Dissertations and Theses
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2011-12 República sim, escravidão não: O Republicanismo de José do Patrocínio e sua vivência na República (1888-1905)TítuloRepública sim, escravidão não: O Republicanismo de José do Patrocínio e sua vivência na República (1888-1905)Autor
Rita de Cássia Azevedo Ferreira de VasconcelosOrientador(a)
Humberto Fernandes MachadoData de Defesa
2011-12-12Nivel
MestradoPáginas
214Volumes
1Banca de DefesaCarlos Gabriel GuimarãesHumberto Fernandes MachadoMartha Campos AbreuTânia Maria Tavares Bessone da Cruz Ferreira
ResumoJosé do Patrocínio trabalhou ao longo da sua vida como jornalista, chegou a ser proprietário da Gazeta da Tarde e Cidade do Rio. A sua grande causa foi a libertação dos escravos, e por ela dedicou muitos artigos e discursos para convencer a sociedade da necessidade moral, política e econômica da abolição. Trabalhou também pela instauração de uma República democrática e constitucional. Por suas convicções políticas arrumou inimizades com os próprios republicanos, como Quintino Bocaiúva e Silva Jardim, ao discordarem da prioridade de mudança necessária ao país, ou seja, para Patrocínio a ordem era abolição-república, para aqueles republicanos, república e abolição caso a monarquia deixasse o problema para eles. Por conta desse conflito é comum encontrarmos a afirmação de declínio e ostracismo de José do Patrocínio com a instituição do regime republicano. Após a abolição, momento auge de prestígio, teria vindo o esquecimento. É claro que nas comemorações da abolição do trabalho escravo, Patrocínio foi muito homenageado, chamado até de Redentor dos escravos, em conseqüência dos anos dedicados e da forma como se empenhou. No entanto, a sua vida e carreira não cessaram com o 13 de Maio, pelo contrário foi esse evento que deu a Patrocínio projeção nacional e internacional, lhe deu autoridade como jornalista e orador. E com isso se impôs em outras questões políticas durante o governo de Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto.Palavras-chave: Abolição, República, José do Patrocínio
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2011-12 "A DIMENSÃO SÓCIOPOLÍTICA DO TERRITÓRIO PARA OS TERENA: as aldeias nos Século XX e XXI"Título"A DIMENSÃO SÓCIOPOLÍTICA DO TERRITÓRIO PARA OS TERENA: as aldeias nos Século XX e XXI"Autor
Vera Lúcia Ferreira VargasOrientador(a)
Maria Regina Celestino de AlmeidaData de Defesa
2011-12-09Nivel
DoutoradoPáginas
188Volumes
1Banca de DefesaElisa Frühauf GarciaJoão Pacheco de Oliveira FilhoJohn Manuel MonteiroJosé Ribamar Bessa FreireLarissa Moreira VianaMaria Regina Celestino de AlmeidaNoêmia Dos Santos Pereira Moura
ResumoEsta tese tem por objetivo compreender as táticas desenvolvidas pelos Terena que habitam a região do atual estado do Mato Grosso do Sul, principalmente os que vivem nas aldeias Bananal, Colônia Nova e Ipegue, na Terra Indígena de Taunay/Ipegue e da aldeia Buriti, na Terra Indígena Buriti, para a conquista e a garantia de seus direitos territoriais, compreendido através do fortalecimento das suas relações com a aldeia e dessa com o seu entorno, entre o final do século XX e o início do século XXI. As ações reivindicatórias dos Terena pela posse do território, que eles denominam atualmente de "retomada" não é recente, ocorre desde o século XIX, principalmente após os conflitos da Guerra do Paraguai (1864-1870), pois intensifica o povoamento da região. Desde então, índios e não-índios disputam os territórios e dessa forma, os conflitos entre eles também se intensificaram e se estenderam para o século XX. Quando ocorre a demarcação das reservas indígenas, que embora não tenham respeitado a lógica dos índios sobre o território, reconheceram e demarcaram as terras onde eles deveriam permanecer sob a proteção do Estado brasileiro. Os Terena voltaram a se reorganizar dentro das reservas, em seus núcleos populacionais, vinculados pela relação do parentesco e dos interesses comuns que possuíam, esses núcleos foram chamados de aldeias. Nesse sentido, pretende mostrar as táticas que esses índios desenvolveram e desenvolvem para nelas permanecerem, fortalecendo as suas relações políticas e identitárias através da sua consciência histórica, elegendo o que é significativo para o grupo, a partir da aldeia, lugar que legitima ações e reconhece liderança e da escola por meio das ações dos professores Terena, na busca pela legitimação dos direitos indígenas. Essa pesquisa foi desenvolvida mediante fontes escritas e orais por meio dos depoimentos dos Terena nas aldeias mencionadas anteriormente, entre o período de 2007 a 2010, porém outros depoimentos realizados antes do desenvolvimento dessa tese também foram citados por serem relevantes para esse estudo. As informações obtidas indicam que a aldeia é o principal núcleo dos Terena, é através dela que se organizam e reorganizam buscando soluções para os seus problemas e necessidades, entre os quais, destaca-se a ampliação e demarcação do território. Entre as táticas estabelecidas, para as suas reivindicações junto ao Estado brasileiro, constam as atividades desenvolvidas pelos professores indígenas, apropriando-se do conhecimento acadêmico que foi produzido sobre eles, bem como produzindo o seu próprio, enquanto pesquisadores do seu povo e assim, ampliam o diálogo com a sociedade envolvente através das universidades e das escolas nas aldeias, provocando discussões em torno dos seus direitos indígenas.
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2011-12 Abolição e Catolicismo: A Participação da Igreja Católica na Extinção da Escravidão no BrasilTítuloAbolição e Catolicismo: A Participação da Igreja Católica na Extinção da Escravidão no BrasilAutor
Camila Mendonça PereiraOrientador(a)
Martha Campos AbreuData de Defesa
2011-12-01Nivel
MestradoPáginas
141Volumes
1Banca de DefesaAndréa Santos da Silva PessanhaCláudia Regina Andrade Dos SantosHebe Maria da Costa Mattos Gomes de CastroMartha Campos Abreu
ResumoO presente trabalho investiga a participação do clero brasileiro no processo abolicionista. A historiografia indicou uma ausência dos membros da alta hierarquia da Igreja Católica no Brasil na questão escravista, mesmo durante o período em que o movimento abolicionista ganhou força entre diversos grupos da sociedade. As informações que foram difundidas pelos jornais da época e alguns escritos dos próprios membros do clero não condizem com essa acusação. O que pude averiguar foi uma efetiva campanha pelo fim do cativeiro realizada pelos prelados brasileiros. Essa campanha emancipacionista, porém, possuía seus próprios elementos ligados ao interesse desse grupo social específico.
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2011-11 Cidadãos e eleições no Rio de Janeiro da Primeira República: do "voto de cabresto" ao direito de ser eleitorTítuloCidadãos e eleições no Rio de Janeiro da Primeira República: do "voto de cabresto" ao direito de ser eleitorAutor
Daniel José EduardoOrientador(a)
Laura Antunes MacielData de Defesa
2011-11-18Nivel
MestradoPáginas
123Volumes
1Banca de DefesaGizlene NederGladys Sabina RibeiroLaura Antunes MacielMirna Busse Pereira
ResumoEsta dissertação investiga a participação das classes populares no processo eleitoral na cidade do Rio de Janeiro durante a Primeira República, a partir de processos judiciais, valorizando práticas e experiências cotidianas articuladas à participação política e à construção da cidadania. Analisa os mecanismos legais para manter a exclusão de eleitores, a violência e outros impedimentos ao livre exercício do voto, as formas de resistência e atuação da população para burlar os impedimentos e intervir nas diversas etapas do processo eleitoral. Discute como as eleições foram observadas e registradas por alguns literatos e imprensa, acompanhando as imagens que fixaram sobre a participação política no período. Por fim, debate a utilização do judiciário como arena de lutas por direitos à participação política pela via eleitoral.
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2011-11 À margem da economia: Cachaça e protocampesinato negro no litoral sul fluminense (1800 - 1888)TítuloÀ margem da economia: Cachaça e protocampesinato negro no litoral sul fluminense (1800 - 1888)Autor
Camila Moraes MarquesOrientador(a)
Hebe Maria da Costa Mattos Gomes de CastroData de Defesa
2011-11-16Nivel
MestradoPáginas
126Volumes
1Banca de DefesaCarlos Gabriel GuimarãesElione Silva GuimarãesHebe Maria da Costa Mattos Gomes de CastroMaria Verónica Secreto Ferreras
ResumoNo Brasil imperial, a província do Rio de Janeiro dividia-se em áreas econômicas específicas e interligadas que geralmente não se enquadravam ao modelo de plantation existente no Vale do Paraíba. O litoral sul fluminense especializou-se, durante a segunda metade do século XVIII, na fabricação da cachaça que, aos poucos, conquistava os mercados africanos fornecedores de escravos. A expansão do tráfico conduzida pelos negociantes cariocas esteve diretamente relacionada ao fortalecimento da produção da bebida em Angra dos Reis e Parati, até meados do Oitocentos. Neste momento, a abolição das importações de africanos inaugurava um novo contexto socioeconômico no litoral sul: a diminuição do comércio da cachaça ampliava a agricultura de abastecimento e, ao mesmo tempo, a venda de cativos para as áreas cafeeiras deslegitimava o escravismo, forçando o estabelecimento de novas relações de trabalho. As comunidades escravas cristalizaram-se e buscaram ampliar os espaços de autonomia dentro das grandes unidades rurais, formando o que chamamos de protocampesinato negro na segunda metade do século XIX
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2011-10 Enquadramento da Pobreza em Portugal do Baixo Medievo: Assistencialismo e Repressão Estatal (séculos XIV/XV)TítuloEnquadramento da Pobreza em Portugal do Baixo Medievo: Assistencialismo e Repressão Estatal (séculos XIV/XV)Autor
Daniel Tomazine TeixeiraOrientador(a)
Mário Jorge da Motta BastosData de Defesa
2011-10-24Nivel
MestradoPáginas
108Volumes
1Banca de DefesaCarolina Coelho FortesEdmar Checon de FreitasMário Jorge da Motta BastosVânia Leite Fróes
ResumoA presente dissertação tem por objetivo estudar as ações de enquadramento da Pobreza engendradas pelo Estado Baixo-Medieval português. Este processo se deu, pelo menos, a partir de 1211 – quando da publicação da primeira lei anti-vadiagem no reino –, culminando nosso estudo no reinado de D. Manuel I, já no século XVI. Baseamo-nos em fontes de caráter jurídico e em regulamentos de sociedades de auxílio aos pobres. Tais intervenções estatais produziram um duplo efeito sobre a pobreza: de um lado a repressão aos ditos "falsos pobres" e, por outro o início de uma política pública de assistência aos "verdadeiros necessitados".
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2011-10 A MIGRAÇÃO DAS IMAGENS: o uso de imagens de arquivo no cinema documentário brasileiro ( 1961 - 1984)TítuloA MIGRAÇÃO DAS IMAGENS: o uso de imagens de arquivo no cinema documentário brasileiro ( 1961 - 1984)Autor
Gabriel Filgueira MarinhoOrientador(a)
Ana Maria Mauad de Sousa Andrade EssusData de Defesa
2011-10-07Nivel
MestradoPáginas
413Volumes
1Banca de DefesaAna Maria Mauad de Sousa Andrade EssusPaulo Knauss de MendonçaSamantha Viz QuadratSonia Cristina da Fonseca Machado LinoTania Siqueira Montoro
ResumoEsse trabalho discute como que o cinema documentário opera diferentes representações políticas através do uso de imagens de arquivo. Partindo da analise de como que fotografias, fonogramas e filmes de origens diversas foram utilizados nos curtas metragens realizados pelo Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais, o IPÊS, entre 1962 e 1964, e no longa-metragem "Jango"(1984), dirigido por Silvio Tendler; busco compreender como a linguagem cinematográfica possibilitou que imagens geradas por uma organização engajada com valores anticomunistas pudessem contribuir para uma outra narrativa audiovisual, vinculada com valores politicamente opostos e realizada duas décadas depois. O objetivo desse trabalho é discutir a categoria imagem de arquivo como uma ferramenta do cinema para a construção de múltiplas narrativas históricas e seu papel no espaço de disputa de representações; questão que ultrapassa classificações como "verdade" e "inverdade", ainda comuns nos debates a respeito de filmes documentários.
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2011-10 Uma família em dois momentos: Os Röhe e as transformações econômicas no Rio de Janeiro (1831-c1885)TítuloUma família em dois momentos: Os Röhe e as transformações econômicas no Rio de Janeiro (1831-c1885)Autor
Marcus Vinicius KelliOrientador(a)
Luiz Carlos SoaresData de Defesa
2011-10-06Nivel
MestradoPáginas
188Volumes
1Banca de DefesaCarlos Gabriel GuimarãesCezar Teixeira HonoratoLuiz Carlos SoaresRômulo Garcia de Andrade
ResumoO presente trabalho tem por objetivo, analisar as transformações econômicas ocorridas na cidade do Rio de Janeiro entre as décadas de 1830 e 1880. A partir da chegada de uma família de imigrantes oriundos de Altona, distrito de Hamburgo, atual Alemanha, os Röhe, especialistas na confecção de veículos de passageiros e, o seu desdobramento, a união dos seus descendentes, luteranos, com a família Macedo, de origem católica, em plena década de 1870, auge do conflito entre a Igreja e o Império, a segunda geração desta família ampliou os seus negócios mediante incorporação de um agente econômico externo, o Banco Industrial e Mercantil do Rio de Janeiro. O sucesso obtido na Exposição da Indústria Nacional, em 1881, e, o término das suas atividades, em 1883, permitem, por seu turno, reconstituir, a partir de uma perspectiva, as transformações estruturais vivenciadas pela sociedade imperial.
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2011-09 MAAT: O princípio ordenador do cosmos egípcio. Uma reflexão sobre os princípios encerrados pela deusa no Reino Antigo (2649-2129 a.C) e no Reino Médio (2023-1720 a.C)TítuloMAAT: O princípio ordenador do cosmos egípcio. Uma reflexão sobre os princípios encerrados pela deusa no Reino Antigo (2649-2129 a.C) e no Reino Médio (2023-1720 a.C)Autor
Giselle Marques CamaraOrientador(a)
Ciro Flamarion Santana CardosoData de Defesa
2011-09-30Nivel
MestradoPáginas
134Volumes
1Banca de DefesaCiro Flamarion Santana CardosoEdgard Leite Ferreira NetoJulio Cesar Mendonça GralhaNorma Musco Mendes
ResumoA presente dissertação propõe uma reflexão sobre o significado expressado pela deusa/princípio Maat durante os Reinos Antigo (2649-2129 a.C.) e Médio (2023-1720a.C.) períodos esses que constituíram em parte a história do Egito Faraônico. Tal deusa encerrava em si os atributos de verdade/justiça/ordem/equilíbrio. De acordo com os mitos cosmogônicos egípcios, a referida divindade foi gerada no primeiro movimento da criação cósmica, juntamente com seu irmão gêmeo Shu, o sopro vital, e só após o nascimento de ambos o mundo dos deuses e dos homens pode então ser criado. Além de Maat ser a condição de existência necessária para que o processo de criação do cosmo pudesse ter continuidade, as atribuições a ela associadas não se restringiram apenas ao âmbito "religioso", servindo, outrossim, de esteio para estruturação política e social da cultura em foco. Tratando-se de um povo cuja cosmovisão se assentava no mito e cuja função temporal do faraó, e por extensão da sociedade como um todo, era viabilizar a reprodução e a manutenção de uma ordem perfeita existente a priori, a deusa/princípio lançou as bases que legitimou o pacto de governabilidade do monarca para com o seu povo, e forneceu as diretrizes ao comportamento do homem egípcio, pois pode ser considerada a medida ética que orientou a conduta moral nos âmbitos individual e coletivo.
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2011-09 Trabalho integrado e reprodução ampliada do capital: um estudo de caso no Sudoeste do ParanáTítuloTrabalho integrado e reprodução ampliada do capital: um estudo de caso no Sudoeste do ParanáAutor
Roselaine Navarro Barrinha da SilvaOrientador(a)
Virginia Maria Gomes de Mattos FontesData de Defesa
2011-09-30Nivel
DoutoradoPáginas
401Volumes
1Banca de DefesaAna Maria Motta RibeiroGelsom Rozentino de AlmeidaJoão Márcio Mendes PereiraMarcelo Dias CarcanholoPaulo Roberto Raposo AlentejanoSonia Regina de MendonçaVirginia Maria Gomes de Mattos Fontes
Resumodiscussão do processo de valorização do capital tem concentrado os esforços de inúmeros pesquisadores ao longo do século XX. Diversas são as temáticas relacionadas à tal discussão, dentre as quais, as relações de trabalho vigentes na contemporaneidade. Marx evidenciou em O capital, as categorias que devem necessariamente estar presentes numa relação de produção especificamente capitalista. De um lado, a força de trabalho deve estar "livre", desprovida das condições de produção, de outro, as condições de produção devem estar concentradas nas mãos do capitalista. É da combinação destas duas categorias, que essencialmente envolve a compra da força-de-trabalho pelo capitalista e a sua conjugação às condições de produção que resultará a mais-valia, categoria que representa o excedente econômico sob o capitalismo. É a definição das categorias essenciais que envolvem a extração do excedente econômico tipicamente capitalista e, portanto a caracterização da relação de produção/trabalho capitalista que lhe permite definir o que é trabalho produtivo/improdutivo nesta forma de sociedade. Por outro lado, a sociedade contemporânea tem evidenciado a existência de relações de produção que não se "encaixam" dentro do modelo tipicamente capitalista. O caso específico da avicultura, mais especificamente, do pequeno produtor do Sudoeste do Paraná integrado à Sadia é um exemplo típico deste "desajuste". Neste sentido, nossa preocupação neste trabalho foi de entender essa aparente contradição. Qual a importância deste "pequeno produtor" integrado para o Capital? Qual o espaço que ele ocupa na sociedade capitalista, se ele não pode ser considerado como um trabalhador "produtivo", do ponto de vista do capital - haja vista não ser um trabalhador livre? A resposta a estes questionamentos exige que resgatemos e participemos do debate acerca da existência/permanência do campesinato sob a contemporaneidade. Para resolver a problemática proposta, dividimos o trabalho em 7 capítulos. O primeiro resgatou na literatura marxista, as categorias do Trabalho Especificamente Capitalista – ou trabalho abstrato, do Trabalho Produtivo/Improdutivo e do Camponês. No segundo capítulo efetuamos um resgate teórico-histórico que nos evidenciasse a razão de ser da agricultura para o capital. Procuramos neste capítulo resgatar os movimentos do capital no sentido de aprofundar o processo de inserção do capital sobre a agricultura, recuperando aos mecanismos empregados no processo. No terceiro capítulo, buscando já apontar para o estudo de caso, resgatamos a colonização do Sudoeste do Paraná, relacionando-a com o desenvolvimento do capitalismo. No quarto capítulo buscamos apreender de que forma a região participou do processo de aprofundamento do capital sob a agricultura a partir da chamada Revolução Verde. No quinto capítulos buscamos a formação do complexo avícola no Brasil, relacionando o seu desenvolvimento ao avanço capitalista no âmbito dos países mais desenvolvidos. Foi esse atrelamento que nos levou ao entendimento da importação do modelo de avicultura vigente nos Estados Unidos para o país. No capítulo sete, tratamos especificamente da relação de produção firmada entre o pequeno produtor do Sudoeste do Paraná e a Sadia. Diante do desenvolvido nos capítulos anteriores buscamos responder as questões que incitaram esta pesquisa. Em resumo, apreender a razão de ser do camponês e do seu trabalho "improdutivo" do ponto de vista do capitalismo, para o Capital
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2011-09 SOB O SIGNO DO MODERNO CULTIVO: Estado Imperial e Agricultura na AmazôniaTítuloSOB O SIGNO DO MODERNO CULTIVO: Estado Imperial e Agricultura na AmazôniaAutor
Francivaldo Alves NunesOrientador(a)
Márcia Maria Menendes MottaData de Defesa
2011-09-27Nivel
DoutoradoPáginas
422Volumes
1Banca de DefesaCláudia Regina Andrade Dos SantosElione Silva GuimarãesJosé Maia Bezerra NetoMárcia Maria Menendes MottaPaulo Afonso ZarthPaulo Pinheiro MachadoThéo Lobarinhas Piñeiro
ResumoAs dimensões tomadas pela agricultura na Amazônia brasileira durante o Império, a partir do final da década de 1830, é o objeto central de análise desta tese. Buscamos, no entanto, o entendimento desta questão na heterogeneidade das interpretações, o que nos permitiu compreender que a atividade agrícola extrapolava os limites de uma prática econômica. Diante de uma discussão observada na imprensa e em documentos e pronunciamentos oficiais, e que suscitou diversas e diferentes interpretações, construímos uma proposição de análise que observava a agricultura para além de fenômenos relativos à produção, distribuição e consumo, ou ainda das rendas que poderiam gerar com a comercialização de seus produtos. Para a Amazônia, e isto toma uma dimensão maior do que para outras regiões do país, a agricultura se constituiu, nestas interpretações, como atividade moralizadora, disciplinadora, capaz de assegurar a constituição de propriedades e povoamento regular, além do que, possibilitaria a implantação de um modo de vida interpretado como civilizado e moderno. O caminho percorrido para este entendimento passou, necessariamente, pela compreensão de que os discursos construídos em torno da agricultura estavam associados às políticas de atuação do governo imperial, as contraposições entre as práticas de cultivo, as ações de auxílio e melhoramento agrícola, as políticas de colonização voltadas para o imigrante estrangeiro, os indígenas e as práticas de aproveitamento do colono nacional, e que tinham no Estado brasileiro, a partir da articulação com as forças políticas da região amazônica, seus executores.
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2011-09 As lutas dos trabalhadores da educação: do novo sindicalismo à ruptura com a CUTTítuloAs lutas dos trabalhadores da educação: do novo sindicalismo à ruptura com a CUTAutor
Kênia Aparecida MirandaOrientador(a)
Marcelo Badaró MattosData de Defesa
2011-09-02Nivel
DoutoradoPáginas
400Volumes
1Banca de DefesaEurelino Teixeira Coelho NetoMarcelo Badaró MattosRicardo da Gama Rosa CostaRoberto LeherSonia Maria RummertSonia Regina de MendonçaVirginia Maria Gomes de Mattos Fontes
ResumoEste trabalho tem como objeto as lutas dos trabalhadores da educação, organizados no Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (SEPE-RJ) e no Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior (ANDES-SN), no período compreendido entre a eclosão do Novo Sindicalismo e meados da década de 2000, quando ocorreu a desfiliação dessas entidades da Central Única dos Trabalhadores (CUT). O processo histórico de constituição dos trabalhadores da educação como uma nova força política é analisado a partir dos embates travados entre esses atores sociais e o Estado nos momentos de radicalização da luta de classes, as greves. Também são abordadas as transformações no processo de trabalho docente, durante o mesmo períodoanda
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2011-08 A "Democracia Participativa y Protagónica", o Povo e o Líder: A Experência dos Consejos Comunales na Parroquia 23 de Enero (Caracas/Venezuela)TítuloA "Democracia Participativa y Protagónica", o Povo e o Líder: A Experência dos Consejos Comunales na Parroquia 23 de Enero (Caracas/Venezuela)Autor
Mariana Bruce Ganem BaptistaOrientador(a)
Daniel Aarão Reis FilhoData de Defesa
2011-08-31Nivel
MestradoPáginas
254Volumes
1Banca de DefesaCarlos Walter Porto GonçalvesDaniel Aarão Reis FilhoFrancisco Carlos Teixeira da SilvaMarco Antonio Villela PamplonaNorberto Osvaldo Ferreras
ResumoOs Consejos Comunales/CCs são uma experiência de poder popular praticada nos últimos anos na Venezuela. Trata-se de micro-governos construídos no interior das comunidades, compostos e geridos pelos próprios moradores e que possuem poder deliberativo e executivo sobre a gestão das políticas locais voltadas, principalmente, para a melhoria das condições de vida das classes populares. Os CCs fazem parte de um projeto nacional de construção de um Estado Comunal articulado por federações e confederações de Consejos Comunales e/ou por Comunas. É um projeto ambicioso, orientado por uma proposta para o Socialismo del Siglo XXI, para a construção de uma "democracia participativa e protagônica" que prevê não apenas a participação política do povo, mas também que este seja o sujeito principal na resolução dos seus problemas, além de envolver o desenvolvimento de um projeto econômico endógeno e autossustentável para o país. Apesar de fortemente incentivado pelo presidente Hugo Chávez Frias, este projeto encontra suas raízes em experiências e demandas existentes nas bases da sociedade desde longa data. Deste modo, a eleição de Chávez, em 1998, a posterior abertura de uma assembleia constituinte com um chamado para repensar o Estado Venezuelano e a proposta de construção da Asambleas de Ciudadanos y Ciudadanas como instâncias de poder local são fruto de um longo processo de desgaste da institucionalidade liberal que ocorreu durante o regime puntofijista anterior ao governo atual, bem como da articulação da sociedade civil sob diferentes formas com vistas a construir alternativas àquele regime. O objetivo desta dissertação é analisar de que maneira se deu esse processo de construção de uma "democracia participativa e protagônica" na prática, observando as tensões e dilemas provocados pelas pressões dos poderes desde arriba e os dinamismos das bases desde abajo, utilizando como estudo de caso a Parroquia 23 de Enero, de Caracas, por se tratar de um território reconhecido por suas tradições de organização popular anteriores à eleição de Chávez e por ser considerado um dos principais bastiões de sustentação do governo atualmente.
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2011-08 As Assembléias de Poder Popular em Cuba: Uma História de Luta Democrática e de Participação PopularTítuloAs Assembléias de Poder Popular em Cuba: Uma História de Luta Democrática e de Participação PopularAutor
Emilly Couto FeitosaOrientador(a)
Daniel Aarão Reis FilhoData de Defesa
2011-08-31Nivel
MestradoPáginas
320Volumes
1Banca de DefesaDaniel Aarão Reis FilhoFrancisco Carlos Teixeira da SilvaMonica Esmeralda Bruckmann MaynettoNorberto Osvaldo Ferreras
ResumoA presente pesquisa tem por objetivo resgatar as tradições de luta democrática e de participação popular em Cuba desde as lutas de independência travadas contra a Espanha, em fins do século XIX, até meados dos anos 90, quando o país enfrentou uma das mais graves crises desde a vitória da revolução: o ―Período Especial em Tempos de Paz. Através do resgate dessas tradições, procuro analisar as bases sobre as quais foi criado o Sistema de Poder Popular cubano e o quanto esse sistema foi sendo aperfeiçoado de acordo com o contexto histórico vivido e com as novas demandas surgidas na sociedade. Nesse sentido, destaco como um contexto fundamental de redefinição dos rumos do processo revolucionário cubano, sobretudo com relação à questão do poder popular, a crise dos anos 90 e as reformas que se seguiram a ela. Essa redefinição se concretizou num amplo conjunto de reformas econômicas e políticas. As reformas econômicas foram caracterizadas pela introdução de elementos de uma economia de mercado no país como, por exemplo, a abolição do monopólio do Estado sobre o comércio exterior e a permissão da participação de capitais estrangeiros na economia. Já a reforma política foi caracterizada, sobretudo, por uma resignificação do papel do Estado e das formas de participação e representação, com a modificação da constituição em 1992 e as importantes alterações que gerou no sistema eleitoral cubano. O novo sistema político aprovado em 1992 e as novas atribuições das Assembléias de Poder Popular significaram uma descentralização administrativa das funções estatais e, assim, também uma maior participação da população na vida política do país. No entanto, o funcionamento deste sistema, o processo eleitoral e suas especificidades e, principalmente, os mecanismos de representação ainda não são conhecidos no Brasil, mesmo no campo das esquerdas. As Assembléias do Poder Popular são, nesse sentido, o foco da presente pesquisa
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2011-08 Nobres poderes: a atuação do Senado da Câmara fluminense na economia e os privilégios e deveres dos Homens Bons (1790-1807)TítuloNobres poderes: a atuação do Senado da Câmara fluminense na economia e os privilégios e deveres dos Homens Bons (1790-1807)Autor
Maria Beatriz Gomes Bellens PortoOrientador(a)
Maria Fernanda Baptista BicalhoData de Defesa
2011-08-29Nivel
MestradoPáginas
146Volumes
1Banca de DefesaAntônio Carlos Jucá de SampaioCarlos Gabriel GuimarãesJoão Luís Ribeiro FragosoMaria Fernanda Baptista Bicalho
ResumoA presente dissertação tem sua análise centrada no Senado da Câmara do Rio de Janeiro, entre 1790-1807, abordando quais eram seus deveres e privilégios administrativos e sua atuação na economia fluminense. Além disso, traçamos um perfil de quem eram os homens bons desta instituição, destacando duas importantes famílias da elite mercantil fluminense e oficiais camarários: os Carneiro Leão e os Velho da Silva. O pano de fundo do nosso trabalho é a virada do século XVIII para o XIX, pensando quais eram as diretrizes políticas, econômicas e institucionais na relação da América portuguesa no Reinado de D. Maria I, da regência de D. João VI, e pela herança administrativa do secretário de D. José I, o Marquês de Pombal. Também é fundamental entendermos a capitania do Rio de Janeiro, que, durante o século XVIII, passa a ser principal eixo e capital do Vice-Reinado, com sua economia e política e, consequentemente, seus órgãos político-administrativos fortalecidos. Estudos apontam que o Senado da Câmara fluminense perde sua importância em relação ao Império português quando muitos de seus contratos passam a ser administrados por outras instituições. Objetiva-se pensar se houve de fato uma queda em seu prestígio ao final do século XVIII, questionando-se, se, a partir do novo funcionamento da Câmara, houve uma reformulação da economia do bem comum, postulado por João Fragoso para o seiscentos. A presente dissertação tenta entender como funcionava a administração dos rendimentos e contratos fluminenses, ou seja, a economia colonial, através da perspectiva do Senado da Câmara, mas também a participação da elite mercantil na política fluminense, especialmente após conflitos no interior do Senado em meados do setecentos, entre elite agrária e elite mercantil.
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2011-08 Modelando a cavalaria: Uma análise da demana do Santo Graal (século XIII)TítuloModelando a cavalaria: Uma análise da demana do Santo Graal (século XIII)Autor
Neila Matias de SouzaOrientador(a)
Mário Jorge da Motta BastosData de Defesa
2011-08-29Nivel
MestradoPáginas
201Volumes
1Banca de DefesaAdriana Maria de Souza ZiererMaria do Amparo Tavares MalevalMário Jorge da Motta BastosRenata Rodrigues VerezaVânia Leite Fróes
ResumoA pesquisa que desenvolvemos no decurso do mestrado aborda a cavalaria, no Ocidente Medieval do século XIII, enquanto instituição militar que foi ganhando no decurso de seu processo de formação contornos crescentemente religiosos. Percebemos que isso foi parte de uma ação da Igreja na tentativa de controlar uma nobreza que se apresentava cada vez mais violenta e sedenta de riquezas; com esse objetivo várias assembléias que culminaram com as instituições da Tregua Dei e Pax Dei foram realizadas com o claro intuito de limitar os excessos da nobreza guerreira. Essa questão está presente nas fontes com as quais trabalhamos, A Demanda do Santo Graal e O Livro da Ordem de Cavalaria, que divulgam valores cristãos a serem seguidos principalmente pelos cavaleiros tão envoltos no pecado. Para isso há vários exemplos sobre o comportamento desses guerreiros, que identificamos e caracterizamos como modelares, seja como um bom exemplo a ser seguido ou um mal a ser evitado. São os modelos extremos, o "bom" e o "mau", que trataremos aqui, entendendo-os como uma procura da Igreja em domesticar a cavalaria, enquadrá-la nos limites cristãos, imputando àquela instituição uma moral religiosa.
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2011-08 A JOVEM GUARDA E A INDÚSTRIA CULTURAL: análise da relação entre o movimento Jovem Guarda, a indústria cultural e a recepção de seu públicoTítuloA JOVEM GUARDA E A INDÚSTRIA CULTURAL: análise da relação entre o movimento Jovem Guarda, a indústria cultural e a recepção de seu públicoAutor
Adriana Mattos de OliveiraOrientador(a)
Adriana Facina Gurgel do AmaralData de Defesa
2011-08-26Nivel
MestradoPáginas
111Volumes
1Banca de DefesaAdriana Facina Gurgel do AmaralAna Lucia Silva EnneLaura Antunes MacielSamuel Mello Araujo JuniorVictor Hugo Adler Pereira
ResumoEste trabalho tem por objeto de estudo o Programa Jovem Guarda, que foi exibido pela Rede Record de 1965 a 1968 e teve como apresentadores Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa, bem como o movimento que é anterior ao próprio programa e que foi por ele denominado. Nosso objetivo geral consiste em, a partir da análise de alguns pontos referentes ao Movimento Jovem Guarda, buscar o entendimento das estratégias utilizadas pela indústria cultural na criação de seus produtos, bem como as diferentes recepções efetuadas por seu público consumidor. Para isso, recorremos ao conceito cunhado por Theodor Adorno e Max Horkheimer em 1947 de indústria cultural, bem como às formulações de Raymond Williams acerca do materialismo cultural e de Jesús Martin-Barbero sobre as mediações existentes entre a produção da indústria cultural e sua recepção. Para isso, analisamos a música não como obra de gênios criadores, mas como um produto inserido na cadeia produtiva do sistema capitalista de produção, analisamos a chegada do rock and roll ao Brasil e sua apropriação local e partimos para um de seus desdobramentos, o movimento Jovem Guarda. Tendo como ponto de partida o movimento Jovem Guarda, analisamos alguns "produtos" a ele associados - o programa Jovem Guarda, o LP e o filme Roberto Carlos em Ritmo de Aventura -, até chegarmos ao seu público e análise das relações entre a indústria cultural e a recepção que o público realiza de seus produtos
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2011-08 Capital e Trabalho no Sindicalismo Rural Brasileiro: uma análise sobre a CNA e sobre a CONTAG (1964-1985)TítuloCapital e Trabalho no Sindicalismo Rural Brasileiro: uma análise sobre a CNA e sobre a CONTAG (1964-1985)Autor
Carolina Torres Alves de Almeida RamosOrientador(a)
Sonia Regina de MendonçaData de Defesa
2011-08-25Nivel
DoutoradoPáginas
266Volumes
1Banca de DefesaCarlos Gabriel GuimarãesMarcelo Badaró MattosMaria Letícia CorrêaRegina Angela Landim BrunoSonia Regina de MendonçaVanderlei Vazelesk RibeiroVirginia Maria Gomes de Mattos Fontes
ResumoA tese pretende analisar a atuação, entre os anos de 1964 e 1985, da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (CONTAG) e da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), sindicatos oficiais e de âmbito nacional dos, respectivamente, trabalhadores e proprietários rurais. Estas agremiações são regidas pela legislação sindical corporativista e estão subordinadas ao Ministério do Trabalho. Intenta-se averiguar a articulação das Confederações com setores da sociedade civil e da sociedade política, apontando para suas formas específicas de representação. Serão estudadas suas principais campanhas, a base econômica e trajetória política e profissional de seus dirigentes, bem como as similitudes e embates observados entre ambas.O posicionamento da CONTAG e da CNA frente às políticas públicas voltadas para a reforma agrária no período abarcado pela pesquisa consiste em um dos principais objetos de investigação da tese. Por fim, pretende-se analisar a crise de representação das Confederações no contexto da "abertura política", identificando a redefinição de suas estratégias de atuação
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2011-08 Teatro Amador: A cena carioca muito além dos arrabaldesTítuloTeatro Amador: A cena carioca muito além dos arrabaldesAutor
Luciana Penna FrancaOrientador(a)
Laura Antunes MacielData de Defesa
2011-08-17Nivel
MestradoPáginas
118Volumes
1Banca de DefesaLaura Antunes MacielLeonardo Affonso de Miranda PereiraMagali Gouveia EngelMaria do Rosario da Cunha PeixotoMartha Campos Abreu
ResumoEsta dissertação analisa experiências de teatro amador na cidade do Rio de Janeiro entre o final do século XIX e as duas primeiras décadas do XX. Parte fundamental do cotidiano carioca no período, o teatro era exercitado por diferentes grupos sociais em bairros e espaços cênicos variados e assumiu múltiplos significados e formas. O "teatrinho", como tantos se referiam ao teatro amador, ocupava, na verdade, espaço significativo na cidade, não apenas nos arrabaldes, mas também no centro e áreas nobres concorrendo e disputando platéias com as variadas formas de teatro comercial. Analisando os inúmeros jornais e revistas dedicados ao teatro, assim como os estatutos de grupos amadores e os pedidos de licença que encaminhavam à polícia foi possível mapear intenções e objetivos diversos articulados ao teatro produzido por amadores, reconhecer os locais de atuação e encenação em diferentes bairros do Rio de Janeiro e, também, alguns dos temas encenados. A organização e manutenção de um número expressivo de sociedades dramáticas, clubes e outras associações dedicadas ao teatro, criados e mantidos por imigrantes, operários, senhoras e senhores ‘da boa sociedade’ aponta para a popularização dessa prática e indica que o teatro constituiu um espaço importantíssimo de atuação e expressão social para diferentes grupos sociais na cidade. Para eles, as encenações teatrais podiam constituir uma identidade de grupo, expressar e canalizar tensões sociais bem maisamplas do que o bairro onde atuavam, servir como diversão ou lazer ou, ainda, doutrinar e formar a consciência social e política. Ao pesquisar o envolvimento e atuação de grupos diversos com o teatro minha intenção foi refletir sobre o papel dos amadores, não apenas no palco, mas na própria transformação geográfica, social e política da capital federal naquele período histórico.
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2011-07 Nas margens: Experiência de suburbanos com periodismo no Rio de Janeiro (1880-1920)TítuloNas margens: Experiência de suburbanos com periodismo no Rio de Janeiro (1880-1920)Autor
Leandro Climaco Almeida de Melo MendonçaOrientador(a)
Laura Antunes MacielData de Defesa
2011-07-18Nivel
MestradoPáginas
149Volumes
1Banca de DefesaHeloisa de Faria CruzLaura Antunes MacielMarialva Carlos BarbosaNorberto Osvaldo Ferreras
ResumoEsta é uma pesquisa dedicada em compreender o processo de constituição e desenvolvimento do periodismo suburbano existente na cidade do Rio de Janeiro entre as décadas de 1880 e 1920. Através da análise de inúmeros materiais, especialmente das dezenas de periódicos produzidos nos subúrbios, busca-se entender as motivações que levaram homens e mulheres a investirem na publicação de jornais, revistas e almanaques naquele momento histórico. O estudo dessas experiências no passado nos permite apresentar múltiplas experiências motivadas por projetos distintos. Ao apresentarmos o conjunto do periodismo suburbano na cidade, essa dissertação tem a intenção de trazer os desafios concretos enfrentados por todos aqueles que estiveram envolvidos na produção desses órgãos de imprensa. A fragilidade do financiamento, a concorrência com os periódicos mantidos por grandes empresas, a necessidade de angariar apoio entre os suburbanos, a construção de uma rede de representantes nos subúrbios – são exemplos que demonstram as dificuldades em se lançar e manter um periódico nos bairros suburbanos. Em um período marcado pelo forte crescimento urbano da cidade, o conjunto da imprensa suburbana pode ser considerado um material indispensável para o estudo das áreas mais afastadas do Centro e sua população. Se muitos jornais foram criados como órgãos militantes dos interesses de uma classe média que buscava se constituir como uma elite suburbana, distante dos interesses populares, em outros periódicos foi possível mapearmos experiências críticas ao modelo de sociedade hegemônico. Inúmeras iniciativas jornalísticas defenderam projetos alternativos, populares, assim como se constituíram como atores políticos privilegiados envolvidos na formulação de novas formas de representação política, duramente críticas ao modelo construído no início do período republicano, marcado pela exclusão da grande maioria da população do processo decisório do país.
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2011-07 Cidade Alta: História, memórias e estigma de favela num conjunto habitacional do Rio de JaneiroTítuloCidade Alta: História, memórias e estigma de favela num conjunto habitacional do Rio de JaneiroAutor
Mario Sergio Ignácio BrumOrientador(a)
Paulo Knauss de MendonçaData de Defesa
2011-07-12Nivel
DoutoradoPáginas
362Volumes
1Banca de DefesaCecília da Silva AzevedoLilian Fessler VazLuciana Corrêa do LagoMarcelo Tadeu Baumann BurgosMárcia da Silva Pereira LeiteMariana Cavalcanti Rocha Dos SantosPaulo Knauss de Mendonça
ResumoComo, afinal, o que é "Favela"? A facilidade com que qualquer carioca forma na mente, de imediato, um espectro de imagens a partir do enunciado da palavra é rapidamente substituída pela dificuldade em conseguir explicar a um interlocutor o que ela significa. Quais especificidades a favela possui que a tornam um lugar distinto... exatamente do quê? Por que determinado lugar é uma favela e outros não? Como ter uma definição que possa dar conta de uma gama variada de locais com imensa heterogeneidade, ao mesmo tempo que deva delimitar algo específico, de modo que outras áreas parecidas, mas diferentes, não sejam incluídas? É o que tentaremos responder neste estudo, a partir da construção, em processos internos e externos, do estigma de favela que paira sobre um conjunto habitacional surgido em 1969 para abrigar removidos, dentro do programa de remoções de favelas no Rio de Janeiro: a Cidade Alta.
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2011-07 AMÉRICA EM TRANSE: Cinema, Identidade e Revolução na América Latina (1965-1971).TítuloAMÉRICA EM TRANSE: Cinema, Identidade e Revolução na América Latina (1965-1971).Autor
Patrícia Ferreira Moreno ChristofolettiOrientador(a)
Ana Maria Mauad de Sousa Andrade EssusData de Defesa
2011-07-11Nivel
DoutoradoPáginas
233Volumes
1Banca de DefesaAna Maria Mauad de Sousa Andrade EssusFernando Sergio Dumas Dos SantosLucia GrinbergMaurício de BragançaPaulo Knauss de MendonçaSamantha Viz QuadratSonia Cristina da Fonseca Machado Lino
ResumoNo início dos anos de 1960 verificamos o surgimento de uma forma particular de engajamento político nas produções cinematográficas de alguns países da América Latina. Temas ligados aos problemas comuns dos povos latino-americanos, como a exploração colonial, a descolonização, o neocolonialismo, o subdesenvolvimento e a alienação foram recorrentes nessas produções e orientaram seus realizadores no projeto de se criar uma nova forma de se fazer cinema. Surgia o Nuevo Cine Latino-Americano. As principais preocupações dos cineastas vinculados a este novo cinema estiveram presentes em diversos projetos de libertação, concebidos no decorrer da formação histórica dos povos latino-americanos. Esta pesquisa objetiva analisar como se deu a construção deste engajamento, entendendo-o como fruto da relação de um dado grupo que se fortaleceu por meio da construção de uma rede de sociabilidades. Trata-se de compreender como se deram os debates em torno de questões vistas como fundamentais para a consolidação do chamado Nuevo Cine Latino-Americano.
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2011-06 Reforma financeira e Banco Central do Brasil em tempos de capital monopolista (1964-1968).TítuloReforma financeira e Banco Central do Brasil em tempos de capital monopolista (1964-1968).Autor
Ricardo Gilberto Lyrio TeixeiraOrientador(a)
Virginia Maria Gomes de Mattos FontesData de Defesa
2011-06-30Nivel
MestradoPáginas
133Volumes
1Banca de DefesaEsther KupermanGelsom Rozentino de AlmeidaMarcelo Badaró MattosMarcelo Dias CarcanholoVirginia Maria Gomes de Mattos Fontes
ResumoEste trabalho possui duas frentes de investigação. Na primeira, teórica, buscamos compreender a natureza e o papel do dinheiro na sociedade capitalista. Através dos escritos de Marx, trilhamos o processo de autonomização das formas do capital a fim de compreender como e porque o capital bancário assume o protagonismo na expansão e nas crises capitalistas. Buscamos também, apoiados em Lenin, explicar as formas de expansão do capital em sua fase imperialista. Por fim, na segunda frente, investigamos a formação histórica do Banco Central da República do Brasil. Criado com o Golpe de 1964 como sucessor da Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), sua criação foi marcada por longos debates no Parlamento e no Governo, que duraram cerca de vinte anos. As tensões pelo controle da moeda e do crédito no Brasil permearam as difíceis relações institucionais do Banco do Brasil com a SUMOC, além das possibilidades de acesso ao crédito. Agudizaram-se, assim, nos mesmos ritmos do desenvolvimento da economia capitalista no Brasil e das lutas sociais, com o período de 1962 a 1964, o Governo Goulart, representando o momento de maior conflito.
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2011-06 Tristes Subúrbios: Literatura, Cidade e Memória na Experiência de Lima Barreto (1881 - 1922)TítuloTristes Subúrbios: Literatura, Cidade e Memória na Experiência de Lima Barreto (1881 - 1922)Autor
Pedro Henrique Belchior RodriguesOrientador(a)
Laura Antunes MacielData de Defesa
2011-06-27Nivel
MestradoPáginas
188Volumes
1Banca de DefesaLaura Antunes MacielLeonardo Affonso de Miranda PereiraMagali Gouveia EngelMaria do Rosario da Cunha Peixoto
ResumoEntre 1902 e 1922, o carioca Lima Barreto morou nos subúrbios. Neste período, que corresponde a toda a sua trajetória como escritor, dedicou romances, contos e diversas crônicas a questões do universo suburbano: feiras e mafuás, chalés e chácaras, "aristocracia" suburbana e trabalhadores pobres. Meu objetivo é compreender essa produção a partir da experiência social do escritor, cujos vestígios estão presentes em todo o universo ficcional e não-ficcional, além das anotações pessoais. De acordo com Raymond Williams, parto do princípio de que a literatura não é mero reflexo da sociedade, mas parte das relações sociais; institui e constitui a realidade. Assim, desejo compreender como o subúrbio do início do século XX, época de grandes reformas urbanas, emerge no interior de uma obra na qual estão presentes certas memórias da cidade – resgatadas e manipuladas sempre com um objetivo específico, o de combater as tais reformas e os "reformadores apressados" – e uma concepção própria da literatura, que lhe rendeu o reconhecimento de alguns intelectuais e o esquecimento de muitos outros.
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2011-06 Entre Senhores, Escravos e Homens Livres Pobres: Família, liberdade e relações sociais no cotidiano da diferença (Mangaratiba, 1831-1888)TítuloEntre Senhores, Escravos e Homens Livres Pobres: Família, liberdade e relações sociais no cotidiano da diferença (Mangaratiba, 1831-1888)Autor
Manoel Batista do Prado JuniorOrientador(a)
Sheila Siqueira de Castro FariaData de Defesa
2011-06-17Nivel
MestradoPáginas
210Volumes
1Banca de DefesaHebe Maria da Costa Mattos Gomes de CastroJoão Luís Ribeiro FragosoRoberto Guedes FerreiraSheila Siqueira de Castro Faria
ResumoEsta dissertação tem por objetivo analisar o comportamento econômico de Mangaratiba, vila situada no litoral sul da então província do Rio de Janeiro, ao longo do século XIX. O ponto de partida para a compreensão da organização produtiva de pequenos, médios e grandes senhores de escravos no cotidiano são as relações sociais estabelecidas em torno da família e da liberdade em uma sociedade escravista e caracterizada pelo elevado índice de africanidade. O recorte cronológico escolhido para a análise dos processos em questão foi de 1831, ano em que a vila em questão conquista sua autonomia administrativa e, coincidentemente, se promulga a primeira lei que proibia o tráfico de escravos africanos para o Brasil e 1888, fim da escravidão. Através da análise de inventários post-mortem, testamentos e registros paroquiais de batismos de escravos, de terras, processos-crime e de liberdade e estimativas de desembarques de africanos, buscaremos compreender como, em meio às hierarquias sociais e contínuos fluxos culturais, se moldavam e recriavam as relações entre senhores, escravos e homens livres pobres.