Dissertations and Theses
  • 2020-11

    A peste serve a qual partido? Disputas políticas e epidemia do cólera (Ceará, 1862-1863)

    Título

    A peste serve a qual partido? Disputas políticas e epidemia do cólera (Ceará, 1862-1863)

    Autor
    Jucieldo Ferreira Alexandre
    Orientador(a)
    Mario Grynszpan
    Data de Defesa
    2020-11-09
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    316
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Isabel Idelzuite Lustosa da Costa
    Kaori Kodama Flexor
    Mario Grynszpan
    Paulo Cadena
    Sebastião Pimentel Franco

    Resumo

    Entre 1862 e 1863 a Província do Ceará foi vítima do cólera morbo. Responsável por grandes
    epidemias pelo mundo, no século XIX, o cólera ganhou a atenção dos historiadores,
    interessados em problematizar as questões socioculturais por trás das cenas dramáticas ligadas

    à doença. No caso do Ceará, o drama epidêmico foi, claramente, utilizado nas disputas político-
    partidárias, bem como serviu a indivíduos interessados em granjear honrarias e benefícios

    pessoais. Naquela conjuntura, uma celeuma envolvendo o presidente da província, José Bento
    da Cunha Figueiredo Júnior, e a cobertura feita pelos jornais sobre a epidemia ganhou destaque,
    refletindo também questões mais amplas da política imperial, como a ascensão da "Liga
    Progressista" na Corte. É sobre os usos políticos do cólera no Ceará que a tese se deterá. Entre
    as fontes históricas utilizadas na pesquisa, destacam-se cinco jornais, disponíveis na
    Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional: o Pedro II – de propriedade da família Fernandes
    Vieira, principal liderança do Partido Conservador no Ceará – e os jornais de inspiração liberal,
    O Cearense, O Commercial (rebatizado Gazeta Official), O Sol e O Araripe. Além da imprensa,
    as correspondências ativas da presidência da província – acervo do Arquivo Nacional do Rio
    de Janeiro – e as missivas privadas enviadas por Figueiredo Júnior ao ministro Marquês de
    Olinda – conservadas no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro – ocupam função
    estratégica na tese. Por fim, alguns documentos impressos e manuscritos de outros arquivos
    também contribuem na construção dos capítulos.




  • 2020-11

    "A CAIXA ECONÔMICA DA CORTE: DESENVOLVIMENTO, CENTRALIZAÇÃO E EXPANSÃO DA POUPANÇA BRASILEIRA (1861-1889)"

    Título

    "A CAIXA ECONÔMICA DA CORTE: DESENVOLVIMENTO, CENTRALIZAÇÃO E EXPANSÃO DA POUPANÇA BRASILEIRA (1861-1889)"

    Autor
    Thiago Alvarenga de Oliveira
    Orientador(a)
    Luiz Fernando Saraiva
    Data de Defesa
    2020-11-04
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    412
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Andrés Hoyo Aparicio
    Ángel Pascual Martínez Soto
    Fábio Pesavento
    Luiz Fernando Saraiva
    Renato Leite Marcondes
    Teresa Cristina de Novaes Marques
    Walter Luiz Carneiro de Mattos Pereira

    Resumo

    Esse trabalho busca analisar a história da instituição de poupança – a Caixa Econômica da Corte – criada pelo governo imperial em 1861. O trabalho acompanha o desenvolvimento dessa instituição, o qual se confunde com a própria história do Brasil oitocentista, até o fim do regime monárquico em 1889. Ainda que soe como uma história institucional, o que se pretende nessa pesquisa é tratar a história dessa caixa econômica na perspectiva econômico-social, considerando os agentes que fizeram idealizando e conduziram a instituição, mas principalmente aqueles que por ela eram atendidos. A história do desenvolvimento da Caixa Econômica da Corte se faz importante por ter sido estabelecida no Brasil, longe de seus idealizadores europeus, em um cenário onde prevaleciam relações de trabalho pré-capitalistas, um sistema escravocrata e um regime monárquico nos trópicos. Esse Brasil oitocentista guarda suas peculiaridades, as quais, obviamente, estão refletidas em suas instituições. O fio condutor da análise será a interferência do Estado imperial brasileiro, por meio da Caixa Econômica da Corte, na incipiente poupança brasileira que era formada por caixas econômicas e casas bancárias privadas. Partimos da hipótese que houve um projeto do governo imperial de centralizar a poupança brasileira no Thesouro Nacional. Portanto, a Crise do Souto em 1864, se torna um momento-chave para essa análise, uma vez que é um ponto de virada no desenvolvimento da Caixa Econômica da Corte em detrimento das falências de suas concorrentes – as casas bancárias. Outrossim, no trabalho é analisado o desenvolvimento da Caixa Econômica da Corte nas diferentes conjunturas políticas, econômicas e sociais da história do Império do Brasil. O ponto de virada da Caixa Econômica da Corte ao longo da Guerra do Paraguai, a expansão de seu modelo de instituição para as capitais provinciais, bem como a quebra do ritmo de desenvolvimento na década de 1880 e a tentativa de modernização do modelo de instituição são temas que pautam as análises do trabalho.




  • 2020-10

    AS CONTRADIÇÕES DA DEMOCRACIA E O INSTITUTO FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (2004-2019)

    Título

    AS CONTRADIÇÕES DA DEMOCRACIA E O INSTITUTO FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (2004-2019)

    Autor
    Diego Martins Dória Paulo
    Orientador(a)
    Virginia Maria Gomes de Mattos Fontes
    Data de Defesa
    2020-10-08
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    579
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    André Pereira Guiot
    Demian Bezerra de Melo
    Flávio Henrique Calheiros Casimiro
    Gilberto Grassi Calil
    Virginia Maria Gomes de Mattos Fontes

    Resumo



  • 2020-10

    Biografia de João Júlio Monteiro: O fenômeno dos viajantes naturais de Cabo Verde .

    Título

    Biografia de João Júlio Monteiro: O fenômeno dos viajantes naturais de Cabo Verde .

    Autor
    Raquel Games Monteiro
    Orientador(a)
    Marina Annie Martine Berthet Ribeiro
    Data de Defesa
    2020-10-08
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    139
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Alain Pascal Kaly
    Juniele Rabêlo de Almeida
    Marina Annie Martine Berthet Ribeiro

    Resumo



  • 2020-09

    Do Nakba às letras de sangue. Testemunho e história palestina na obra de Susan Abulhawa

    Título

    Do Nakba às letras de sangue. Testemunho e história palestina na obra de Susan Abulhawa

    Autor
    André Regufe Ribeiro
    Orientador(a)
    Renata Torres Schittino
    Data de Defesa
    2020-09-30
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    140
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Janaína Martins Cordeiro
    Murilo Sebe Bon Meihy
    Renata Torres Schittino

    Resumo

    O presente trabalho visa contribuir para os estudos da literatura palestina como
    testemunho. A partir da obra da escritora palestina Susan Abulhawa, discutindo os seus
    dois primeiros romances A Cicatriz de David (2009) e O Azul entre o Céu e a Água
    (2017), pretende-se analisá-los como fontes históricas – testemunho da população
    palestina a partir das mudanças ocorridas com a criação do Estado de Israel na década
    de 1940 e efeitos diretos e indiretos do Nakba até o início dos anos 2000. A análise
    utiliza tais eventos e seus efeitos no estudo do trauma da população palestina no Nakba.
    O estudo visa contribuir para os estudos de trauma na população palestina, considerando
    a importância de tais eventos para a vida da autora e a influência deles na sua obra.




  • 2020-09

    COMPLEXO FUNDIÁRIO E FRONTEIRAS NA COMARCA DO RIO DAS MORTES, CAPITANIA DE MINAS GERAIS (1740-1808)

    Título

    COMPLEXO FUNDIÁRIO E FRONTEIRAS NA COMARCA DO RIO DAS MORTES, CAPITANIA DE MINAS GERAIS (1740-1808)

    Autor
    Marcelo do Nascimento Gambi
    Orientador(a)
    Márcia Maria Menendes Motta
    Data de Defesa
    2020-09-29
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    274
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Antônio Carlos Jucá de Sampaio
    Carmen Margarida Oliveira Alveal
    Márcia Maria Menendes Motta
    Marina Monteiro Machado
    Nívia Pombo Cirne Dos Santos

    Resumo

    A descoberta dos veios auríferos na região da Capitania de Minas Gerais viria a
    provocar grandes transformações. Constitui-se ao longo do século XVIII todo um
    aparato social, econômico, político e cultural relacionado à extração do metal precioso.
    Entretanto, não é possível limitar todo o esplendor desta Capitania exclusivamente às
    práticas minerais já que, juntamente a esta foi se desenvolvendo outras atividades
    econômicas. Neste cenário, cabe destacarmos a importância do comércio e das práticas
    agropastoris que exerceram desde os momentos iniciais da constituição do espaço
    físico-geográfico desta Capitania, um predominante papel na formação e na composição
    das suas variadas vilas e freguesias.
    Esta tese busca, portanto, compreender como ocorreram os processos de
    ocupações e as expansões das fronteiras na Comarca do Rio das Mortes, Capitania de
    Minas Gerais, entre os anos de 1740 a 1808. Este período em especial, diz respeito à
    ampliação das atividades econômicas de cunho alimentícias, juntamente com o processo
    de interiorização das regiões dos sertões, que, propriamente ditas, compreendiam as
    áreas mais adentradas desta comarca. Para abarcar tal processo, temos como elemento
    central o acesso a terra. É por meio da unidade de terra que visamos ser capazes de
    avaliar a composição e as transformações ocorridas nesta comarca, na medida em que as
    dinâmicas das fronteiras se movimentavam. Dessa maneira, compreender o espaço
    geográfico da Comarca do Rio das Mortes tendo como esboço as práticas econômicas e
    as sociais que se desenvolveram ao longo deste período é a constituição do cerne deste
    estudo.
    Nesta pesquisa optamos por privilegiar as fontes primárias que permitiriam
    compreender a relação existente entre o processo ocupacional e o acesso a terra sendo
    estas, em especial, as cartas de sesmarias. Por fim, destacamos que também faremos uso
    da documentação pertinente aos aspectos sociais destes sesmeiros, tais como os
    inventários, rol dos confessados e os testamentos.




  • 2020-09

    PARA ALÉM DO TOMBAMENTO: Os sentidos da patrimonialização da igreja de São Lourenço dos Índios de
    Niterói

    Título

    PARA ALÉM DO TOMBAMENTO: Os sentidos da patrimonialização da igreja de São Lourenço dos Índios de
    Niterói

    Autor
    Emerson de Carvalho Guimarães
    Orientador(a)
    Paulo Knauss de Mendonça
    Data de Defesa
    2020-09-28
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    239
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Marcelo Santos de Abreu
    Márcia Regina Romeiro Chuva
    Maria Inez Turazzi
    Paulo Knauss de Mendonça
    Zita Rosane Possamai

    Resumo

    A pesquisa trata da história do patrimônio cultural no Brasil e discute o processo de
    patrimonialização de bens culturais, a partir da igreja de São Lourenço dos Índios de Niterói,
    caracterizando o conjunto de práticas e representações que justificam a inserção do bem cultural
    nos marcos das políticas públicas do patrimônio cultural. O trabalho se apoia nos debates da
    historiografia contemporânea sobre o patrimônio cultural no Brasil que demarca o processo de
    sua afirmação como política pública. O estudo explora fontes variadas (imprensa, história oral,
    legislação, documentação administrativa e técnica do Instituto do Patrimônio Histórico e
    Artístico Nacional - IPHAN e da Prefeitura Municipal de Niterói) e demonstra como a igreja é
    representada como monumento, patrimônio e bem cultural, renovando ao longo da história os
    seus significados, sendo envolvida em novas abordagens da sua história. Considera-se que a
    patrimonialização se define como um processo aberto à ressignificação dos bens culturais e que
    não se encerra na declaração formal de sua proteção pelo estado, mas se estende para além do
    tombamento.




  • 2020-08

    A missão escrita: Irmã Dubost e as memórias de uma vicentina no Novo Mundo (Mariana-MG, 1848-1858)

    Título

    A missão escrita: Irmã Dubost e as memórias de uma vicentina no Novo Mundo (Mariana-MG, 1848-1858)

    Autor
    Melina Teixeira Souza
    Orientador(a)
    Renato Júnio Franco
    Data de Defesa
    2020-08-28
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    378
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Adalgisa Arantes Campos
    Georgina Silva Dos Santos
    Ítalo Domingos Santirocchi
    Renato Júnio Franco
    Virgínia Albuquerque de Castro Buarque

    Resumo

    A Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo estabeleceu sua primeira casa
    brasileira em meados do século XIX, no município de Mariana, em Minas Gerais. A empreitada
    das freiras não era nada simples, já que para fundar o primeiro colégio católico feminino do
    Império, teve de enfrentar meses de travessia marítima de Paris até o Rio de Janeiro e, logo
    depois, prosseguir viajando a cavalo pelo interior do país. Irmã Dubost, madre superiora da
    congregação no Brasil, começou então um diário de bordo para relatar o cotidiano da viagem
    e, ao chegar ao seu destino, prosseguiu escrevendo. A freira enviou correspondências mensais
    para os superiores franceses, tratando da fundação do colégio Providência. Esta pesquisa visa
    o precioso contato com a produção escrita da religiosa em uma perspectiva que destaca sua
    identidade de freira missionária em um ambiente hostil à conquista de novos espaços socais
    pelo gênero feminino. Interessa-nos investigar o discurso institucional da ordem religiosa por
    meio de seus textos fundadores, relacionando-os às discussões que mobilizavam a cúpula
    católica no XIX: pretende-se verificar como o repertório de ação do ultramontanismo
    aproximava-se da percepção de mundo de Irmã Dubost, influenciando suas práticas e
    estratégias na instituição da primeira casa vicentina brasileira, oferendo inclusive um modelo
    de santidade de acordo com a inerente valorização de devoções populares e de grande potencial
    afetivo, no caso o culto mariano. A repercussão da chegada das freiras em Mariana,
    especialmente no que se refere a possíveis conquistas e ao alargamento de brechas sociais para
    as mulheres mineiras, também estão no foco da pesquisa. Por fim, afirma-se o interesse em
    investigar quais eram os projetos de missão envolvidos e como esses planos interagiam,
    dependendo do contexto, no que diz respeito aos superiores gerais da congregação em Paris; ao
    bispo local de Mariana, d. Viçoso; à freira vicentina, irmã Dubost; à comunidade local de
    Mariana.




  • 2020-08

    O Trabalhismo Diante do Espelho. Gênero, raça e classe na construção do Estado de Bem-Estar social na
    Inglaterra. (1870-1951).

    Título

    O Trabalhismo Diante do Espelho. Gênero, raça e classe na construção do Estado de Bem-Estar social na
    Inglaterra. (1870-1951).

    Autor
    Thiago Romão de Alencar
    Orientador(a)
    Bernardo Kocher
    Data de Defesa
    2020-08-27
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    532
    Volumes
    2
    Banca de Defesa
    Bernardo Kocher
    Demian Bezerra de Melo
    Guilherme Figueiredo Leite Gonçalves
    Marcelo Badaró Mattos
    Raquel Varela

    Resumo

    Esta tese procura discutir as bases sociais, políticas e ideológicas que ajudaram a fundar

    e consolidar o Partido Trabalhista britânico no interior do regime democrático-
    parlamentar daquele país. Tendo por centro a constituição do Estado de bem-estar naquele

    país, dirigido e governado pelos trabalhistas em um primeiro momento, procuramos
    estabelecer como as relações de classe, gênero e raça específicas da formação social
    britânica foram condensadas nesse Estado. Para isso, reconstruímos a história do Partido
    Trabalhista desde sua fundação tendo por enfoque a interação desse partido com a
    hegemonia burguesa, sua relação com as instituições e aparelhos do Estado capitalista
    britânico e a função que esse partido passou a desempenhar no interior dessa hegemonia.
    A opção pela via parlamentar e a aposta no reformismo, embasadas na crença da
    autonomia do Estado perante as relações sociais capitalistas, formam o norte do
    trabalhismo britânico. A separação entre as esferas de luta sindical e partidária no interior
    do movimento trabalhista, uma das características fundamentais desse movimento,
    estabeleceu as bases da relação entre o Partido Trabalhista e os órgãos de classe dos
    trabalhadores, os sindicatos, reunidos no TUC, a principal central sindical britânica. Ao
    mesmo tempo, tal classe trabalhadora continha hierarquias de gênero e raça em seu
    interior, hierarquias essas fundamentais para a acumulação capitalista e que seriam
    assumidas pelo partido, tendo papel central no desenvolvimento de suas políticas e na
    própria construção do Estado de bem-estar. Analisando os documentos internos do
    partido, os seus manifestos eleitorais e os relatórios das conferências anuais partidárias e
    sindicais, tecemos um quadro da relação entre a agência da classe trabalhadora britânica,
    o regime parlamentar britânico e a hegemonia burguesa ao longo da primeira metade do
    século XX, percorrendo o período de formação, consolidação e de governo dos
    trabalhistas, ressaltando o papel dos homens, mulheres e imigrantes nesse processo.




  • 2020-08

    DO PAIAKU DE MONTEMOR AO CABOCLO DA VILA DE GUARANY: LUTA POR TERRAS E REDEFINIÇÕES IDENTITÁRIAS (SÉCULOS XVII AO XX)

    Título

    DO PAIAKU DE MONTEMOR AO CABOCLO DA VILA DE GUARANY: LUTA POR TERRAS E REDEFINIÇÕES IDENTITÁRIAS (SÉCULOS XVII AO XX)

    Autor
    Marcos Felipe Vicente
    Orientador(a)
    Maria Regina Celestino de Almeida
    Data de Defesa
    2020-08-20
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    284
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Isabelle Braz Peixoto da Silva
    João Pacheco de Oliveira Filho
    Juciene Ricarte Apolinário
    Maria Regina Celestino de Almeida
    Vania Maria Losada Moreira

    Resumo

    Os territórios indígenas atuais são resultados de longos processos de luta vivenciados pelos
    povos nativos. Inseridos violentamente no sistema colonial, os índios buscaram formas de
    construir e preservar os espaços necessários à sua sobrevivência material e social, utilizando as
    normas jurídicas a seu favor, por vezes, ressignificando suas próprias identidades. Nesse
    sentido, esta tese debruça-se sobre as lutas dos caboclos da vila de Guarany, Estado do Ceará,
    no início do século XX, em defesa da propriedade das terras que pertenceram à antiga aldeia
    dos índios Paiaku. Enfrentando um padre católico, que tinha interesse em receber, para a
    padroeira, os foros do lugar, os caboclos – descendentes dos índios Paiaku – articularam uma
    rede de apoiadores que incluía renomados intelectuais do Estado e moveram uma ação judicial
    para obter o reconhecimento de seus diretos sobre as terras. Para compreender os fundamentos
    de sua argumentação, foi necessário analisar como os caboclos construíram uma relação de
    pertencimento ao lugar de Montemor, o Velho, da América, durante os séculos XVIII e XIX.
    No decorrer das sucessivas lutas em defesa das terras, acabaram por construir seu próprio
    território, ao passo em que suas identidades foram se transformando e se ressignificando de
    acordo com as mudanças das políticas indigenistas. Entende, pois, o fenômeno identitário como
    uma construção política coletiva que resulta de um interesse em comum. Demonstra-se, assim,
    como os índios Paiaku redefiniram suas identidades, problematizando o discurso oficial de
    extinção dos índios no Ceará, no século XIX. Para refletir sobre esses complexos fenômenos
    políticos e identitários, procedeu-se a uma análise de um diversificado corpo documental, que
    inclui manuscritos e impressos, correspondências oficiais da Colônia e do Império, leis, notícias
    e publicações de jornais dos séculos XIX e XX, documentos judiciais, dentre outros.




  • 2020-08

    A História nos arquivos judiciários: representações sobre as relações de gênero no cotidiano de Parnaíba entre 1930-1970

    Título

    A História nos arquivos judiciários: representações sobre as relações de gênero no cotidiano de Parnaíba entre 1930-1970

    Autor
    Erasmo Carlos Amorim Morais
    Orientador(a)
    Rachel Soihet
    Data de Defesa
    2020-08-18
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    319
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Alessandra Frota Martinez de Schueler
    Iranilson Buriti de Oliveira
    Maria da Conceição Francisca Pires
    Rachel Soihet
    Samantha Viz Quadrat

    Resumo

    Este trabalho estuda a história nos arquivos judiciais: as representações de gênero no
    cotidiano de Parnaíba entre 1930 e 1970. Buscou-se compreender a constituição das
    representações sobre as relações de gênero a partir dos arquivos judiciais, em que foi possível
    perceber a presença das famílias parnaibanas nos espaços de sociabilidade, integradas ao
    cotidiano e às transformações vivenciadas na cidade, no âmbito de seu processo de
    modernização, bem como analisar as imagens construídas acerca das mulheres na imprensa
    parnaibana, principalmente no Almanaque da Parnaíba. Cotejou-se as representações
    presentes nesse anuário com as informações contidas nas ações judiciais de desquite, com
    enfoque no casamento e na família. Dessa forma, analisou-se a construção das relações de
    poder no interior das concepções de gênero nessa cidade, presente nos processos, que visavam
    a dissolver o vínculo da sociedade conjugal, identificando as mudanças no interior dos lares a
    partir das alterações ocorridas na legislação, em especial, o Estatuto da Mulher Casada
    (1962), que alterava o Código Civil de 1916, no qual os cônjuges passavam a compartilhar o
    pátrio poder. O corpus documental que permitiu o desenvolvimento do tema proposto é
    composto pelos processos de desquite ajuizados na primeira vara cível, no Fórum Salmon
    Lustosa, localizado em Parnaíba, Piauí; além de jornais, especialmente o Almanaque da
    Parnaíba; do Código Civil de 1916; decretos; Estatuto da Mulher Casada (1962); relatório do
    governo e dados censitários. Portanto, este trabalho teve como preocupação dar visibilidade às
    representações de gênero tecidas no cotidiano de Parnaíba, a partir de processos judiciais de
    desquite. Nesse itinerário, além das representações pré-estabelecidas pela cultura e reforçadas
    por seus agentes, encontramos mulheres e homens reais: indivíduos que viveram situações
    adversas e, apesar dos julgamentos morais, buscaram desquitar-se, rompendo com os padrões
    normativos esperados para ambos, embora a dignidade e honra da família estivessem
    associadas muito mais à conduta da mulher, em que essa deveria suportar tudo em nome do
    casamento e da família.




  • 2020-08

    Os Conselhos de Ibn al-Muqaffa para a Boa Governança do Califado (740-750)

    Título

    Os Conselhos de Ibn al-Muqaffa para a Boa Governança do Califado (740-750)

    Autor
    Dandara Arsi Prenda
    Orientador(a)
    Vânia Leite Fróes
    Data de Defesa
    2020-08-17
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    232
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Edmar Checon de Freitas
    Mamede Mustafa Jarouche
    Miriam Cabral Coser
    Raquel Alvitos Pereira
    Sínval Carlos Mello Gonçalves
    Vânia Leite Fróes

    Resumo

    A presente pesquisa tem como foco o estudo da prática do aconselhamento nos
    primeiros anos do Califado Abássida (740-775 d.C.), pelas fontes do intelectual persa
    Ibn Almuqaffa. Suas produções enunciam e questionam as particularidades da
    sociedade árabe no século VIII. Nesta pesquisa se busca reunir, identificar e refletir
    acerca das concepções e dos ideais políticos do medievo árabe oriental nesse
    período. Esquematizada a partir de uma literatura, que se convencionou chamar de
    espelhos de príncipe, objetiva-se identificar e analisar os princípios e estratégias de
    poder ensinadas aos governantes, pelos conselhos que lhe assegurariam a
    autoridade e estabilidade do poder. Tal estudo se encontra circunscrito em um
    contexto histórico, no qual uma nova dinastia, os Abássidas, busca, no conhecimento,
    mecanismos que a auxilie na legitimação e na manutenção dos soberanos e do poder.




  • 2020-08

    "Em inglês brilhaste, em português agora brilhas": tradução e circulação das obras de Alexander Pope no mundo luso-brasileiro (1769-1819)

    Título

    "Em inglês brilhaste, em português agora brilhas": tradução e circulação das obras de Alexander Pope no mundo luso-brasileiro (1769-1819)

    Autor
    Gabriel de Abreu Machado Gaspar
    Orientador(a)
    Guilherme Paulo Castagnoli Pereira Das Neves
    Data de Defesa
    2020-08-07
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    194
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Anita Correia Lima de Almeida
    Guilherme Paulo Castagnoli Pereira Das Neves
    Lucia Maria Bastos Pereira Das Neves

    Resumo

    Ao longo da segunda metade do Setecentos, o mundo luso-brasileiro assistiu ao surgimento de uma profusão de traduções para a língua portuguesa de livros provenientes das mais diversas regiões. Dentre elas, encontravam-se diversas obras do poeta inglês Alexander Pope (1688-1744). O objetivo do presente trabalho é de analisar estas traduções a luz das contribuições metodológicas da história do livro e da história do pensamento político. Para tanto, elegeu-se a tradução do Ensaio sobre a Crítica (1810) feita por Fernando José de Portugal (1750-1817), principal ministro da Corte de D. João na América. Assim, buscou-se situá-las em seu contexto de publicação, examinar as estratégias de tradução escolhidas por D. Fernando e abordar a circulação da obra.




  • 2020-07

    Desvelando um Sujeito Oculto: Campesinato e Estrutura Agrária na Alta Idade Média Ibérica (ca. 450 - ca.750).

    Título

    Desvelando um Sujeito Oculto: Campesinato e Estrutura Agrária na Alta Idade Média Ibérica (ca. 450 - ca.750).

    Autor
    Eduardo Cardoso Daflon
    Orientador(a)
    Mário Jorge da Motta Bastos
    Data de Defesa
    2020-07-31
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    345
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Carlos Tejerizo García
    Edmar Checon de Freitas
    Mário Jorge da Motta Bastos
    Paulo Henrique de Carvalho Pachá
    Renato Rodrigues da Silva

    Resumo

    O presente trabalho almeja contribuir para desvelar o protagonismo histórico de um
    sujeito oculto, os camponeses na Alta Idade Média Ibérica, entre os anos de cerca de 450
    a cerca de 750. O campesinato formou o grupo social mais numeroso no curso de um
    vastíssimo período da História. Apesar disso, os estudos camponeses são muito pouco

    desenvolvidos na atualidade, especialmente aqueles dedicados a contextos pré-
    capitalistas, cuja historiografia mantém-se predominantemente focada no estudo das

    classes dominantes de outrora. O contexto deste estudo inicia-se com a dissolução da
    paisagem romana dominada, também na Península Ibérica, pelas uillae, por volta do ano
    450, com a progressiva constituição de uma paisagem dominada pela disseminação de
    aldeias e granjas camponesas, concluindo-se às vésperas da manifestação de uma nova
    transformação do meio rural ibérico ocorrida em meados do século VIII em decorrência
    da conquista muçulmana. Busca-se, ainda, caracterizar o campesinato na sua condição de
    sujeito social dinâmico e ativo na estruturação da sociedade em questão.




  • 2020-07

    "O mundo também era para nós": camponesas dizem de sua vida e trabalho no movimento do dia do Senhor em Sobral – CE (1970-1990)

    Título

    "O mundo também era para nós": camponesas dizem de sua vida e trabalho no movimento do dia do Senhor em Sobral – CE (1970-1990)

    Autor
    Viviane Prado Bezerra
    Orientador(a)
    Samantha Viz Quadrat
    Data de Defesa
    2020-07-31
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    268
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Adelaide Maria Gonçalves Pereira
    Ana Maria Mauad de Sousa Andrade Essus
    Larissa Rosa Corrêa
    Maria Paula Nascimento Araújo
    Samantha Viz Quadrat

    Resumo

    Esta pesquisa tem como objeto de estudo as memórias e histórias de vida e de trabalho das
    camponesas que compunham os Encontros de Esposas do Movimento do Dia do Senhor, que
    se desenvolveu nas dioceses de Sobral e de Itapipoca, na zona Norte e Noroeste do estado do
    Ceará, durante as décadas de 1970 a 1990. Através da análise dos documentos escritos, tais
    como: Relatórios dos Encontros de Esposas Anuais, Cartas Comunitárias, Livro de Atas e
    Livro de Contas da Associação de Mulheres Rendeiras de Bilros de Juritianha, bem como, da
    análise de diversas entrevistas orais foi possível perscrutar a memória escrita e oral produzida
    por mulheres pobres, camponesas, autodidatas que se fizeram protagonistas desse Movimento.
    Com essa vasta documentação pôde-se vislumbrar a atuação dessas mulheres nas diversas
    esferas de suas vidas, desde a esfera do cotidiano, passando pelo mundo do trabalho feminino
    no campo, como pela forte atuação das camponesas na luta pela terra. Para a análise dos
    conflitos de terras, fez-se utilização dos documentos de desapropriação das terras em litígio,
    referentes ao Assentamento Maceió, em Itapipoca e ao Assentamento Lagoa do Mineiro, em
    Itarema, arquivadas na sede do INCRA, em Fortaleza - CE. A dimensão da sexualidade e as
    tensões presentes nas relações de gênero, tanto no interior do Movimento do Dia do Senhor,
    como no interior dos seus casamentos também se tornou evidente, principalmente, nas
    narrativas orais analisadas. Portanto, na experiência desse Movimento, a partir das vivências
    durante os Encontros de Esposas, espaço, por excelência, do feminino, constatou-se que
    muitas dessas mulheres encontraram sua voz, transformaram-se e demarcaram um espaço de
    ação dentro e fora do Movimento, como em suas comunidades, nas Associações, nos
    Sindicatos, na luta pela terra e por melhores condições de trabalho, assim como, em suas
    casas e em seus casamentos, ao passo que conquistaram o respeito e a admiração de muitos
    dos camponeses que também protagonizavam o Dia do Senhor.




  • 2020-07

    "O NEGÓCIO DA HISTÓRIA NO BRASIL": A COMPANHIA DAS LETRAS E O CAMPO HISTORIOGRÁFICO BRASILEIRO (1986-2001)

    Título

    "O NEGÓCIO DA HISTÓRIA NO BRASIL": A COMPANHIA DAS LETRAS E O CAMPO HISTORIOGRÁFICO BRASILEIRO (1986-2001)

    Autor
    Fernando Fiorotti Poltronieri
    Orientador(a)
    Marcelo Badaró Mattos
    Data de Defesa
    2020-07-31
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    372
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Andréa Lemos Xavier Galucio
    Demian Bezerra de Melo
    Fábio Franzini
    Marcelo Badaró Mattos
    Wesley Rodrigues de Carvalho

    Resumo

    Esta tese tem por objetivo analisar as relações entre o campo historiográfico brasileiro e o
    mercado editorial nas últimas décadas do século XX. Para tanto, utilizamo-nos dos livros de
    História lançados pela editora Companhia das Letras entre os anos de 1986 e 2000. Estes são
    tomados como índice para pensar as tendências e temas historiográficos que, subsumidos a uma
    filosofia editorial, convertiam-se em mercadorias de valor econômico e simbólico. Para
    apreender a negociação que envolve historiadores e mercado editorial, partimos de uma aporte
    teórico-metodológico que dialoga fortemente com as teses do sociólogo francês Pierre Bourdieu
    e com uma História da Historiografia preocupada em ressaltar as dimensões sócio-históricas da
    disciplina. Fundada por Luiz Schwarcz, com ativa participação de sua esposa, a historiadora
    Lilia Katri Moritz Schwarcz, a editora ficou conhecida por conciliar qualidade intelectual, apuro
    estético e inovadoras estratégias comerciais. Sua consolidação no campo editorial é
    indissociável de seu investimento no gênero historiográfico. Lançou, entre outros, livros como
    a História da Vida Privada, O Queijo e os Vermes, O Diabo na Terra de Santa Cruz e Os
    Bestializados que em sua maioria se filiavam as propostas de renovação do conhecimento
    histórico abrigadas sob a chamada Nova História Cultural. Para compreender melhor os
    processos de consagração que circundavam os títulos da editora, examinamos artigos, resenhas
    e entrevistas presentes em cadernos literários de diversos jornais brasileiros para captar os
    modos como operava um discurso de promoção dos livros, autores e temas publicados.




  • 2020-07

    Um deus para Maquiavel [?]: religião e religiosidade nos escritos de um segundo secretário da república de Florença (sécs. XV e XVI)

    Título

    Um deus para Maquiavel [?]: religião e religiosidade nos escritos de um segundo secretário da república de Florença (sécs. XV e XVI)

    Autor
    Luis Gustavo Mandarano Cruz E Silva
    Orientador(a)
    Rodrigo Nunes Bentes Monteiro
    Data de Defesa
    2020-07-31
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    321
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Carlos Ziller Camenietzki
    Felipe Charbel Teixeira
    Jose Javier Ruiz Ibañez
    Luís Filipe Silvério Lima
    Rodrigo Nunes Bentes Monteiro
    Silvia Patuzzi

    Resumo

    Este trabalho busca jogar luzes sobre os juízos maquiavelianos, por conjectura,
    peculiares a respeito da religião e sobre sua própria religiosidade. Esforça-se em fazê-lo
    reorganizando e elucidando questões não aprofundadas em textos ou obras anteriores,
    enriquecendo-as, tentando dar-lhes mais clareza, e, decerto, propondo novos entendimentos ou
    reforçando, através de cuidadosas leituras, teorias já lançadas. É intuito do trabalho apresentar
    tal liame prevalentemente através de citações, aparentes inclinações ou mesmo omissões
    espalhadas pelas obras, textos e cartas compostos pelo pensador. O corpo de escritos, destinados
    ao público ou pessoais, por ele deixados representa assim o principal conjunto de fontes sobre
    as quais se debruça o estudo e se alicerçam suas conclusões. Não obstante, busca-se dar atenção
    à irrefutável necessidade de contextualizar e realocar o autor no universo da composição de

    suas obras. Dessa forma, empenha-se por proporcionar respostas mais acuradas e reduzir mal-
    entendidos ou sofismas, ainda tão presentes quando o assunto é Maquiavel.




  • 2020-07

    O Estado Feudal em Portugal: Conflitos Sociais e Centralidade Régia no tempo de D. Afonso III (1248-1279).

    Título

    O Estado Feudal em Portugal: Conflitos Sociais e Centralidade Régia no tempo de D. Afonso III (1248-1279).

    Autor
    Thiago Pereira da Silva Magela
    Orientador(a)
    Mário Jorge da Motta Bastos
    Data de Defesa
    2020-07-30
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    401
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    João Cerineu Leite de Carvalho
    Leontina Domingos Ventura Duarte Ferreira
    Maria Filomena Pinto da Costa Coelho
    Mário Jorge da Motta Bastos
    Renata Rodrigues Vereza

    Resumo

    Esta tese analisa o clássico problema das estruturas políticas ou de poder na Idade
    Média. Assim, desenvolvemos ao longo deste trabalho uma abordagem relacional do
    Estado -influência de Göran Therborn- com o intuito de confrontar as visões
    institucionalistas. Procuramos desta maneira observar as ações políticas da realeza nos
    campos da justiça, fiscalidade e redistribuição econômica. Esta abordagem encontrou
    sentido num espaço-tempo, o Portugal medieval, mais especificamente no reinado de
    Afonso III (1248-1279). Este reinado é tradicionalmente analisado através do prisma da
    centralização do poder. Entretanto, ao longo deste trabalho procuramos demonstrar as
    limitações do paradigma da centralização, confrontando-o com as relações
    socioeconômicas. Nossa analise parte do conceito de modo de produção feudal e de sua
    dinâmica interna para compreender o relacionamento entre a aristocracia e a realeza nos
    marcos do Estado Feudal. Esta dinâmica feudal colocava em conflito os diversos setores
    da aristocracia pelo acesso ao excedente campesino, o que nos levou a considerar o Estado
    Feudal como fruto desta dinâmica conflituosa, e não como um projeto régio avant la
    lettre. Esta perspectiva se desdobrou na percepção de que foi o poder senhorial da realeza
    que permitiu a sua centralidade ‘política’ como articulador da classe dominante, na
    mesma medida que lhe conferiu um papel central na redistribuição dos recursos através
    dos marcos institucionais. De igual modo, os resultados deste trabalho indicam que a
    centralidade régia foi alcançada através de um sistema de reciprocidades desiguais, e não
    através da supressão dos poderes senhoriais. Assim, o reinado analisado permitiu entender
    o Estado Feudal como uma organização política descentralizada, no qual se manifestava
    uma centralidade régia que instaurava os marcos institucionais e condicionava os
    horizontes de ação das classes sociais.




  • 2020-07

    "O princípio deste século tem sido empregado em política". A linguagem política de frei Joaquim do Amor Divino Caneca.

    Título

    "O princípio deste século tem sido empregado em política". A linguagem política de frei Joaquim do Amor Divino Caneca.

    Autor
    Pedro Henrique Duarte Figueira Carvalho
    Orientador(a)
    Guilherme Paulo Castagnoli Pereira Das Neves
    Data de Defesa
    2020-07-30
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    167
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Andréa Lisly Gonçalves
    Guilherme Paulo Castagnoli Pereira Das Neves
    Luciano Raposo de Almeida Figueiredo

    Resumo

    Ao longo do século XIX, a província de Pernambuco foi palco de diversas rebeliões. O objetivo
    desta dissertação é analisar o pensamento político de frei Joaquim do Amor Divino Caneca,
    famoso por ter participado da Insurreição Pernambucana (1817) e por ter sido o líder intelectual
    da Confederação do Equador (1824). Para tal, analisaram-se os escritos do frade anteriores à
    Confederação à procura de sua linguagem política. Ao responder às acusações de
    republicanismo feitas por José Fernandes Gama, verifica-se que o religioso era um adepto da
    linguagem do bem público. A partir desse episódio, a reflexão em torno da linguagem
    republicana presente nos escritos do frei permite dizer que Caneca não era um republicano, e
    sim um repúblico.




  • 2020-07

    "Provas do Bello Talento". Gênero, Raça e Abolição sob a pena de Maria Firmina no Maranhão Oitocentista

    Título

    "Provas do Bello Talento". Gênero, Raça e Abolição sob a pena de Maria Firmina no Maranhão Oitocentista

    Autor
    Clarissa Dos Santos Pinto Pires
    Orientador(a)
    Humberto Fernandes Machado
    Data de Defesa
    2020-07-28
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    276
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Humberto Fernandes Machado
    Iamara da Silva Viana
    Jonis Freire

    Resumo

    O presente trabalho corresponde a um estudo sobre a experiência histórica de Maria
    Firmina dos Reis (1822-1917) enquanto mulher negra, livre, intelectual, professora,
    atuante na imprensa e na cena política-cultural da província do Maranhão na segunda
    metade do século XIX, bem como a construção da memória entre os séculos XIX e XXI
    sobre sua vida e suas obras. Envolvida pelo movimento do abolicionismo, da educação
    pública e do romantismo literário, a análise da trajetória de Maria Firmina se apresenta
    convidativa por ilustrar o seu protagonismo em ações e instrumentos de liberdade,
    resistência, confronto e diálogo que se somam às tantas ações conjuntas da população
    negra e feminina em defesa da cidadania de pessoas negras livres, libertas e
    escravizadas, reconhecendo entre as mesmas proximidades e distâncias. A fim de
    enquadrá-la como liderança abolicionista pela viabilidade dos seus projetos individuais,
    serão observados os caminhos de liberdade por ela trilhados para conquistar, disputar e
    manter-se nos espaços do debate público sobre a escravidão e a condição feminina a
    partir das suas criações literárias no romance Úrsula (1860) e no conto A Escrava
    (1887).




  • 2020-07

    A especificidade do humanismo de Damião de Góis: Notas para um estudo da Lamentação do Povo da Lapónia e de A fé, a religião e os costumes da Etiópia (século XVI)

    Título

    A especificidade do humanismo de Damião de Góis: Notas para um estudo da Lamentação do Povo da Lapónia e de A fé, a religião e os costumes da Etiópia (século XVI)

    Autor
    Thays Alves Rodrigues
    Orientador(a)
    Ronald José Raminelli
    Data de Defesa
    2020-07-28
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    164
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Claudio Costa Pinheiro
    Ronald José Raminelli
    Silvia Patuzzi

    Resumo

    Esta dissertação tem como escopo a interpretação das descrições que o português,
    diplomata-humanista, Damião de Góis (1502-1574), realiza dos etíopes, dos lapões, e das
    sociedades localizadas ao longo da costa indiana, identificadas, respectivamente, na Fides,
    religio, moresque Aetiopum (1540), na Deploratio Lappianae Gentis (1540), e, na Chronica
    do Felicissimo Rei Dom Emanuel (1566-1567). Ao considerarmos o compromisso de Góis
    com os propósitos de uma monarquia em expansão, procuramos identificar o vocabulário
    conceitual, bem como, os pressupostos que mobiliza na atividade de pena, para, num único
    movimento retórico, garantir a autoridade de seus escritos, a ingerência portuguesa em outras
    paragens, e o livre trânsito das especiarias pela Europa, principalmente, pelo mundo
    germânico, cujo movimento reformista oferecia resistência a essa circulação. Por fim, para
    além da influência dos interesses expansionistas, mas também como consequência deles,
    consideramos esse mesmo vocabulário como o produto de um contexto ordenado pelo
    código analógico, que compatibilizava as diferenças e possibilitava a aproximação entre os
    homens, por mais diferentes que fossem.




  • 2020-07

    (Neo)liberalismo, democracia e "diplomacia empresarial": a história do Council of the Americas (1965-2019)     

    Título

    (Neo)liberalismo, democracia e "diplomacia empresarial": a história do Council of the Americas (1965-2019)     

    Autor
    Rejane Carolina Hoeveler
    Orientador(a)
    Virginia Maria Gomes de Mattos Fontes
    Data de Defesa
    2020-07-22
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    680
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Ana Elisa Saggioro Garcia
    Gilberto Grassi Calil
    Renato Luís do Couto Neto E Lemos
    Rolando Eugenio Álvarez Vallejos
    Virginia Maria Gomes de Mattos Fontes

    Resumo

    Esta tese trata da história do Council of the Americas (COA) desde sua fundação, em 1965,
    sob a iniciativa de David Rockefeller (e inicialmente sob o nome de Council for Latin
    America - CLA), até os dias atuais. O Conselho das Américas é, desde sua criação, a principal
    entidade privada que organiza a ação política empresarial do capital estadunidense na América
    Latina. Busca-se identificar os principais atores, empresariais, políticos e intelectuais, que
    estiveram no centro da atuação deste aparelho ao longo dessas mais de cinco décadas de
    existência. Procuramos compreender continuidades e rupturas ideológicas que pautaram as
    modalidades de ação do Conselho, e a partir de matriz teórica marxiana e gramsciana,
    demonstrar a inserção deste aparelho privado de hegemonia tanto na sociedade civil como na
    sociedade política (Estado ampliado), e tanto nos Estados Unidos como nos mais diversos
    cenários nacionais latino-americanos – portanto, em âmbito transnacional (hemisférico).
    Inquirimos como, da colaboração com as ditaduras militares latino-americanas dos anos 1960
    e 1970 – com destaque para a participação do Conselho na campanha que levou ao golpe de
    1973 no Chile e as íntimas ligações com o regime instalado no Brasil após 1964 – à defesa de
    democracias restritas sob a batuta neoliberal, o discurso do Conselho sempre envolveu uma
    mistificação ideológica sobre uma suposta identidade de interesses comuns "hemisféricos".
    Entendemos que, como propulsor do "livre comércio" interamericano e impulsionador de
    outros aparelhos empresariais, o Conselho faz uso de um conjunto de modalidades de ação
    que vai da propaganda para o grande público à estreita colaboração com agências de
    inteligência, constituindo-se como co-elaborador e co-operador privado central na política
    externa estadunidense para a América Latina. Analisamos, por fim, que além da propaganda

    positiva da "livre empresa" ou do "empreendedorismo" (associada a ferrenho anti-
    comunismo, e contrária a tudo que fosse considerado como lesivo ao capital imperialismo,

    desde expropriações à direitos sociais universais); e mais que precursora da chamada
    "responsabilidade social corporativa", o Conselho das Américas atua como um intelectual
    coletivo que busca "educar" as classes dominantes latino-americanas.




  • 2020-07

    Persianismo: recepção sociocultural do estilo persa na Atenas Clássica (século V a.C.)

    Título

    Persianismo: recepção sociocultural do estilo persa na Atenas Clássica (século V a.C.)

    Autor
    Pierre Romana Fernandes
    Orientador(a)
    Alexandre Santos de Moraes
    Data de Defesa
    2020-07-21
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    159
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Adriene Baron Tacla
    Alexandre Santos de Moraes
    Fábio de Souza Lessa

    Resumo

    Nossa pesquisa tem como objeto de análise a recepção de um elemento da cultura
    persa – os rítons – na sociedade ateniense do século V a.C. Os rítons de figuras vermelhas
    começaram a ser produzidos nas oficinas áticas no início do quinto século logo após o
    fim das Guerras Greco-pérsicas, sugerindo indícios de conectividade cultural entre
    Atenas e o Império Persa Aquemênida em concomitância aos discursos de alteridade que
    antagonizavam gregos e bárbaros. A maneira como os rítons eram adotados, produzidos
    e consumidos nos oferecem possibilidades não apenas de compreender a rede de
    interconexão que preservava os contatos entre gregos e persas, mas também como
    determinados segmentos sociais da pólis dos atenienses se valiam da ostentação de bens
    de luxo originalmente persas – fenômeno conceituado como persianismo – como medida
    de marcação de uma identidade étnica que se pretendia representar como legítima nas
    relações de poder em Atenas e entre esta cidades e outras cidades gregas no contexto da
    "Liga Délica".




  • 2020-07

    Concordemos em discordar: a relação entre tolerância, concórdia e dúvida em Erasmo de Roterdã (1524-1527)

    Título

    Concordemos em discordar: a relação entre tolerância, concórdia e dúvida em Erasmo de Roterdã (1524-1527)

    Autor
    Caio Affonso Leone
    Orientador(a)
    Renato Júnio Franco
    Data de Defesa
    2020-07-17
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    161
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Luís Filipe Silvério Lima
    Renato Júnio Franco
    Silvia Patuzzi

    Resumo

    A presente dissertação ocupa-se do pensamento de Erasmo de Roterdã sobre a relação entre
    tolerância, concórdia e os usos da dúvida em matéria de religião. A principal proposta é analisar
    as três obras publicadas em função da chamada Controvérsia do Livre Arbítrio, travada entre
    ele e Martinho Lutero entre 1524 e 1527. Para isso, um levantamento da historiografia
    interessada em Erasmo, em particular a respeito de suas opiniões sobre a tolerância religiosa,
    se mostra necessária. A partir de tal levantamento, sugeriu-se que, ao invés da tolerância, o
    conceito de concórdia cristã seria a chave ideal para descrever as concepções erasmianas do
    tratamento da dissidência religiosa, de adesão ao consenso e de e crítica à autoridade
    eclesiástica. Nessa perspectiva, merecem destaque os aspectos teológicos e políticos do
    conceito como base da atuação erasmiana no contexto de controvérsias teológicas e conflitos
    civis nas primeiras décadas do século XVI. Defende-se que uma das estratégias mais
    importantes usados por Erasmo nessas querelas foram os usos da dúvida como instrumento de
    comunicação do dissenso. Para melhor compreender este instrumento, parte-se de uma
    apreciação historiográfica do que foi chamado de "crise do critério de verdade teológica" e das
    possíveis apropriações do ceticismo moderno. Esse percurso culmina na análise da De Libero
    Arbitrio Diatribe sive Collatio, de 1524, na qual Erasmo teria proposto um debate moderado a
    respeito de um artigo não-essencial à fé, a doutrina do Livre Arbítrio, com o intuito de
    pavimentar a reconciliação dos cristãos e o restabelecimento da concórdia. Em seguida,
    aprecia-se a réplica, o De Servo Arbitrio, de 1525, na qual Lutero acusou Erasmo de ser um
    "cético" mais preocupado com a paz e a tranquilidade da carne do que com a salvação das
    almas. Finalmente, chega-se à análise da tréplica Erasmiana, o Hyperaspistes de 1526-27, no
    qual procuram-se interpretações das consequências desse debate epocal, bem como a percepção
    erasmiana dos sinais de um tempo menos aberto à reconciliação pacífica e ao restabelecimento
    da concórdia.




  • 2020-07

    As Armas e os Brasões Assinalados: Reforma do Estado e Iconografia Heráldica sob D. Manuel I (Portugal – 1495-1521)

    Título

    As Armas e os Brasões Assinalados: Reforma do Estado e Iconografia Heráldica sob D. Manuel I (Portugal – 1495-1521)

    Autor
    Franklin Maciel Tavares Filho
    Orientador(a)
    Mário Jorge da Motta Bastos
    Data de Defesa
    2020-07-17
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    Volumes
    Banca de Defesa
    Almir Marques de Souza Junior
    Georgina Silva Dos Santos
    João Cerineu Leite de Carvalho
    Maria Filomena Pinto da Costa Coelho
    Mário Jorge da Motta Bastos

    Resumo

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