Dissertations and Theses
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2011-04 As múltiplas facetas do vassalo "mais rico e poderoso de Portugal no Brasil": Joaquim Vicente dos Reis e sua atuação em Campos dos Goitacases (1781-1813)TítuloAs múltiplas facetas do vassalo "mais rico e poderoso de Portugal no Brasil": Joaquim Vicente dos Reis e sua atuação em Campos dos Goitacases (1781-1813)Autor
Mariana Gonçalves GuglielmoOrientador(a)
Sheila Siqueira de Castro FariaData de Defesa
2011-04-20Nivel
MestradoPáginas
106Volumes
1Banca de DefesaCarlos Gabriel GuimarãesHebe Maria da Costa Mattos Gomes de CastroJoão Luís Ribeiro FragosoKeila GrinbergSheila Siqueira de Castro Faria
ResumoEm 1804, Manuel Martins do Couto Reis apontava Joaquim Vicente dos Reis, proprietário da fazenda dos Jesuítas em Campos dos Goitacases desde 1781, como o "mais rico e poderoso vassalo de Portugal no Brasil". Antes de se tornar senhor de terras, porém, Vicente dos Reis, atuara como negociante em Sacramento. Foi neste período que junto ao seu tio estabeleceu diversas ligações que certamente foram basilares para sua posterior fixação no Rio de Janeiro. O objetivo desta pesquisa é entender a trajetória de ascensão social deste individuo e sua atuação em diversos campos, apontando a inter-relação e a interação entre eles. Para este fim priorizou-se a análise das relações sociais e das estratégias desenvolvidas pelos sujeitos em uma sociedade do Antigo Regime, demonstrando, por fim, como nosso protagonista se tornou um respeitável agente econômico, político e social em Campos dos Goitacases.
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2011-04 Parochos Imperfeitos: justiça eclesiástica e desvios do clero no Maranhão colonialTítuloParochos Imperfeitos: justiça eclesiástica e desvios do clero no Maranhão colonialAutor
Pollyanna Gouveia MendonçaOrientador(a)
José Pedro de Matos PaivaData de Defesa
2011-04-18Nivel
DoutoradoPáginas
341Volumes
1Banca de DefesaAnderson José Machado de OliveiraBruno Guilherme FeitlerCélia Cristina da Silva TavaresDaniela Buono CalainhoGeorgina Silva Dos SantosJosé Pedro de Matos PaivaRonaldo Vainfas
ResumoEste trabalho analisa a justiça eclesiástica e os desvios do clero secular do bispado do Maranhão no século XVIII. Trata-se, por um lado, de um estudo sobre o funcionamento e a prática jurídica do tribunal que funcionava sob alçada do bispo e seus traços mais marcantes no que tange à política de moralização dos costumes ensejada a partir do Concílio de Trento. Por outro lado, esta pesquisa analisa as características do clero maranhense, sua formação e perfil bem com os crimes que cometeram e como foram punidos no tribunal em que tinham privilégio de foro.
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2011-04 Negros, Índios e Mestiços nas Crônicas de Pernambuco e São Paulo SetecentistasTítuloNegros, Índios e Mestiços nas Crônicas de Pernambuco e São Paulo SetecentistasAutor
Bruno da SilvaOrientador(a)
Ronald José RaminelliData de Defesa
2011-04-18Nivel
MestradoPáginas
196Volumes
1Banca de DefesaHebe Maria da Costa Mattos Gomes de CastroIris KantorLarissa Moreira VianaLorelai Brilhante KuryRonald José Raminelli
ResumoO presente trabalho tem como foco o estudo das identidades coloniais. Através da análise de fontes da época, pretendendo verificar se cronistas genealogistas luso-americanos usaram de suas obras para a difusão de identidades locais. Assim, recorremos a obras escritas na segunda metade do século XVIII, em Pernambuco e São Paulo, por homens nascidos na Colônia e, assim, procuramos analisar se com essas obras, esses letrados pretendiam difundir identidades regionais. Além disso, procuramos observar como estes cronistas recorrem à mescla de portugueses, índios e negros para a construção dessas possíveis identidades locais. Como as identidades regionais se fortaleceram com as experiências militares de pernambucanos e bandeirantes; além de observar como esses cronistas e genealogistas abordavam os conceitos de Raça e Nação.
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2011-04 OS FEITOS MILITARES NAS BIOGRAFIAS DO REINO NOVO: Ideologia militarista e identidade social sob a XVIIIª dinastia do Egito Antigo. 1550 - 1295 a.C.TítuloOS FEITOS MILITARES NAS BIOGRAFIAS DO REINO NOVO: Ideologia militarista e identidade social sob a XVIIIª dinastia do Egito Antigo. 1550 - 1295 a.C.Autor
Nely Feitoza ArraisOrientador(a)
Ciro Flamarion Santana CardosoData de Defesa
2011-04-15Nivel
DoutoradoPáginas
245Volumes
1Banca de DefesaAdriene Baron TaclaAlexandre Carneiro Cerqueira LimaAndré Leonardo ChevitareseCiro Flamarion Santana CardosoMargaret Marchiori BakosNorma Musco MendesSônia Regina Rebel de Araújo
ResumoO objetivo deste estudo é identificar e esclarecer aspectos da identidade social no Antigo Egito diretamente caracterizada pela ideologia militarista através da análise de alguns textos biográficos provenientes do Reino Novo, fase conhecida pela expansão de domínio territorial e por política externa agressiva. O antigo Egito era uma sociedade fortemente hierarquizada na qual um pequeno grupo identificado como uma nobreza constituída formava a estrutura político-administrativa centrada na figura do faraó que encarnava simbolicamente o próprio Estado. Este pequeno grupo constituía uma classe dominante homogênea perante o restante da sociedade egípcia. Destacar-se socialmente nesse grupo restrito compreendia a inserção em diversas funções até o cargo maior de faraó. No decorrer do terceiro até a metade do segundo milênio uma das funções por excelência atribuída ao faraó era a guerreira, definida como uma característica centrada no equilíbrio cósmico do cargo de faraó o qual detinha o poder de manutenção da ordem social defendida vigorosamente contra todos aqueles que não o reconheciam como tal. A partir do Segundo Período Intermediário e da dominação estrangeira sobre o Egito, os valores guerreiros serão também direcionados para o conjunto dos homens que constituíam a força do faraó formando uma nova base de legitimação e reconhecimento para os que se destacassem nesta função que adquire, a partir de então, uma nova semântica social. A bravura, a perícia no campo de batalha e a lealdade ao faraó passam a representar uma nova modalidade de destaque social permitindo que um grupo de homens ascenda ao patamar mais alto da sociedade através dos aspectos militares de suas funções. Ao mesmo tempo, estes valores passam a integrar os discursos laudatórios que legitimam o status diferenciado daquele mesmo grupo dominante. Pode-se perceber uma nova ideologia social com a formação de uma tropa de caráter permanente a partir do final do Segundo Período Intermediário e a decorrente especialização de um grupo de homens de caráter militarizante. A ascensão social e a legitimação de sua posição social perante os demais integrantes da sociedade relaciona-se diretamente com sua formação militar específica.
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2011-04 Jorge Amado e a Identidade Nacional: diálogos político-culturaisTítuloJorge Amado e a Identidade Nacional: diálogos político-culturaisAutor
Carolina Fernandes CalixtoOrientador(a)
Cecília da Silva AzevedoData de Defesa
2011-04-14Nivel
MestradoPáginas
170Volumes
1Banca de DefesaCecília da Silva AzevedoDenise Rollemberg CruzMagali Gouveia EngelMônica Pimenta VellosoRebeca Gontijo Teixeira
ResumoA presente análise se debruça sobre a memória coletiva que identifica o romancista Jorge Amado como ícone ou intérprete de uma brasilidade popular e mestiça. O estudo põe em relevo os processos de sacralização desta memória no imaginário social e a participação do intelectual em diálogos político-culturais em torno da identidade nacional. Objetiva-se mostrar que apesar da consagração de certos discursos narrativos, a trajetória e a produção literária de Amado foram objeto de múltiplas apropriações. Neste sentido, o trabalho chama atenção para a necessidade de se evitar atribuir um sentido definitivo ou monolítico ao conjunto da obra, a um romance em particular ou à trajetória do autor. Assim, lança um convite ou desafio para que o ser humano complexo que está por trás do herói e do mito Jorge Amado, seja percebido e compreendido em seus contextos específicos de produção e atuação como artista e intelectual de seu tempo.
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2011-04 Às Margens da Cristandade: Os Moros D‘España à Época de Afonso XTítuloÀs Margens da Cristandade: Os Moros D‘España à Época de Afonso XAutor
Leonardo Augusto Silva FontesOrientador(a)
Vânia Leite FróesData de Defesa
2011-04-08Nivel
MestradoPáginas
321Volumes
1Banca de DefesaRaquel Alvitos PereiraRenata Rodrigues VerezaRoberto Godofredo Fabri FerreiraVânia Leite Fróes
ResumoEsta pesquisa analisa o processo de marginalização dos mouros à época de Afonso X, rei de Castela e Leão (1252-1284), quando os movimentos de reconquista e repoblación marcavam fortemente esta sociedade, que consolidava uma identidade fronteiriça, mas acima de tudo cristã. Através de um extenso projeto político-cultural, o rei sábio fundou uma escrita do poder, que incluía uma vasta produção narrativo-historiográfica (Cantigas de Santa Maria, Primera Crónica General e General Estoria) e jurídico-normativa (sobretudo Siete Partidas, Fuero Real e Setenario), entendidas aqui como orientadoras de distintas representações e práticas sociais. Neste corpo social, cujo centro era cristão, os outros eram postos na esfera da subordinação. Interessa aqui o caso dos moros d’España. Estes teriam interrompido a glória do passado visigótico com sua chegada em terras hispânicas, vivenciando ao longo do século XIII uma condição de marginalidade – conceito marcado pelas contribuições de Bronislaw Geremek e Jean-Claude Schmitt. Buscou-se explicar os mecanismos régios utilizados no trato desta coexistência ambígua – durante um reinado muitas vezes dito tolerante, em que os mouros estariam às margens da Cristandade.
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2011-04 Nas Sombras da libertinagem: Francisco de Mello Franco (1757 - 1822) entre Luzes e censura no Mundo Luso-brasileiroTítuloNas Sombras da libertinagem: Francisco de Mello Franco (1757 - 1822) entre Luzes e censura no Mundo Luso-brasileiroAutor
Rossana Agostinho NunesOrientador(a)
Guilherme Paulo Castagnoli Pereira Das NevesData de Defesa
2011-04-08Nivel
MestradoPáginas
160Volumes
1Banca de DefesaAlexandre Mansur BarataGuilherme Paulo Castagnoli Pereira Das NevesLeila Mezan AlgrantiWilliam de Souza Martins
ResumoTendo como objeto central de estudo a trajetória do médico luso-brasileiro Francisco de Mello Franco, o projeto pretende refletir, a partir de uma abordagem hermenêutica e das considerações da História Política e Cultural, sobre a tensão político-intelectual existente na sociedade portuguesa, de finais do século XVIII e início do XIX, a partir do enfoque em três dimensões complementares: na circulação de idéias consideradas subversivas socialmente, na repressão das autoridades régias a essas idéias e na construção de representações sobre o libertino e o sedicioso . Paralelo a isto, procurar-se-á levantar questões acerca do relacionamento entre a elite intelectual lusa e a Monarquia Portuguesa, de modo a lançar reflexões acerca da cultura política vigente entre alguns intelectuais luso.
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2011-04 As criaturas do mal na hagiografia dominicana - Uma pedagogia do século XIIITítuloAs criaturas do mal na hagiografia dominicana - Uma pedagogia do século XIIIAutor
Tereza Renata Silva RochaOrientador(a)
Vânia Leite FróesData de Defesa
2011-04-06Nivel
MestradoPáginas
212Volumes
1Banca de DefesaAndréia Cristina Lopes Frazão da SilvaEdmar Checon de FreitasMarcelo Santiago BerrielMiriam Cabral CoserVânia Leite Fróes
ResumoO objetivo desta pesquisa é explorar as formas com que os hagiógrafos dominicanos percebiam o mal e suas criaturas e os mecanismos que utilizaram para formular tal concepção. Pretende-se também investigar se esta noção está inserida no discurso voltado para a cidade – no combate às heresias e a uma espiritualidade leiga. Para tanto serão analisadas duas compilações hagiográficas dominicanas produzidas no século XIII: a Legenda Áurea (c.1260) de Jacopo de Varazze e as Vitae Fratrum (1256-1260), compiladas por Gerard de Frachet. Convém ressaltar que estes textos foram escolhidos por serem duas grandes compilações que testemunham as estratégias político-religiosas da Igreja e fazem parte do empreendimento eclesiástico de conservar a memória por escrito, como forma de manter o controle sobre as mudanças da sociedade e formas de pensamento vigentes. Parte-se do pressuposto de que a hagiografia foi um recurso utilizado pela instituição eclesiástica para atuar sobre a conduta dos fiéis. Nesse sentido, espera-se encontrar uma concepção que procura responder às inquietações dos citadinos do século XIII e, ao mesmo tempo, um discurso que pretende transmitir valores considerados aptos para a transformação do corpo social através, principalmente, da exemplaridade. Procurar-se-á investigar estas narrativas segundo os mecanismos próprios de sua composição, atentando para a forma de leitura proposta por estes mecanismos.
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2011-04 A formação da aristocracia na Inglaterra Anglo-Saxônica (séculos VII-VIII)TítuloA formação da aristocracia na Inglaterra Anglo-Saxônica (séculos VII-VIII)Autor
Renato Rodrigues da SilvaOrientador(a)
Mário Jorge da Motta BastosData de Defesa
2011-04-05Nivel
MestradoPáginas
221Volumes
1Banca de DefesaAndréia Cristina Lopes Frazão da SilvaCiro Flamarion Santana CardosoLeila Rodrigues da SilvaMário Jorge da Motta BastosRoberto Godofredo Fabri Ferreira
ResumoA dissertação tem como tema a hierarquização social da Inglaterra Anglo-Saxônica entre os séculos VII e VIII, que culmina com a formação de uma classe social específica, a aristocracia. A esta classe corresponde uma clara identidade de classe, que perpassa as facetas leiga e eclesiástica deste grupo social emergente. Paralelamente, parte do campesinato que se relacionava diretamente com a realeza estabelece relações de dependência com esta aristocracia, e sua relação com o monarca passa a ser mediada por esta classe dominante. Para tal estudo, nos baseamos em uma grande diversidade de fontes, dentre elas registros arqueológicos diversos (principalmente o enterramento de Sutton Hoo e a escavação da sede de Yavering); a Historia Ecclesiastica Gentis Anglorum, de autoria de Beda, o Venerável; uma carta do mesmo autor ao bispo Egberto; as hagiografias de Cuthberto e dos abades de Wearmouth e Jarrow, produzidas pelo mesmo Beda, assim como a Vita Wilfridi, de Eddius Stephanus e as anônimas Vita Ceolfridi e Navigatio sancti Brendani abbatis; a narrativa épica Beowulf; e, por último, uma compilação legislativa conhecida como Anglo-Saxon Dooms.
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2011-04 Perspectivas da Esquerda Brasileira após o fim da União SoviéticaTítuloPerspectivas da Esquerda Brasileira após o fim da União SoviéticaAutor
Adriano Carmelo Vitorino ZãoOrientador(a)
Marcelo Badaró MattosData de Defesa
2011-04-01Nivel
MestradoPáginas
297Volumes
1Banca de DefesaGelsom Rozentino de AlmeidaMarcelo Badaró MattosValerio ArcaryVirginia Maria Gomes de Mattos Fontes
ResumoNeste trabalho, apresentamos aspectos de mudanças programáticas, teóricas e práticas dos partidos da esquerda brasileira à luz dos processos de conversão dos países do Leste Europeu e da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) ao capitalismo. Apresentamos uma abordagem comparativa entre o Partido Comunista Brasileiro (PCB), o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU).
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2011-03 Vianninha e a Grande Família: Intelectuais de Esquerda no Brasil dos anos 1970TítuloVianninha e a Grande Família: Intelectuais de Esquerda no Brasil dos anos 1970Autor
Giordano Bruno Reis Dos SantosOrientador(a)
Denise Rollemberg CruzData de Defesa
2011-03-31Nivel
MestradoPáginas
140Volumes
1Banca de DefesaAlessandra CarvalhoDenise Rollemberg CruzFrancisco Carlos Palomanes MartinhoSamantha Viz Quadrat
ResumoComo base, é preciso entender a relação entre a sociedade brasileira à época e a ditadura civil-militar como uma construção social, não incorrendo em posições entrincheiradas e dicotomias simplificadoras. Nesse sentido, procura-se discutir a atuação de intelectuais de esquerda durante o período, enfatizando-se a figura de Oduvaldo Vianna Filho, a TV Globo e o programa A Grande Família como prismas de análise de uma geração. Essa geração de intelectuais de esquerda, que se forma sob o desenvolvimentismo de JK e a efervescência política e cultural dos anos 1960 – composta de outros nomes como Paulo Pontes, Armando Costa, Dias Gomes e Gianfrancesco Guarnieri –, se empenha para promover uma atuação política e cultural na esfera pública, apesar das limitações da Censura e de envolvimento de grande parte sua com a indústria cultural em consolidação. Assim, pretende-se elaborar uma visão necessariamente historiográfica, evidenciando criticamente o julgamento de caráter moral dos discursos hegemônicos de Memória sobre o período, a fim de evitar classificações e rótulos que sacralizem a narrativa que culpa exclusivamente os militares pelo autoritarismo e que vitimiza a sociedade civil e a qualifica de "resistente" e "democrática"
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2011-03 Representações do Corpo das Backaí no Teatro e na Imagética. (Atenas Vº século a.C.)TítuloRepresentações do Corpo das Backaí no Teatro e na Imagética. (Atenas Vº século a.C.)Autor
Márcio Mendes de LimaOrientador(a)
Alexandre Carneiro Cerqueira LimaData de Defesa
2011-03-30Nivel
MestradoPáginas
130Volumes
1Banca de DefesaAdriene Baron TaclaAlexandre Carneiro Cerqueira LimaClaudia Beltrão da RosaFábio de Souza LessaSônia Regina Rebel de Araújo
ResumoBuscamos comprovar nessa Dissertação que o culto das bacantes na Atenas do Vº século a.C. passava por um controle estrito por parte do regime democrático. As cenas na cerâmica ática de figuras negras e vermelhas e a representação das bacantes e do culto dionisíaco na tragédia As Bacantes de Eurípides nos permitem observar uma opção de controle social da manía, com a transferência do comportamento e das transformações corporais que de algum modo poderiam ser considerados ameaçadores para o bom equilíbrio da pólis para o espaço da margem, um espaço de transgressão autorizada. Deste modo, os aspectos mais transgressores dos ritos das backaí se tornam uma ferramenta de reafirmação da ordem
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2011-03 As Estratégias de Ação das Mulheres Transgressoras em Atenas no V século aC.TítuloAs Estratégias de Ação das Mulheres Transgressoras em Atenas no V século aC.Autor
Talita Nunes SilvaOrientador(a)
Alexandre Carneiro Cerqueira LimaData de Defesa
2011-03-30Nivel
MestradoPáginas
199Volumes
1Banca de DefesaAdriene Baron TaclaAlexandre Carneiro Cerqueira LimaClaudia Beltrão da RosaFábio de Souza LessaSônia Regina Rebel de Araújo
ResumoDurante o Período Clássico (séculos V e IV a.C.) a pólis de Atenas adotou um ‘modelo ideal de comportamento feminino’ que prescrevia um conjunto de virtudes às mulheres dos cidadãos atenienses (e mais especificamente as mulheres bem-nascidas, ou seja, as esposas, filhas e mães dos cidadãos mais abastados). A adoção deste ‘ideal de comportamento feminino’ foi fruto do desenvolvimento da pólis e da consolidação democrática, já que os direitos cívicos só se transmitiam aos cidadãos legítimos.Contudo, buscamos demonstrar através das personagens (Clitemnestra, Cassandra e Electra) da Oréstia (458 a.C.) de Ésquilo que assim como estas heroínas trágicas as mulheres bem-nascidas atenienses ‘transgrediam’ por meio das estratégias produzidas pelo habitus este ‘modelo de comportamento feminil’. Ao analisarmos as ‘transgressões’ cometidas por estas personagens, utilizamos o método de Françoise Frontisi-Ducroux procurando os significados dos termos que se referem a elas e nos permitem designá-las como mulheres transgressoras. Quanto à documentação imagética (corpus com imagens com datação entre 480-440 a.C.) por intermédio das unidades formais míninas (signos que representam as personagens como mulheres bem-nascidas e transgressoras) observamos que tanto na Oréstia como nas imagens de figuras vermelhas ocorre a caracterização de duas das personagens (Clitemnestra e Electra) como ‘transgressoras’ ao modelo mélissa.
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2011-03 Estado e Agricultura em Goiás Escritórios privados de consultoria e políticas públicas no Governo Mauro Borges (1961-1964).TítuloEstado e Agricultura em Goiás Escritórios privados de consultoria e políticas públicas no Governo Mauro Borges (1961-1964).Autor
Carlos Leandro da Silva EstevesOrientador(a)
Márcia Maria Menendes MottaData de Defesa
2011-03-29Nivel
DoutoradoPáginas
320Volumes
1Banca de DefesaCarlos Gabriel GuimarãesDalva Maria Borges de Lima Dias de SouzaMárcia Maria Menendes MottaPaulo Pinheiro MachadoRegina Angela Landim BrunoThéo Lobarinhas PiñeiroVanderlei Vazelesk Ribeiro
ResumoO trabalho tem como objetivo discutir a atuação da equipe de técnicos reunidos em torno do Escritório Técnico Paulo de Assis Ribeiro(ETPAR), sob a coordenação do engenheiro Paulo de Assis Ribeiro, na elaboração e execução de um conjunto de medidas consubstanciadas em projetos para o agro em Goiás nos primeiros anos da década de 1960, período que correspondeu ao governo Mauro Borges Teixeira(1961-1964). Sob os auspícios do ETPAR pretendeu-se criar um complexo de agências e órgãos estatais associados(autarquias e empresas de economia mista) subordinado ao Instituto de Desenvolvimento Agrário de Goiás(IDAGO), órgão responsável por viabilizar o projeto de modernização capitalista do agro goiano. Tomando como ponto de partida o Estado de Goiás, pretendemos problematizar a atuação dos escritórios de consultoria na elaboração de políticas públicas para o agro a nível dos executivos estaduais, processo que contou com a presença de técnicos nos principais espaços de tomada de decisão no interior do Estado. O estudo da atuação do ETPAR em Goiás permite ainda lançar luz sobre o debate acerca dos projetos em disputa no momento da elaboração do Estatuto da Terra(1964), na medida em que Assis Ribeiro atuaria como um de seus principais articuladores. Partindo dessa perspectiva é possível afirmar que os pressupostos que orientaram a elaboração do Estatuto da Terra, bem como grande parte das medidas nele contidas, faziam parte do modelo de atuação planejado pelo ETPAR para ser executado pelo IDAGO em Goiás desde o início da década de 1960.
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2011-03 SOCIETAS STUDII: A Construção da Identidades Institucional e os Estudos entre os Frades Pregadores no Século XIIITítuloSOCIETAS STUDII: A Construção da Identidades Institucional e os Estudos entre os Frades Pregadores no Século XIIIAutor
Carolina Coelho FortesOrientador(a)
Mário Jorge da Motta BastosData de Defesa
2011-03-29Nivel
DoutoradoPáginas
370Volumes
1Banca de DefesaAndréia Cristina Lopes Frazão da SilvaEdmar Checon de FreitasHilário Franco JrLeila Rodrigues da SilvaMário Jorge da Motta BastosRenata Rodrigues VerezaTerezinha Oliveira
ResumoFundada em 1216, a Ordem dos Frades Pregadores assumia a missão de convertes os hereges e salvar as almas de todos os cristãos. Pretendiam fazê-lo por meio da pregação doutrinal que, só lhes seria possível se esta fosse proferida a partir do correto conhecimento de Deus. Este saber, aos olhos dos frades, só poderia ser conseguido se suas vidas fossem dedicadas aos estudos. E é por este motivo que, nas décadas centrais do século XIII, os dominicanos, construíram sua identidade pautada principalmente pelo seu papel de estudantes. Esta tese visa discutir como se deu a construção da identidade dos frades seguidores de Domingos de Gusmão com base na organização de um vasto e capilar sistema educacional. Veremos como os dominicanos buscaram se aliar ao papado através da formulação de suas escolas, especialmente as conventuais, das quais dependiam seus studia generalia – as escolas universitárias – para o provimento de quadros profissionais. Demonstra-se que, nos momentos em que a Ordem sentia-se ameaçada em sua missão, a organização dos estudos se fortalecia como uma medida de lhe dar utilidade e coesão, contrapondo-a a outros grupos eclesiásticos. Consideramos que o processo de construção de identidade inicia-se quando da fundação oficial da Ordem, em 1216, pelo estabelecimento de suas Constituições, que forjam leis para as práticas escolares. Este processo se consolidará até 1263, depois da formulação de um estatuto dos estudos em 1259, e a aplicação das normas que ali constam, período este que coincide com o generalato de Humberto de Romans. É este, portanto, o recorte cronológico de nossa pesquisa, que tem um recorte geográfico amplo, compreendendo parte considerável da Europa Ocidental, uma vez que a Ordem dos Pregadores se disseminou, no século XIII, por várias regiões da Cristandade.
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2011-03 A operação midiográfica: A produção de acontecimentos e conhecimentos históricos através dos meios de comunicação - A Folha de São Paulo e o Golpe de 1964.TítuloA operação midiográfica: A produção de acontecimentos e conhecimentos históricos através dos meios de comunicação - A Folha de São Paulo e o Golpe de 1964.Autor
Sônia Maria de Meneses SilvaOrientador(a)
Ana Maria Mauad de Sousa Andrade EssusData de Defesa
2011-03-29Nivel
DoutoradoPáginas
319Volumes
1Banca de DefesaAna Maria Mauad de Sousa Andrade EssusDurval Muniz de Albuquerque JúniorLucia GrinbergMarialva Carlos BarbosaPaulo Knauss de MendonçaSamantha Viz QuadratSonia Cristina da Fonseca Machado Lino
ResumoEsta tese analisa as dimensões da fabricação dos acontecimentos históricos, bem como, das formas de escrita do passado realizadas pelos meios de comunicação. Desta maneira, procura investigar a sofisticada engenharia de sistematização de conceitos e metodologias que colabora para composição de tessituras nas quais, passado, presente e futuro são constantemente mobilizados; usos do passado que congregam tanto elementos do campo da historiografia tradicional, como do próprio lugar da mídia. Portanto, investiga-se como esta produção organiza formas de representação históricas capazes de interferir tanto da elaboração de memória, como de esquecimento. Nesse empreendimento, esta reflexão parte de dois exemplos: o golpe de 1964, evento capital para a história recente do país, e o jornal Folha de São Paulo destacando matérias e reportagens em 45 anos de abordagem sobre esse acontecimento. Nestes termos, considera-se aqui tanto o caráter pragmático das ocorrências narradas, mas também seu caráter relativo e subjetivo. Condição que ajuda a situá-las em um jogo de elaborações sociais e simbólicas marcadas por diferentes regimes de historicidades, interesses e conflitos que se constituem em lutas no estabelecimento dos usos da história e da memória na atualidade. Configura-se assim, o argumento central deste trabalho: em nossos dias, a mídia atua na elaboração, tanto de acontecimentos emblemáticos, como de conhecimento histórico a partir de narrativas que operam com categorias temporais na fundação de sentidos. Tais elementos são articulados em uma complexa operação cujo produto final é uma escrita da história elaborada pelos meios de comunicação, esse processo é aqui denominando de operação midiográfica.
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2011-03 A Arte rupestre do Centro-Norte do Piauí: Indícios de Narrativas IcônicasTítuloA Arte rupestre do Centro-Norte do Piauí: Indícios de Narrativas IcônicasAutor
Sônia Maria Campelo MagalhãesOrientador(a)
Norberto Osvaldo FerrerasData de Defesa
2011-03-28Nivel
DoutoradoPáginas
457Volumes
1Banca de DefesaAdriene Baron TaclaGlaucia Aparecida Malerba SeneGraciela Bonassa GarciaMaria Conceição Soares Meneses LageMaria Regina Celestino de AlmeidaMaria Verónica Secreto FerrerasNorberto Osvaldo Ferreras
ResumoEsta tese objetiva dar visibilidade às representações gráficas rupestres de sítios arqueológicos do Centro-Norte do Estado do Piauí, área inserida na região Nordeste do Brasil e, ao mesmo tempo, tornar clara a existência de um sistema de comunicação icônico, integrado por narrativas, no qual a relação com o meio é aproveitada para expressá-lo. Justifica-se a inclusão do tema na história por tratar-se de bens constituintes de nosso patrimônio cultural e serem, enquanto objetos materiais, portadores de visualidade e repositório de informações sobre o universo cognitivo e cotidiano de seus autores, passíveis, portanto, de comporem uma historicidade. Para atingir tal objetivo foram analisados alguns aspectos da prática gráfica, observáveis nas pinturas. O procedimento analítico orientou-se por uma dupla perspectiva, arqueológica e histórica, de onde provém a alternância entre narrativa e descrições. O conceito de regime de historicidade, oriundo do campo da história, auxiliou principalmente na urdidura do tecido que inclui o ir e vir constante entre passado e ações presentes. Um ensaio interpretativo baseado nos componentes visuais e no aproveitamento de dados ambientais procurou contextualizar os grafismos, cultural e temporalmente. Aos chamados geométricos, puros ou abstratos, considerados "não identificados" nas classificações em uso, preferiu-se a expressão "grafismos de reconhecimento diferido", tendo em vista que podem tornar-se reconhecidos, mediante a aplicação de procedimentos analíticos. A partir do estudo evidencia-se a existência de associações, seja entre grafismos do tipo citado, ou deles com grafismos reconhecidos, em composições que sugerem indícios de narrativas. Tais associações são levadas em conta para corroborar a hipótese de que equivalem a registros históricos. Sugere-se associá-los a uma nova tradição ícono-narrativa, porém de natureza menos explícita que a Tradição Nordeste, abandonando assim a idéia de uma Tradição Geométrica como classe residual, na qual se incluiria tal categoria de grafismos por falta de lugar em outras tradições. Considera-se, por fim, que os grafismos analisados estão relacionados a atividades de afirmação de alteridades, isto é, de diferenciação cultural, e até educativas, expressos em um código com valor de escrita, cujo referencial de tempo pode estar baseado em narrativas míticas.
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2011-03 Para Além do Claustro: Uma história social da inserção beneditina na América Portuguesa, c. 1580 - c.1690TítuloPara Além do Claustro: Uma história social da inserção beneditina na América Portuguesa, c. 1580 - c.1690Autor
Jorge Victor de Araújo SouzaOrientador(a)
Ronald José RaminelliData de Defesa
2011-03-28Nivel
DoutoradoPáginas
325Volumes
1Banca de DefesaAntônio Carlos Jucá de SampaioBruno Guilherme FeitlerGeorgina Silva Dos SantosLuciana Mendes GandelmanMaria Fernanda Baptista BicalhoRonald José RaminelliRonaldo Vainfas
ResumoNo começo do século XVII, os monges de São Bento se fixaram na América portuguesa. Os mosteiros adquiriram engenhos, escravaria, fazendas e imóveis nas áreas urbanas, através de reciprocidades com outros vassalos e instituições. Aos poucos, os poderes institucionais da Ordem firmaram-se além dos espaços claustrais e, na segunda metade do século XVII, alguns religiosos entraram em conflito com autoridades beneditinas em Portugal. Esta tese busca compreender as estratégias de inserção de uma ordem religiosa em uma sociedade regida por lógicas do Antigo Regime.
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2011-03 Visões das mulheres militantes na luta armada: repressão, imprensa e (auto) biografias (Brasil 1968/1971)TítuloVisões das mulheres militantes na luta armada: repressão, imprensa e (auto) biografias (Brasil 1968/1971)Autor
Julia Bianchi Reis InsuelaOrientador(a)
Denise Rollemberg CruzData de Defesa
2011-03-25Nivel
MestradoPáginas
219Volumes
1Banca de DefesaDenise Rollemberg CruzFrancisco Carlos Palomanes MartinhoMarcelo Bittencourt Ivair PintoMaria Paula Nascimento AraújoSamantha Viz Quadrat
ResumoA dissertação pretende discutir a memória da luta armada no Brasil, focando-se principalmente na experiência das mulheres militantes do período. O objeto de investigação é a trajetória política de uma geração de mulheres que se envolveu com o projeto de luta armada das esquerdas revolucionárias, no período de 1968 a 1971. Para tal, utilizamos de um exemplo: a militante Iara Iavelberg. Por expressar vários elementos, ela é considerada um arquétipo, sendo o centro do estudo. Na dissertação, a presença de Iara é constante e ao mesmo tempo invisível, pois as problemáticas que marcaram sua trajetória, de uma forma ou de outra, estão presentes nas trajetórias das demais mulheres aqui tratadas. Debruçando-me, então, sobre o estudo paralelo das percepções das mulheres na luta armada – e da Iara, em particular - em três níveis – nas organizações, nos órgãos de repressão e informação e na grande imprensa – é possível notar muitas aproximações (nem sempre perceptíveis de imediato), para além das evidentes diferenças, as quais dizem respeito às representações das mulheres na sociedade da época e suas mudanças e continuidades nas décadas seguintes.Sob essas referências, o intuito da dissertação foi pesquisar as memórias (re)construídas, principalmente sobre as militantes das esquerdas revolucionárias, no que diz respeito ao período do regime civil-militar e nas décadas posteriores. A finalidade, mais especificamente, era notar a ocorrência ou não de um apagamento nestas memórias do senso comum existente entre a grande imprensa e os órgãos de repressão e informação- principalmente em relação ao vocabulário e à sua opinião – e conseguintemente com a sociedade. Tal atitude acabaria por não atentar que o olhar sobre as mulheres militantes seria o mesmo e estaria tão presente na repressão como na grande imprensa e, por fim, na sociedade. Ao mesmo tempo, trata-se de uma abordagem que pretende dar conta das construções da memória das mulheres na luta armada, elaboradas e reelaboradas, no sentido de responder mais a questões do presente e menos visando à compreensão do passado. Nesse sentido, nosso recorte cronológico tanto diz respeito ao período da luta armada – entre os anos de 1968 e 1971, por representar de forma mais expressiva a entrada da mulher no mundo político engajado e por ser considerado o período de maior radicalização da luta contra o regime ditatorial e da luta armada – como a ocasião das 8 publicações das memórias dos militantes das esquerdas revolucionárias em diversas épocas: as obras memorialísticas lançadas nos anos 80, 90 e do início do século XXI, com o intuito de investigar as formulações da memória acerca a inserção da mulher na luta armada. Ao trabalhar com as "várias camadas" de época, buscou-se encontrar as reconstruções do passado em função do presente. Quanto à problemática, estaria aí a distância entre Memória e História.
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2011-03 Os Sentidos do Atlântico: A Revista Lusitania e a Colônia Portuguesa do Rio de JaneiroTítuloOs Sentidos do Atlântico: A Revista Lusitania e a Colônia Portuguesa do Rio de JaneiroAutor
Robertha Pedroso Triches RibeiroOrientador(a)
Angela Maria de Castro GomesData de Defesa
2011-03-25Nivel
MestradoPáginas
250Volumes
1Banca de DefesaAngela Maria de Castro GomesMartha Campos AbreuTânia Maria Tavares Bessone da Cruz FerreiraTania Regina de Luca
ResumoO presente trabalho tem como objeto a revista Lusitania, produzida por um grupo da colônia portuguesa do Rio de Janeiro que circulou no Brasil, em Portugal e na África entre 1929 e 1934. Intitulando-se "Revista Ilustrada de Aproximação Luso-Brasileira e de Propaganda de Portugal", possuía um projeto de afirmação da identidade portuguesa no Brasil e dos laços com Portugal, mas, ao mesmo tempo, de inserção da colônia na sociedade brasileira. A partir da revista Lusitania busca-se caracterizar a imprensa como um importante espaço de sociabilidade da colônia portuguesa do Rio de Janeiro, destacando também o seu papel fundamental na construção de uma identidade portuguesa no Brasil, através da qual os imigrantes vão debater projetos, reforçar valores, além de desenvolver estratégias de intervenção no todo social.
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2011-03 Brasil canibal: Antropofagia e Tropicalismo no Macunaíma de Joaquim Pedro de AndradeTítuloBrasil canibal: Antropofagia e Tropicalismo no Macunaíma de Joaquim Pedro de AndradeAutor
Wallace Andrioli GuedesOrientador(a)
Paulo Knauss de MendonçaData de Defesa
2011-03-25Nivel
MestradoPáginas
143Volumes
1Banca de DefesaAna Maria Mauad de Sousa Andrade EssusMônica Almeida KornisPaulo Knauss de MendonçaSonia Cristina da Fonseca Machado Lino
ResumoO objetivo desta pesquisa é colocar em destaque as relações estabelecidas entre dois principais movimentos artístico-culturais do Brasil da década de 1960, o Cinema Novo e o Tropicalismo, a partir de análise do filme Macunaíma, adaptação da rapsódia modernista de Mário de Andrade realizada pelo cineasta carioca Joaquim Pedro de Andrade em 1969. Macunaíma-filme foi taxado, desde seu lançamento, como exemplo máximo de "cinema tropicalista", expoente de uma nova fase do Cinema Novo que dialogava com o movimento que surgira, há pouco, na música com Caetano Veloso, Gilberto Gil e outros. E foi sob esse rótulo que o filme de Joaquim Pedro passou à história do cinema brasileiro. No presente texto, busco problematizar a classificação de Macunaíma enquanto "filme tropicalista", a partir da compreensão, num primeiro momento, dos dois movimentos artísticos aqui discutidos. Nesse sentido, são retomados os debates internos ao Cinema Novo, suas diversas "fases" e a atuação intelectual de seus principais nomes, dentre eles, Joaquim Pedro de Andrade. Também lanço olhar para os confrontos entre tropicalistas e artistas nacionalistas, para a descoberta do pensamento de Oswald de Andrade por Caetano, Gil e, a partir deles, por toda uma cena artística brasileira do período, e para os significados múltiplos do movimento tropicalista e suas ramificações para além da música popular. Dou, entretanto, devido destaque à discussão em torno do já citado pensamento oswaldiano, particularmente no que concerne ao seu conceito de antropofagia: é a representação ou citação do ato canibal – presente tanto nas canções e no procedimento tropicalista quanto no filme Macunaíma (e também em outros filmes do período) – uma das responsáveis por esta aproximação estabelecida entre a obra mais célebre de Joaquim Pedro e o Tropicalismo. Realizo, então, discussão acerca da antropofagia, no intuito de compreender suas nuances no tempo, e as diferentes possibilidades de apropriação deste conceito. A compreensão de que podem existir diferentes antropofagias é fundamental para o objetivo primordial deste trabalho: relativizar a relação entre o filme Macunaíma (e, de forma mais ampla, o Cinema Novo brasileiro) e o movimento tropicalista.
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2011-03 Mundo Atlântico e Clandestinidade Dinâmica Material e simbólica em uma fazenda litorânea no sudeste, século XIXTítuloMundo Atlântico e Clandestinidade Dinâmica Material e simbólica em uma fazenda litorânea no sudeste, século XIXAutor
Camilla AgostiniOrientador(a)
Hebe Maria da Costa Mattos Gomes de CastroData de Defesa
2011-03-25Nivel
DoutoradoPáginas
195Volumes
1Banca de DefesaAndres ZrankinHebe Maria da Costa Mattos Gomes de CastroJaime RodriguesLuís Cláudio Pereira SymanskiMariza de Carvalho SoaresMonica Lima E SouzaRobert Wayne Andrew Slenes
ResumoEste trabalho se dedica ao estudo das dinâmicas materiais e simbólicas em uma antiga fazenda litorânea do sudeste brasileiro, ocupada na primeira metade do século XIX, atualmente conhecida como sítio arqueológico São Francisco, localizada no município de São Sebastião / SP. Trabalha-se com a hipótese da ligação desta fazenda e seu proprietário com o tráfico ilegal de escravos, no segundo quartel do século XIX. A partir deste contexto questiona-se como a dinâmica simbólica, materializada em objetos, serviu no encontro de pessoas com backgrounds diferentes em formações culturais híbridas e criativas. Nota-se que tais encontros ou trocas não se somam em formações prontas e acabadas, mas são, na verdade, um processo de tradução e interação que é contínuo e localizado contextualmente.
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2011-03 Inovar, Modernizar, Civilizar: Considerações sobre o sistema de patentes no Brasil (1809 - 1882)TítuloInovar, Modernizar, Civilizar: Considerações sobre o sistema de patentes no Brasil (1809 - 1882)Autor
Leandro Miranda MalavotaOrientador(a)
Márcia Maria Menendes MottaData de Defesa
2011-03-24Nivel
DoutoradoPáginas
391Volumes
1Banca de DefesaAllan Rocha de SouzaCarlos Gabriel GuimarãesDenis Borges BarbosaLuiz Carlos SoaresMárcia Maria Menendes MottaPaulo Pinheiro MachadoThéo Lobarinhas Piñeiro
ResumoO presente trabalho consiste em um estudo sobre a construção e funcionamento de uma estrutura de proteção e estímulo à atividade inventiva no Brasil, tomando como objeto principal o sistema patentário vigente entre 1809, ano de lançamento do primeiro ato de normatização da concessão de privilégios aos inventores no império português, e 1882, quando da promulgação de um estatuto integrado aos padrões estabelecidos na maior parte dos países industrializados e exigidos por uma estrutura internacional de governança dos direitos de propriedade industrial. A pesquisa parte de uma tentativa de compreensão dos motivos que teriam levado o Príncipe Regente D. João a adotar um conjunto de medidas de fomento ao desenvolvimento econômico em seus domínios americanos, incluindo-se a promulgação de um regulamento para a concessão de exclusivos a inventores. Investiga-se, a seguir, as feições do sistema de patentes então montado no Brasil, sua estrutura jurídicoinstitucional, bem como sua gama de usuários. A análise permite a observação de um constante apartamento entre norma e prática jurídicas, isto é, entre a letra da lei e a sua efetiva aplicação, indicando a importância do exercício hermenêutico na definição dos efeitos e do alcance dos direitos de propriedade sobre as invenções. Em uma última etapa, busca-se examinar as mudanças impingidas ao longo do século na lógica e no funcionamento do sistema nacional de patentes, sempre se procurando concebê-las integradamente às transformações a que a economia brasileira se submeteu no período. Conclui-se que, não obstante as particularidades de cada um dos distintos contextos históricos estudados, o sistema de patentes é concebido em todo o século XIX como um mecanismo de indução do progresso técnico e do crescimento econômico, tornando-se, assim, elemento importante dentro de um projeto civilizatório gestado por grupos estabelecidos no topo da pirâmide social brasileira.
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2011-03 "CONVENTÍCULO HERÉTICO" Cristãs-Novas, Criptojudaísmo e Inquisição na Leiria SeiscentistaTítulo"CONVENTÍCULO HERÉTICO" Cristãs-Novas, Criptojudaísmo e Inquisição na Leiria SeiscentistaAutor
Alex Silva MonteiroOrientador(a)
Rogério de Oliveira RibasData de Defesa
2011-03-24Nivel
DoutoradoPáginas
317Volumes
1Banca de DefesaAngelo Adriano Faria de AssisCélia Cristina da Silva TavaresDaniela Buono CalainhoGeorgina Silva Dos SantosLina Gorenstein Ferreira da SilvaRogério de Oliveira RibasRonaldo Vainfas
ResumoEste trabalho busca, através das histórias de dez personagens, todas cristãs-novas, de suas famílias e de sua comunidade, apresentar uma discussão a respeito da tolerância e da intolerância sócio-religiosa na sociedade portuguesa. A análise tem como cenário a cidade de Leiria, no século XVII, que à época sofreu uma espécie de devassa inquisitorial em meio ao recrudescimento dos trabalhos do Santo Ofício. O intuito é refletir sobre a sociabilidade feminina em meio às perseguições inquisitoriais, bem como as novas formas de disseminação do ensino das "coisas da fé" hebraica na comunidade portuguesa de descendentes de judeus. Compreender como se dava a formação de uma identidade cristã e/ou judaica em meio a uma prática religiosa cristã imposta pela sociedade ampla e uma supostamente judaica que precisava ser secreta, ou seja, não externalizada. Para tal, tomamos como corpus documental principal as fontes inquisitoriais.
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2011-03 Uma viagem possível: da escravidão à cidadania. Quintino de Lacerda e as possibilidades de integração dos ex - escravos no BrasilTítuloUma viagem possível: da escravidão à cidadania. Quintino de Lacerda e as possibilidades de integração dos ex - escravos no BrasilAutor
Matheus Serva PereiraOrientador(a)
Marcelo Bittencourt Ivair PintoData de Defesa
2011-03-24Nivel
MestradoPáginas
292Volumes
1Banca de DefesaAndrea Barbosa MarzanoHebe Maria da Costa Mattos Gomes de CastroKeila GrinbergMarcelo Bittencourt Ivair PintoMartha Campos Abreu
ResumoQuem foi Quintino de Lacerda e por que o seu nome foi dado a essa medalha? Para responder a essa pergunta é necessário retornar ao século XIX. As agitações daquele fim de século, com a participação dos movimentos populares abolicionistas e a radicalização em busca da Abolição, sentida especialmente ao longo da década de 1880, não ficaram restritas ao Rio de Janeiro, então capital do Império e, posteriormente, da República. Em Santos, junto com os saraus e meetings das sociedades abolicionistas, surgia uma das mais importantes ações em prol da liberdade: o reduto abolicionista do Jabaquara. Apesar de ter como referência Santos Garrafão e os jornalistas Galeão Carvalho e Gastão Bousquet como pessoas importantes para o sucesso da empreitada abolicionista, o reduto do Jabaquara possuía como sua principal e mais conhecida liderança o nosso homenageado do século XXI: o ex-escravo Quintino de Lacerda.