Dissertações e Teses
  • 2022-01

    "Isto não é retrogradação, é adiamento da perfeição": o liberalismo conservador regressista (1835-1841).

     

    Título

    "Isto não é retrogradação, é adiamento da perfeição": o liberalismo conservador regressista (1835-1841).

     

    Autor
    Luaia da Silva Rodrigues
    Orientador(a)
    Gladys Sabina Ribeiro
    Data de Defesa
    2022-01-31
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    448
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Andrea Slemian
    Camila Borges da Silva
    Gladys Sabina Ribeiro
    Lúcia Maria Paschoal Guimarães
    Marcello Otávio Neri de Campos Basile

    Resumo

    Tendo como fio condutor os debates parlamentares oitocentistas, a tese investiga o
    surgimento, o desenvolvimento e a legitimação do movimento regressista, bem como a
    sua importância para a consolidação das instituições políticas brasileiras. Inspirado em
    um liberalismo conservador – que também encontrava ecos em outros partidos –, o
    Regresso surgiu no seio da Câmara dos Deputados, no final de 1835, e se fortaleceu, entre
    1836 e 1837, ao fazer oposição aos ideais descentralizadores defendidos pela
    administração de Feijó. A partir de um projeto que pregava a centralização, a ordem e um
    governo parlamentar, os regressistas forjaram alianças que lhes garantiram a maioria na
    Câmara e, mediante estratégias parlamentares diversas, impediram a aprovação dos
    principais projetos governamentais de Feijó. Nesse cenário, em setembro de 1837, o padre
    regente acabou renunciando, Araújo Lima assumiu interinamente e os regressistas foram
    nomeados para o ministério. A partir de então, lutaram para efetivar as suas pautas
    centralizadoras e ordenatórias, e, graças à sua política transacionista, conquistaram o
    apoio da maioria parlamentar e conseguiram a força necessária para aprovar os seus
    projetos, a exemplo da revisão do Ato Adicional e do Código de Processo Criminal,
    sancionados, respectivamente, em 1840 e 1841, além do desenvolvimento de uma política
    escravista que ia ao encontro dos interesses senhoriais.




  • 2022-01

    Memória em movimento: repertórios de ação e experiências do tempo no movimento estudantil do "fora Collor" às "jornadas de junho" (1992-2013)

    Título

    Memória em movimento: repertórios de ação e experiências do tempo no movimento estudantil do "fora Collor" às "jornadas de junho" (1992-2013)

    Autor
    Maria Julia Dias Rodrigues
    Orientador(a)
    Angelica Müller
    Data de Defesa
    2022-01-25
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    157
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Américo Oscar Guichard Freire
    Angelica Müller
    Francine Iegelski

    Resumo

    O presente trabalho tem como proposta analisar os repertórios de ações coletivas, as
    tensões e disputas do movimento estudantil de esquerda brasileiro dos anos 1990, com
    destaque para o ano de 1992, e as manifestações dos ‘caras pintadas’, até 2013. Dois tipos
    de repertórios importantes serão foco da análise: o primeiro, sobre as políticas de
    memória, em especial, as disputas em torno da construção de uma história oficial da UNE
    e a tentativa de cristalizar a memória da luta das entidades estudantis. E o segundo ponto,
    sobre as rupturas trazidas pelos "novos movimentos sociais" dos anos 1970 e 1980,
    identificando, sobretudo, a inclusão e o desenvolvimento das bandeiras dos movimentos
    feministas, de negritude e LGBT nas pautas estudantis no recorte temporal proposto. O
    estudo objetiva corroborar os debates em torno das disputas ideológicas e da
    desarticulação das esquerdas nas jornadas de junho, e perpassa também analisar a relação
    do movimento estudantil com passado, presente e futuro, procurando identificar 2013
    como um ano-chave para pensar a história do tempo presente brasileiro.




  • 2022-01

    "Quereis ou não quereis a liberdade?: Perspectivas republicanas sobre escravidão e abolicionismo no Brasil, 1866-1871

    Título

    "Quereis ou não quereis a liberdade?: Perspectivas republicanas sobre escravidão e abolicionismo no Brasil, 1866-1871

    Autor
    Fabiano Dauwe
    Orientador(a)
    Humberto Fernandes Machado
    Data de Defesa
    2022-01-12
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    408
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Humberto Fernandes Machado
    Karoline Carula
    Lucia Maria Bastos Pereira Das Neves
    Tâmis Peixoto Parron
    Tânia Maria Tavares Bessone da Cruz Ferreira

    Resumo

    "Quereis ou não quereis a liberdade?": Perspectivas republicanas sobre escravidão
    e abolicionismo no Brasil, 1866-1871.
    No início da década de 1870, duas questões políticas movimentaram a opinião pública
    brasileira. O Manifesto Republicano, surgido no Rio de Janeiro em 3 de dezembro de
    1870, marcou o início da atuação política do republicanismo no Brasil. Seis meses
    depois, o Parlamento brasileiro iniciou as discussões do projeto que viria a se tornar a
    Lei do Ventre Livre, que preconizava o fim da escravidão em um médio prazo.
    Recorrendo a panfletos políticos, artigos de jornal e à literatura especializada da época,
    esta Tese analisa a participação de alguns signatários do Manifesto Republicano no
    debate público sobre a escravidão no período entre a publicação do Manifesto e a
    aprovação da Lei do Ventre Livre (28 de setembro de 1871). O objetivo é perceber o
    que poderia haver de distinto na perspectiva dos republicanos sobre a escravidão em
    relação ao que os partidos tradicionais ofereciam, considerando-se seu desejo de ruptura
    com a monarquia e sua origem social e profissional específica, e de que forma eles
    aproveitaram a ocasião para anunciar as vantagens do sistema que propunham. Em
    especial, a pesquisa observa os debates nos círculos técnico-científicos, na imprensa e
    em associações de classe, tomando-se por referência, respectivamente, as obras do
    engenheiro Antônio da Silva Netto, dos jornalistas Quintino Bocaiuva, Miguel Vieira
    Ferreira, José Carlos Rodrigues e especialmente Luís Barbosa da Silva (sob o
    pseudônimo Theodoro Parker), e do ex-deputado Cristiano Benedito Ottoni. A grande
    disparidade de perspectivas sobre o assunto e de propostas apresentadas não permite
    considerar esses indivíduos como um grupo coeso, tendo sido frequentes as
    discordâncias entre os próprios republicanos. A pesquisa procurou demonstrar que as
    perspectivas podem ser divididas, fundamentalmente, em duas correntes. Os
    republicanos que observavam a questão de forma mais teórica propunham uma abolição
    mais rápida e com menos contrapartidas aos proprietários, e em muitos casos prevendo
    medidas de apoio aos libertos. Os mais pragmáticos adotavam posições mais próximas
    do pensamento senhorial, rejeitavam a libertação sem indenização e se opunham
    fortemente ao projeto de lei oficial. Ainda assim, todos esses republicanos se
    consideravam abolicionistas, mesmo os que defendiam ideias que poderiam ser — e
    eram — consideradas pró-escravidão.




  • 2022-01

    TERRITÓRIO NACIONAL EM MOVIMENTO: A trajetória de Henrique Beaurepaire Rohan (1844-1884)

    Título

    TERRITÓRIO NACIONAL EM MOVIMENTO: A trajetória de Henrique Beaurepaire Rohan (1844-1884)

    Autor
    Eveline Almeida de Sousa
    Orientador(a)
    Marcus Ajuruam de Oliveira Dezemone
    Data de Defesa
    2022-01-10
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    238
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Francivaldo Alves Nunes
    Márcia Maria Menendes Motta
    Marcus Ajuruam de Oliveira Dezemone
    Marina Monteiro Machado
    Mauro Cezar Coelho

    Resumo

    Neste trabalho, analiso as percepções sobre o território nacional na perspectiva do
    engenheiro militar Henrique Pedro Carlos de Beaurepaire Rohan, entre 1844 e 1884. Ao
    investigar sua trajetória, é possível observar que a maioria das atividades que exerceu estavam
    de alguma maneira associadas a formas de esquadrinhar, registrar e controlar o território
    nacional e suas populações, revelando vínculos entre experiências e sua profícua e extensa
    produção. Em sua viagem ao Paraguai (1846), na construção da Carta Geral do Império de
    1875, e da Carta do Brasil de 1883, e durante seu engajamento nas discussões sobre a reforma
    agrícola no Brasil do Oitocentos (1878-1884), identifiquei propostas para mapear o território e
    estabelecer um modelo de registro das informações sobre o Império, bem como apontar os
    meios para o melhoramento econômico e material do país. Nesse sentido, a corografia e a
    cartografia (principalmente das Cartas de 1875 e de 1883) cumpriam um papel determinante
    nas formulações de Henrique Beaurepaire Rohan, como meios de apropriação do território
    nacional do Império, em um processo de "expansão para dentro". Em sintonia com os objetivos
    do Estado e com certa leitura dos engenheiros militares sobre o espaço físico nacional, ao
    produzir reflexões sobre o território, Rohan também construía um lugar para si nos espaços de
    sociabilidade e de poder no Segundo Reinado.




  • 2022-01

    A PROPAGANDA EM CORES E A CENSURA EM PRETO E BRANCO: a construção da opinião pública na Ditadura Militar

    Título

    A PROPAGANDA EM CORES E A CENSURA EM PRETO E BRANCO: a construção da opinião pública na Ditadura Militar

    Autor
    Raphael Oliveira da Silva
    Orientador(a)
    Marcus Ajuruam de Oliveira Dezemone
    Data de Defesa
    2022-01-10
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    220
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Angelica Müller
    Denise Rollemberg Cruz
    Marcus Ajuruam de Oliveira Dezemone
    Ricardo Antonio Souza Mendes
    Wagner Pinheiro Pereira

    Resumo

    Este trabalho busca revisitar a propaganda e a censura na Ditadura Militar (1964-1985) por
    meio da análise das instituições e de atores ligados ao regime, e do uso feito da noção de
    opinião pública. Por meio do diálogo com a historiografia recente, do manuseio de
    documentação inédita e de entrevistas com ex-integrantes da Assessoria de Relações Públicas
    (AERP), a tese também procura analisar como os responsáveis pela propaganda e pela
    censura percebiam o retorno sobre o seu trabalho, utilizando pesquisas de opinião pública, na
    sua relação com a criação de adesões, acomodações e resistências, para além da dicotomia
    opressor/oprimido, que marca parte da produção acadêmica sobre o período. A partir disso, é
    desenvolvido um estudo de caso sobre como tais aspectos – censura, propaganda e opinião
    pública – eram tratados na TV Globo, empresa privada de mídia, cujo proprietário e a
    diretoria aderiram ao regime, representando e contribuindo para o projeto de integração
    nacional apregoado pelo governo. Assim, o trabalho é um esforço para pensar as relações
    entre instituições e os indivíduos que as integravam, ao perceber como as suas ações
    contribuíram para produzir um discurso ufanista sobre o Brasil. Trata-se, ainda, de apontar
    elementos que contribuíram para a construção de uma narrativa que – embora planejada, mas
    sem centralização – desenvolveu um conjunto de percepções positivas sobre o regime militar
    que permaneceram em memórias sobre o período.




  • 2021-12

    "AFINAL, EU SOU OU NÃO SOU O REI DO CANDOMBLÉ": ASPECTOS DA TRAJETÓRIA ARTÍSTICA DE  JOÃOZINHO DA GOMÉIA (1936-1966)

    Título

    "AFINAL, EU SOU OU NÃO SOU O REI DO CANDOMBLÉ": ASPECTOS DA TRAJETÓRIA ARTÍSTICA DE  JOÃOZINHO DA GOMÉIA (1936-1966)

    Autor
    Andréa Dos Santos Nascimento
    Orientador(a)
    Larissa Moreira Viana
    Data de Defesa
    2021-12-14
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    255
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Andrea Luciane Rodrigues Mendes
    Larissa Moreira Viana
    Nielson Rosa Bezerra

    Resumo

    Essa dissertação tem como objetivo analisar alguns aspectos da trajetória artística do
    pai de santo baiano Joãozinho da Goméia, através da sua atuação nos palcos de
    cassinos, teatros, boates, e na rádio, na imprensa, no cinema e no carnaval. A partir
    da consulta aomaterial de imprensa produzido entre 1936 e 1966, e com o auxílio de
    uma bibliografia especifica consegui mergulhar neste mar profundo que foi o Rei do
    Candomblé. Para investigar os seus rastros como artista, tive que considerar as suas
    múltiplas faces, e entender que o fio condutor desta busca era o seu envolvimento
    com o candomblé. Constatar que artístico e religioso dialogavam e se entrecruzavam
    constantemente, foi o ponto de partida desta travessia que buscou tecer os fios
    deixados pelo caminho por biógrafos do pai de santo, e, como consequência, gerou
    outros tantos fios que pretendem fornecer subsídios para outros tantos trabalhos.
    O período analisado está centrado entre 1936 e 1966, que equivale à participação
    colaborativa nos preparativos do Segundo Congresso Afro-brasileiro de 1937; e a
    participação de Joãozinho como "destaque de luxo" e condutor do desfile "Glórias e
    Graças da Bahia" da Escola de Samba Império Serrano. Esta pesquisa descobriu
    Joãozinho da Goméia nos entornos, através da construção de redes de sociabilidades
    que eram redimensionadas de acordo com os seus interesses, como se estas pessoas
    fossem peças em um tabuleiro de xadrez. Revelando a personalidade estrategista do
    pai de santo. Esta revolução de cores, brilhos, sons e passos, revelam também
    aspectos da luta de um homem negro no período pós-Abolição que rompeu o "véu
    da invisibilidade" e construiu um projeto de ascensão social nos campos artístico e
    religioso.




  • 2021-12

    TEATRO E COTIDIANO NO PORTUGAL QUINHENTISTA

    Título

    TEATRO E COTIDIANO NO PORTUGAL QUINHENTISTA

    Autor
    Vanessa Gonçalves Bittencourt de Souza
    Orientador(a)
    Georgina Silva Dos Santos
    Data de Defesa
    2021-12-13
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    395
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Ana Paula Torres Megiani
    Edmar Checon de Freitas
    Georgina Silva Dos Santos
    José Costa D'assunção Barros
    Luciana Mendes Gandelman

    Resumo

    Esta tese analisa de que maneira o cotidiano da sociedade portuguesa do século XVI foi
    representado nas peças teatrais de Afonso Álvares (15??-1580), António Prestes (1530-15??),
    António Ribeiro Chiado (1520-1591) e Baltasar Dias (15??-15??). Esses quatro poetas e
    dramaturgos são tradicionalmente relacionados como integrantes de uma Escola Vicente ou
    como seguidores de Gil Vicente (1465-1537), um dos nomes mais expressivos da história do
    teatro em Portugal. Numa conjuntura marcada pela expansão ultramarina, pelas reformas
    religiosas, pelo estabelecimento da inquisição e por um processo de reorganização das
    estruturas administrativas e jurídicas do reino português, o teatro assume um papel fundamental
    na difusão de valores, expectativas e frustrações de diferentes grupos sociais. A partir da
    articulação entre os conceitos de representação (modos de ver) e práticas (maneiras de fazer),
    uma análise qualitativa foi conduzida para identificar as principais estratégias discursivas
    aplicadas nas peças teatrais. O teatro de Afonso Álvares, António Prestes, António Ribeiro
    Chiado e Baltasar Dias estabelece modelos ideais de comportamento cristão e satiriza condutas
    socialmente indesejáveis, concentrando atenções nas diferentes configurações de relações
    conjugais, familiares e domésticas.




  • 2021-12

    MÚSICOS PARA BORDO, MARINHEIROS PARA O BAILE: Ensino, atividade musicais e a constituição de uma especialidade no Corpo de Marinheiros Nacionais (1890-1915).

    Título

    MÚSICOS PARA BORDO, MARINHEIROS PARA O BAILE: Ensino, atividade musicais e a constituição de uma especialidade no Corpo de Marinheiros Nacionais (1890-1915).

    Autor
    Anderson de Rieti Santa Clara Dos Santos
    Orientador(a)
    Larissa Moreira Viana
    Data de Defesa
    2021-12-09
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    254
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Álvaro Pereira do Nascimento
    Larissa Moreira Viana
    Martha Campos Abreu

    Resumo

    O presente trabalho trata da constituição da especialidade de música dentro do Corpo de
    Marinheiros Nacionais por meio do processo de estruturação das companhias de músicos e da
    carreira desses marinheiros entre os anos de 1890 e 1915. Ainda antes desse período, as atividades
    musicais já eram desenvolvidas nesse corpo com a existência de uma banda de música cujas
    atribuições construídas sobre o ofício foram as seguintes: 1) contribuir para o cerimonial marítimo
    principalmente quando os navios da Armada realizavam viagens de instrução de guardas-marinha e
    representações diplomáticas; 2) ser um meio de recreação do pessoal de bordo; e 3) "civilizar" os
    costumes de marinheiros, músicos ou não, e, eventualmente, o publico em geral. Pelo perfil dos
    marinheiros músicos, analisado através dos seus assentamentos em Livros de Socorros, pode-se

    verificar que eram majoritariamente pobres e negros, e oriundos das escolas de aprendizes-
    marinheiros dos "estados do Norte" à época (Ceará, Paraíba e Pernambuco, por exemplo), ocasião

    em que se iniciavam no aprendizado musical. Assim, desde a preparação nas escolas, até o
    aprimoramento no Corpo de Marinheiros Nacionais, e nas práticas musicais dentro e fora do seu
    respectivo quartel, deviam ser "moralizados e civilizados" também através da música, ajudando a
    "moralizar e civilizar" os demais. Tal ideia era disseminada por músicos e compositores de renome,
    que organizavam a atividade no Brasil desde meados do século XIX. A constituição da
    especialidade de música se deu pelas experiências dessas marinheiros músicos quando, no ingresso,
    no serviço e na ascensão nas classes hierárquicas e referentes à própria especialidade, tiveram que
    lidar com desafios postos pela própria força armada. Exemplo disso era a falta de reconhecimento
    do ofício de músico, sem as concessões de gratificações conferidas às demais especialidades,
    promoções com critérios que se amparavam nas relações de poder, com base no comportamento dos
    marinheiros ao lado da habilidade musical, além da extenuante carga de serviço entre as lides
    propriamente marinheiros nos navios, as práticas musicais nessas belonaves em extensas comissões
    ao exterior, e nas tocatas nas praças, ruas, clubes e teatros. Assim, busco analisar o processo de
    constituição da especialidade de música no contexto da consolidação das demais especialidades, das
    mudanças vivenciadas pelos marinheiros no exercício da profissão naval e as transformações no
    mercado de divertimento de massas, no bojo das transformações sociais havidas dentro do recorte
    temporal em lide no Brasil.




  • 2021-12

    Imprensa e trabalhadores no Rio de Janeiro: Greves, luta sindical e política (1950-1954)

    Título

    Imprensa e trabalhadores no Rio de Janeiro: Greves, luta sindical e política (1950-1954)

    Autor
    Artur Silva Lins
    Orientador(a)
    Laura Antunes Maciel
    Data de Defesa
    2021-12-02
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    264
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Heloisa de Faria Cruz
    Laura Antunes Maciel
    Paulo Cruz Terra

    Resumo

    A presente dissertação aborda problemas e questões que articulam perspectivas
    historiográficas tanto da História Social da Imprensa com a História Social do Trabalho,
    sobretudo através do estudo das implicações da intervenção do noticiário e dos editoriais da
    imprensa empresarial carioca sobre os comportamentos dos trabalhadores e de suas direções
    sindicais e político-partidárias durante a realização de greves massivas na cidade do Rio de
    Janeiro entre os anos 1951 e 1954. No entanto, como o fenômeno da greve se articula com uma
    variedade de instâncias, neste trabalho o foco analítico sobre a intervenção da imprensa se
    restringe, por um lado, às relações conflituosas dessas greves com o Estado, especialmente com

    os Tribunais Superiores do Trabalho e, de modo geral, com a lei antigreve expressa no decreto-
    lei 9.070, e por outro, às relações de relativa confiança que os trabalhadores estabeleceram com

    o meio político-partidário, sobretudo com as alas trabalhistas do governo de Getúlio Vargas na
    mediação dos conflitos com os patrões e nas direções sindicais vinculadas ao Partido
    Trabalhista Brasileiro e ao Partido Comunista, as maiores correntes políticas de representação
    dos trabalhadores na conjuntura. Nesse sentido, e a partir do norte teórico-metodológico
    assentado na ideia da imprensa enquanto uma força social ativa com interesses e subjetividades
    próprios e compartilhados com outros grupos sociais – e, portanto, longe de se constituir num
    depositório de registros de caráter passivo e meramente informativo dos fatos sociais, políticos,
    econômicos e culturais – pretende-se demonstrar nesta dissertação como os jornais empresariais
    lutaram para intervir ativamente na realidade das greves. Seja para redefinir os rumos das
    greves, seja para reverter a percepção sobre elas na opinião pública e o próprio ponto de vista
    dos trabalhadores e de suas direções, provocando o desgaste ou o desprestígio da autoridade
    das instituições vinculadas à restrição do livre exercício do direito de greve e a relativa
    confiança dos grevistas nas alas trabalhistas do governo e nas lideranças sindicais vinculadas
    ou aliadas do trabalhismo e do comunismo. Portanto, os resultados desta pesquisa procuram
    debater com a historiografia, sobretudo a do Trabalho, como a imprensa, por um lado, precisa
    ser mais evidenciada como importante força social a intervir nas lutas sociais e nos processos
    de disputa pela direção política dos trabalhadores e, por outro, pensar nas limitações históricas
    de sua ação sobre os movimentos sociais, apesar do peso de sua intervenção não ter sido nada
    desprezível.




  • 2021-11

    Estar juntos. Instituições afro-americanas no Oitocentos. Formas de associativismo negro em Buenos Aires e Rio de Janeiro

    Título

    Estar juntos. Instituições afro-americanas no Oitocentos. Formas de associativismo negro em Buenos Aires e Rio de Janeiro

    Autor
    Caroline Dos Santos Guedes
    Orientador(a)
    Maria Verónica Secreto Ferreras
    Data de Defesa
    2021-11-30
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    229
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Gladys Viviana Gelado
    Hevelly Ferreira Acruche
    Jonis Freire
    Maria Verónica Secreto Ferreras
    Mariana de Aguiar Ferreira Muaze

    Resumo

    O objetivo dessa pesquisa é analisar os condicionantes do processo de
    secularização das irmandades que agrupavam os negros nas Américas - Rio de Janeiro e
    Buenos Aires, no meio urbano no século XIX. Por outro lado, também é importante
    demonstrar como essas novas instituições independentes da igreja católica se
    organizavam ao reunir os negros com os mesmos objetivos da primeira: ajuda mútua,
    formação de comunidades e reafirmação e\ou construção de identidades. Essa pesquisa
    foi realizada através da metodologia de histórias conectadas, considerando as diversas
    similaridades dos processos nas duas realidades, assim como as instituições em questão
    trabalhadas.




  • 2021-11

    MARINHA EM TRANSIÇÃO: A CONSTRUÇÃO DO PODER NAVAL NO IMPÉRIO DO BRASIL (1837-1864)

    Título

    MARINHA EM TRANSIÇÃO: A CONSTRUÇÃO DO PODER NAVAL NO IMPÉRIO DO BRASIL (1837-1864)

    Autor
    Luana de Amorim Donin
    Orientador(a)
    Carlos Gabriel Guimarães
    Data de Defesa
    2021-11-26
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    215
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Adriana Barreto de Souza
    Carlos Gabriel Guimarães
    Humberto Fernandes Machado
    José Iran Ribeiro
    José Miguel Arias Neto

    Resumo

    Esta tese tem como objetivo investigar o contexto das transformações que cercaram a
    Marinha Imperial, como uma instituição militar do Estado Imperial, entre os anos 1837 e
    1864, tendo como hipótese a importância da força militar naval para a consolidação do
    Estado Imperial e do projeto político conservador instaurado no Segundo Reinado. A
    partir de um determinado compilado de assuntos colhidos, sobretudo, dos relatórios
    anuais dos Ministros da Marinha, delineou-se um panorama constante de esforços do
    Estado Imperial e seu arcabouço governamental em prol da construção de um Poder Naval
    brasileiro, condizente com os anseios da classe dirigente, viabilizando a consolidação do
    projeto político imperial que se estabeleceu, principalmente com a estabilidade política
    alcançada a partir do Segundo Reinado. Essa Marinha em transição encontrada se realiza
    em um momento, onde a própria função militar naval no cenário ocidental estaria em
    plena transformação ao longo do Oitocentos; quando a evolução tecnológica pressionava
    não só o material necessário, como a forma de fazer guerra, mas também o conhecimento
    técnico exigido por parte da homens do mar. A partir destes eventos sincrônicos de
    evolução tecnológica e da necessária consolidação estatal e de seu aparato militar, fez-se
    necessária uma organização mais coerente com os novos tempos. Para adequar a Armada
    Nacional e Imperial às inovações apresentadas pela máquina a vapor e ao próprio
    arcabouço administrativo estatal, o poder ministerial, em conjunto com parte da
    oficialidade naval, enredou-se em uma série de relatórios e decretos que colaboraram para
    mudanças nas áreas do material, do pessoal e do quadro administrativo das forças de mar;
    início de uma Marinha em construção.




  • 2021-11

    "PRETO E AMARELO": A CRISE DA ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL NA RECONFIGURAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO MUNDIAL ATRAVÉS DA FORÇA DE TRABALHO CHINESA 1870-1889

    Título

    "PRETO E AMARELO": A CRISE DA ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL NA RECONFIGURAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO MUNDIAL ATRAVÉS DA FORÇA DE TRABALHO CHINESA 1870-1889

    Autor
    Otto Reuter Lima
    Orientador(a)
    Tâmis Peixoto Parron
    Data de Defesa
    2021-11-04
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    150
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Evandro Menezes de Carvalho
    Karoline Carula
    Tâmis Peixoto Parron

    Resumo

    A presente pesquisa busca inserir novas perspectivas nas discussões em andamento sobre
    a crise da escravidão negra no Brasil no final do século XIX. A crise do cativeiro será
    analisada juntamente com as discussões sobre a expansão das fronteiras agrícolas de
    commodities nas regiões cafeeiras do Império Centro-Sul. Em uma visão comparativa,
    discutiremos a gênese da discussão da política imigrantista no Brasil e o surgimento da
    ideia da migração asiática chinesa. A gênese das discussões sobre a política imigrantista
    é, portanto, profundamente relacionada ao fim da escravidão negra e a percepção difusa
    de uma suposta falta de mão de obra entre proprietários de negros escravizados. Essa
    política de imigrantes será comparada com políticas similares em outros territórios
    políticos da segunda metade do século XIX, como Cuba, igualmente vinculadas à força
    de trabalho geral do mercado mundial e aos chineses em particular.




  • 2021-10

    Stalinismo, revolução política e contrarrevolução: o movimento trotskista internacional e a teoria do Estado operário burocratizado aplicada ao bloco soviético (1953-91)

    Título

    Stalinismo, revolução política e contrarrevolução: o movimento trotskista internacional e a teoria do Estado operário burocratizado aplicada ao bloco soviético (1953-91)

    Autor
    Marcio Antonio Lauria de Moraes Monteiro
    Orientador(a)
    Marcelo Badaró Mattos
    Data de Defesa
    2021-10-29
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    808
    Volumes
    2
    Banca de Defesa
    Daniel Fernando Gaido
    Felipe Abranches Demier
    Marcelo Badaró Mattos
    Murilo Leal Pereira Neto
    Tatiana Silva Poggi de Figueiredo
    Valerio Arcary

    Resumo

    Esta tese analisa o arcabouço teórico-programático desenvolvido por Leon Trotski e pela
    Quarta Internacional acerca do que se tornara a URSS nos anos 1920-30, o qual
    nomeamos de teoria do Estado operário burocratizado, bem como a posterior apropriação
    desta teoria por diversos grupos trotskistas surgidos do processo de fragmentação da
    Quarta Internacional no pós-Segunda Guerra. Tal análise se dá por duas vias combinadas.
    Primeiro, no sentido de investigar a validade histórica de tal teoria em sua forma original,
    a partir da análise de uma série de eventos-chave ocorridos na URSS e em alguns de seus
    países-satélites do chamado bloco soviético, entre 1953 e 1991. Estes eventos envolveram
    tentativas de reformas econômicas e políticas feitas desde cima pelos próprios regimes
    destes países, revoltas de massas em prol de mudanças mais significativas e os processos
    de restauração do capitalismo. Segundo, no sentido de investigar a validade de diferentes
    apropriações da teoria original feitas por alguns dos principais grupos trotskistas surgidos
    no pós-guerra, a partir de suas reações a tais eventos. Com isso, acreditamos contribuir
    tanto para a melhor compreensão das formações sociais do bloco soviético, quanto,
    principalmente, para a elaboração de uma história do movimento trotskista internacional.
    Nossas conclusões principais são que a teoria do Estado operário burocratizado em sua
    formulação original se mostrou, no essencial, um instrumento de análise e orientação
    política adequado para compreender os eventos-chave do bloco soviético aqui abordados,
    e que alguns grupos trotskistas do pós-guerra, ainda que minoritários entre os trotskistas
    da época, realizaram uma apropriação adequada desta teoria diante de tais eventos, ao
    passo que os grupos mais conhecidos e influentes do período em foco desenvolveram
    apropriações inadequadas, principalmente no aspecto da elaboração de respostas políticas
    que fossem condizentes com o arcabouço teórico-programático original do trotskismo.




  • 2021-10

    Velho Novo Mundo: Antigo Regime tardio e o liberalismo conservador da justiça luso-brasileira (1755-1842)

    Título

    Velho Novo Mundo: Antigo Regime tardio e o liberalismo conservador da justiça luso-brasileira (1755-1842)

    Autor
    Thiago Nicodemos Enes Dos Santos
    Orientador(a)
    Carlos Gabriel Guimarães
    Data de Defesa
    2021-10-22
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    602
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Andrea Slemian
    Carlos Gabriel Guimarães
    Claudia Maria Das Graças Chaves
    José Manuel Louzada Lopes Subtil
    Maria Fernanda Baptista Bicalho

    Resumo

    O terremoto que se abateu sobre Lisboa em novembro de 1755, além de uma
    tragédia sem precedentes na Europa, representou um importante ponto de virada para a
    administração da cidade e, posteriormente, para o próprio império português.
    Subitamente, os ofícios da Câmara Municipal que deveriam arcar com as principais
    medidas viram-se inertes ante a tragédia, e o socorro emergencial foi assumido por um
    governo inorgânico formado pelos altos escalões da coroa. A partir de então os
    representantes camarários passaram a sofrer constantes ingerências do poder central e,
    paulatinamente, foram sendo desacreditados por uma espécie de ciência de administração
    e de governo que interveio tanto na reconstrução da capital portuguesa quanto na
    economia do reino, alicerçada pelas transformações promovidas pelo Pombalismo e pela
    circulação dos ideais liberais. Instituições como a Intendência-Geral da Polícia passaram
    a ser arvorar sobre os pequenos ofícios do poder local, tanto em Lisboa quanto no Rio de
    Janeiro elevado à corte real, até que, em meados do século XIX foram finalmente
    substituídos por novos organismos, pretensamente mais sintonizados com a modernidade.
    Foi o caso dos juízes de paz, tidos como os principais agentes do liberalismo. No afã de
    separação entre justiça e administração, a nova judicatura acabou herdando atribuições
    de outros magistrados como os almotacés, os vintenários e os juízes ordinários e de fora.
    Entretanto, nas Câmaras ultramarinas as reformas implementadas contrastaram dos ideais
    liberais clássicos, e uma análise mais detida sobre a cidade de Mariana, na importante
    região do ouro das Minas Gerais, foi capaz de revelar que a justiça se manteve bastante
    conservadora e apegada ao seu passado de Antigo Regime, preservando patrimonialismos
    solidamente assentados nas imbricadas redes de poder local.




  • 2021-10

    Questões étnico-raciais, de gênero e diversidade sexual no meio sindical: uma análise do GTPCEGDS – ANDES-SN

    Título

    Questões étnico-raciais, de gênero e diversidade sexual no meio sindical: uma análise do GTPCEGDS – ANDES-SN

    Autor
    Thaís Terezinha Paz
    Orientador(a)
    Paulo Cruz Terra
    Data de Defesa
    2021-10-05
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    194
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Caroline de Aráújo Lima
    Kênia Aparecida Miranda
    Paulo Cruz Terra

    Resumo

    Essa dissertação possui como tema a política de combate às opressões de raça, gênero e sexualidade
    do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN). Examinamos,
    sobretudo, a contribuição do Grupo de Trabalho Políticas de Classe para Questões Étnico-raciais, de
    Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS), inicialmente intitulado de Grupo de Trabalho Etnia,
    Gênero e Classe (GTEGC), na condução dessa discussão no sindicato. Nos referenciamos no debate
    desenvolvido pelo feminismo marxista, especialmente pela Teoria da Reprodução Social, que
    compreende o capitalismo como uma ordem social complexa, em que gênero, sexualidade e raça
    constituem relações integradas ao seu processo de reprodução. As principais fontes deste estudo são
    os relatórios dos Congressos do sindicato, materiais produzidos pelo ANDES-SN e entrevistas
    realizadas com integrantes do sindicato. Identificamos uma mudança significativa na compreensão
    do ANDES-SN em relação ao combate às opressões no decorrer da sua história. Nas duas primeiras
    décadas do sindicato docente, o tema esteve praticamente ausente das suas deliberações, a despeito
    da intensa mobilização dos movimentos negros, de mulheres e LGBTI na sociedade brasileira. A
    partir dos anos 2000, o debate se faz presente, e aumenta significativamente com a discussão sobre
    as cotas étnico-raciais. Já na última década, observamos a diversificação de temas tratados pelo grupo
    de trabalho, a construção de políticas concretas de combate às opressões no interior do sindicato e
    também proposições para as universidades e para a sociedade brasileira como um todo.




  • 2021-09

    Entre a cooperação e desconfiança: as relações do Brasil com Angola e Moçambique (1974-1985).

    Título

    Entre a cooperação e desconfiança: as relações do Brasil com Angola e Moçambique (1974-1985).

    Autor
    Drielle da Silva Pereira
    Orientador(a)
    Marcelo Bittencourt Ivair Pinto
    Data de Defesa
    2021-09-29
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    230
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Adriano de Freixo
    Bernardo Kocher
    Fábio Baqueiro Figueiredo
    Marcelo Bittencourt Ivair Pinto
    Nuno Carlos de Fragoso Vidal

    Resumo

    O presente trabalho tem por objetivo analisar as relações do Brasil com Angola e Moçambique
    durante os anos Geisel (1974-1979) e João Figueiredo (1979-1985). Buscamos, ao longo da
    pesquisa, compreender a dinâmica da Política Africana Brasileira ao longo do período,
    sobretudo, com países que assumem uma natureza política radicalmente distinta do regime
    militar em vigor no Brasil à época, dessa forma, procuramos entender os interesses, ações e
    resultados da estratégia mobilizada pela diplomacia brasileira ao longo do período. A pesquisa
    se insere no campo dos estudos da História das Relações Internacionais que visa buscar as
    motivações das ações dos Estados nas Relações Internacionais, mobilizando fontes primárias
    disponíveis no Centro de História e Documentação Diplomática (CHDD-Brasília), no Centro
    de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea no Brasil (CPDOC-FGV) e, por fim,
    do Arquivo Nacional. Espera-se que o trabalho colabore nos estudos sobre História da Política
    Externa Brasileira, com ênfase, às relações Brasil-África.




  • 2021-09

    O laço da escravidão: tráfico nacional de escravos no Império do Brasil, 1850-1888

    Título

    O laço da escravidão: tráfico nacional de escravos no Império do Brasil, 1850-1888

    Autor
    João Victor de Oliveira Leite
    Orientador(a)
    Tâmis Peixoto Parron
    Data de Defesa
    2021-09-29
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    177
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Jonis Freire
    Tâmis Peixoto Parron
    Wilma Peres Costa

    Resumo

    Este trabalho analisa as ações do Estado brasileiro frente ao desenvolvimento do tráfico
    interno de escravos no Império, entre a passagem da Lei Eusébio de Queirós, em 1850,
    que findou definitivamente o tráfico transatlântico de africanos, e a promulgação da Lei
    Áurea, em 1888. Meio de redistribuição da força de trabalho cativa no território brasileiro
    e objeto de lucratividade para os negociantes nele envolvidos, o mercado doméstico de
    escravos se tornou também alvo de interesse dos poderes locais, que se utilizaram dos
    mecanismos fiscais para moldar as cadeias mercantis das atividades negreiras e preservar
    a gestão política da escravidão em meio à intensificação das ideias abolicionistas dentro
    e fora do país. Por se tratar de um objeto atravessado por múltiplas escalas de análise, o
    estudo transpassará os limites do nacionalismo metodológico com vistas a entender as
    vicissitudes deste ramo comercial de dimensões nacionalizadas, com impacto direto nas
    bases do escravismo brasileiro e na legitimidade do regime monárquico, como parte das
    mudanças nos padrões de acumulação ocorridas na arena global do capitalismo.




  • 2021-09

    "Isso é muito africano!": diálogos musicais e políticos entre Angola e Brasil (1950 – 1980)

    Título

    "Isso é muito africano!": diálogos musicais e políticos entre Angola e Brasil (1950 – 1980)

    Autor
    Alexandre Reis Dos Santos
    Orientador(a)
    Marcelo Bittencourt Ivair Pinto
    Data de Defesa
    2021-09-28
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    242
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Andrea Barbosa Marzano
    Jose Octavio Serra Van Dunen
    Marcelo Bittencourt Ivair Pinto
    Matheus Serva Pereira
    Rita de Cássia Natal Chaves

    Resumo

    O presente trabalho busca examinar os intercâmbios musicais entre Angola e Brasil entre
    os anos 1950 e 1980. A cultura, a literatura, e, sobretudo, a música brasileira foram
    referenciais importantes para os angolanos em seu processo de construção de sua
    identidade nacional. Os angolanos ao ouvir, cantar e dançar a música brasileira se
    inspiraram e passaram a valorizar as suas práticas culturais nativas, práticas essas que, no
    período colonial, eram deslegitimadas e inferiorizadas. Em seus momentos de lazer e
    entretenimento nos clubes e nas suas festividades privadas, ouviam e interpretavam
    sambas e sembas, com isso se sentindo mais angolanos. Além disso, inventariar a
    circulação musical brasileira em Angola contribui para lançar luz sobre o cotidiano nos
    últimos momentos do colonialismo português em Angola. Acompanhar como esses
    diálogos e intercâmbios se deram também no período pós independência desvelará as
    continuidades e rupturas desse processo.




  • 2021-08

    A ESTRADA DE FERRO VITÓRIA A MINAS E OS BORUM DO RIO DOCE

    Título

    A ESTRADA DE FERRO VITÓRIA A MINAS E OS BORUM DO RIO DOCE

    Autor
    Marina Mônica de Freitas
    Orientador(a)
    Maria Regina Celestino de Almeida
    Data de Defesa
    2021-08-31
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    211
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Haruf Salmen Espindola
    Izabel Missagia de Mattos
    Maria Hilda Baqueiro Paraiso
    Maria Regina Celestino de Almeida
    Vania Maria Losada Moreira

    Resumo

    Esta tese trata da construção da Estrada de Ferro Vitória a Minas e de suas
    consequências para os Borum, focando especialmente os Krenak, grupo indígena que
    ainda hoje se encontra no Vale do Rio Doce. Trata também das contribuições desta
    ferrovia para a devastação da mata atlântica e das relações que se estabeleceram entre a
    construção da Vitória a Minas e a presença do Serviço de Proteção aos Índios no Vale do
    Rio Doce desde a criação da agência em 1910. O recorte temporal do estudo são as
    décadas iniciais do século XX, época em que foram inauguradas as primeiras estações da
    ferrovia, criando-se um caminho que ligava o litoral capixaba aos atuais municípios de
    Resplendor e Conselheiro Pena, em Minas Gerais, territórios definidos como "vazios
    demográficos", mas nos quais viviam grupos indígenas diversos. O período coincide com
    o avanço das frentes "civilizatórias" e das fronteiras da economia mercantil sobre
    territórios indígenas localizados no interior do Brasil. Essas fronteiras, em Minas Gerais,
    avançaram sobre o Vale do Rio Doce, local cujas riquezas, reais e imaginárias, atraíam a
    cobiça de inúmeras pessoas. O Vale do Rio Doce, um dos últimos redutos dos povos
    originários em Minas Gerais, é o recorte geográfico privilegiado na investigação.




  • 2021-08

    QUEBRA DAS ESTÁTUAS: Possibilidades de uma (re)escrita decolonial e pública da História

    Título

    QUEBRA DAS ESTÁTUAS: Possibilidades de uma (re)escrita decolonial e pública da História

    Autor
    André Luiz Ranucci Freitas
    Orientador(a)
    Juniele Rabêlo de Almeida
    Data de Defesa
    2021-08-31
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    204
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Ana Maria Mauad de Sousa Andrade Essus
    Juniele Rabêlo de Almeida
    Ricardo Santhiago Correa

    Resumo

    Os sentidos públicos e decoloniais do passado estruturam movimentos na
    história recente – veiculados na mídia como "quebra de estátuas", "derrubada de
    monumentos", "remoção de esculturas" – que afirmam possibilidades de uma (re)escrita
    da História, na medida em que orientam uma crítica ao patrimônio oficial. Para tanto,
    busco discutir: 1) Os passados presentes no caso do monumento de Cecil Rhodes; 2) A
    colonialidade no debate público a partir do monumento a Colón; 3) Colonialidade no
    patrimônio e contradiscursos a partir do monumento às Bandeiras e Borba Gato. Ao
    considerar a repercussão pública destes estudos de caso, utilizo materiais de imprensa,
    depoimentos e textos publicados em sites e redes sociais, além de fontes audiovisuais,
    para analisar a narrativa pública que se deu sobre cada ação. São variadas as formas de
    nomear as recorrentes ações públicas, na atualidade, de contestação de patrimônios que
    celebram personagens ligados à chamada opressão colonial, racial, patriarcal e/ou
    capitalista. Para além da retirada de monumentos históricos do espaço público, busco
    problematizar as disputas de memória, os usos do passado e as dimensões públicas da
    história a partir do que está sendo reivindicado. O questionamento da validade da
    presença nas praças e vias públicas de estátuas que homenageiam "supostas
    "personalidades", traz, fundamentalmente, a problematização do cânone historiográfico
    que os dá sentido (que diversos autores decoloniais chamam de colonialidade: do poder,
    do saber e do ser), uma epistemologia que estrutura essa dinâmica, silenciando e
    marginalizando saberes e memórias outras que, por sua vez, vêm à superfície quando
    estátuas de colonizadores são contestadas e/ou derrubadas.




  • 2021-08

    "Não somos nada nessa vida": A denúncia do racismo em Clara dos Anjos (1914-1948)

    Título

    "Não somos nada nessa vida": A denúncia do racismo em Clara dos Anjos (1914-1948)

    Autor
    Juliana Pinho Leite
    Orientador(a)
    Larissa Moreira Viana
    Data de Defesa
    2021-08-30
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    137
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Alain Pascal Kaly
    Larissa Moreira Viana
    Monica Lima E Souza

    Resumo

    Esta dissertação trata do modo como o literato Afonso Henriques de Lima Barreto, ao longo
    do contexto em que estava inserido, expressou e lidou com os problemas diretamente ligados
    ao racismo. Adotamos nessa pesquisa o conceito de racismo a partir da sua carga política e da
    sua prática ideológica, que inferioriza e produz atitudes discriminatórias manifestadas em
    diferentes maneiras e em vários contextos históricos. Lima Barreto através da sua literatura
    militante, lutou contra práticas limitadas e limitantes, tanto no campo do individual, quanto no
    institucional. Será entrelaçado aos seus testemunhos, principalmente ao romance Clara dos
    Anjos, que analisaremos o modo como as questões raciais atravessaram a sua narrativa. Este
    trabalho se estrutura em três capítulos: no primeiro capítulo abordaremos parte da trajetória de
    Lima Barreto, tentando compreender a sua missão literária e a sua luta social; no segundo
    capítulo produziremos uma análise sobre a primeira publicação de Clara dos Anjos com o
    objetivo de compreendermos os espaços que perpetuaram a voz de Lima Barreto; e, no
    terceiro capítulo procuramos perceber, a partir da obra Clara dos Anjos, o debate político
    travado pelo autor, principalmente, o modo que as injustiças e o racismo aparecem na escrita
    do romance.




  • 2021-08

    Os Olhos do Rei nas Terras do Sul: Ouvidores e a Incorporação da Fronteira Meridional da América Portuguesa (1608-1808)

    Título

    Os Olhos do Rei nas Terras do Sul: Ouvidores e a Incorporação da Fronteira Meridional da América Portuguesa (1608-1808)

    Autor
    Aluísio Gomes Lessa
    Orientador(a)
    Maria Fernanda Baptista Bicalho
    Data de Defesa
    2021-08-30
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    405
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Fábio Kuhn
    Isabele de Matos Pereira de Mello
    Marcello José Gomes Loureiro
    Maria Fernanda Baptista Bicalho
    Renata Klautau Malcher de Araujo

    Resumo

    Esta tese investiga a participação de ouvidores régios no processo de incorporação da fronteira
    meridional da América portuguesa ao longo de duzentos anos, de 1608 a 1808. Tem como ponto
    de partida a criação da ouvidoria do Rio de Janeiro e da Repartição Sul, cuja jurisdição
    meridional acabava em uma região de indefinidas fronteiras luso-castelhanas, ainda que
    estivessem naquela altura sob um mesmo monarca, e conclui no início do século XIX, quando
    estas fronteiras se definem após o Tratado de Santo Ildefonso (1777) e da tomada da região das
    Missões (1801). Este trabalho acompanha a participação de ouvidores enviados pelos monarcas,
    ao longo destes dois séculos, cada vez mais ao sul do território, com suas ampliadas
    competências, típicas de um paradigma jurisdicionalista, que iam muito além da administração
    da justiça. A evolução destas competências e de sua jurisdição foi analisada através do estudo
    de uma série de regimentos enviados pelos monarcas a estes magistrados ao longo deste tempo,
    bem como pelos provimentos de correição que os ouvidores deixaram nestas vilas meridionais
    pelas quais realizaram correições, especialmente Laguna, Desterro e Rio Grande.




  • 2021-08

    "Integrar para não entregar": juventudes, Projeto Rondon e ditadura no Brasil (1967-1974)

    Título

    "Integrar para não entregar": juventudes, Projeto Rondon e ditadura no Brasil (1967-1974)

    Autor
    Rafaela Mateus Antunes Dos Santos Freiberger
    Orientador(a)
    Janaína Martins Cordeiro
    Data de Defesa
    2021-08-26
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    280
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Daniel Aarão Reis Filho
    Denise Rollemberg Cruz
    Janaína Martins Cordeiro
    Rodrigo Patto Sá Motta
    Tatyana de Amaral Maia

    Resumo

    A tese analisa a atuação das juventudes no Projeto Rondon, criado em 1966, em um contexto marcado pela contestação em relação ao projeto político da ditadura civil-militar nas universidades e no movimento  estudantil. O crescimento do programa foi exponencial, inclusive, em 1968, ano caracterizado por diversas manifestações juvenis no Brasil. Desse modo, o objetivo foi compreender as formas de atuação e as motivações que levaram muitos jovens a aderir ao programa.
    Para isso, foi analisada uma série de documentos produzidos pelo Projeto Rondon, a maioria produzido por estudantes que participaram das diferentes atividades realizadas. Entre os vários ofícios, manuais, dossiês, chama atenção os relatórios de atuação, que revelam não apenas o alto grau de participação, mas o engajamento de jovens ao programa. Além de relatar as tarefas cotidianas nas operações, muitos estudantes também demonstraram seu apoio à filosofia e aos objetivos do Projeto Rondon, inclusive dando inúmeras sugestões para seu aprimoramento. 
    O estudo sobre a atuação desses jovens possibilita compreender que o universo juvenil é composto por uma diversidade de comportamentos e visões de mundo. Desse modo, é possível constatar a existência de juventudes plurais, o que corresponde a inúmeras subculturas juvenis. Além disso, revela que o ideal de jovem rebelde e revolucionário, muito característico das análises e estudos relacionados aos acontecimentos, principalmente, de 1968, corresponde a apenas uma das faces das juventudes brasileiras.




  • 2021-08

    MESTIÇAGEM, RACIALIZAÇÃO E A POLÍTICA DAS IMAGENS NA BOA VIZINHANÇA: A FOTOGRAFIA DE GENEVIEVE NAYLOR NO BRASIL (1940 -1942)

    Título

    MESTIÇAGEM, RACIALIZAÇÃO E A POLÍTICA DAS IMAGENS NA BOA VIZINHANÇA: A FOTOGRAFIA DE GENEVIEVE NAYLOR NO BRASIL (1940 -1942)

    Autor
    Edmilson Luís Santos Gomes
    Orientador(a)
    Ana Maria Mauad de Sousa Andrade Essus
    Data de Defesa
    2021-08-25
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    222
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Ana Maria Mauad de Sousa Andrade Essus
    Érica Gomes Daniel Monteiro
    Mauricio Lissovsky

    Resumo

    Tendo como fio condutor uma cartografia do trabalho da fotógrafa estadunidense Genevive Naylor
    enviada ao Brasil durante a Política da Boa Vizinhança, e tendo como pano de fundo a referida
    política e suas iniciativas destinadas a criação de um imaginário visual comum entre Brasil e
    Estados Unidos, esta dissertação aborda as formas de resepresentação de pessoas negras na
    fotografia documental e na cultura visual dos anos 1930 e 40. Momento em que houve um
    despontar desse genêro fotográfico, do qual Naylor era adepta, bem como uma renovação no retrato
    fotográfico de pessoas negras, sobretudo a partir dos EUA. Contexto sobre o qual foi possível
    perspectivar os diferentes discursos sobre a racialização correntes nesse período, tanto nos EUA
    quanto no Brasil. Sendo este último país particularmente marcado pela construção e fundamentação
    teórica das ideias de democracia racial e mestiçagem nos campos da antropologia e sociologia,
    durante as décadas abarcadas.




  • 2021-08

    "Liberte Nosso Sagrado": as disputas de uma reparação histórica

    Título

    "Liberte Nosso Sagrado": as disputas de uma reparação histórica

    Autor
    Luiz Gustavo Guimarães Aguiar Alves
    Orientador(a)
    Marina Annie Martine Berthet Ribeiro
    Data de Defesa
    2021-08-24
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    210
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Lia Dias Laranjeira
    Marina Annie Martine Berthet Ribeiro
    Roger Sansi-roca

    Resumo

    Esta dissertação de mestrado tem como objetivo analisar o processo de transferência para o Museu da República da coleção de objetos sagrados de matriz africana que estava sob a posse da Polícia Civil desde o início do século XX. No ano de 2017, a campanha Liberte Nosso Sagrado foi criada pelo gabinete do deputado Flavio Serafini em articulação com pais e mães de santo das religiões de matriz africana, pesquisadores e militantes de movimentos sociais. A iniciativa buscava levar o debate sobre a coleção à esfera pública com o intuito de retirá-la do Museu da Polícia. Tratou-se de um processo que envolveu múltiplas instituições, como o Ministério Público Federal, o Iphan, museus públicos, e a própria Polícia Civil, tendo perdurado até 2020. Além disso, envolveu, em relação às lideranças de matriz africana, uma disputa quanto à propriedade, o destino, os status e os significados desta coleção de objetos que consiste no primeiro patrimônio etnográfico do Iphan, registrado em 1938. Mais especificamente, o objetivo da dissertação consistiu em analisar como lideranças de terreiro, organizadas na campanha, atuaram em uma disputa por patrimônio mobilizando, em relação aos significados da coleção, de sua apreensão e tombamento, categorias como cultura, patrimônio, religião, cidadania. Também buscou-se examinar como as instituições lidaram com um movimento afro-religioso organizado por uma pauta política. A metodologia utilizada foi a observação participante, por meio da qual reuniões, audiências públicas e outros eventos da campanha foram etnografados. Além disso, entrevistou-se alguns dos agentes do processo e analisou-se documentos da campanha e das demais instituições envolvidas. O trabalho contextualiza esta transferência em particular ao cenário ampliado de devoluções e gestões compartilhadas de objetos e coleções que tem se dado em esfera nacional. Ademais, considerando os recentes avanços nas garantias de direitos da população negra e das comunidades de matriz africana, o caso é situado em relação aos conflitos e tensões entre reparação histórica e proteção patrimonial, contribuindo à perspectiva de ressignificação do lugar das religiões de matriz africana nos debates públicos sobre patrimônio cultural.




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