Dissertations and Theses
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2020-07
APROPRIAÇÕES INSTITUÍDAS E A SUBVERSÃO DO POPULAR: USOS, FORMATOS E POÉTICA DO CORDEL LITERATURA (1955 -2008)
TítuloAPROPRIAÇÕES INSTITUÍDAS E A SUBVERSÃO DO POPULAR: USOS, FORMATOS E POÉTICA DO CORDEL LITERATURA (1955 -2008)
Autor
Antonio Helonis Borges BrandãoOrientador(a)
Giselle Martins VenancioData de Defesa
2020-07-16Nivel
DoutoradoPáginas
412Volumes
1Banca de DefesaCarlos Augusto Pereira Dos SantosElis Regina Barbosa AngeloGeorgina Silva Dos SantosGiselle Martins VenancioSylvia Regina Bastos Nemer
ResumoA tese discute o processo em que o cordel brasileiro é instituído pelos estudiosos e agentes
de produção em uma expressão cultural múltipla, configurado em uma forma fixa e única
nas convenções próprias a um sistema editorial e literário. Assim ela reflete sobre a
constituição do formato material, forma poética fixa e variados usos do cordel brasileiro
como objeto de estudo, o que subverte a lógica explicativa do popular inventado.
Seguindo referenciais teóricos da história do livro e da leitura, história intelectual,
sociologia cultural e crítica literária, o trabalho compreende o largo período, entre 1955,
marco da institucionalização, na emergência do objeto de estudo e da primeira associação
duradoura de poetas, até 2008, o balizamento final do que chamamos de subversão do
popular na forma e formato do cordel, que o amplia em alcance e o reitera em novos usos.
O principal objetivo aqui é o de compreender o processo de apropriação,
institucionalização, subversão e movência de um idealizado caráter popular, a partir das
representações e usos instituídos pelos intermediários (mediadores) culturais do cordel –
estudiosos, jornalistas e agentes de produção. A hipótese que levantamos é que o motivo
da exclusão do cordel do cânone literário brasileiro se dá pela recorrência em se refletir
as práticas dissociadas da própria historicidade configurada nas convenções da forma,
formatos e usos sociais que lhe dão sentido. A configuração da literariedade, da forma,
nas associações e academias de poetas; a desmaterialização do formato, no cibercordel da
segunda metade dos anos de 1990, e no processo de digitalização e disponibilização
consolidada dos primeiros acervos na rede mundial de computadores, entre 2001 e 2008;
além da recente incorporação do cordel junto ao mercado editorial do livro, são pois
analisados como as recriações que subvertem, no campo literário, alguns dos sentidos
anteriormente dados ao cordel literatura.
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2020-07
DO CARIRI PARA O MUNDO: A MUSEALIZAÇÃO DA XILOGRAVURA DO CORDEL E OS SENTIDOS DA ARTE POPULAR NO BRASIL (1955-1965)
TítuloDO CARIRI PARA O MUNDO: A MUSEALIZAÇÃO DA XILOGRAVURA DO CORDEL E OS SENTIDOS DA ARTE POPULAR NO BRASIL (1955-1965)
Autor
Sandra Nancy Ramos Freire BezerraOrientador(a)
Paulo Knauss de MendonçaData de Defesa
2020-07-16Nivel
DoutoradoPáginas
305Volumes
1Banca de DefesaAna Maria Mauad de Sousa Andrade EssusFrancisco Régis Lopes RamosPaulo Knauss de MendonçaRicardo Gomes LimaRogéria Moreira de Ipanema
ResumoDurante certo tempo a xilogravura acompanhou os folhetos de cordel como ilustração das
suas capas. Entre os anos 1955 e 1965 as ilustrações atraíram o interesse de agentes
ligados a Universidade do Ceará, que constituíram uma importante coleção para compor
o acervo do Museu de Arte que estava sendo criado. A coleção foi apresentada em
exposições no Sudeste e no exterior percorrendo vários países, sendo também
musealizada. Nesse contexto o artista Sérvulo Esmeraldo também ligado ao grupo da
Universidade do Ceará, resolveu interferir na produção trazendo para as xilogravuras um
modelo já vivenciado no campo da arte erudita, os álbuns temáticos, assinados e
numerados. Esta tese analisa a coleção constituída e as transformações pelas quais passou
a xilogravura a fim de compreender como o processo de musealização fixou seu estatuto
artístico. A análise utilizou diversas fontes, que envolveram os discursos produzidos e
difundidos nos catálogos, correspondências, textos veiculados na imprensa e também nos
registros históricos publicados nos documentos oficiais da Universidade do Ceará Os
conceitos históricos utilizados para mediar as percepções foram cultura visual, práticas
e representações.
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2020-07
Os Dórios da Ásia: Etnicidade e Identidade Religiosa em Cnido e Cós no Período Helenístico
TítuloOs Dórios da Ásia: Etnicidade e Identidade Religiosa em Cnido e Cós no Período Helenístico
Autor
Mateus Mello Araujo da SilvaOrientador(a)
Alexandre Carneiro Cerqueira LimaData de Defesa
2020-07-16Nivel
MestradoPáginas
251Volumes
1Banca de DefesaAdriene Baron TaclaAlexandre Carneiro Cerqueira LimaVagner Carvalheiro Porto
ResumoNas últimas décadas, a partir dos anos 1990, os estudos sobre a região da Cária (no
sudoeste da Ásia Menor), sobre a etnicidade entre os helenos e sobre as cidades no período
helenístico presenciaram um novo fôlego. Intensos debates foram postos, eventos organizados
e obras foram publicadas sobre os assuntos. Nosso objetivo nessa dissertação é unir os três
campos supracitados, ao abordar um caso específico de construção da etnicidade entre um
conjunto de cidades gregas na costa da Cária, no continente e ilhas próximas, durante o período
helenístico. Ou seja, abordaremos a construção da etnicidade, especialmente a dórica, entre as
cidades de Cnido, Cós e Rodes no decorrer do III século a.C. e até meados do II século a.C.
Compreendemos que essas cidades não só compartilhariam uma identidade étnica entre si
através de sua subscrição no grupo étnico dos dórios de forma mais ampla, mas teriam a
memória da anfictionia regional dos períodos arcaico e clássico organizada ao redor dessa
mesma identidade: a Hexápolis e, em seguida, a Pentápolis Dórica. A identidade nessa
anfictionia era exercida através do pertencimento ao grupo das cinco cidades dóricas da Cária,
participando de cultos e competições exclusivistas. A religião, através de sua multiforme
presença na sociedade, seria o fator central para essa construção.
Para além disso, essa região teria passado do princípio do III século a.C. até a metade
do II século a.C. uma série de flutuações políticas complexas, submetendo as cidades da Cária
como um todo a diversas conformações de submissão política, alianças e resistência aos grandes
reinos helenísticos, sempre em disputa pela região. Também fornece espaço para a análise do
crescimento territorial e hegemônico de uma dessas cidades, Rodes, com suas próprias
pretensões políticas e econômicas se estendendo sobre as demais cidades. E, por fim, permite
uma análise de caso sobre os primeiros anos da interferência política romana na Ásia que, na
segunda metade do II século a.C., começaria a se tornar ainda mais pronunciada com a criação
da província da Ásia. Essas trajetórias históricas das três cidades em muitos pontos
convergentes e, em outros, divergentes, poderiam gerar ainda mais um sentido de comunidade.
A dissertação foi dividida em três partes, com um enfoque gradual. No primeiro
capítulo, será feita a contextualização histórica das cidades de Cnido, Cós e Rodes em longa
duração, desde o período arcaico até meados do II século a.C. A partir desses casos serão
apresentadas as discussões acerca da etnicidade e importância da pólis durante o período
helenístico. No segundo, o recorte será focado na análise dos tipos numismáticos de Cnido e
Cós produzidos no período helenístico. Compreendemos que essas imagens representavam10
mensagens e, ao circularem, poderiam trabalhar como um fator importante na constituição das
identidades local e regional. Por fim, analisaremos os testemunhos epigráficos vindos de Cnido,
antigo centro cultual da Pentápolis Dórica, ou relacionados à sua vida cultual e agonística para
compreendermos como a cidade articulava sua identidade étnica e seu pertencimento dentro do
mundo grego durante o período helenístico. O segundo volume da dissertação é constituído
pelo repertório de tipos numismáticos de Cnido e Cós, que foram agrupados a partir das
divindades que ocupam os anversos das moedas na análise do segundo capítulo da dissertação.
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2020-07
Rituais Funerários da Segunda Idade do Ferro no Sul da França: o caso de Ensérune
TítuloRituais Funerários da Segunda Idade do Ferro no Sul da França: o caso de Ensérune
Autor
Thaís Rodrigues Dos SantosOrientador(a)
Adriene Baron TaclaData de Defesa
2020-07-14Nivel
MestradoPáginas
342Volumes
1Banca de DefesaAdriene Baron TaclaCamila Diogo de SouzaPedro Vieira da Silva Peixoto
ResumoNesta pesquisa propomos o estudo das performances rituais funerárias de Ensérune em III a.C. Buscando compreender além da sequência de práticas vinculadas à essas performances, a construções da personalidade, de gênero e da memória social a partir da cultura material presente nas sepulturas. Ensérune trata-se do principal cemitério da Segunda Idade do Ferro do sul da França, e fornece pistas importantes para a compreensão dos rituais funerários da região. Neste cemitério, podemos observar como os mortos eram cremados, seus ossos coletados e colocados em urnas funerárias. Posteriormente era feita uma deposição secundária dessa cremação em uma cova, onde colocava-se além da urna funerária, oferendas alimentares (carneiro, porco, galinha, dentre outros animais), cerâmicas de banquete importadas, além dos vestígios da pira funerária (cinzas e mobiliário da pira).
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2020-07
Redes de Solidariedades entre Vivos e Mortos: a formação do patrimônio da confraria de Sancti Spiritus de Villalpando (Séculos XIV-XV)
TítuloRedes de Solidariedades entre Vivos e Mortos: a formação do patrimônio da confraria de Sancti Spiritus de Villalpando (Séculos XIV-XV)
Autor
Douglas Ribeiro da Rosa BandeiraOrientador(a)
Mário Jorge da Motta BastosData de Defesa
2020-07-13Nivel
MestradoPáginas
137Volumes
1Banca de DefesaAlmir Marques de Souza JuniorMário Jorge da Motta BastosRenata Rodrigues Vereza
ResumoNesta presente dissertação, nos debruçamos sobre a história da confraria de clérigos de
Sancti Spiritus de Villalpando localizada no reino de Castela. O recorte temporal são os
séculos XIV e XV. Analisando a sua documentação – composta basicamente por
contratos de doações, compras, vendas, trocas e arredamentos –, buscamos compreender
um processo no qual "economia" e "religião" não podiam ser dissociadas e em que a
necessidade de estabelecimento de vínculos sociais, além da crença e da esperança da
salvação deram ensejo à constituição do patrimônio desta confraria, que persistiu até o
século XIX. Não temos o ano exato da fundação da confraria de clérigos de Sancti
Spiritus, mas as menções mais antigas datam do século XII. Neste século a Europa vê o
alvorecer de inúmeras transformações e a maturação de processos que estavam em curso
nos séculos anteriores. A expansão econômica verificada neste período é um deles. Os
campos medievais passam a produzir mais, novas áreas são arroteadas ampliando-se os
espaços cultiváveis e os excedentes agrícolas, agora capaz de sustentar uma maior
quantidades de indivíduos alheios ao setor primário da produção. No mesmo período as
cidades medievais se revigoram, atraem para si não apenas os excedentes produzidos
nas áreas rurais, mas o destino de indivíduos que buscam novas oportunidades e
recomeços. É neste espaço e neste contexto que vemos a transformação da forma que
até então o homem medieval se relacionava entre si ou com o além através do
aparecimento de novas formas de religiosidade, como as Ordens Mendicantes ou o
nascimento do Purgatório, e de novas formas de sociabilidade, como as confrarias que
atuaram como redes de solidariedades entre vivos e mortos.
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2020-07
"Varar o território nacional de ponta a ponta": Atlas Folclórico do Brasil, Projeto Rondon e as Políticas de Integração Cultural (1951-1982)
Título"Varar o território nacional de ponta a ponta": Atlas Folclórico do Brasil, Projeto Rondon e as Políticas de Integração Cultural (1951-1982)
Autor
Valério Rosa de NegreirosOrientador(a)
Giselle Martins VenancioData de Defesa
2020-07-10Nivel
DoutoradoPáginas
281Volumes
1Banca de DefesaDenise Rollemberg CruzGiselle Martins VenancioJanaína Martins CordeiroJuliette Dumont-quessardMárcia Regina Romeiro Chuva
ResumoEsta tese tem como objetivo analisar o processo de institucionalização do folclore no Brasil a
partir da investigação do projeto do Atlas Folclórico do Brasil. Ainda na década de 1950,
quando do surgimento do Movimento Folclórico Brasileiro, foi levantada na Carta do Folclore
Brasileiro a ideia - por parte dos folcloristas que compunham a Comissão Nacional de Folclore
– da catalogação de todas manifestações folclóricas do país. Simultaneamente à luta para tornar
o folclore uma disciplina acadêmica, dotada de conceito e metodologias científicas, os
folcloristas criaram instituições e projetos ao longo de três décadas, sempre almejando executar
aquilo que seria o projeto maior deles "o grande levantamento do folclore brasileiro". Diante
disso, observou-se que a partir do golpe civil-militar de 1964, uma nova política cultural - a
qual denominamos de "integração cultural" - se estruturou no país. Tal fato, sustentamos nessa
tese, teria possibilitado aos folcloristas da Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro realizar
um inquérito na década de 1970, nas chamadas "Operação Pesquisa Folclórica", em
colaboração com o Projeto Rondon e estudantes universitários, integrantes deste projeto.
Apesar de apenas um Atlas ter sido publicado, essa investigação descobriu que foi feito, em
vários estados, o cadastramento das manifestações que fariam parte do Atlas nacional. Diante
disso, defendemos que, no contexto da década de 1970, as configurações ideológicas
permitiram aos folcloristas realizarem seu projeto maior, bem como, permanecerem
institucionalmente vinculados ao Estado brasileiro.
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2020-07
"A ditadura nos trilhos: cotidiano e memória dos trabalhadores da Rede Ferroviária Federal S.A. (1964-1974)".
Título"A ditadura nos trilhos: cotidiano e memória dos trabalhadores da Rede Ferroviária Federal S.A. (1964-1974)".
Autor
Isabella Villarinho PereyraOrientador(a)
Janaína Martins CordeiroData de Defesa
2020-07-09Nivel
MestradoPáginas
171Volumes
1Banca de DefesaJanaína Martins CordeiroLarissa Rosa CorrêaLívia Gonçalves Magalhães
ResumoEsta dissertação de mestrado discute a complexidade das relações construídas entre
sociedade e a ditadura civil-militar a partir do estudo de caso dos trabalhadores da Rede
Ferroviária Federal S.A. na cidade do Rio de Janeiro, durante a primeira década do regime
(1964-1974). Pretende-se analisar como o cotidiano de trabalho dos ferroviários cariocas foi
alterado pela presença de esferas de vigilância e repressão da ditadura e quais os mecanismos
utilizados para se adaptarem à realidade de exceção. Ao refletirmos sobre a memória social
construída por esses atores, marcada por esquecimentos e silêncios, analisaremos como a
ambivalência dos comportamentos sociais, além de atitudes como indiferença, passividade e
naturalização da violência, contribuíram para a construção do consenso em torno do regime.
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2020-07
Entre realidades e dissoluções: emancipação, imprensa e abolicionismo em Pernambuco (1848-1875)
TítuloEntre realidades e dissoluções: emancipação, imprensa e abolicionismo em Pernambuco (1848-1875)
Autor
Emanoel da Cunha GermanoOrientador(a)
Hebe Maria da Costa Mattos Gomes de CastroData de Defesa
2020-07-09Nivel
MestradoPáginas
160Volumes
1Banca de DefesaHebe Maria da Costa Mattos Gomes de CastroKeila GrinbergLarissa Moreira Viana
ResumoO objetivo dessa pesquisa é resgatar a cultura política dos impressos republicanos nos
debates abolicionistas na província de Pernambuco entre 1848 e a década de 1875. Analisei o
fenômeno da disseminação do republicanismo nesta região, atrelado aos debates
emancipacionistas em suas folhas políticas, realçando os pontos de interseção e de
afastamento entre esses dois movimentos, que podem ser verificados através dos jornais
republicanos. Privilegiamos analisar os periódicos que problematizaram a questão escravista
no país, além disso, recorrermos às pesquisas que trataram sobre esse assunto.
O estudo analisa o grupo de republicanos históricos que discutiram a abolição em seus
impressos e fizeram parte da geração 1848, grupos de intelectuais estes que tiveram por
alcunha "Quarante-Huitard", caracterizada pelos historiadores pernambucanos. Esta iniciativa
torna complexa uma dada leitura da história nacional articulada às mais recentes
interpretações historiográficas regionais sobre o repensar da sociedade oitocentista. Refletir
sobre este grupo mostrar-se-á proveitoso como porta de entrada o entendimento da formação
de uma cultura política republicana abolicionista no Recife na segunda metade do século XIX.
No decorrer dos capítulos, busquei entender, como os republicanos desta geração que
data da revolta praieira 1848, até meados de 1870, difundiram dois movimentos em seus
impressos: desde o republicanismo, como o emancipacionismo. Assim, trabalhar com
conceitos como "sociabilidade", "cultura política" e "horizonte de expectativa" foi um
caminho essencial para a pesquisa.
Para exemplificar o protagonismo desta tradição republicana nos guiaremos pela
reconstituição histórica da vida de um desses republicanos históricos. Neste sentido,
procurou-se investigar a trajetória do republicano Romualdo Alves de Oliveira durante o
período que cobre a pesquisa. Como republicano abolicionista, era conhecido como
advogado, profissão que exercia como rábula. A partir do percurso trilhado por Romualdo
Oliveira, tanto no Recife quanto na cidade do Rio de Janeiro, aqui atuando nos movimentos
abolicionistas, o estudo em questão visa apontar a participação política ativa dos republicanos
abolicionistas na imprensa em meados oitocentistas na província de Pernambuco.
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2020-07
Arte para ser vista e admirada: a pintura mural de Eugêncio de Proença Sigaud a partir da catedral de Jacarezinho, Paraná
TítuloArte para ser vista e admirada: a pintura mural de Eugêncio de Proença Sigaud a partir da catedral de Jacarezinho, Paraná
Autor
Luciana de Fátima Marinho EvangelistaOrientador(a)
Paulo Knauss de MendonçaData de Defesa
2020-07-08Nivel
DoutoradoPáginas
303Volumes
1Banca de DefesaAndréa Casa Nova MaiaArthur Gomes ValleKarla Guilherme CarloniPaulo Knauss de MendonçaViviane Furtado Matesco
ResumoO conjunto de pinturas murais da catedral diocesana do município paranaense de Jacarezinho, é considerado a maior obra de Eugênio Proença Sigaud (1899-1979). As pinturas cobrem 600m² de superfície e foram realizadas entre os anos de 1954 e 1957, por encomenda do bispo Dom Geraldo Proença Sigaud, que era irmão do artista. O estudo desenvolvido partiu do lugar do pintor na historiografia da arte no Brasil e recorreu a fontes diversificadas, como imprensa, catálogos de exposição, entrevistas, fotografias, documentos de polícia política e da diocese, além da obra artística de Sigaud. A análise se orientou pela definição da arte como ação coletiva, estabelecida na sociologia de Howard Becker, analisando as interações da sociedade local com o artista e sua obra. O conceito de produção de presença, proposto por Hans Ulrich Gumbrecht, serviu para pensar o efeito das pinturas no espaço de culto. A pesquisa contextualiza historicamente a originalidade do pensamento e da arte de Sigaud no universo da arte moderna no Brasil e sua posição no debate internacional sobre a arte mural no século XX, demonstrando como o pintor defendeu o princípio da harmonização decorativa da pintura mural que serviu à mensagem política de sua arte figurativa voltada para a crítica da ordem social dominante e promoção da imagem do trabalhador. Nas pinturas da catedral de Jacarezinho, identificase como o artista explorou as tradições e os motivos da arte religiosa para desafiar o culto do sagrado
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2020-07
Sobre o socialismo: a complexidade do conceito no Partido dos Trabalhadores (1980-2007)
TítuloSobre o socialismo: a complexidade do conceito no Partido dos Trabalhadores (1980-2007)
Autor
Wagner Luiz Nogueira HartjeOrientador(a)
Renata Torres SchittinoData de Defesa
2020-07-07Nivel
MestradoPáginas
109Volumes
1Banca de DefesaGustavo França GomesMarcus Ajuruam de Oliveira DezemoneRenata Torres Schittino
ResumoEste trabalho tem por objetivo central situar as principais ações e políticas do
Partido dos Trabalhadores (PT) ao longo de sua existência, com recorte histórico mais
preciso desde sua fundação, em 1980, até o ano de 2007, quando foi realizado seu 3o
Congresso Nacional. A análise das rupturas e continuidades do PT visa discutir acerca da
complexidade do conceito de socialismo e sua categorização no interior da legenda, bem
como as ações práticas que o partido fizeram para configurar-se (ou não) como um partido
estrategicamente socialista. Isto é, o percurso petista foi marcado por diferentes
avaliações do que se propunha em termos de socialismo, de modo que em cada fase do
partido tal definição ganhou significados distintos, todas, entretanto, conjugadas à
democracia, esta, por sua vez, entendida como um valor universal. Percorremos os
documentos deliberados nos encontros e congressos do PT a fim de analisar como tais
definições de socialismo foram apresentadas ao mundo. Além disso, situaremos autores
que já se debruçaram acerca deste tema na intenção de esboçar as principais
convergências e divergências existentes sobre o real significado do socialismo do PT.
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2020-07
"A seca de 1932 e o governo provisório no Ceará"
Título"A seca de 1932 e o governo provisório no Ceará"
Autor
Priscilla Régis Cunha de QueirozOrientador(a)
Maria Verónica Secreto FerrerasData de Defesa
2020-07-07Nivel
DoutoradoPáginas
239Volumes
1Banca de DefesaFrederico de Castro NevesJosé Augusto Valladares PáduaMaria Verónica Secreto FerrerasMario GrynszpanVanderlei Vazelesk Ribeiro
ResumoEsta tese investiga a forma como se deu o combate à seca de 1932 no Ceará, situando
historicamente seus termos no processo de conformação do Governo Provisório varguista
(1930-1934). Ao tempo em que os primeiros sinais da severidade da estiagem foram
reconhecidos em 1930, a disputa pelo controle da Presidência do Estado do Ceará se acirrou,
impactando na atenção dada à crise climatérica. O mesmo ocorreu em outros momentos de
instabilidade política no novo regime. Com o agravamento da seca, o Governo Provisório
renovou o compromisso com os estados atingidos pela estiagem, mas apesar do ímpeto de
mudança estrutural, recorreu à velhas respostas para dar conta do histórico problema. Por meio
de fontes diversas, sobretudo, jornais, documentação oficial produzida em nível local e nacional
e relatos memorialísticos, analisamos como as principais instâncias encarregadas dos socorros
públicos, a saber, Interventoria Federal de Obras Contra as Secas e Ministério da Viação e
Obras Públicas, passaram a se ocupar da crise social. Percebeu-se que ao longo do Governo
Provisório (1930-1934) o debate em torno da seca foi gradativamente ampliado à medida em
que o próprio estado pós-revolucionário se adensava. Nesse contexto, a questão climatérica foi
redimensionada, passando a fazer parte de debates acerca dos usos dos recursos naturais
nacionais e do ordenamento constitucional da nação.
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2020-07
Ingleses x ingleses: poder e conflito entre a diplomacia londrina e os comerciantes britânicos no comércio proibido de escravos (Rio de Janeiro, 1826-1850)
TítuloIngleses x ingleses: poder e conflito entre a diplomacia londrina e os comerciantes britânicos no comércio proibido de escravos (Rio de Janeiro, 1826-1850)
Autor
João Daniel Antunes Cardoso do Lago CarvalhoOrientador(a)
Carlos Gabriel GuimarãesData de Defesa
2020-07-06Nivel
DoutoradoPáginas
264Volumes
1Banca de DefesaCarlos Gabriel GuimarãesGabriel PassettiJonis FreireMariana de Aguiar Ferreira MuazeTâmis Peixoto ParronThiago Fontelas Rosado Gambi
ResumoEsta tese objetiva analisar as relações de convergência e divergência entre os
comercinates britânicos no Brasil, notadamente no Rio de Janeiro, e o diplomacia
londrina com relação ao fim do tráfico de escravos para o Império. Muitos estrangeiros,
notadamente súditos de Sua Majestade britânica, obtiveram grandes lucros com a
participação direta ou indireta na atividade do infame comércio, além de muitos desses
indivíduos, ao residirem no Brasil, passaram a serem grandes senhores de escravos e
participavam do tráfico interno, além de casos de empresas britânicas que utilizavam
trabalho cativo, contrariando os princípios e as leis da Grã Bretanha. A partir dos
dircursos proferidos e dos indícios que aparecem nas fontes, analizou-se essa tensão de
ingleses x ingleses num momento bem particular da história das relações exteriores
entre o Brasil e o Império britânico, com o apogeu e o declínio da preeminência
britânica no Brasil.
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2020-07
Quem paga o "Pa(c)to"? Uma análise da retórica do "Pacto Social" enquanto tática desmobilizadora na transição da Ditadura para a Nova República.
TítuloQuem paga o "Pa(c)to"? Uma análise da retórica do "Pacto Social" enquanto tática desmobilizadora na transição da Ditadura para a Nova República.
Autor
Gabriel Gondim CoelhoOrientador(a)
Bernardo KocherData de Defesa
2020-07-06Nivel
MestradoPáginas
150Volumes
1Banca de DefesaAdriano de FreixoBernardo KocherRafael Vaz da Motta Brandão
ResumoEsta pesquisa está inserida dentro da temática mais ampla dos debates historiográficos
que tratam da caracterização do processo de transição de regime político no Brasil — da
Ditadura inaugurada pelo golpe empresarial-militar de 1964 para a chamada "Nova
República" ao final da década de 1980. O trabalho tem como objeto de pesquisa as
formulações e movimentações em torno de propostas de "Pacto Social" que buscavam
conciliar interesses de empresários e trabalhadores em meio ao processo de redemocratização.
Observando a influência da dinâmica da luta de classes nos rumos da transição, esta
dissertação buscou analisar as propostas de "Pacto Social" enquanto um recurso tático
desmobilizador, empregado por frações das classes dominantes junto ao Estado brasileiro com
o intuito de promover o arrefecimento das mobilizações grevistas do período e atuar como
forma de absorção de conflitos em um contexto de aguda crise econômica e social, recurso
inspirado em outras experiências internacionais como a dos chamados "Pactos de La
Moncloa" da redemocratização espanhola.
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2020-07
QUE A MEMÓRIA NÃO PEREÇA COM A MORTE: OS RITOS FÚNEBRES E A AFIRMAÇÃO DO PODER RÉGIO EM
PORTUGAL (1385-1495)TítuloQUE A MEMÓRIA NÃO PEREÇA COM A MORTE: OS RITOS FÚNEBRES E A AFIRMAÇÃO DO PODER RÉGIO EM
PORTUGAL (1385-1495)Autor
Nathália de Ornelas Nunes de LimaOrientador(a)
Mário Jorge da Motta BastosData de Defesa
2020-07-06Nivel
MestradoPáginas
170Volumes
1Banca de DefesaEdmar Checon de FreitasMarcelo Santiago BerrielMário Jorge da Motta Bastos
ResumoAo fim do período medieval, o fenômeno da morte tende a ser experienciado de
forma cada vez mais individualiza, vindo também a ser utilizado para legitimar o poder dos
príncipes. Nesse sentido, consideramos que os cerimoniais fúnebres dos membros da casa de
Avis contribuíram para a legitimação da dinastia e para a construção de uma memória oficial
do reino de Portugal, ancorada na sacralização dos integrantes da família real. O recorte da
pesquisa abrange essencialmente os quatro primeiros reinados dessa segunda dinastia da
monarquia portuguesa, no período entre o fim do século XIV e o século XV, momento que,
para diversos historiadores, representa uma crise geral na Cristandade europeia ocidental, mas
em que, ao mesmo tempo, estava em curso a formação do estado português. Na análise
empreendida, tomando como principais fontes as crônicas régias e adotando como
referenciais teóricos especialmente estudos antropológicos sobre os rituais funerários e
estudos históricos de domínios como a antropologia histórica e a história das mentalidades,
são investigados os mecanismos envolvidos na legitimação do poder régio durante a fase
inicial da Dinastia de Avis no reino de Portugal, procurando compreender como os funerais
régios e a regulação dos costumes relativos à morte e ao luto foram utilizados nesse processo.
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2020-07
Entusiastas do desenvolvimento: a ditadura civil-militar entre representações e discursos oficiais sobre o
indígena brasileiro (1968-1974)TítuloEntusiastas do desenvolvimento: a ditadura civil-militar entre representações e discursos oficiais sobre o
indígena brasileiro (1968-1974)Autor
Breno Luiz Tommasi EvangelistaOrientador(a)
Janaína Martins CordeiroData de Defesa
2020-07-06Nivel
MestradoPáginas
186Volumes
1Banca de DefesaDenise Rollemberg CruzJanaína Martins CordeiroTatyana de Amaral Maia
ResumoEsta dissertação tem por objetivo analisar o papel de agentes a serviço do Estado
brasileiro para a conformação de determinada política indigenista no país durante a
ditadura civil-militar brasileira (1964-1979). A principal proposta do estudo é identificar
as características do conteúdo divulgado em produções textuais e discursos públicos,
reconhecendo a importância dos métodos e dos veículos adotados para tanto. Assim, as
fontes cotejadas foram os jornais da imprensa nacional, dos quais foram extraídos
declarações e testemunhos de diversos agentes relacionados à política indigenista, o
Boletim Informativo da Funai e outras produções textuais, como livros e artigos
acadêmicos. Os objetos selecionados para tal estudo são fruto de diversos agentes
históricos, concentrados sobretudo na Fundação Nacional do Índio (Funai) e na sua
Assessoria de Relações Públicas àquele momento. As reflexões derivadas das análises
deste conjunto material atentam para os usos que diferentes instituições e funcionários
estatais fizeram do espaço público para manifestar opiniões, posicionamentos, teorias e
representações sobre os indígenas brasileiros. Para tanto, a pesquisa incorpora as
trajetórias de vida de determinados agentes produtores dessas representações, buscando
compreender a interrelação entre suas experiências e expectativas individuais, o contexto
político e as relações sociais estabelecidas entre si e com outros grupos no período. Orecorte cronológico, de 1969 a 1974, corresponde ao período de governo do general-
presidente Emílio Garrastazu Médici, momento marcado pelo surgimento de importantesquestões e debates acerca da política indigenista brasileira em meio à implementação de
uma política de desenvolvimento nacional que teve como um dos principais alvos a região
amazônica.
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2020-07
Bumba meu boi e festas populares na ilha do Maranhão: entre negociação e conflito (século XIX e
XX)TítuloBumba meu boi e festas populares na ilha do Maranhão: entre negociação e conflito (século XIX e
XX)Autor
Carolina Christiane de Souza MartinsOrientador(a)
Martha Campos AbreuData de Defesa
2020-07-03Nivel
DoutoradoPáginas
327Volumes
1Banca de DefesaEric Brasil NepomucenoFabiane PopinigisIsabel Cristina Martins GuillenMartha Campos AbreuMatthias Wolfram Orhan Röhrig AssunçãoRenata Figueiredo Moraes
ResumoEste trabalho tem como objetivo analisar as festas populares na cidade de São Luís, capital
do Maranhão, no período compreendido entre os séculos XIX e XX. Dentre as festas, a
tese destaca a experiência dos sujeitos sociais do Bumba meu boi e as relações
empreendidas entre estes festeiros e os intelectuais, a imprensa, o poder público e as
autoridades policiais. Especificamente para o caso do Bumba meu boi, a pesquisa
documental suscitou o caráter do associativismo instituído pelos trabalhadores negros e
caboclos, destacando-se as articulações entre o universo dos bois, o mundo do trabalho,
as irmandades religiosas católicas e o Tambor de Mina. No aprofundamento da análise
sobre o Bumba meu boi, o estudo procura entender o seu processo de valorização
enquanto manifestação no Maranhão e o papel dos intelectuais folcloristas e literatos,
assim como dos próprios boieiros, o que culminou na sua patrimonialização em 2019. Na
análise deste processo, a abordagem é ampliada para a valorização do popular,
observando-se as negociações e tensões na política de controle das festas e divertimentos
populares empreendidas pelas autoridades. Dessa forma, a tese identifica e analisa os
instrumentos de controle, como exemplo, os Códigos de Posturas e Editais utilizados pela
polícia, bem como as fontes referentes às licenças e requerimentos ao chefe de polícia, o
que possibilitou a construção de uma geografia festiva na ilha do Maranhão.
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2020-07
O debate público de professores historiadores acerca da ditadura pós-64 no Brasil: ensino de História,
memória e usos públicos da História recente (1985-2015)TítuloO debate público de professores historiadores acerca da ditadura pós-64 no Brasil: ensino de História,
memória e usos públicos da História recente (1985-2015)Autor
Ana Lima KallásOrientador(a)
Marcelo Badaró MattosData de Defesa
2020-07-03Nivel
DoutoradoPáginas
361Volumes
1Banca de DefesaAlessandra CarvalhoCarlos Zacarias Figuerõa de Sena JúniorFernando de Araujo PennaLuciana Lombardo Costa PereiraMarcelo Badaró Mattos
ResumoNa tese discute-se em que medida o passado recente ditatorial foi objeto de debate público entre
professores historiadores de 1985 a 2015 e de que forma foi abordado em políticas educacionais
a partir da "redemocratização". Para esse fim, analisa-se os currículos escolares expressos na
legislação educacional e em coleções de livros didáticos, além de anais de eventos científicos
de História e de Ensino de História, que sistematizaram as reflexões de professoreshistoriadores entre seus pares. Com o objetivo de auxiliar a pensar o caso brasileiro, debruça-
se sobre as experiências argentina e chilena em suas transições políticas, reformas educacionaise ensino do passado recente. O ensino de passados ditatoriais (ou passados considerados
"traumáticos" e "controversos") é entendido como possível mecanismo de "Justiça de
Transição", ao permitir a reflexão pública sobre graves experiências de violência
institucionalizada, suas permanências e transmutações em regimes democráticos. A transição
brasileira, de caráter controlado e "pelo alto", foi marcada pela reorganização do Estado
capitalista no Brasil, com a consolidação de uma democracia restrita, com fortes traços
autocráticos e amnésicos. Esse processo constituiu uma limitação às possibilidades de amplo
debate público sobre a ditadura pós-1964. Entre os professores historiadores se tornou mais
urgente a contenda em torno da autonomia da disciplina de história enquanto campo de
conhecimento científico e as novas abordagens teórico-metodológicas do que o ensino do
passado recente. Contraditoriamente, a temática da ditadura esteve presente em todas as
coleções didáticas analisadas, dos anos 1980 aos anos 2010. A pesquisa mostrou que a
abordagem crítica das graves violações de direitos humanos, quando isolada, não leva
necessariamente a uma compreensão sobre o sentido histórico do golpe e da ditadura pós-1964.
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2020-07
Permanências pagãs e aspectos híbridos na Islândia do século XIII: uma análise da Brennu-Njáls Saga.
TítuloPermanências pagãs e aspectos híbridos na Islândia do século XIII: uma análise da Brennu-Njáls Saga.
Autor
Gabriela Teixeira FrazãoOrientador(a)
Edmar Checon de FreitasData de Defesa
2020-07-03Nivel
MestradoPáginas
112Volumes
1Banca de DefesaEdmar Checon de FreitasMário Jorge da Motta BastosRenan Marques Birro
ResumoA instituição eclesiástica, desde o século V, buscava converter os ditos povos pagãos.
Essa empreitada ocorreu através de um processo gradual de adaptação das tradições
religiosas. A Escandinávia foi cristianizada por volta dos séculos IX e X e, dentro desse
contexto, a Islândia foi cristianizada por volta do ano mil em meio a disputas entre os
pagãos e os cristãos que vinham pouco a pouco ascendendo politicamente. A conversão
islandesa acabou conduzindo a um processo de hibridismo religioso no qual o
cristianismo absorveu muitos traços do paganismo. Esta dissertação busca analisar a
permanência desses traços pagãos e dos aspectos híbridos na Islândia do século XIII à
luz da literatura nórdica islandesa. Como fonte, optamos pela escolha de uma saga, a
Brennu-Njáls saga, escrita por volta deste mesmo século. Embora a saga trate de um
período anterior, no caso o período de conversão da Islândia, ela foi escrita no contexto
da pós-conversão, trazendo dentro da sua narrativa elementos que retratam
culturalmente e socialmente aquela sociedade, assim como a sua mentalidade, através
da visão do seu autor.
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2020-07
Feminismo entre ondas: mulheres, PCB e política no Brasil
TítuloFeminismo entre ondas: mulheres, PCB e política no Brasil
Autor
Iracélli da Cruz AlvesOrientador(a)
Rachel SoihetData de Defesa
2020-07-03Nivel
DoutoradoPáginas
360Volumes
1Banca de DefesaAna Carolina Barbosa PereiraJanaína Martins CordeiroJoana Maria PedroLarissa Moreira VianaRachel SoihetRodrigo Patto Sá Motta
ResumoPartindo das ações e vozes de mulheres que movimentaram a política brasileira entre as
décadas de 1940 e 1970 defendo a tese de que entre as chamadas primeira e segunda onda
feministas houve um processo significativo de construção do feminismo no Brasil. Muitas
das novidades comumente apontadas como próprias da segunda onda já vinham sendo
construídas. Analiso, sobretudo, o feminismo de orientação comunista protagonizado por
mulheres cisgênero e desenvolvido entre 1946 e 1957 em sintonia com o Partido
Comunista do Brasil (PCB). Em 1946 foi fundado o Instituto Feminino de Serviço
Construtivo (IFSC) com o objetivo de criar uma organização que conseguisse articular
um movimento de mulheres nacional e unificado. No ano seguinte, emergiu o jornal
Momento Feminino, importante meio de articulação do projeto político. Em 1949 nasceu
a Federação de Mulheres do Brasil (FMB), que atuou com visibilidade pública até 1957.
Pensando a dimensão coletiva, este período se sobressai na tese. No entanto, o
enfraquecimento institucional não implicou o encerramento da circulação de projetos
feministas de sociedade. A análise das trajetórias de duas militantes do PCB – Jacinta
Passos e Alina Paim – serviu de baliza para pensar o feminismo durante as décadas de
1960-70, temporalidade que atravessa a tese. Optei por pensar o processo como
movimento não em fases apartadas que pouco ou nada dialogam. Acredito que abordagens
que enfatizem as relações no lugar das descontinuidades seja a forma mais adequada de
pluralizar e democratizar o debate, contribuindo tanto para repensar a linearidade e a
evolução entre as supostas ondas, quanto para descobrir outros sujeitos que atuaram entre
e para além delas.
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2020-07
Pintura de paisagem e guerra: Edoardo de Martino nos mundos da arte no Brasil (1868-1877)
TítuloPintura de paisagem e guerra: Edoardo de Martino nos mundos da arte no Brasil (1868-1877)
Autor
Raphael Braga de OliveiraOrientador(a)
Paulo Knauss de MendonçaData de Defesa
2020-07-03Nivel
MestradoPáginas
199Volumes
1Banca de DefesaAna Maria Mauad de Sousa Andrade EssusMaraliz de Castro Vieira ChristoPaulo Knauss de Mendonça
ResumoA presente dissertação aborda a obra artística do pintor Eduardo De Martino (1838-1912)
realizada no Brasil (1868-1877). Formado pelo Instituto de Artes Plásticas de Nápoles,
atuava como militar da Armada italiana até desistir da carreira militar para se tornar pintor.
Iniciou sua trajetória artística no Brasil a convite do Imperador Dom Pedro II e chegou a se
tornar Membro Correspondente da Academia Imperial de Belas Artes, antes de se transferir
para Inglaterra onde se consagrou. A pesquisa buscou traçar a trajetória do pintor napolitano
e tratar as redes de cooperação e interação que permitiram o pintor estrangeiro e iniciante se
inserir nos mundos da arte do Brasil oitocentista e construir a partir do contexto local uma
carreira artística internacional. Os estudos de cultura visual e a concepção de que a obra de
arte é resultado de ação coletiva, inspirada pela Sociologia da Arte de Howard Becker,
contribuíram para a análise da documentação de época (jornais, revistas, correspondência e
catálogos de exposições, iconografia). Dessa forma, demonstra-se o dinamismo dos mundos
da arte no Brasil do século XIX.
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2020-07
O trotskismo no Brasil e a crise de direção revolucionária: construção do partido, programa político e
movimento operário (1937-1948)TítuloO trotskismo no Brasil e a crise de direção revolucionária: construção do partido, programa político e
movimento operário (1937-1948)Autor
Henrique de Bem LignaniOrientador(a)
Paulo Cruz TerraData de Defesa
2020-07-03Nivel
MestradoPáginas
227Volumes
1Banca de DefesaFelipe Abranches DemierPaulo Cruz TerraTatiana Silva Poggi de Figueiredo
ResumoO objetivo desta dissertação é analisar parte da trajetória do movimento trotskista no
Brasil, mais especificamente o período em que se desenvolveram o Partido Operário Leninista
(POL) e o Partido Socialista Revolucionário (PSR). Tendo atuado entre 1937 e o começo da
década de 1950, esses partidos se vincularam à IV Internacional e buscaram constituir-se
enquanto direção política para o movimento revolucionário, apresentando uma saída para o
problema da crise de direção. Dessa forma, o que pretendo é analisar como os militantes do
POL e do PSR se organizaram e intervieram na realidade visando dar conta dessa tarefa à qual
se propunham. Para responder tal questão, destaca-se também a inserção dos referidos
partidos no contexto político e social do Brasil (ditadura varguista do Estado Novo, transição
ao "período democrático") e do mundo (eclosão da Segunda Guerra, pós-guerra), bem como
sua relação com outros partidos e correntes identificados com a esquerda, em especial o PCB.
Alguns elementos fundamentais para o entendimento da questão proposta, e nos quais o
presente trabalho se centra, são: a construção da organização partidária e a concepção de
partido mobilizada pelos militantes trotskistas; o programa político que apresentavam para a
classe trabalhadora; e as suas propostas para intervenção no movimento operário. A partir da
análise de documentos produzidos pelo POL e pelo PSR, tais quais textos de circulação
interna e publicações periódicas, além de outras fontes, como relatórios policiais, pretendo
investigar tais aspectos da vida política das organizações trotskistas, identificando também as
transformações e mudanças de perspectiva manifestadas ao longo do tempo.
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2020-06
"É impossível levar um barco sem temporais": os Malditos da MPB durante as décadas de 1960 e 1970
Título"É impossível levar um barco sem temporais": os Malditos da MPB durante as décadas de 1960 e 1970
Autor
Ulisses Monteiro Coli DiogoOrientador(a)
Janaína Martins CordeiroData de Defesa
2020-06-30Nivel
DoutoradoPáginas
243Volumes
1Banca de DefesaGustavo Alves Alonso FerreiraJanaína Martins CordeiroKarla Guilherme CarloniLívia Gonçalves MagalhãesLuisa Quarti Lamarão
ResumoOs objetivos deste trabalho são a reflexão e a compreensão do uso do termo malditos
para se referir a músicos populares surgidos entre fins da década de 1960 e início da década
de 1970. O termo passou então a significar artistas que utilizavam uma linguagem musical e
poética experimental ̧ comportamento transgressor, quebra de padrões, associação de
elementos estéticos e temáticos, além de uma relação instável com o mercado de música. Os
artistas escolhidos para análise no trabalho são: Luiz Melodia, Jards Macalé, Sérgio Sampaio,
Jorge Mautner, Walter Franco e Tom Zé.
Dentro do campo da música popular e das segmentações propostas pelo mercado,
atuavam de forma marginal ao mainstream da MPB, e todos passaram por momentos de
sucesso e quase esquecimento. Mesmo sem atuarem como um grupo definido, o uso do termo
prevaleceu em suas carreiras artísticas, criando, mesmo que de forma involuntária algo que os
associasse.
Portanto, pretende-se apontar a origem do termo, a forma como foi utilizado pelos
agentes mediadores, assim como uma reflexão acerca do sentido do termo.
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2020-06
"Trabalhadores e trabalhadoras do Frigorífico Matarazzo em Jaguariaíva-PR: cotidiano, experiência e resistência (1920-1940).
Título"Trabalhadores e trabalhadoras do Frigorífico Matarazzo em Jaguariaíva-PR: cotidiano, experiência e resistência (1920-1940).
Autor
Francielle Aparecida UchakOrientador(a)
Laura Antunes MacielData de Defesa
2020-06-30Nivel
MestradoPáginas
188Volumes
1Banca de DefesaHélvio Alexandre MarianoLaura Antunes MacielPaulo Cruz Terra
ResumoA presente pesquisa tem o intuito de demonstrar as experiências de trabalho e atuação dos
trabalhadores e trabalhadoras que exerceram suas funções entre 1920-1940 no Frigorifico de
suínos da Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo, uma das maiores indústrias que se
instalaram na cidade de Jaguariaíva no Estado do Paraná na segunda década do século XX.
Buscamos demonstrar as relações de trabalho, os motivos da instalação na localidade, bem
como as lutas e resistências dos homens, mulheres e crianças dentro e fora do ambiente de
trabalho. Problematizamos os conflitos no espaço da fábrica, o regime de trabalho, os interesses,
acidentes e como os trabalhadores agiram em relação a eles e quais as suas formas de ação e
reivindicação através de ações trabalhistas.
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2020-06
Biopolítica e operariado carioca: Apontamentos para um estudo do Biopoder no Brasil (1901-1918)
TítuloBiopolítica e operariado carioca: Apontamentos para um estudo do Biopoder no Brasil (1901-1918)
Autor
Patrick Coutinho da SilvaOrientador(a)
Carlos Augusto AddorData de Defesa
2020-06-30Nivel
MestradoPáginas
160Volumes
1Banca de DefesaAlexandre Ribeiro SamisCarlos Augusto AddorRenata Torres Schittino
ResumoA biopolítica é um conceito utilizado pelo filósofo Michel Foucault para denominar uma
tecnologia política que emergiu na Europa, no início do século XVIII, e que tem como
objetivo estabelecer um controle político da vida humana. O seu desenvolvimento está
atrelado à dinâmica do capitalismo, dessa forma, para compreender como age o biopoder
em determinada região, é necessário que se considere as especificidades assumidas pelo
liberalismo na mesma, algo que não foi feito em estudos que abordem as práticas de
controle da vida no Brasil. Esta pesquisa tentará, portanto, historicizar a noção
foucaultiana de biopolítica, tornando-o uma ferramenta de análise historiográfica mais
potente. Faremos isso através de uma análise micropolítica do dia a dia de trabalhadores
de uma fábrica de tecidos da cidade do Rio de Janeiro do início do século XX, momento
em que acredito que a biopolítica emerge no Brasil. Esses tecelões eram assistidos pela
mesma através da oferta de moradia e, por causa disso, creio que eles se encontravam em
uma situação de controle ininterrupto que se iniciava na fábrica e invadia a vida privada.
O estudo das técnicas disciplinares usadas para controla-los, possibilitado pela leitura de
fontes como os periódicos daquele período, muito tem a dizer sobre a maneira pela qual
a biopolítica se desenvolveu no Brasil.
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2020-06
Dos vermes aos astros: saber, poder e disputas pela arte de curar durante a epidemia dos males em Pernambuco (séculos XVII - XVIII)
TítuloDos vermes aos astros: saber, poder e disputas pela arte de curar durante a epidemia dos males em Pernambuco (séculos XVII - XVIII)
Autor
Bernardo Manoel Monteiro ConstantOrientador(a)
Renato Júnio FrancoData de Defesa
2020-06-30Nivel
MestradoPáginas
207Volumes
1Banca de DefesaLuís Miguel Nunes CarolinoRenato Júnio FrancoSilvia Patuzzi
ResumoEste trabalho pretende estudar os desdobramentos da epidemia febril que assolou a costa
da América portuguesa entre as décadas de 1680-1690, com o fim de analisar as
dinâmicas de produção, aplicação e legitimação de conhecimento médico-curativo no
mundo português no final do século XVII. O estudo se orienta pelas tensões
estabelecidas nos processos de produção de saberes curativos e suas interfaces com as
dinâmicas políticas, campo a partir do qual derivam os problemas a serem explorados.
Considerando que a legitimação de saberes envolvia fatores como a capacidade de
difusão discursiva, a mobilização de relações políticas e apropriação de conhecimentos
que por vezes escapavam ao que era tido por válido entre as elites letradas, parte-se da
premissa de que o estudo deve observar os processos amplos que levavam do saber
medicinal à ação curativa; bem como as estratégias dos agentes da cura para validar
socialmente seu saber e fazer. Outra questão central do trabalho é a relação que se
desenvolve entre a doença, a cura e as práticas políticas. Isso porque observar a doença
e a cura entendidas como recursos viabiliza a compreensão das estratégias políticas
empregadas pelas partes interessadas na mobilização do saber curativo em favor de seus
projetos. As fontes para a análise são primariamente tratados médicos produzidos por
agentes da cura que atuaram na América portuguesa durante a epidemia; bem como
documentação governativa que permita explorar as relações travadas entre os agentes da
cura e os da política.