre estas, cinquenta e nove processos movidos contra os eclesiásticos e seus parceiros, a investigação buscou compreender as diferenças entre o clero regular e o secular e seus desdobramentos no que tange às ações inquisitoriais diante de seus membros e dos componentes das distintas ordens religiosas. Através do método quantitativo (e qualitativo), a pesquisa intentou inventariar as ordens religiosas a que pertenceram os arrolados e os conventos e os mosteiros onde viveram, ponderando ainda sobre as vocações religiosas, muitas delas não voluntárias. À luz das "relações de gênero", procuramos averiguar os relacionamentos homoeróticos dos eclesiásticos, que, em algumas ocasiões, envolveram meninos, e foram marcados por uma forte "dominação masculina". As culturas sodomíticas (a exemplo dos apelidos, às vezes femininos, utilizados entre aqueles indivíduos) elaboradas por homens da Igreja e leigos no interior dos claustros e das casas de alcouce, espaços do sagrado e do profano, a intensa interação entre os conventos e a rua, entre os âmbitos privado e público, uma vez que tanto os homens leigos circularam livremente pelos monastérios, quanto os religiosos, malgrado as proibições, deixaram aqueles locais, foram questões aqui discutidas. A possível concepção que os sodomitas tiveram de si mesmos, de seus corpos e de suas práticas sexuais proibidas, além da perspectiva da instituição repressiva quanto à "sodomia" e ao "sodomita", apreendida através do léxico utilizado nos processos, foram outros aspectos contemplados. As diferentes facetas dos homens da Igreja sugerem que reelaboraram e burlaram os mecanismos de controle a que estavam sujeitos, demonstrando que, apesar dos dispositivos de "disciplinamento social", houve uma "rede de antidisciplina", que, por fim, deixa entrever que os sistemas normativos têm os seus limites e as suas contradições. A sodomia como estratégia de ascensão social, as relações de poder, as contendas, as rivalidades, revelam um contexto complexo no qual se inserem as trajetórias de três oficiais do Tribunal da Bula da Cruzada (dois deles condenados à fogueira), cujo principal elo foi D. António Mascarenhas, comissário geral da instituição, acusado de sodomia e de corrupção. O Tribunal da Cruzada, criado em 1591, era eclesiástico e administrava os rendimentos da bula, cujas indulgências davam aos cristãos ibéricos as mesmas graças espirituais facultadas aos cruzados que lutaram na retomada de Jerusalém. A venda das bulas era um negócio cobiçado e vantajoso, que favorecia ganhos materiais, isenções fiscais e privilégios, bem como distinção e prestígio social, aos oficiais que se envolviam em sua distribuição e arrecadação, elementos que, numa sociedade estamental como a portuguesa do Antigo Regime, obviamente, geravam muitas disputas, além dos desvios das coletas. A ocupação de certos cargos no tribunal por indivíduos não qualificados mostra que aparentemente foram obtidos em troca de favores sexuais, o que sugere que as prerrogativas recebidas pelos oficiais podem ter sido decisivas para a concretização das relações. O imbróglio, ao que tudo indica, envolveu conflitos internos e externos ao grupo e dissensões vivenciadas por D. António parecem indicar que o crime de sodomia pode ter sido utilizado como uma espécie de dispositivo para tirar de cena adversários políticos. Afinal, o medo que o tribunal inquisitorial causava e o lugar ocupado pelos seus ministros e oficiais facilitavam os abusos de poder como forma de coerção e vingança, além do sentimento de impunidade perante outras forças judiciais.
-
2019-06 Violência Manicomial: a psiquiatria na repressão durante a Ditadura Civil-Militar no BrasilTítuloViolência Manicomial: a psiquiatria na repressão durante a Ditadura Civil-Militar no BrasilAutor
Alexandre Maciel GuedesOrientador(a)
Samantha Viz QuadratData de Defesa
2019-06-06Nivel
MestradoPáginas
150Volumes
1Banca de DefesaAna Maria Mauad de Sousa Andrade EssusÉrica Sarmiento da SilvaJuniele Rabêlo de AlmeidaLucia GrinbergSamantha Viz Quadrat
ResumoO presente trabalho se propõe a discutir a questão da contribuição dos saberes, práticas etecnologias psiquiátricas para as ações de repressivas perpetradas pelo Estado brasileirodurante os anos da ditadura civil-militar (1964-1985). Para tanto vamos analisar a construção do discurso psiquiátrico e psicológico, onde no intento de obter uma legitimação de suas práticas e objetos de intervenção e tutela, ambas as classes profissionais vão empregar os seus saberes de forma a instituir uma normatização do tecido social, onde qualquer um que desvie dos ideais de normalidade preconizados, rapidamente são silenciados sob o estigma da loucura, encontrando por vezes no manicômio, o seu destino final. Uma vez apresentadas as construções a respeito de ambas as profissões, nós vamos observar tais discursos e práticas foram empregados em prol do aparato repressivo da ditadura, com profissionais da área laureando ditadores, elaborando estudos a fim de enquadrar os opositores políticos sob o estigma da loucura e forjando laudos psiquiátricos que justificassem a internação destes mesmos opositores em leitos psiquiátricos.