Dissertações e Teses
  • 2022-06

    "Nos ombros de gigantes" — a noção medieval de progresso através do tempo na obra de João de Salisbury.

    Título

    "Nos ombros de gigantes" — a noção medieval de progresso através do tempo na obra de João de Salisbury.

    Autor
    Hiago Maimone da Silva Rebello
    Orientador(a)
    Vânia Leite Fróes
    Data de Defesa
    2022-06-23
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    155
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Carlile Lanzieri Júnior
    Edmar Checon de Freitas
    Vânia Leite Fróes

    Resumo

    A presente dissertação busca compreender a percepção temporal e a relação que o tempo possui
    com a concepção de progresso dentro de um autor do século XII, João de Salisbury, em suas
    obras filosóficas e historiográficas. O tempo, dentro do contexto do autor, era um elemento de
    importância para a validação ou a exaltação de algum autor, o que causava uma tensão entre
    autores novos e antigos, dentro do período onde as traduções de obras novas para o contexto
    escolástico da Europa Ocidental, onde a autoconsciência histórica dos autores do século XII
    pode ser observada através do caso de João de Salisbury.




  • 2022-06

    A REPRESENTAÇÃO DE SI COMO OUTRO: o disfarce muçulmano de Richard Francis Burton (1821-1890)

    Título

    A REPRESENTAÇÃO DE SI COMO OUTRO: o disfarce muçulmano de Richard Francis Burton (1821-1890)

    Autor
    Paula Carolina de Andrade Carvalho
    Orientador(a)
    Alexsander Lemos de Almeida Gebara
    Data de Defesa
    2022-06-21
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    260
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Alexsander Lemos de Almeida Gebara
    Beatriz Juana Bissio Staricco Neiva Moreira
    Felipe Paiva Soares
    Murilo Sebe Bon Meihy
    Samira Adel Osman

    Resumo

    Richard Francis Burton (1821-1890), o famoso viajante britânico, costumava se disfarçar como
    o muçulmano Abdullah. Esse personagem apareceu em seus livros de viagens e em alguns de
    seus poemas em uma variedade de formas: como Mirza Abdullah em Falconry in the Valley of 

    the Indus (1852), como Shaykh Abdullah em Personal Narrative of a Pilgrimage to Al-
    Madinah and Meccah (1855-1856), como Haji Abdullah em First Footsteps in East Africa; or,

    An Exploration of Harar(1856) e em The Kasidah of Haji Abdu El-Yezdi (1880); o haji também
    aparece brevemente em The Lake Regions of Central Africa (1860), bem como em algumas das
    cartas de Burton. Por meio dessas obras escritas, podemos ver a genealogia de Abdullah: seu
    nascimento em Falconry, seu triunfo na Pilgrimage (livro no qual ele completa a peregrinação
    sem ser pego) e seu declínio em First Footsteps (no qual ele teve que revelar seu disfarce). Este,
    portanto, é um estudo da representação do próprio Burton como esse outro muçulmano, em
    meio à expansão do imperialismo britânico pelo mundo.




  • 2022-05

    O rábula negro Manuel Vicente Alves Jacarandá: política, racismo e luta por direitos no Rio de Janeiro (1904-1948)

    Título

    O rábula negro Manuel Vicente Alves Jacarandá: política, racismo e luta por direitos no Rio de Janeiro (1904-1948)

    Autor
    Paulo Roberto de Almeida
    Orientador(a)
    Laura Antunes Maciel
    Data de Defesa
    2022-05-24
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    215
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Amailton Magno Azevedo
    Laura Antunes Maciel
    Leonardo Affonso de Miranda Pereira
    Martha Campos Abreu
    Petrônio José Domingues

    Resumo

    O presente trabalho visa analisar as experiências, escolhas e trajetória do advogado e
    político negro Manuel Vicente Alves, mais conhecido como Doutor Jacarandá, no Rio de
    Janeiro das primeiras décadas do século XX. A partir delas, procura refletir sobre o impacto do
    letramento sobre sua vida e como ele a usou para atuar como um advogado em favor dos
    interesses de trabalhadores e trabalhadoras de baixa renda do Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo,
    busca articular sua experiência individual em um universo social mais amplo, tenso e
    conflituoso, atravessado por hierarquias socio raciais presentes na sociedade e no mercado de
    trabalho advocatício de seu tempo. Além disso, a pesquisa destaca a atuação política de Manuel
    Alves, sua candidatura em diferentes eleições, os programas políticos e estratégias
    desenvolvidas para tentar se eleger como intendente municipal, deputado federal e presidente
    da República, em defesa da cidadania e dos direitos políticos da população simples e humilde
    da Capital Federal.




  • 2022-05

    Cebes, Abrasco e o público-privado na saúde pública brasileira (1976-2002)

    Título

    Cebes, Abrasco e o público-privado na saúde pública brasileira (1976-2002)

    Autor
    Tiago Siqueira Reis
    Orientador(a)
    André Vianna Dantas
    Data de Defesa
    2022-05-03
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    294
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    André Vianna Dantas
    Áquilas Nogueira Mendes
    Eurelino Teixeira Coelho Neto
    Marcelo Badaró Mattos
    Maria Valéria Costa Correia
    Virginia Maria Gomes de Mattos Fontes

    Resumo

    A pesquisa trata do tema da relação entre o público e o privado no âmbito da saúde pública brasileira
    contemporânea. A temática é discutida a partir da análise da história de duas das mais proeminentes
    agremiações na área da saúde, o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde – Cebes, criado em 1976 e, a
    Associação Brasileira de Saúde Coletiva – Abrasco, fundada em 1979. As organizações são
    analisadas enquanto aparelhos privados de hegemonia situados a partir da referência gramsciana de
    Estado Ampliado, situando-os no terreno das lutas de classe na sociedade civil no campo da esquerda
    na área da saúde. O trabalho tem por objetivo compreender como as agências e seus intelectuais no
    quadro das lutas de classes teorizaram e elaboraram seus projetos políticos para a saúde pública tendo
    por questão a relação público e privado. Nosso recorte temporal divide-se em dois períodos: o
    primeiro subperíodo entre os anos de 1976, data de criação do Cebes e 1988, quando da
    institucionalização de grande parte da agenda de lutas da Reforma Sanitária Brasileira (RSB) na
    Constituição Federal de 1988; e um segundo subperíodo entre os anos de 1988 até o término do
    segundo mandato presidencial de Fernando Henrique Cardoso em 2002. Os períodos são analisados
    como complementares, identificando o comportamento das agremiações no momento do processo
    histórico da RSB e após os marcos legais da saúde, quando o debate concentrou-se na implementação
    do Sistema Único de Saúde (SUS). Partimos da hipótese da existência de um consenso fluído entre
    público-privado na trajetória de Cebes e Abrasco, estabelecendo de formas variadas o consenso
    acerca da presença do privado no projeto político de saúde pública brasileira. Tal consenso fluido
    impôs limites a luta de classes e a elaboração da consciência crítica e unitária, negligenciando o
    próprio princípio das determinações sociais da saúde e da vida.




  • 2022-04

    Imprensa e História Local: os jornais de Itaboraí e as lutas políticas no período imperial

    Título

    Imprensa e História Local: os jornais de Itaboraí e as lutas políticas no período imperial

    Autor
    Gilciano Menezes Costa
    Orientador(a)
    Martha Campos Abreu
    Data de Defesa
    2022-04-29
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    327
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Hebe Maria da Costa Mattos Gomes de Castro
    Humberto Fernandes Machado
    Marcelo de Souza Magalhães
    Martha Campos Abreu
    Tânia Maria Tavares Bessone da Cruz Ferreira

    Resumo

    A presente tese busca analisar a História da Imprensa Periódica de Itaboraí com ênfase
    no contexto imperial, demonstrando que o surgimento e o desenvolvimento dessa imprensa
    ocorreram em conexão com as principais disputas políticas realizadas no país e na Província
    Fluminense. A partir da História Local e do uso dos periódicos impressos como fonte e objeto
    de estudo, este trabalho mostra como os jornais locais e seus respectivos proprietários e
    redatores atuaram como uma força ativa em diversos conflitos políticos que emergiram na cena
    pública da província e da Vila de Itaboraí. O estudo também mostra como os agentes sociais
    locais dialogavam com as publicações dos periódicos impressos na Corte Imperial e na capital
    da província, e como os jornais impressos na vila publicizaram os trânsitos e os intercâmbios
    políticos e sociais predominantes do período.




  • 2022-04

    Histórias de professoras negras no Rio de Janeiro: experiências e tensões de classe, raça e gênero (1870-1920)

    Título

    Histórias de professoras negras no Rio de Janeiro: experiências e tensões de classe, raça e gênero (1870-1920)

    Autor
    Luara Dos Santos Silva
    Orientador(a)
    Laura Antunes Maciel
    Data de Defesa
    2022-04-19
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    294
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Alessandra Frota Martinez de Schueler
    Alexandra Lima da Silva
    Ione Celeste Jesus Sousa
    Laura Antunes Maciel
    Martha Campos Abreu

    Resumo

    Este trabalho examina as experiências de um conjunto professoras negras no Rio de Janeiro,
    entre 1870 e 1920, e as decorrentes tensões de classe, raça e gênero que atravessaram suas
    trajetórias no magistério e em outros âmbitos da vida. Ao enquadrarem-se aos padrões de
    gênero, as professoras negras Alexandrina de Brito, Rufina Vaz, Coema e Gulnare Hemetério
    dos Santos, Elvira Pilar Guimarães, Luiza, Alice Noêmia e Clara Callado - e suas famílias -
    estavam construindo meios para contornar os muros do racismo que, associando-se ao sexismo,
    buscava rotulá-las enquanto mulheres hiper sexualizadas. As vidas dessas professoras negras
    foram ditadas pelos padrões de honestidade e respeitabilidade que atendiam aos padrões de
    gênero hierarquizado entre homens e mulheres. Suas experiências no magistério, em família e
    na sociedade mais ampla nos contam sobre as táticas miúdas do cotidiano cujos objetivos eram
    acessar a educação formal e, consequentemente, melhores e mais seguros postos de trabalho.
    Tais movimentos incluíam a estrita adequação às normas sociais vigentes e o enquadramento
    aos ditames impostos às mulheres - e em especial às professoras primárias - naqueles tempos.




  • 2022-04

    CORAÇÃO DE NEGRO: História oral e etnografia afro-sertaneja na Chapada Diamantina. Morro do Chapéu, Bahia

    Título

    CORAÇÃO DE NEGRO: História oral e etnografia afro-sertaneja na Chapada Diamantina. Morro do Chapéu, Bahia

    Autor
    Carolina Pazos Pereira
    Orientador(a)
    Martha Campos Abreu
    Data de Defesa
    2022-04-07
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    291
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Daniela Paiva Yabeta de Moraes
    Diego Ferreira Marques
    Edinelia Maria Oliveira Souza
    Jackson André da Silva Ferreira
    Martha Campos Abreu

    Resumo

    Este trabalho costura a história da escravidão e do imediato pós-abolição em Morro do Chapéu,
    cidade da Chapada Diamantina, Bahia, ao presente etnográfico das comunidades sertanejas
    negras autodenominadas quilombolas. A partir da História Oral e da Etnografia, com o auxílio
    da pesquisa com documentos judiciais e eclesiásticos do século XIX, é possível discutir as
    gêneses dos quilombos do município e destacar suas principais contribuições culturais e
    socioeconômicas. Embora tenham origens e desenvolvimentos diversos, os territórios étnicos
    de Morro do Chapéu apresentam características comuns. Alguns foram formados pela
    manutenção de ex-cativos nas proximidades das fazendas em que trabalhavam, outros se
    originaram pela migração de libertos e trabalhadores pobres de outras partes da Bahia. Todos
    são fortemente marcados pela tentativa de fixação territorial e busca de autonomia produtiva,
    mesmo diante dos deslocamentos impostos pelas secas periódicas, miséria e falta de
    oportunidades de trabalho. Dentre as sete comunidades autorreconhecidas, enfatizo os
    processos de formação e desenvolvimento do quilombo Barra II, pois nele concentro meu
    trabalho de campo e a maior parte das entrevistas de História Oral. A memória coletiva das
    famílias é fundamental para o entendimento da existência e da resistência negra nos sertões. A
    construção analítica da história e da antropologia desses grupamentos tem na reminiscência das
    memórias seu ponto de partida. Mesmo que a memória da escravidão seja rarefeita diante do
    transcorrer do tempo e do contexto regional de prevalência do trabalho livre, as fontes orais
    permitem discutir as rupturas e continuidades entre o tempo do cativeiro e o longo pós-abolição.
    O dia a dia, o trabalho, as crenças, os casos e experiências do campesinato nem sempre
    chegaram ao suporte escrito. Para que uma cultura rural negro-brasileira seja conhecida, é
    imprescindível ouvir as histórias de vida dos sujeitos comuns e suas narrativas acerca de seus
    antepassados.




  • 2022-04

    A intervenção britânica na segunda fase da guerra civil grega (1944-1945)

    Título

    A intervenção britânica na segunda fase da guerra civil grega (1944-1945)

    Autor
    Felipe Alexandre Silva de Souza
    Orientador(a)
    Daniel Aarão Reis Filho
    Data de Defesa
    2022-04-04
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    310
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Daniel Aarão Reis Filho
    Eurico de Lima Figueiredo
    Janaína Martins Cordeiro
    Sidnei José Munhoz
    Vinicius Aurélio Liebel

    Resumo

    Entre 1943 e 1949, a Grécia foi assolada por uma intrincada guerra civil
    desencadeada no contexto da ocupação da nação helena pelas forças do Eixo. Em um
    primeiro momento, o conflito foi marcado fundamentalmente pelo embate entre dois
    movimentos de resistência aos invasores: a Frente de Libertação Nacional, liderada pelo
    Partido Comunista, e a Liga Nacional Republicana. Posteriormente, com a Grécia já
    liberta (1944), o choque se daria entre o provisório governo monárquico conservador e a
    Frente de Libertação — que, a partir de 1946, se reorganizaria no Exército Democrático
    Grego.
    Durante a guerra civil, a Grã-Bretanha apoiou a monarquia grega, cuja
    estabilidade era considerada, em alguns círculos governamentais de Londres, essenciais
    para a manutenção dos interesses do Império Britânico no Mediterrâneo. Esses seriam os
    momentos finais das relações de preeminência que os britânicos mantinham com os
    gregos desde a década de 1820, quando os gregos lutavam por sua independência contra
    o Império Otomano. Em 1947, o governo britânico anunciaria não ter mais condições de
    apoiar militarmente o governo grego. Os Estados Unidos da América assumiriam o papel
    que até então Londres desempenhara.
    Este trabalho, pretende narrar a intervenção britânica na guerra civil grega. O foco
    se coloca sobre os debates públicos que transcorriam na Grã-Bretanha na medida em que
    o governo de Coalizão liderado pelo Conservador Winston Churchill participava do
    conflito fratricida heleno. A opção de Churchill pelo apoio às direitas gregas gerou
    considerável celeuma na sociedade britânica: nas casas do Parlamento, nas ruas e nos
    sindicatos. O recorte temporal se inicia em dezembro de 1944 e se encerra em fevereiro
    de 1945 — cobrindo assim a chamada segunda fase da guerra civil. É durante esse
    período que vemos as tropas britânicas participarem diretamente do conflito. Com a
    reconstituição das discussões acerca da questão grega, pretendemos aclarar, em certa
    medida, como as disputas entre diversas concepções e forças políticas acabaram
    determinando a política da Grã-Bretanha para a Grécia.




  • 2022-04

    Palácio Tiradentes: a presença do Antigo no Brasil republicano, década de 1920

    Título

    Palácio Tiradentes: a presença do Antigo no Brasil republicano, década de 1920

    Autor
    Douglas de Souza Liborio
    Orientador(a)
    Paulo Knauss de Mendonça
    Data de Defesa
    2022-04-01
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    279
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Alberto Martín Chillón
    José Geraldo Costa Grillo
    Paulo Knauss de Mendonça

    Resumo

    A presente dissertação propõe analisar o sentido da presença da Antiguidade greco-romana
    no programa artístico do Palácio Tiradentes, inaugurado em 1926 como sede da Câmara dos
    Deputados no Rio de Janeiro, então capital federal. Considerando o contexto do Centenário
    do Poder Legislativo Brasileiro em 1926, o edifício é projetado como um monumento ao
    Parlamento, a partir da criação artística pautada pelas imagens do Antigo romano. Deseja-se
    entender a migração das imagens da Antiguidade em seus múltiplos sentidos e
    temporalidades segundo os pressupostos de Aby Warburg sobre a sobrevivência das formas
    culturais greco-romanas [Nachleben der Antike]. Especialmente, tem-se interesse na análise
    dos conjuntos escultóricos "Independência" e "República", onde se defende que há a
    inserção do modelo do páthos triunfal da Antiguidade, mediado através de diversos modelos
    e suportes ao longo da história e angariando um novo sentido no contexto de mudanças nas
    expressões artísticas no Rio de Janeiro da década de 1920. A partir disto, busca-se
    compreender como a adoção dos modelos antiquizantes atua na conformação da escultura de
    caráter monumental e sua relação com a arquitetura dos anos 1920.




  • 2022-03

    Gentias da terra: gênero e etnia no Rio de Janeiro colonial

    Título

    Gentias da terra: gênero e etnia no Rio de Janeiro colonial

    Autor
    Suelen Siqueira Julio
    Orientador(a)
    Elisa Frühauf Garcia
    Data de Defesa
    2022-03-31
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    452
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Ângela Maria Vieira Domingues
    Elisa Frühauf Garcia
    Georgina Silva Dos Santos
    João Pacheco de Oliveira Filho
    Maria Regina Celestino de Almeida

    Resumo

    A tese aborda a inserção das mulheres indígenas na sociedade colonial do Rio de Janeiro, do
    século XVI ao início do XIX. Busca aprofundar o conhecimento acerca das índias na história
    do Brasil, rompendo com imagens estereotipadas e relacionadas à dupla estigmatização que
    recaiu sobre elas: enquanto mulheres e indígenas. Procura também explicitar como os processos
    de invasão e colonização foram marcados pelo gênero. Neste sentido, o longo recorte temporal
    possibilita uma investigação sobre os modos pelos quais as nativas viveram os primeiros
    contatos com os europeus, os impactos desencadeados pelo estabelecimento dos invasores no
    território fluminense, bem como as transformações ocorridas ao longo do tempo. Em termos
    espaciais, o foco recairá sobre a capitania do Rio de Janeiro e suas áreas de influência, incluindo,
    ainda, conexões com outras regiões dentro e fora do Império português quando pertinente. O
    trabalho defende a ideia de que a experiência histórica das mulheres indígenas no mundo

    colonial possui especificidades, buscando apresentar uma história social desse grupo. Espera-
    se fornecer também um panorama sobre a construção da categoria "índia", à qual hoje amiúde

    nos referimos como "mulher indígena", partindo da ideia de que existe uma gama de processos
    históricos por trás da sua consolidação.




  • 2022-03

    A CONSTRUÇÃO DO PORTO DO RIO DE JANEIRO: Do Capital Comercial ao Capital Financeiro e Industrial

    Título

    A CONSTRUÇÃO DO PORTO DO RIO DE JANEIRO: Do Capital Comercial ao Capital Financeiro e Industrial

    Autor
    Thiago Vinícius Mantuano da Fonseca
    Orientador(a)
    Cezar Teixeira Honorato
    Data de Defesa
    2022-03-31
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    878
    Volumes
    3
    Banca de Defesa
    Alcidesio de Oliveira Júnior
    Cezar Teixeira Honorato
    Daniel Castillo Hidalgo
    Flávio Gonçalves Dos Santos
    Luiz Cláudio Moisés Ribeiro

    Resumo

    Este trabalho tem como objetivo principal demonstrar a centralidade, a imperiosidade, a
    viabilidade e a execução da construção do porto capitalista do Rio de Janeiro, na virada do
    século XIX para o século XX. Para tanto, foi necessário expor a profunda transformação a qual
    o capitalismo passou, vigorando, neste recorte, o caráter monopolista na fase imperialista do
    sistema que ascendia sobre o mundo. As consequências deste processo de proporções alargadas
    para a história da humanidade mudaram para sempre as formações econômico-sociais que
    compunham o Brasil, dando última forma à integração subordinada do país à Divisão
    Internacional do Trabalho, através do mercado mundial - especialmente de capitais. Desta
    estrutura em que estava enredado o país, sobreleva-se a importância da sua capital e maior
    porto: o Rio de Janeiro. A operação portuária pré-capitalista que principiou o século XX era
    protagonista de contradições escancaradas com o desenvolvimento industrial e financeiro que
    a cidade capitaneava. A necessidade da produção de uma parcela do espaço urbano condizente
    às indústrias e aos grandes capitais que já abrigava escancarava as limitações da almejada
    expansão econômica, impedindo a atração de novas e diversificadas fábricas, dos mais
    pronunciados interesses financeiros e dos braços que engrossariam as fileiras do mercado de
    trabalho. O padrão de acumulação adotado pela formação econômico-social cujo centro
    decisório encontrava-se no Rio de Janeiro demandava, naquele momento, com urgência, de um
    porto adequado às necessidades operacionais dos capitais e fiscais do Estado. Além disso, o
    funcionamento e existência material do porto estava no centro de questões candentes e de
    interesse geral em sua época, como a política econômica e monetária do governo federal, a
    partição dos poderes entre as esferas de governo, a relação entre interesses privados e poder
    público, a relação entre capitais nacionais e externos, o desenvolvimento dos transportes de
    longa distância, o sanitarismo e a imigração. Esta tese coloca em evidência o poder de pressão
    da estrutura social para que, em determinado momento, tivesse sido produzido certo consenso
    sobre a inconveniência daquela operação portuária; também demonstra que esta pressão não se
    produzia no vazio, havia fatores concretos, razões inteligíveis, com causas e consequências
    observáveis, para que, de fato, aquele porto não fosse condizente, em diversos termos, com as
    expectativas imediatas e aspirações futuras de tantos e tão distintos agentes. Estas aspirações
    pautaram o "como fazer" as intervenções para radical transformação do porto e redundaram em
    experiências fracassadas, que devem ser consideradas como integrantes deste processo histórico
    para o bom entendimento da intervenção efetiva. Considerando os projetos, mas ultrapassando
    estes, aponto as contradições e limitações que as maiores empresas privadas - brasileiras e
    estrangeiras - encontraram para lograr mudanças significativas na operação portuária do Rio de
    Janeiro; também demonstro que uma nova contradição rompeu estas limitações e venceu os
    obstáculos políticos, financeiros e naturais que há décadas obstavam os mais bem elaborados
    "melhoramentos portuários". O Estado Nacional brasileiro construiu o porto do Rio de Janeiro,
    o emancipou do alcance limitado do capital comercial - simbolizado nos trapiches -, construiu
    um porto de escala e cariz industrial e impôs uma operação portuária hegemonicamente
    capitalista na capital da República. No entanto, o fez coadunando com a ortodoxia econômica
    vigente, ratificando sua subordinação ao imperialismo capitalista, pelas vias dos acordos com
    os grandes capitais, dos contratos junto aos executores das obras e do arrendamento de sua
    exploração à uma Sociedade Anônima Gigante - representante típica do capitalismo
    monopolista pelo qual princípio este trabalho. Embora significasse uma mudança material de
    magnitude inigualável e de repercussões larguíssimas, a radical transformação do porto do Rio
    de Janeiro não surgiu de um novo status quo, assim como não deu azo a mudança deste, antes,
    o reforçou.




  • 2022-03

    A invenção da história no cinema de Quentin Tarantino: apropriação e vingança.

    Título

    A invenção da história no cinema de Quentin Tarantino: apropriação e vingança.

    Autor
    Bárbara Matos Dias
    Orientador(a)
    Renata Torres Schittino
    Data de Defesa
    2022-03-31
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    227
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Ana Maria Mauad de Sousa Andrade Essus
    Marcelo de Mello Rangel
    Renata Torres Schittino

    Resumo

    O tema da presente dissertação é a análise de parte da obra do diretor Quentin Tarantino, em
    especial os filmes Bastardos Inglórios (2009), Django Livre (2012) e Era uma vez... em
    Hollywood (2019). Durante a análise, busca-se observar como o diretor de apropria de
    elementos da História factual e da História do Cinema para, dessa forma, inventar outro final
    para a história em seus filmes. Outro elemento essencial é notar se a apropriação realizada pelo
    diretor só é possível devido ao fato de que seus filmes são narrativas ficcionais que inventam o
    passado. Além disso, também é analisada a construção da vingança em seus filmes, porque, a
    partir de Bastardos Inglórios, torna-se uma vingança histórica, e indaga-se se a mudança no
    direcionamento da vingança em seus filmes, atrelada à apropriação do passado factual, está
    ligada às demandas da sociedade contemporânea, a partir do último terço do século XX, por
    justiça, reparação e responsabilização. Por fim, busca-se observar se os filmes analisados são
    uma manifestação da temporalidade e da historicidade da sociedade que os realizou.




  • 2022-03

    A CÂMARA DA CIDADE DO NATAL NA ARQUITETURA DE PODERES DAS CAPITANIAS DO NORTE: Comunicações políticas, relações de poder e integração ao Império português (1701-1759)

    Título

    A CÂMARA DA CIDADE DO NATAL NA ARQUITETURA DE PODERES DAS CAPITANIAS DO NORTE: Comunicações políticas, relações de poder e integração ao Império português (1701-1759)

    Autor
    Kleyson Bruno Chaves Barbosa
    Orientador(a)
    Maria Fernanda Baptista Bicalho
    Data de Defesa
    2022-03-31
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    363
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Arthur Almeida Santos de Carvalho Curvelo
    Carla Maria Carvalho de Almeida
    Maria Fernanda Baptista Bicalho
    Nauk Maria de Jesus
    Ronald José Raminelli

    Resumo

    Esta tese tem por objetivo analisar como a Câmara da Cidade do Natal se inseria em um
    determinado arranjo de poderes na região das Capitanias do Norte e, consequentemente, se
    integrava ao Império português. Para isso, foram quantificadas, tipificadas e analisadas a
    documentação local desta instituição, focando-se principalmente na correspondência enviada,
    recebida e intermediada entre os camarários de Natal e diversos agentes governativos, no
    intuito de se compreender uma configuração comunicativa baseada em determinados
    interlocutores, fundamental para a operação cotidiana de uma governança local. Se ao longo
    do século XVIII, observa-se numa nítida diminuição da comunicação do reino diretamente
    com o poder local da Câmara do Natal, tendo em contrapartida uma priorização para a
    comunicação reinol com figuras de dimensões regionais, como os governadores de
    Pernambuco nas Capitanias do Norte, os camarários de Natal não deixaram de buscar outras
    estratégias e arranjos de poder para obterem suas causas a nível local. Isto foi possível de se
    entender pois foram exploradas as relações pormenorizadas da instituição camarária com
    quatro agentes comunicativos: três nas Capitanias do Norte, os capitães-mores do Rio Grande,
    os ouvidores da Comarca da Paraíba e os governadores de Pernambuco; e, um no reino, que
    era o próprio rei de Portugal. Dessa forma, compreende-se variados arranjos de poder
    presentes na conquista, partindo-se de um olhar de uma Câmara localizada em um espaço
    periférico, que era o da capitania do Rio Grande, mas que ao mesmo tempo se valia de
    diversos meios e recorria a diversas instâncias intermediárias para potencializar suas
    demandas. Ao invés de um olhar centralizado e/ou dicotômico, exploram-se as variadas
    possibilidades de interação verticais e horizontais desta Câmara com outros oficiais régios,
    contribuindo para se pensar acerca do exercício da governança local.




  • 2022-03

    As (Re)Construções de Táticas Revolucionárias em Partidos Comunistas : PCB e PCCH em Contraste

     

    Título

    As (Re)Construções de Táticas Revolucionárias em Partidos Comunistas : PCB e PCCH em Contraste

     

    Autor
    Ananda Cristina Dos Santos Lima
    Orientador(a)
    Elisa de Campos Borges
    Data de Defesa
    2022-03-30
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    146
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Angelica Müller
    Carine Dalmás
    Elisa de Campos Borges

    Resumo

    A dissertação tem por objetivo analisar as relações entre partidos latino-americanos e a União
    Soviética após o XX Congresso do PCUS a partir dos exemplos do Brasil (PCB) e do Chile
    (PCCH), bem como suas interpretações e reconfigurações de táticas revolucionárias. Em um
    momento de acirramento da Guerra Fria no qual o bloco socialista tentava estruturar-se frente
    ao capitalista, mudanças drásticas dentro da URSS provocaram debates e rompimento nos
    partidos comunistas ao redor do mundo. A pesquisa analisa esses rompimentos tanto quanto as
    continuidades, girando em torno não só das relações entre Brasil-URSS e Chile-URSS, mas
    também nos debates internos promovidos tanto pela clandestinidade quanto pelo XX
    Congresso. Para melhor compreender as atitudes dos comunistas e seu posicionamento em
    determinados questionamentos políticos ou teóricos – como a transição pacífica –, é feita aqui
    uma história comparada das atitudes de cada partido frente às provocações internas e externas.
    Conceitos como "estratégia" e "tática" serão centrais para apontar fraquezas e entender o
    motivo por trás de rompimentos dentro dos partidos.




  • 2022-03

    "LA MADRE MÁS QUERIDA DE CHILE":A CONDIÇÃO FEMININA NA DITADURA MILITAR CHILENAA PARTIR DA ANÁLISE DA PERSONAGEM ANA HERERA, DA SÉRIE TELEVISIVA LOS 80.

    Título

    "LA MADRE MÁS QUERIDA DE CHILE":A CONDIÇÃO FEMININA NA DITADURA MILITAR CHILENAA PARTIR DA ANÁLISE DA PERSONAGEM ANA HERERA, DA SÉRIE TELEVISIVA LOS 80.

    Autor
    Beatriz de Souza Bravo
    Orientador(a)
    Elisa de Campos Borges
    Data de Defesa
    2022-03-29
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    170
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Elisa de Campos Borges
    Mariana Martins Villaça
    Samantha Viz Quadrat

    Resumo

    A seguinte dissertação discute a situação feminina durante a ditadura militar chilena, e sua
    inserção no mercado de trabalho a partir da análise histórica da personagem Ana Herrera, da
    série Los 80, más que una moda. A obra, êxito de audiência no Chile, mostrava o cotidiano
    de uma família de classe média durante a década de 1980, em que o país vivia um governo
    ditatorial, autoritário e que implementou o neoliberalismo ortodoxo. O contexto influencia
    diretamente na vida do grupo protagonista, e isto é analisado na dissertação. A Junta de
    Governo discursava que a mulher era central na refundação chilena, ao criar seus filhos a
    partir dos preceitos ditatoriais: patriotismo, despolitização, entre outros. Em um primeiro
    momento, a família Herrera obedece a essa condição, Ana é dona de casa, e vive para criar os
    filhos e cuidar do lar, enquanto é sustentada pelo marido. No entanto, a partir do
    neoliberalismo e da crise de 1982, Ana se insere no mercado de trabalho, enfrentando
    inúmeros desafios, como a dupla jornada de trabalho e a falta de apoio do marido. A
    dissertação discute a trajetória de Ana, baseada em uma vasta bibliografia coerente e em
    documentos históricos relevantes.




  • 2022-03

    A Pena do Bispo e a Pena da chancelaria: Prática e Teorização do Bom Governo Relativo aos Clérigos no pensamento de D. Álvaro Pais e no Portugal de D. Afonso IV (c.1275-1357)

    Título

    A Pena do Bispo e a Pena da chancelaria: Prática e Teorização do Bom Governo Relativo aos Clérigos no pensamento de D. Álvaro Pais e no Portugal de D. Afonso IV (c.1275-1357)

    Autor
    Carlos Thadeu Freire da Costa
    Orientador(a)
    Vânia Leite Fróes
    Data de Defesa
    2022-03-29
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    229
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Mariana Bonat Trevisan
    Miriam Cabral Coser
    Vânia Leite Fróes

    Resumo

    Esta dissertação tem por objetivo analisar a ideia de Bom Governo defendida por
    D. Álvaro Pais – importante intelectual, frade franciscano e bispo de Silves entre 1335 e
    1349 – em sua obra clássica, Estado e Pranto da Igreja e a adotada na prática pelo rei
    de Portugal, D. Afonso IV (rei: 1325-1357), particularmente em relação ao clero. Esta
    dissertação trata da Baixa Idade Média, mais especificamente no século XIV, e da
    Europa Ocidental, mais especificamente Portugal. Esta época foi marcada por estes dois
    fênomenos da história ocidental: a emergência do Estado monárquico e a permanente
    reflexão sobre as ideias políticas em meio às sempre perenes relações entre Igreja e
    Estado. Estes dois fenômenos se influenciaram mutuamente e simultaneamente. Desta
    forma, esta dissertação pretende auxiliar na compreensão de como intelectuais através
    de suas ideias e seu pertencimento a determinadas escolas de pensamento; e de como
    estadistas através de suas ações contribuíam para esta formação, além de auxiliar na
    compreensão de como os projetos de governo, quer dos intelectuais, quer dos estadistas
    eram fundamentais neste processo de longa duração, que, iniciado em meados do século
    XIII e concluído em meados do XVI, deu origem a monarquias cristãs operantes e bem
    azeitadas, capazes de determinar muitos aspectos, para o bem e para o mal, da vida de
    seus súditos, muitas vezes, sem romperem com a Igreja Católica Romana.




  • 2022-03

    Por que esse raio terrível caiu sobre nós vindo do extremo Norte?" Uma História Global das Incursões Vikings (séculos VIII-X)

    Título

    Por que esse raio terrível caiu sobre nós vindo do extremo Norte?" Uma História Global das Incursões Vikings (séculos VIII-X)

    Autor
    Caio de Amorim Féo
    Orientador(a)
    Mário Jorge da Motta Bastos
    Data de Defesa
    2022-03-28
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    261
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Leonardo Marques
    Mário Jorge da Motta Bastos
    Sandro Teixeira Moita

    Resumo

    Nos últimos anos presenciamos o florescer de novas pesquisas sob o prisma da História
    Global. No que diz respeito aos estudos medievais, a abordagem ainda possui poucos
    trabalhos quando comparados com outras épocas da História. Esta dissertação busca,
    assim, contribuir com os novos estudos sobre História Global acerca da Idade Média,
    analisando especialmente as ditas incursões vikings ocorridas entre os séculos VIII e X.
    Pretende-se identificar no conjunto documental, tanto escrito quanto material, as
    estruturas mais evidentes manifestas pelas diversas incursões no globo, ou seja, sem
    pretender adentrar as especificidades de cada região. Nesse sentido, as incursões são
    abordadas como compondo um sistema estrutura, cuja manifestação exibiu diversas
    similitudes que geralmente são pouco referendadas pela historiografia em detrimento das
    especificidades regionais. A abordagem global aqui utilizada pretende demonstrar como
    as incursões foram determinantes na integração dos grupos vikings e da Escandinávia aos
    locais atingidos pelas expedições, sendo importantes no processo de construção e
    redefinição das identidades e etnicidades durante o Período Viking.




  • 2022-03

    De aliados a inimigos políticos?: Bernardo Pereira de Vasconcelos e O Universal (1825-1840)

    Título

    De aliados a inimigos políticos?: Bernardo Pereira de Vasconcelos e O Universal (1825-1840)

    Autor
    Rafael Domingos Rocha
    Orientador(a)
    Jonis Freire
    Data de Defesa
    2022-03-24
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    142
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Jonis Freire
    Silvana Mota Barbosa
    Tâmis Peixoto Parron

    Resumo

    Longe de ser uma simples caixa de ressonância que apenas veiculou notícias, os periódicos
    foram integrantes e partícipes ativos dos acontecimentos e processos históricos no Império do
    Brasil. Em meio às intensas transformações que ocorreram no eixo oceano atlântico na
    primeira metade do século dezenove, foram eles os principais responsáveis por difundir:
    ideias, projetos de nação e fomentar debates na vida pública. Diante da nova linguagem
    política e comercial, os jornais de cunho liberal passaram a integrar a cena imperial mediante
    o uso de termos como: liberdade, democracia e constituição. O fato de ter tido uma vida
    longeva no Império do Brasil, justifica a escolha do jornal O Universal como fonte principal
    para esta pesquisa. Tendo circulado entre 1825 e 1842, ele foi editado em Ouro Preto, capital
    da província mineira. Esta dissertação de mestrado tem por finalidade investigar o
    comportamento do referido periódico no tocante ao evento do liberalismo e sua afinidade com
    os sistemas constitucional, representativo e escravocrata, no contexto dos conflitos entre "ser
    português" e "ser brasileiro" no processo de constituição da nação brasileira. Tendo em vista a
    contribuição de Bernardo Pereira de Vasconcelos para com este jornal – sendo, inclusive,
    considerado um dos principais redatores –, pretende-se analisar em quais momentos seu
    discurso se intercruza com O Universal ao longo do Primeiro Reinado, Regências e
    desdobramentos do Golpe da Maioridade.




  • 2022-03

    Circularidade e Ressignificação - Espaços de Sociabilidade e a Presença das Ideias Anarquistas no Rio de Janeiro (1870-1920)

    Título

    Circularidade e Ressignificação - Espaços de Sociabilidade e a Presença das Ideias Anarquistas no Rio de Janeiro (1870-1920)

    Autor
    Eduardo Carracelas Lamela
    Orientador(a)
    Carlos Augusto Addor
    Data de Defesa
    2022-03-21
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    374
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Alexandre Ribeiro Samis
    Angela Maria Roberti Martins
    Carlos Augusto Addor
    Daniel Aarão Reis Filho
    Magali Gouveia Engel

    Resumo

    A tese problematiza as formas de circularidade e ressignificação das ideias anarquistas
    em espaços de sociabilidade na região central do Rio de Janeiro, entre as décadas de
    1870 e 1920, propondo uma reflexão que busca compreender o papel destes espaços na
    construção autodeterminada de uma cultura política anarquista, manifestada nas ações
    diretas coletivas nesse território da cidade. A rigor, o anarquismo foi no Distrito Federal
    importante corrente organizatória entre as trabalhadoras e os trabalhadores, observada,
    com maior força no início do século XX, em espaços como associações, centros
    culturais, sindicatos, mas também em atos públicos nas ruas, parques e praças. O que se
    propõe é uma modificação dos termos do debate acerca da suposta "chegada" das ideias
    anarquistas por meio de imigrantes, que figura de maneira consagrada na historiografia
    sobre o tema. Como problematização, afirma-se a hipótese de que estas ideias se
    encontravam em circularidade, de maneira não hierárquica entre diferentes países e
    regiões, onde cada coletividade imprimia suas subjetividades, interpretações e usos. Ou
    seja, ideias reapropriadas e construídas sempre a partir do contexto em que se inseriam,
    fundamentadas na prática operária, ainda que com referências ao cenário internacional,
    conhecido através da imprensa. Três tipos de espaços são abordados, nos quais, na
    delimitação temporal proposta, observam-se referências às ideias e práticas anarquistas:
    o espaço da imprensa periódica, tanto a grande imprensa quanto a operária e anarquista;
    os espaços específicos da organização classista da(o)s trabalhadora(e)s; e os outros
    espaços, públicos e culturais, que, embora não exclusivos desta(e)s, são também por
    elas e eles ocupados em atividades de resistência e propaganda.




  • 2022-03

    Violência e Identidade na Conquista de Lisboa em 1147: uma análise da crônica De Expugnatione Lyxbonensi e sua inserção na Cristandade Latina dos séculos XI e XII

    Título

    Violência e Identidade na Conquista de Lisboa em 1147: uma análise da crônica De Expugnatione Lyxbonensi e sua inserção na Cristandade Latina dos séculos XI e XII

    Autor
    Leandro Ribeiro Brito
    Orientador(a)
    Carolina Coelho Fortes
    Data de Defesa
    2022-03-14
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    237
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Carolina Coelho Fortes
    Edmar Checon de Freitas
    Leila Rodrigues da Silva

    Resumo

    Os séculos XI e XII foram um período de intensas movimentações no interior da
    Cristandade Latina. Dentre algumas transformações podemos citar as cruzadas, a
    reconquista, as expansões feudais, o fortalecimento papal e um significativo aumento
    demográfico. Entre conflitos e alianças, os reinos ibéricos tomaram parte das políticas
    existentes para seu próprio fortalecimento. Dentre estes reinos, a monarquia portucalense
    buscava se afirmar como uma autoridade régia dentro da Cristandade. A conquista de
    Lisboa ocorre em 1147. Situada como uma guerra santa, a expansão feudal de Afonso
    Henriques usa as hostes cruzadas em seu intento de legitimação. Expandindo seus
    domínios, Afonso constrói uma imagem de suas guerras através de uma literatura
    memorialística com intuito propagandista. De Expugnatione Lyxbonensi é uma crônica
    que narra a conquista de Lisboa e foi escrita por um anglo-normando de nome Raul. A
    carta, que entendemos ter como objetivo a construção de uma identidade cristã frente ao
    diferente muçulmano, está repleta de violência como instrumento de subjugação e
    domínio, além de ser usada como veículo de exaltação dos feitos afonsinos. Portanto, o
    objetivo da presente dissertação é apontar a existência da violência justificada pela lógica
    da identidade e da diferença. Uma violência que foi instrumentalizada pelos poderes
    existentes no período.




  • 2022-03

    O PARTIDO DA FÉ CAPITALISTA: organizações religiosas e o imperialismo norte-americano na segunda metade do século XX

     

    Título

    O PARTIDO DA FÉ CAPITALISTA: organizações religiosas e o imperialismo norte-americano na segunda metade do século XX

     

    Autor
    Rodrigo de Sá Netto
    Orientador(a)
    Virginia Maria Gomes de Mattos Fontes
    Data de Defesa
    2022-03-10
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    806
    Volumes
    2
    Banca de Defesa
    Bernardo Kocher
    Eurelino Teixeira Coelho Neto
    Fabio Py Murta de Almeida
    Ricardo Mariano
    Virginia Maria Gomes de Mattos Fontes

    Resumo

    Esta tese investiga o despontar mundial de organizações religiosas norte-americanas,
    como igrejas pentecostais e entidades missionárias interdenominacionais, após meados
    do século XX, relacionando-o com o lançamento de uma guerra psicológica e de
    propaganda, concebida pelos Estados Unidos em princípios dos anos 1950 a fim de conter
    a influência global soviética e reforçar seu domínio sobre o mundo capitalista. Será visto,
    também, como esse projeto foi abraçado pelo Estado e pelo empresariado no Brasil, num
    contexto em que tais associações encontram campo propício para sua instalação e
    disseminação, não apenas em função da proteção a elas conferidas pelos setores
    dirigentes, mas também em virtude de novas características impressas à sociedade
    brasileira ao longo do processo de integração econômica internacional do país.
    Organizações que serão tratadas, partindo de formulações de Antônio Gramsci, como
    aparelhos privados de hegemonia que, coligados, operaram mundialmente como um
    partido, com seu proselitismo instilando consenso favorável aos interesses capitalistas no
    plano da sociedade civil, enquanto, na esfera do Estado restrito, prestaram apoio a
    governos conservadores e produziram políticos engajados no avanço de programas
    economicamente liberais. No panorama da crescente internacionalização do capital, com
    preeminência daquele sediado nos Estados Unidos, transformando o imperialismo num
    capital-imperialismo, essa coligação religiosa ecumênica, porém liderada sobretudo por
    porções evangélicas, atuou na progressiva consolidação do domínio norte-americano
    sobre o Brasil e o mundo na segunda metade do século passado. Tais conclusões são

    baseadas em pesquisa documental em arquivos governamentais brasileiros e norte-
    americanos. Já as balizas temporais da tese têm em seu limite inferior o ano de 1945,

    marcando o fim da Segunda Guerra Mundial e o início da dominação estadunidense sobre
    o mundo ocidental, indo até 2002, último ano do governo de Fernando Henrique Cardoso,
    que assinala a conclusão da reforma da economia brasileira em bases liberais, que contou
    com grande contribuição da bancada evangélica.




  • 2022-03

    O município do Rio de Janeiro no tráfico interno de pessoas escravizadas no Império do Brasil (1850-1888)

    Título

    O município do Rio de Janeiro no tráfico interno de pessoas escravizadas no Império do Brasil (1850-1888)

    Autor
    Larissa Bagano Dourado
    Orientador(a)
    Hebe Maria da Costa Mattos Gomes de Castro
    Data de Defesa
    2022-03-09
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    190
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Hebe Maria da Costa Mattos Gomes de Castro
    Larissa Moreira Viana
    Maria da Vitória Barbosa Lima
    Solange Pereira da Rocha
    Thiago Campos Pessoa Lourenço

    Resumo

    O fim efetivo do tráfico atlântico de escravizados(as) provocou uma mudança nas
    dinâmicas internas de compra e venda de pessoas, crescia o tráfico interprovincial e
    intraprovincial de cativos(as), sobretudo em direção à região cafeicultura das províncias
    do Rio de Janeiro e São Paulo. Nesse cenário, a cidade do Rio de Janeiro, Corte do
    Império do Brasil, que até então foi o principal porto onde os navios negreiros
    desembarcavam, se tornou mais uma vez um entreposto comercial fundamental, no qual
    as rotas dos comerciantes do grosso trato se cruzavam. Diante dessa circunstância, o
    objetivo dessa tese é compreender as muitas formas de sobreviver e se deslocar da
    população escravizada comercializada na Corte. A partir da perspectiva da história social
    inglesa, em particular dos conceitos de E. P. Thompson (2011), foram consultados os
    registros de compra e venda de escravizados(as) do Rio de Janeiro; relatórios dos
    presidentes da província do Rio de Janeiro; relatórios do chefe de polícia da Corte, que
    compõem as mensagens dos ministros da Justiça do Império; anúncios de fuga
    consultados no jornal Diário do Rio de Janeiro; censo de 1872 entre outros materiais. O
    argumento dessa tese é que, devido à centralidade do município do Rio de Janeiro no
    tráfico interno de escravizados(as) e à alta circulação de pessoas nas suas ruas,
    desenhavam-se possibilidades para que os cativos e as cativas que estavam sendo
    comercializados agenciassem os seus destinos.




  • 2022-02

    A cor da cidade: raça, controle social e reformas no Rio de Janeiro (1890-1906)

    Título

    A cor da cidade: raça, controle social e reformas no Rio de Janeiro (1890-1906)

    Autor
    Thiago Campos da Silva
    Orientador(a)
    Laura Antunes Maciel
    Data de Defesa
    2022-02-18
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    207
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Heloisa de Faria Cruz
    Karoline Carula
    Laura Antunes Maciel

    Resumo

    O objetivo desta dissertação é averiguar as transformações urbanas no Centro do Rio de
    Janeiro durante os anos 1890-1906, problematizando se conteúdos raciais e culturais
    orientaram essas intervenções e como elas impactaram a vida dos moradores pobres na
    região central da cidade. Mapeando as ruas e endereços mais atingidos pela ação da
    polícia para conter as práticas culturais associadas à população afro-brasileira e, também,
    para reprimir a "vagabundagem", busco avaliar os seus possíveis nexos com as
    intervenções nomeadas de "reformas urbanas". A partir desses caminhos, indago se em
    alguma medida a cor dos moradores e as práticas culturais associadas à "raça" dos sujeitos
    orientaram as obras de transformação do espaço urbano, isto é, se as reformas
    implementadas se articularam à repressão às práticas culturais, aos costumes e
    sociabilidades afro-brasileiras. Proponho avaliar se estes espaços foram, também, os
    lugares mais associados pela imprensa e pelas autoridades policiais à existência de uma
    "cidade negra" no Rio de Janeiro. Diante desse problema histórico, trabalho com a cultura
    como dimensão na qual as questões raciais são travadas.




  • 2022-02

    CINEMA & HIP HOP NOS ANOS 1990: O INVASOR NAS DISPUTAS DE REPRESENTAÇÃO ENTRE CENTRO, PERIFERIA, CRIME E VIOLÊNCIA

    Título

    CINEMA & HIP HOP NOS ANOS 1990: O INVASOR NAS DISPUTAS DE REPRESENTAÇÃO ENTRE CENTRO, PERIFERIA, CRIME E VIOLÊNCIA

    Autor
    Guilherme Muniz Safadi
    Orientador(a)
    Juniele Rabêlo de Almeida
    Data de Defesa
    2022-02-08
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    317
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Ana Maria Mauad de Sousa Andrade Essus
    Juniele Rabêlo de Almeida
    Marcos Francisco Napolitano de Eugenio
    Mônica Almeida Kornis
    Rafael Lopes de Sousa

    Resumo

    Esta tese toma como eixo o filme O invasor (2001), de Beto Brant, para investigar formas e
    disputas de representação sobre grupos sociais em relação à criminalidade e à violência
    urbana no Brasil dos anos 1990. Pensando as relações entre filme e história sociocultural e
    atentando aos debates públicos no tempo presente, busca-se abordar os processos de
    significação da obra e os contatos que estabelece com imagens e discursos disponíveis em seu
    contexto. Ao investigar formas cinematográficas, materiais de composição, a narrativa e suas
    articulações com os conflitos simbólicos presentes, dois fios são fundamentais para leitura
    histórica do filme: a operacionalidade de "centro" e "periferia" e a abrangência do crime e da
    violência em representações da sociedade brasileira. O protagonismo assumido no filme pelo
    quadro de referências em torno de "centro-periferia", envolvendo desde as figurações à
    focalização narrativa, informa a maneira de construir a representação da sociedade e da
    violência. Indaga-se ainda em que medida essas referências contribuem para as singularidades
    e deslocamentos na construção audiovisual de hierarquias sociais do crime, em relação a
    filmes do passado e do seu tempo. Tais categorias vinham adquirindo um destaque particular
    em São Paulo, passando da academia à imprensa, até serem apropriadas, durante os anos
    1990, por novos agentes que se identificavam como periféricos, com destaque para um
    insurgente movimento hip hop, a partir de elaborações que construíram novas matrizes de
    abordagem das dinâmicas sociais da violência e do crime. Para além das expressões do rap na
    trilha sonora e do envolvimento do rapper Sabotage com o projeto, o hip hop é considerado
    em sua relação dialógica com o cinema, para se problematizar os conflitos simbólicos entre
    "centro" e "periferia" na abordagem da violência. Investiga-se em que medida as elaborações
    do hip hop constituem uma matriz para a construção das formas de tensão social e
    interpelação do "centro" construídas pelo filme, num processo dialógico, em que diferentes
    vozes sociais são combinadas na construção narrativa. Sem que se esgote em O invasor, a
    película aponta para um ponto de inflexão importante num momento em que alguns filmes
    brasileiros buscaram formas particulares de diálogo com o hip hop, o que leva a avaliar a
    força dessa relação para deslocamentos de imagens e sentidos das relações entre centro,
    periferia, crime e violência na história recente do Brasil.




  • 2022-01

     VEJA E O GOLPE DE 2016: HEGEMONIA, IDEOLOGIA E PROJETO NEOLIBERAL.

    Título

     VEJA E O GOLPE DE 2016: HEGEMONIA, IDEOLOGIA E PROJETO NEOLIBERAL.

    Autor
    Alessandro Guerra Mendonça
    Orientador(a)
    Marcus Ajuruam de Oliveira Dezemone
    Data de Defesa
    2022-01-31
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    218
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Marcus Ajuruam de Oliveira Dezemone
    Renata Torres Schittino
    Vivian Luiz Fonseca

    Resumo

    A deposição de Dilma Rousseff ocorrida em agosto de 2016 trata-se de um dos processos
    políticos mais relevantes das últimas décadas no Brasil. As interpretações sobre este tema
    indicam a participação decisiva de parlamentares, membros do Poder Judiciário,
    entidades de classe empresariais, movimentos sociais e grandes veículos de imprensa. O
    objetivo deste trabalho é compreender a atuação de um periódico de circulação nacional,
    a revista VEJA, neste processo. Trata-se de compreender o posicionamento do semanário
    e, principalmente, suas razões a partir da análise de suas relações sociais, suas ideias e
    propostas políticas, assim como as interpretações sobre o domínio político, econômico e
    a deposição de Rousseff presentes em suas páginas. A investigação sobre o papel de
    VEJA se faz dentro da referência da tradição marxista, sobretudo amparada pelas obras
    de Marx e Gramsci, compreendendo o processo histórico e seus sujeitos à luz da estrutura
    social capitalista, da luta de classes, da disputa por hegemonia na sociedade civil, e da
    produção e reprodução de ideologia. A conclusão é de que a revista legitima e justifica a
    derrubada de Rousseff. Legitima por meio da ênfase na legalidade do processo, como a
    previsão constitucional do impeachment e o suposto crime de responsabilidade da
    presidenta, negando assim a existência de um do golpe de Estado. E justificativa com
    base no destaque aos temas da corrupção e da crise econômica. Nas páginas da revista, o
    PT seria o grande responsável pela corrupção no país e o governo Dilma beneficiário
    direto. Quanto à questão econômica, o governo confundido com o partido seriam os
    responsáveis por jogar o país numa de suas maiores crises econômicas. O trabalho
    demonstrou que a razão da atuação de VEJA tem por base a defesa de um projeto
    neoliberal de sociedade que antecede e sustenta sua interpretação e crítica à gestão de
    Dilma Rousseff. Isso seria explicado numa lógica de representação de classes sociais, em
    articulação da alta burguesia financeira, da industrial e de uma burguesia financista e
    intelectual, com a finalidade colaborar com a mudança de direção e orientação política
    do Estado em favor de uma agenda econômica neoliberal.




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