Dissertações e Teses
-
2023-03
Moinho Tropical: terra e conflito no Amazonas (1870-1910)
TítuloMoinho Tropical: terra e conflito no Amazonas (1870-1910)
Autor
Alan Dutra CardosoOrientador(a)
Márcia Maria Menendes MottaData de Defesa
2023-03-30Nivel
DoutoradoPáginas
258Volumes
1Banca de DefesaCarlos Leandro da Silva EstevesFrancivaldo Alves NunesMárcia Maria Menendes MottaMarcio Antônio Both da SilvaSylvio Mário Puga Ferreira
ResumoA presente tese discutiu a temática dos conflitos atrelados à posse e à propriedade
da terra no Amazonas, entre os anos 1870 e 1910, no decurso da transição do Império à
República. Apresentou, a partir do escrutínio de processos judiciais e outras fontes
documentais, os impactos decorrentes da expansão dos interesses do mercado capitalista
para o interior da floresta e sobre os seus habitantes seculares, notadamente as querelas
físicas ou jurídicas. Em um contexto marcado pela necessidade diuturna de acumulação
de capitais, sintetizada na apropriação das chamadas terras de seringa, diversas foram
as estratégias utilizadas para a sua realização. A consagração dos chamados direitos de
propriedade, como se evidencia neste trabalho, foi parte fundante dessa trajetória.
Pode-se aferir, através da interface entre o Direito e a Lei, as decisões do Poder
Judiciário mediante o seu acionamento em face de uma demanda, as leituras realizadas
pelas partes em relação aos temas discutidos e o posicionamento do julgador consagrado
nos vereditos. A multiplicidade de situações analisadas permitiu questionar a lógica
proprietária que se estabeleceu no país, estruturalmente fundamentada no apossamento
ilegal sem constrangimentos. Esse movimento permite, portanto, defender, do ponto de
vista histórico e jurídico, as diversas comunidades atingidas por dinâmicas que a elas
são estranhas.
-
2023-03
"Con sus términos en tiempo de moros": Um estudo comparado do Aljarafe sevilhano entre o período almôada e o alfonsino
Título"Con sus términos en tiempo de moros": Um estudo comparado do Aljarafe sevilhano entre o período almôada e o alfonsino
Autor
Paula de Souza Valle JustenOrientador(a)
Renata Rodrigues VerezaData de Defesa
2023-03-30Nivel
DoutoradoPáginas
240Volumes
1Banca de DefesaAlmir Marques de Souza JuniorCarlos AstaritaOtávio Luiz Vieira PintoRenata Rodrigues VerezaThiago Pereira da Silva Magela
ResumoA região do Aljarafe sevilhano é conhecido por ser uma das principais produtoras de azeite
no mundo. Mesmo sendo cultivado desde a Antiguidade, sua produção atingiu seu ápice
durante o período islâmico, atrelado ao comércio mediterrânico. Mesmo após a conquista
castelhana de Sevilha em 1248, houve a manutenção deste tipo de cultivo especializado na
região. Verifica-se, portanto, uma continuidade da paisagem aljarafenha entre o período
islâmico e o cristão. No entanto, entre um período e outro, para além de uma mudança
sobre quem exercia o domínio da região, verifica-se que houve a incorporação deste
território a uma nova formação social, a feudal, distinta da islâmica anterior. Assim, a
manutenção deste tipo de cultivo em cada formação social atendia a pautas sociais,
econômicas e políticas distintas. Este trabalho tem por objetivo realizar um estudo
comparativo da inserção do Aljarafe sevilhano em duas formações sociais distintas, tendo
como balizas temporais o Califado Almôada e o reinado de Alfonso X.
-
2023-03
A indústria no Brasil: economia escravista, fábricas e capitalismo no século XIX (1808 - 1870)
TítuloA indústria no Brasil: economia escravista, fábricas e capitalismo no século XIX (1808 - 1870)
Autor
Matheus Sinder Nunes Herdy CoelhoOrientador(a)
Luiz Fernando SaraivaData de Defesa
2023-03-29Nivel
MestradoPáginas
388Volumes
1Banca de DefesaCarlos Gabriel GuimarãesLuiz Fernando SaraivaMichel Deliberali Marson
ResumoPropomos nessa dissertação interpretar a relação entre indústria e escravidão no Brasil
oitocentista. Nossa proposta está em incluir o desenvolvimento das atividades fabris em
duas novas perspectivas: considerá-los a luz da construção do capitalismo no Brasil e o
fortalecimento da escravidão no século XIX, e, também, adicionar os empreendimentos
manufatureiros do oitocentos do Brasil dentro da história da indústria e industrialização
nacional. Nesse sentido, pretendemos demonstrar fortes indícios da relação sinérgica
entre indústria e escravidão através da utilização de escravizados nas atividades
industriais, na argumentação de proprietários de fábricas sobre a necessidade de novos
escravizados para o crescimento do setor fabril e a relação entre as mercadorias
produzidas nessas fábricas com o recrudescimento do tráfico ilegal de escravizados. Isso
significa que no período anterior a década de 1870 foi consolidado no Brasil um tipo de
indústria que tinha como sua principal características as relações sociais da escravidão.
Para isso, pretendemos também dimensionar o tamanho dessa Indústria em território
nacional e seus setores dinâmicos e sua participação nas pautas de exportações. Dessa
maneira, será possível observar o processo de modernização da economia brasileira
concomitante com a expansão da escravidão.
-
2023-03
Os argonautas da Guanabara: liberdade, circularidade e a formação da economia costumeira no Rio de Janeiro escravista, séculos XVIII e XIX
TítuloOs argonautas da Guanabara: liberdade, circularidade e a formação da economia costumeira no Rio de Janeiro escravista, séculos XVIII e XIX
Autor
Philippe Manoel da Silva MoreiraOrientador(a)
Carlos Gabriel GuimarãesData de Defesa
2023-03-28Nivel
DoutoradoPáginas
435Volumes
1Banca de DefesaCarlos Gabriel GuimarãesFania FridmanHumberto Fernandes MachadoLuiz Fernando SaraivaWashington Dener Dos Santos Cunha
ResumoA presente pesquisa tem como foco a análise da trajetória de libertos, forros e escravos que
exerciam uma atividade ao ganho denominada "atravessamento de negros novos". Nossas
hipóteses foram formuladas a partir da análise das escrituras de liberdade que nos forneceram
preciosas informações sobre a circulação de indivíduos entre a cidade do Rio de Janeiro, o
Recôncavo da Guanabara, Minas Gerais e as minas de Goyas e Cuiabá, o que nos levou também
a incorporar nesses escritos, uma série de conflitos envolvendo atravessadores e contratadores
disponíveis em periódicos e no Arquivo Histórico Ultramarino. Por conta disso, inserimos
dados sobre as mutabilidades do espaço fluminense, sobretudo, aqueles que apontam para a
desfiguração da paisagem colonial e imperial, o que impossibilita a apreensão de um vasto
sistema de rotas, que integrava rios, portos e estradas. Ao longo do texto, também discutiremos
o conceito de economia costumeira, base teórica desta tese, bem como as problemáticas
documentais que envolvem os processos de libertação dos pequenos planteis de escravos e sua
ascensão a categoria de liberto, ou seja, o processo de socialização.
-
2023-03
NOSSA SENHORA DA DITADURA: O SANTUÁRIO NACIONAL DE APARECIDA E O REGIME MILITAR (1963-1972).
TítuloNOSSA SENHORA DA DITADURA: O SANTUÁRIO NACIONAL DE APARECIDA E O REGIME MILITAR (1963-1972).
Autor
Mathews Nunes MathiasOrientador(a)
Janaína Martins CordeiroData de Defesa
2023-03-17Nivel
MestradoPáginas
206Volumes
1Banca de DefesaGizele ZanottoJanaína Martins CordeiroRodrigo Patto Sá Motta
ResumoEsta dissertação analisa as complexas relações que a Igreja Católica manteve com a ditadura
civil-militar a partir da atuação do Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição
Aparecida entre 1963 e 1972. Para tanto, busco compreender como o clero de Aparecida
vivenciou os processos de polarização e radicalização políticas que marcaram os últimos
meses do governo João Goulart e como os padres redentoristas, responsáveis pela
administração do Santuário, se posicionaram em relação ao golpe de 1964. Ao mesmo tempo,
busco entender os valores comuns que uniram os religiosos de Aparecida e o regime militar, a
partir de comemorações realizadas pelo Santuário, como o Jubileu de 250 anos de Aparecida
celebrado em 1967, bem como o lugar ocupado pela padroeira do Brasil no discurso
cívico-patriótico enquanto elemento importante para a formação do consenso em relação ao
regime inaugurado em 1964 e, sobretudo, no contexto das comemorações do Sesquicentenário
de Independência do Brasil, em 1972.
-
2023-03
BOLSONARISMO E LUTA DE CLASSES NO BRASIL PÓS-GOLPE 2016 – 2018.
TítuloBOLSONARISMO E LUTA DE CLASSES NO BRASIL PÓS-GOLPE 2016 – 2018.
Autor
André Elias Barreto da SilvaOrientador(a)
Marcelo Badaró MattosData de Defesa
2023-03-13Nivel
MestradoPáginas
152Volumes
1Banca de DefesaMarcelo Badaró MattosThiago Reis Marques RibeiroVirginia Maria Gomes de Mattos Fontes
ResumoO período compreendido entre o golpe de 2016, até sobretudo as eleições de 2018, configura o
ponto alto da recente crise política e econômica brasileira. Essa conjuntura instável ofereceu os
ingredientes necessários para que Jair Bolsonaro conseguisse se tornar uma alternativa política
para uma parcela relevante da sociedade. E é justamente em meio a esse atravessamento
temporal que a presente pesquisa se desenvolve, objetivando captar a nervura da ideologia
bolsonarista, além de partir do pressuposto de que o fascismo, assim como o bonapartismo, não
são experiências datadas, e que podem, em condições históricas específicas ressurgirem com
suas devidas adaptações nos mais variados contextos políticos. Nesse sentido, a análise
empregada nesta pesquisa tem como norte a compreensão da história do tempo imediato, em
meio à efervescência dos acontecimentos mais recentes, fazendo o esforço de entendimento da
totalidade das contradições do Brasil. Não obstante, os resultados de pesquisa apontam para o
entendimento do bolsonarismo enquanto um movimento histórico dotado de uma ideologia com
forte presença de elementos fascistas, com a qual frações da classe dominante brasileira se
aproveitando de fissuras das estruturas do Estado brasileiro, bem como da crise orgânica aberta
em tal período, optaram por retomar uma vez mais a contrarrevolução a quente, tensionando
ao máximo as bases da democracia burguesa no Brasil em prol de um projeto político calcado
no autoritarismo e coerção da diversidade que compõe a classe trabalhadora.
-
2023-03
UM INTELECTUAL NA ENCRUZILHADA: O ENGAJAMENTO POLÍTICOCULTURAL DE DIAS GOMES NAS OBRAS O BERÇO DO HERÓI (1963), O SANTO INQUÉRITO (1964) E O TÚNEL (1968)
TítuloUM INTELECTUAL NA ENCRUZILHADA: O ENGAJAMENTO POLÍTICOCULTURAL DE DIAS GOMES NAS OBRAS O BERÇO DO HERÓI (1963), O SANTO INQUÉRITO (1964) E O TÚNEL (1968)
Autor
Natasha Moreira Piedras FerreiraOrientador(a)
Karla Guilherme CarloniData de Defesa
2023-03-10Nivel
DoutoradoPáginas
296Volumes
1Banca de DefesaAmérico Oscar Guichard FreireGiselle Martins VenancioHenrique Buarque de GusmãoKarla Guilherme CarloniMarcos Francisco Napolitano de Eugenio
ResumoA tese tem como objetivo analisar a trajetória política e intelectual de Dias Gomes,
intelectual, (tele)dramaturgo e militante filiado ao Partido Comunista do Brasil (PCB), a
partir de três de seus textos teatrais: O Berço do Herói (1963), O Santo Inquérito (1964)
e O Túnel (1968). Os cincos anos que separam essas três obras foram marcados pela
profunda crise dos ideais de engajamento da intelectualidade pecebista, elemento que
tensionou a relação entre a arte e o desejo de transformar a sociedade brasileira. A partir
das obras podemos apreender a atmosfera de impasses e expectativas partilhados por
parcelas das esquerdas em uma conjuntura de intensas transformações políticas,
econômicas e sociais. Cada um dos textos teatrais apresenta elementos específicos, que
dialogam com as respectivas conjunturas em que foram produzidos, como as expectativas
acerca da revolução brasileira, o golpe civil-militar e a institucionalização da ditadura, a
crise dos paradigmas de transformação da sociedade e a busca por novos caminhos de
atuação política-intelectual. Eles consubstanciam, enfim, os dilemas de um intelectual de
esquerda na encruzilhada, que buscou compreender os desvios tomados por um país que
parecia estar, em suas concepções, no caminho certo da história.
-
2023-03
SERTÃO EM MOVIMENTO: CONEXÕES, CIRCULAÇÕES E MOBILIDADES NOS SERTÕES DE PIRANHAS E PIANCÓ DA CAPITANIA DA PARAÍBA DO NORTE, SÉCULO XVIII
TítuloSERTÃO EM MOVIMENTO: CONEXÕES, CIRCULAÇÕES E MOBILIDADES NOS SERTÕES DE PIRANHAS E PIANCÓ DA CAPITANIA DA PARAÍBA DO NORTE, SÉCULO XVIII
Autor
Yan Bezerra de MoraisOrientador(a)
Maria Fernanda Baptista BicalhoData de Defesa
2023-03-03Nivel
DoutoradoPáginas
388Volumes
1Banca de DefesaAntônio Carlos Jucá de SampaioCarmen Margarida Oliveira AlvealGeorge Felix Cabral de SouzaMaria Fernanda Baptista BicalhoRodrigo Ceballos
ResumoEsta tese de doutorado tem como objetivo central analisar e compreender as mobilidades
sociais e espaciais construídas nos Sertões de Piranhas e Piancó, da Capitania da Paraíba
do Norte, ao longo de todo o século XVIII, a fim de verificar como estes sertões estavam
interligados a outros espaços coloniais por trajetórias sociais e redes de contato, comércio
e poder. Com o processo de conquista e colonização iniciado ainda no século XVII, mas
intensificado nas primeiras décadas do século XVIII, verificamos serem construídas rotas
de comunicação importantes para as dinâmicas sociais locais. Essas conexões, que
ligaram a Povoação do Piancó (1702-1772) e Vila de Pombal (1772-1827) a outras
localidades, durante o século XVIII, mostram-nos como conceitos de isolamento e
dependência já não são suficientes para tratar daquela realidade. Aqui, entendemos essas
mobilidades não apenas como sinônimos de movimentações físicas, mas se traduzem na
capacidade dos sujeitos históricos de se relacionarem com outros espaços e outros
agentes, de multiplicar as possibilidades de acesso a relações e posses e à manutenção
destas. Dessa forma, mesmo aqueles sertanejos que viveram fixos à terra e à produção
rural construíram práticas de mobilidade ao estabeleceram conexões sociais, econômicas
ou políticas que não se restringiam àquele sertão onde habitavam, mas o cruzavam e
expandiam suas fronteiras continuamente. Para tanto, enveredamos na análise histórica
de um amplo conjunto documental produzido em nível local pelos tabeliães cartoriais dos
Sertões de Piranhas e Piancó, que registraram as mais variadas tipologias documentais
entre 1719 e 1800, bem como outros suportes documentais de caráter administrativo
disponibilizados em diferentes arquivos e instituições. Diante disso, essa tese colabora
com a história social dos sertões da Paraíba e, paralelamente, das capitanias do Norte ao
analisá-los pela ótica das conexões sociais e práticas de mobilidade dos sujeitos coloniais
que não apenas participaram da conquista, mas que construíram e levaram a esses espaços
suas perspectivas de vida e experiências desenvolvidas em outros lugares e que, através
de diferentes formas de contato com populações nativas e com uma paisagem singular,
ressignificaram aquele sertão, no século XVIII.
-
2023-03
SÁBIOS DA ÚLTIMA ERA A HISTÓRIA COMO ESTRATÉGIA NO JAPÃO DOS CLÃS DE GUERRA
TítuloSÁBIOS DA ÚLTIMA ERA A HISTÓRIA COMO ESTRATÉGIA NO JAPÃO DOS CLÃS DE GUERRA
Autor
Nikita Chrysan da Silva PiresOrientador(a)
Renata Rodrigues VerezaData de Defesa
2023-03-01Nivel
MestradoPáginas
276Volumes
1Banca de DefesaAndré da Silva BuenoOtávio Luiz Vieira PintoRenata Rodrigues Vereza
ResumoEste trabalho tem como objetivo principal analisar a narrativa histórica do Gukanshō, uma
crônica japonesa escrita em 1219 pelo monge Jien, da escola budista de Tendai. O
documento é uma importante fonte primária para entender o período de transição política
entre a Corte de Heian e o Shogunato de Kamakura, quando disputas e intrigas entre
diversas figuras de poder criavam uma dinâmica de instabilidade que não se resumiu à
simples mudança de um tipo de governo por outro. Mas para além da criação de uma
memória histórica, a narrativa de Jien busca apresentar um projeto político efetivo
visando um futuro próximo, sendo ele mesmo personagem de um contexto de
instabilidade que precedeu um novo levante armado entre forças adversárias. É neste
sentido que a presente pesquisa buscou entender como o monge Jien, um intelectual do
século XIII, se usou da interpretação do passado e processo histórico da Corte Imperial
japonesa para criar um discurso cuja linha argumentativa se baseou em Princípios divinos
que previram as modalidades de governo que regeram o Estado em toda sua história. Isso
não apenas permite compreender como a história pode ser usada como estratégia de
afirmação política, mas também revela pontos importantes do imaginário social corrente
no período, bem como de que maneira os diversos poderes disputavam o domínio do
Estado e a hegemonia sobre o território naquele período de transição.
-
2023-02
O Museu sou eu? As peripécias de Ladislau Netto (1838-1894)
TítuloO Museu sou eu? As peripécias de Ladislau Netto (1838-1894)
Autor
Carolina Cabral Ribeiro de AlmeidaOrientador(a)
Larissa Moreira VianaData de Defesa
2023-02-08Nivel
DoutoradoPáginas
309Volumes
1Banca de DefesaCarolina Vianna DantasIvana Stolze LimaLarissa Moreira VianaMartha Campos AbreuYnaê Lopes Dos Santos
ResumoNascido em Alagoas, Ladislau de Souza Mello Netto transitou nos mais distintos espaços em
seus 56 anos vividos. Botânico, foi diretor do Museu Nacional e lá consolidou sua carreira e
contribuiu na construção e desenvolvimento de diversos campos científicos. Concomitante à
resistência e luta da população negra da Corte brasileira pela liberdade, Netto foi simpatizante
e ativista da causa abolicionista. Por meio da análise de mais de mil aparições do nome de
nosso personagem na imprensa brasileira, conseguimos traçar alguns dos caminhos
escolhidos por ele ao longo de sua história. Intelectual, o botânico nos deixou uma gama de
trabalhos que nos possibilitou compreender parte de seu pensamento científico. Suas
habilidades variavam naturalmente entre a Arte, as Letras, a Ciência e a Política. A
singularidade e complexidade deste homem são questões que fundamentaram este trabalho.
Partindo desse pressuposto, esta tese tem como objetivo central apresentar algumas versões
da trajetória de vida deste sujeito.
-
2023-02
Paisagens, guerrilha e gênero no romance ‘Em câmara lenta’ de Renato Tapajós
TítuloPaisagens, guerrilha e gênero no romance ‘Em câmara lenta’ de Renato Tapajós
Autor
Elione Castro BruzacaOrientador(a)
Janaína Martins CordeiroData de Defesa
2023-02-06Nivel
MestradoPáginas
110Volumes
1Banca de DefesaFernando Perlatto Bom JardimJanaína Martins CordeiroRenata Torres Schittino
ResumoEste trabalho pretende realizar uma análise da violência de gênero e da memória política
feminina da luta armada no Brasil a partir do romance Em Câmara Lenta (1977), de Renato
Tapajós. A escolha do livro de Tapajós, como objeto e fonte de discussão sobre as condições
de luta e das violências impostas aos corpos femininos, visa investigar o espaço conferido às
mulheres na luta armada e analisar a memória que vem sendo construída sobre essa luta. A
partir das noções de "testemunho" e "gênero", pretende-se abordar as temáticas relacionadas à
História e memória, política e corpo feminino durante a ditadura civil-militar (1964-1985) em
diálogo com a literatura de teor testemunhal.
-
2023-01
A GUERRA DAS REDAÇÕES: AS DISPUTAS POLÍTICAS NA PRIMEIRA REPÚBLICA E SUAS MANIFESTAÇÕES NA GRANDE IMPRENSA CARIOCA
TítuloA GUERRA DAS REDAÇÕES: AS DISPUTAS POLÍTICAS NA PRIMEIRA REPÚBLICA E SUAS MANIFESTAÇÕES NA GRANDE IMPRENSA CARIOCA
Autor
Gabriel Dantas da Cruz KellyOrientador(a)
Renato Soares CoutinhoData de Defesa
2023-01-27Nivel
MestradoPáginas
135Volumes
1Banca de DefesaJayme Lúcio Fernandes RibeiroKaroline CarulaRenato Soares Coutinho
ResumoO presente trabalho tem como objetivo investigar como as disputas políticas da Primeira
República brasileira (1889-1930) se manifestavam na grande imprensa do Rio de Janeiro, em
particular nos jornais O Paiz e Correio da Manhã. A perspectiva historiográfica que embasa
este trabalho entende que a Primeira República não foi um período marcado pela estabilidade
institucional trazida por supostos instrumentos de controle como a política dos governadores e
a política do café com leite, mas sim uma época em que as disputas políticas entre os grupos
dominantes eram constantes e existiam, em diversos setores da sociedade como a imprensa,
embates entre diferentes projetos de país a serem implementados no Brasil. Partindo dessa
premissa, a dissertação analisa as condições materiais da grande imprensa carioca em
princípios do século XX, avalia o posicionamento dos jornais em questão acerca do processo
de modernização excludente que se desenrolava nas reformas urbanas ocorridas no Rio de
Janeiro durante o período e expõe as redes de sociabilidade que conectavam importantes
dirigentes do Paiz e do Correio da Manhã aos círculos do poder. Por fim, analisa a cobertura
jornalística que ambos os jornais fizeram da Revolta da Vacina, ocorrida em novembro de
1904, a qual é considerada como baliza temporal para investigar as manifestações das
disputas políticas na grande imprensa. É possível concluir que estes dois jornais
representavam, na imprensa carioca, projetos políticos antagônicos em disputa durante a
Primeira República: O Paiz defendia, em sua cobertura, um projeto político liberal, elitista e
excludente; ao passo que o Correio da Manhã defendia um projeto político autoritário,
baseado na tutela dos governantes sobre as classes populares. As grandes diferenças entre
estes projetos políticos faziam com que cada jornal retratasse o povo carioca de maneiras
diferentes em suas páginas.
-
2023-01
MANIFESTOS FABRIS: REFORMISMO E HEGEMONIA EM INGLATERRA, 1832-1848
TítuloMANIFESTOS FABRIS: REFORMISMO E HEGEMONIA EM INGLATERRA, 1832-1848
Autor
Daniel Schneider BastosOrientador(a)
Luiz Fernando SaraivaData de Defesa
2023-01-25Nivel
DoutoradoPáginas
451Volumes
2Banca de DefesaAndré Guimarães AugustoJosé Jobson de Andrade ArrudaLuiz Carlos SoaresLuiz Eduardo Simões de SouzaLuiz Fernando Saraiva
ResumoEsta pesquisa tem por objeto a atuação das comissões reais de inquérito no final
da fase clássica da Revolução Industrial britânica, nas décadas de 1830 e 1840. São
selecionadas especificamente as comissões que se ocuparam dos temas relativos à
reforma da Lei dos Pobres, o estado sanitário das cidades e as relações de trabalho,
analisando-se os discursos e encaminhamentos apresentados pelos comissários em seus
relatórios. O objetivo central é identificar, dentro deste conjunto de documentos,
orientações convergentes que permitam reconhecer a consolidação de uma nova
mentalidade na abordagem dos assuntos públicos, refletindo as transformações
decorrentes do processo de industrialização e avanço de ideias liberais. O argumento
defendido neste trabalho é o de que a ação dos comissários se insere dentro da formação
de uma hegemonia, na qual um modelo de sociabilidade que atendesse às expectativas
das burguesias urbanas e industriais é afirmado, pela via reformista, diante de uma
conjuntura marcada por atritos sociais e disputas de narrativa acerca dos rumos do
liberalismo e do sistema fabril. A discussão é feita à luz do arcabouço teórico do filósofo
italiano Antonio Gramsci, destacando-se os conceitos de consenso e hegemonia como
ferramentas importantes para analisar o fenômeno do reformismo britânico e o papel das
comissões reais de inquérito nesse movimento.
-
2022-12
FRONTEIRAS SOBREPOSTAS: AS CATEGORIAS DE TRABALHO GUARANI NA CONQUISTA E COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA MERIDIONAL [1541-1641]
TítuloFRONTEIRAS SOBREPOSTAS: AS CATEGORIAS DE TRABALHO GUARANI NA CONQUISTA E COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA MERIDIONAL [1541-1641]
Autor
Bruno Oliveira Castelo BrancoOrientador(a)
Elisa Frühauf GarciaData de Defesa
2022-12-19Nivel
DoutoradoPáginas
336Volumes
1Banca de DefesaEduardo Santos NeumannElisa Frühauf GarciaJosé Carlos VilardagaMarcelo da Rocha WanderleySuelen Siqueira Julio
ResumoEsta pesquisa tem como objetivo analisar categorias sociais e formas de trabalho
relacionadas e atribuídas aos indígenas do grupo étnico guarani. Os guaranis – exímios
horticultores e guerreiros – assim como outros grupos nativos caçadores-coletores, habitavam
a região fronteiriça da bacia do Rio da Prata onde, entre 1541 e 1641, foi sistematizada a
colonização ibérica. Devido à sua qualidade de fronteira imposta pela colonização, a imprecisaregião platina articulava-se desde as proximidades de Potosí, no interior do continente sul-
americano, passando pelo Paraguai, até atingir a costa sul da América portuguesa, nas cercaniasde São Vicente. O intervalo de um século para a análise pretendida se justifica por abranger o
complexo processo histórico de organização do trabalho indígena pelos colonizadores ibéricos,
considerando como marco a fundação da cidade de Assunção, urbe de importância capital para
a interiorização colonial. Neste contexto, os guaranis optam por estabelecer alianças de
reciprocidade com os espanhóis, através da oferta de mulheres nativas, prática central em sua
sociedade, com a finalidade de combater seus inimigos originais. Não obstante, esta situação
inicial é substituída pelo sistema das encomiendas, que permitia legalmente aos europeus a
exploração da força de trabalho nativo, fornecendo insumos para criação de situações análogas
à escravidão. Consequentemente, na segunda metade do século XVI, os guaranis organizam
uma sequência de rebeliões para se contrapor aos abusos constantes dos encomenderos. Com o
fracasso das autoridades em pôr em prática a regulamentação efetiva do trabalho nativo, a
primeira década do século XVII foi marcada pela aproximação dos cacicados guaranis com os
padres jesuítas, dando origem às reduções ou missões guarani-jesuíticas do Paraguai, às quais,
nas décadas posteriores seriam atacadas pelos paulistas, ávidos por adquirir potenciais escravos
indígenas. Em todas as ocasiões, os guaranis agiram, individual ou coletivamente, em busca de
seus direitos, que eram garantidos pela política indigenista colonial. Este processo foi marcado,
do ponto de vista jurídico e da história do direito na época Moderna, por uma variada produção
normativa. Entretanto, considera-se a hipótese de que esta produção normativa, longe de ser
automática e estritamente europeia, esteve condicionada e informada pelos interesses e
iniciativas indígenas, ganhando características específicas na província do Paraguai. Nessa
direção, a tese busca compreender os distintos graus de atuação, estratégias e agências de
homens e mulheres indígenas, os quais, na condição de vassalos cristãos da coroa hispânica,
eram obrigados a prestação de trabalho compulsório.
-
2022-12
Do álcool ao crime: a invenção da "juventude transviada" nas páginas da imprensa carioca (1956 - 1959)
TítuloDo álcool ao crime: a invenção da "juventude transviada" nas páginas da imprensa carioca (1956 - 1959)
Autor
João Carlos Moraes CondéOrientador(a)
Angelica MüllerData de Defesa
2022-12-19Nivel
MestradoPáginas
136Volumes
1Banca de DefesaAngelica MüllerMauricio Barreto Alvarez ParadaSamantha Viz Quadrat
ResumoO presente trabalho pretende fazer uma análise da construção da ideia de uma
"juventude transviada" na imprensa do Rio de Janeiro, a partir da segunda metade da
década de 1950, em comparação com determinados modelos de uma "juventude ideal"
que vinham sendo propagados desde a década de 1930, durante a Era Vargas.
Discute-se, ainda, como a "americanização" de determinados jovens contribuiu para a
criação de tal expressão, bem como a forma pela qual a região em que tal mocidade
residia colaborou para disseminação e reação negativa às denúncias de seus hábitos
noturnos condenáveis. Por fim, busca-se analisar a forma pela qual jovens brancos de
classe média tidos como "transviados" foram associados à criminalidade no final da
década de 1950.
-
2022-12
Monumentalização, Paisagem e Identidade das Elites Romano-Bretãs: Um estudo a partir das villae do Sudoeste da Britannia (séc. IV)
TítuloMonumentalização, Paisagem e Identidade das Elites Romano-Bretãs: Um estudo a partir das villae do Sudoeste da Britannia (séc. IV)
Autor
Brunno Oliveira AraujoOrientador(a)
Adriene Baron TaclaData de Defesa
2022-12-16Nivel
DoutoradoPáginas
479Volumes
2Banca de DefesaAdriene Baron TaclaAlexandre Carneiro Cerqueira LimaAlexandre Santos de MoraesMonica SelvaticiVagner Carvalheiro Porto
ResumoEsta tese trata do processo de monumentalização rural ocorrida no sudoeste da província romana da Britannia no séc. IV d.C., com a construção, expansão de villae e com grande investimento decorativo, em especial de mosaicos. Partindo de uma abordagem biográfica da Materialidade, propomos uma análise cronológica e iconográfica da arquitetura e decoração a fim de discutir as motivações por trás desse investimento, seu impacto na paisagem rural e suas ligações com a identidade e práticas políticas das elites romanobretãs em escala local e global, dentro do contexto da história política provincial e o universo administrativo romano pós Reformas Constantinianas.
-
2022-12
"O pessoal é político". Uma reflexão sobre a Segunda Onda do Feminismo e a constituição da subjetividade feminina
Título"O pessoal é político". Uma reflexão sobre a Segunda Onda do Feminismo e a constituição da subjetividade feminina
Autor
Caroline Pereira Barros AraujoOrientador(a)
Renata Torres SchittinoData de Defesa
2022-12-15Nivel
MestradoPáginas
151Volumes
1Banca de DefesaGláucia Lelis AlvesJorgetânia da Silva FerreiraRenata Torres Schittino
ResumoEsta dissertação tem o objetivo de discutir a constituição do Sujeito mulher. O recorte
cronológico determinado é o final da década de 1960 e toda a década de 1970, período
em que se dá a chamada Segunda Onda do Feminismo. Isto porque, durante essa fase, as
teorias feministas tinham a preocupação de analisar a constituição do Sujeito mulher.
Seguindo esta linha, livros de expoentes do feminismo dessa época, como a filósofa
Simone de Beauvoir e a militante feminista Juliet Mitchel serão analisados, buscando
mapear os (des) encontros entre o feminismo e a psicanálise. Neste sentido, entende-se
que a teoria freudiana contribui para a compreensão da sociedade capitalista e patriarcal,
representando uma ferramenta necessária, para que o movimento feminista alcance a
emancipação feminina e a liberdade. Dessa forma, as mulheres seriam capazes de se
constituir enquanto Sujeito econômico, político e social: sujeito de si. Para desenvolver
esta ideia, se perpassará pelo estabelecimento e pela instituição do patriarcado, de modo
que seja possível observar de que forma aquilo que é considerado feminino foi subjugado
pelo domínio masculino, de acordo com a análise da historiadora Gerda Lerner. Partindo
do entendimento de que a ideologia patriarcal determina os ideais de feminilidade e de
masculinidade, procura-se refletir de que forma esses padrões afetam a constituição
subjetiva de homens e mulheres, utilizando como base teórica os princípios psicanalíticos
freudianos. Tendo em vista a contestação tanto do patriarcado quanto do capitalismo –
que engloba as relações patriarcais em sua própria lógica para gerar mais-valia –, e com
base na perspectiva filosófica de Herbert Marcuse, na qual o feminismo socialista possui
um potencial transcendental, procura-se apontar a importância do movimenta feminista
para romper com as estruturas capitalistas e patriarcais, buscando uma transformação das
instituições, das necessidades e dos valores sociais, na tentativa de construir uma nova
sociedade, visando a liberdade.
-
2022-12
COSMOGRAFIA CUNHÃ / KUÑA KOSMOGRAFIE: AS REPRESENTAÇÕES DAS MULHERES INDÍGENAS NA HISTÓRIA DO LIVRO DE HANS STADEN ENTRE TRADUÇÕES, INTERPRETAÇÕES E OUTRAS RELEITURAS, DA EUROPA DA ÉPOCA MODERNA AO BRASIL CONTEMPORÂNEO (XVI-XX)
TítuloCOSMOGRAFIA CUNHÃ / KUÑA KOSMOGRAFIE: AS REPRESENTAÇÕES DAS MULHERES INDÍGENAS NA HISTÓRIA DO LIVRO DE HANS STADEN ENTRE TRADUÇÕES, INTERPRETAÇÕES E OUTRAS RELEITURAS, DA EUROPA DA ÉPOCA MODERNA AO BRASIL CONTEMPORÂNEO (XVI-XX)
Autor
Andressa Inácio de Oliveira BonattoOrientador(a)
Elisa Frühauf GarciaData de Defesa
2022-12-12Nivel
MestradoPáginas
283Volumes
Banca de DefesaElisa Frühauf GarciaLuciana Villas Bôas Castelo BrancoRodrigo Nunes Bentes Monteiro
ResumoO livro de Hans Staden, Warhaftige Historia und Beschreibung (1557), tem uma prolífica
história editorial, que se estende da Europa da Época Moderna ao Brasil Contemporâneo.
O protagonismo indígena feminino latentemente representado na obra foi pouco estudado
pela historiografia. A dissertação buscou preencher tal lacuna entrecruzando, na análise,
história das mulheres indígenas, história do livro, sociologia dos textos e ciência das
imagens. A Cosmografia mapeou as transformações históricas do universo particular de
representações sobre as cunhãs (mulheres, em tupi-guarani) cunhadas no livro de Hans
Staden. Analisaram-se as informações textuais e gráficas específicas de diferentes
edições, traduções e interpretações dos dados do livro na longa duração temporal.
Argumenta-se que a espetacularização da nudez antropofágica, sequencial ao longo da
história do livro, suplantou uma série de atividades femininas de produção econômica e
reprodução cultural essenciais aos grupos indígenas e europeus envolvidos na guerra
colonial da costa brasílica quinhentista. Neste contexto, tais atividades foram
fundamentais tanto às dinâmicas culturais nativas quanto às relações interétnicas e de
gênero. Concluiu-se que os intérpretes do livro (editores, tradutores e intelectuais)
suprimiram as dimensões do protagonismo indígena feminino, a despeito de seu aspecto
multifacetado. Em última instância, nas (re)leituras do livro de Hans Staden, observou-se
que as escolhas pela limitação ou complexificação do universo representacional em
questão grafam diferentes formas de recepção da agência indígena feminina.
-
2022-12
CHICHICO ALKMIM NO IMS: UM ESTUDO DE CASO SOBRE FOTOGRAFIA E AGENCIAMENTO
TítuloCHICHICO ALKMIM NO IMS: UM ESTUDO DE CASO SOBRE FOTOGRAFIA E AGENCIAMENTO
Autor
Bruna Gonçalves de AraujoOrientador(a)
Ana Maria Mauad de Sousa Andrade EssusData de Defesa
2022-12-08Nivel
MestradoPáginas
175Volumes
1Banca de DefesaAna Maria Mauad de Sousa Andrade EssusHelouise Lima CostaPaulo Knauss de Mendonça
ResumoEste estudo teve como principal objetivo explorar a incorporação e divulgação do arquivo do
fotógrafo Chichico Alkmim (1886-1978) pelo Instituto Moreira Salles, em 2015. Por meio
desse processo, que foi analisado a partir da entrada do arquivo no espaço público em 1978, até
a sua incorporação no IMS e os modos como o Instituto vem promovendo a sua divulgação, foi
possível explorar questões referentes aos projetos do IMS hoje em relação à sua atuação na área
de fotografia. Ainda, foi possível identificar aspectos referentes à relação entre a fotografia e os
institutos de patrimônio. Para isso, analisamos textos oficiais do Instituto, livros publicados a
partir do arquivo de Alkmim e das escolhas curatoriais da exposição Chichico Alkmim,
fotógrafo, de 2017, desenvolvida com curadoria de Eucanaã Ferraz, no intuito de compreender
os processos de legitimação desse fotógrafo no espaço público contemporâneo. Além do mais,
as fontes orais constituem parte importante da pesquisa, com entrevistas realizadas tanto com
familiares do fotógrafo (Fernando e Verônica Alkmim) quanto com funcionários vinculados ao
Instituto Moreira Salles e que, de algum modo (mesmo que indiretamente), participaram do
processo de incorporação do arquivo de Alkmim (como Sérgio Burgi, coordenador de
fotografia da instituição, e Flávio Pinheiro, antigo diretor do IMS). A valorização do gênero
retrato, a trajetória do IMS em termos de fotografia, a questão da presença negra nas imagens
do fotógrafo Chichico Alkmim, as escolhas da curadoria em relação à exposição e a sua
recepção pelo público, as ideias de cânone e vernáculo na fotografia, tendo, claro, o estudo de
caso do agenciamento do arquivo de Alkmim como ponto central, foram elementos que
exploramos ao longo deste trabalho.
-
2022-12
DA LENTIDÃO QUE NOS AFETA: Historiografia e Temporalidade em A Construção da Ordem. Teatro de Sombras e em O Tempo Saquarema
TítuloDA LENTIDÃO QUE NOS AFETA: Historiografia e Temporalidade em A Construção da Ordem. Teatro de Sombras e em O Tempo Saquarema
Autor
Vânia do Carmo RochaOrientador(a)
Francine IegelskiData de Defesa
2022-12-05Nivel
DoutoradoPáginas
283Volumes
1Banca de DefesaFrancine IegelskiFrancisco Gouvea de SousaLucia Maria Bastos Pereira Das NevesRebeca Gontijo TeixeiraTâmis Peixoto Parron
ResumoEste trabalho dedica-se a analisar duas obras fundamentais para o estudo das relações políticas
no século XIX brasileiro, trata-se de A Construção da Ordem. Teatro de Sombras, de José
Murilo de Carvalho, e de O Tempo Saquarema, de Ilmar Rohloff de Mattos. No caso da
primeira, o percurso que deu origem ao texto que hoje interessa se inicia em 1975, seguindo até
a versão que é aqui analisada, a edição de 2003. A tese de doutoramento defendida por José
Murilo de Carvalho, em 1975, na Stanford University, de título Elite and state – Building in
imperial Brazil, foi produto de um longo período de estudos naquela instituição, desde 1966,
agregando mestrado e doutorado, a obra de Carvalho analisada é produto dessa tese. A obra de
Mattos foi originalmente apresentada como tese de doutoramento, em 1985, ao Departamento
de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São
Paulo, sendo, em seguida, publicada. O Tempo Saquarema recebeu o Prêmio Literário
Nacional-Gênero História, em 1986. A versão analisada aqui é a sexta edição, publicada em
2011. As décadas que marcam os percursos dessas obras até a atualidade deixam ver mudanças
políticas emergentes a partir da redemocratização, e acabam por apontar para uma
ressignificação do papel do Estado e seus dirigentes. Estes livros são considerados com base
em algumas questões: do problema da representatividade; do mote dos monopólios hoje
travestidos em privilégios; a natureza e o alcance do Estado; da narrativa e das circunscrições
teóricas dos dois textos. Sendo assim, esse embasamento permitiu pensar como a construção
do Estado imperial ainda levanta indagações, e o que, tanto a elite política imperial, como os
Saquaremas, revelam sobre seu tempo, acerca do tempo em que foram analisados e a respeito
do tempo atual.
-
2022-12
VIDA CARA, AGITAÇÃO COMUNISTA: O PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL E A LUTA CONTRA A CARESTIA DE VIDA NO RIO DE JANEIRO (1951-1954)
TítuloVIDA CARA, AGITAÇÃO COMUNISTA: O PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL E A LUTA CONTRA A CARESTIA DE VIDA NO RIO DE JANEIRO (1951-1954)
Autor
Rodrigo Lourenço OliveiraOrientador(a)
Paulo Cruz TerraData de Defesa
2022-12-05Nivel
MestradoPáginas
186Volumes
1Banca de DefesaCarlos Zacarias Figuerõa de Sena JúniorPaulo Cruz TerraRafael Vaz da Motta Brandão
ResumoO presente trabalho busca compreender o uso político da temática da carestia de vida pelo
Partido Comunista do Brasil (PCB) durante o governo democrático de Getúlio Vargas (1951-
1954). A partir da análise da radicalização política da agremiação, consolidada no Manifesto
de Agosto (1950), busca-se investigar como a mesma se traduziu nas páginas do noticiário
carioca Imprensa Popular, principal diário comunista do então Distrito Federal. Procura-se
ainda examinar como o partido lidou com as questões de gênero que perpassam tal questão,
com destaque para a atuação de associações femininas como a Associação Feminina do
Distrito Federal (AFDF) e a Federação de Mulheres do Brasil (FMB).
-
2022-11
AGIL FOTOJORNALISMO: Engajamento Político e Prática Fotográfica no Brasil, Década de 1980
TítuloAGIL FOTOJORNALISMO: Engajamento Político e Prática Fotográfica no Brasil, Década de 1980
Autor
Luciano Gomes de Souza JúniorOrientador(a)
Ana Maria Mauad de Sousa Andrade EssusData de Defesa
2022-11-25Nivel
DoutoradoPáginas
291Volumes
1Banca de DefesaAna Maria Mauad de Sousa Andrade EssusCharles MonteiroErika Cazzonatto ZerwesSamantha Viz QuadratSilvana Louzada da Silva
ResumoA presente pesquisa aborda a trajetória da AGIL Fotojornalismo, agência de fotógrafos independentes fundada em Brasília no início dos anos 1980. O foco concentra-se na produção fotográfica, na trajetória dos fotógrafos e na história da agência. Seu eixo é o estudo de processos indissociáveis: a afirmação de uma fotografia brasileira nos anos 1980: e, as transformações ocorridas com os anos finais da ditadura civil-militar no Brasil e o processo de redemocratização da sociedade brasileira. Preocupa-se em refletir sobre o movimento das agências de fotografia como iniciativa associada ao processo de profissionalização dos fotojornalistas, o engajamento dos fotógrafos na criação e recuperação de sindicatos e associações de classe e a elaboração pela Funarte (Fundação Nacional de Arte) de uma política nacional em prol da fotografia, encampada pelo então ministério da Educação e Cultura (MEC).
-
2022-11
NA TRAMA POLÍTICA DA HEGEMONIA DO AGRONEGÓCIO: TRANSFORMAÇÕES E CONEXÕES A PARTIR DO BRASIL E DA ARGENTINA
TítuloNA TRAMA POLÍTICA DA HEGEMONIA DO AGRONEGÓCIO: TRANSFORMAÇÕES E CONEXÕES A PARTIR DO BRASIL E DA ARGENTINA
Autor
Afonso Henrique de Menezes FernandesOrientador(a)
Sonia Regina de MendonçaData de Defesa
2022-11-25Nivel
DoutoradoPáginas
634Volumes
2Banca de DefesaDemian Bezerra de MeloJorge Osvaldo RomanoSonia Regina de MendonçaValdemar João Wesz JuniorVirginia Maria Gomes de Mattos Fontes
ResumoO objetivo desta tese é compreender as transformações e conexões políticas,
econômicas, sociais e simbólicas entre lideranças políticas, acadêmicas e empresariais do
agronegócio brasileiro e argentino, que levaram à constituição de uma mesma trama política
composta por uma miríade de diversas formas de organização responsáveis pela disputa econstrução da hegemonia do agronegócio no Brasil, na Argentina e em seus vizinhos sul-
americanos. Conforme a literatura acadêmica crítica tem indicado, a afirmação deste modeloprodutivo a partir da década de 1990 supôs não somente profundas transformações
econômicas, como também de ordem sócio-política, que mudaram o mapa institucional do
campo de representação de grandes proprietários, produtores e empresários rurais e de seu
campo científico correspondente. Para tanto, foi realizado o estudo de três conjuntos de
aparelhos privados de hegemonia que protagonizaram este processo e foram fundados ao
longo das últimas três décadas (1990 – 2020). O primeiro conjunto se refere às principais
associações que foram anunciadoras do "paradigma do agronegócio" em seus países: a
Associação Brasileira de Agribusiness (ABAG) e a Asociación Argentina de Productores en
Siembra Directa (AAPRESID). Em segundo lugar, foram estudados dois dos mais
importantes programas de pós-graduação em agribusiness, responsáveis em grande medida
pela estruturação de um campo de estudos científicos especificamente voltado para esta
temática: o PENSA – Centro de Conhecimentos do Agronegócio, vinculado à Universidade
de São Paulo, e o PAA – Programa de Agronegócios y Alimentos, vinculado à Universidade
de Buenos Aires. Em seguida, a partir dos dois primeiros estudos, foi analisado um terceiro
conjunto de redes de articulação internacional que, com diferentes objetivos, têm conectado
as lideranças da ABAG e do PENSA, no Brasil, com os representantes da AAPRESID e do
PAA, na Argentina, bem como com outras empresas, governos e organizações identificadas
com o modelo do agronegócio no plano internacional. Para desenvolver estes estudos foi
estabelecido o diálogo com o referencial gramsciano de hegemonia, com a teoria do poder
simbólico de Pierre Bourdieu e com a perspectiva de Florestan Fernandes sobre o caráter
histórico da associação (econômica, política, cultural) subordinada das classes dominantes
nacionais latino-americanas com o capital internacional. Além disso, foi realizada uma
revisão bibliográfica sobre temas correlatos e uma pesquisa a partir de consulta ao seguinte
corpo documental: publicações institucionais das empresas, associações, pós-graduações,
governos e lideranças analisados; levantamentos de imprensa (nos grandes meios e em
publicações especializadas); currículos de dirigentes e professores do agribusiness; e
entrevistas de algumas lideranças publicadas em meios acadêmicos e de imprensa. Assim,
revelou-se uma complexa trama política dedicada não somente à expansão produtiva e
geográfica de cadeias globais de produção agroindustrial, como também à afirmação política,
social e simbólica do modelo do agronegócio no Cone Sul, partilhando de agendas,
estratégias políticas, discursos e visões de mundo em comum e buscando "universalizá-los"
como vontade coletiva de "todos".
-
2022-11
OPERÁRIOS(AS) ORGANIZADOS(AS): mutualismo operário, classe trabalhadora e as conexões das sociedades mutualistas no Meio-Norte do Brasil (1880 – 1922)
TítuloOPERÁRIOS(AS) ORGANIZADOS(AS): mutualismo operário, classe trabalhadora e as conexões das sociedades mutualistas no Meio-Norte do Brasil (1880 – 1922)
Autor
Leôndidas Freire Silva JúniorOrientador(a)
Paulo Cruz TerraData de Defesa
2022-11-23Nivel
DoutoradoPáginas
Volumes
Banca de DefesaMarcelo Badaró MattosPaulo Cruz TerraRafael Maul de Carvalho CostaTiago Bernardon de OliveiraValério Rosa de Negreiros
Resumo
-
2022-11
Mães da Misercórdia: a roda dos expostos e a manutenção da ordem social em Salvador (século XVIII)
TítuloMães da Misercórdia: a roda dos expostos e a manutenção da ordem social em Salvador (século XVIII)
Autor
Nathali Hipólito SilvaOrientador(a)
Georgina Silva Dos SantosData de Defesa
2022-11-18Nivel
MestradoPáginas
162Volumes
1Banca de DefesaGeorgina Silva Dos SantosLuciana Mendes GandelmanRenato Júnio Franco
ResumoEsta dissertação discorre sobre a história feminina, no período colonial, sob a ótica do abandono
de crianças na Roda dos Expostos de Salvador. Os objetos deixados junto a estas crianças e
descritos nos livros de matrícula dos enjeitados demonstram que nem todos os recém-nascidos
foram abandonados por causas econômicas, pois muitos chegaram à Santa Casa portando
enxovais completos contendo artigos de luxo, peças de seda, tafetá, além de itens em ouro e
prata, revelando a riqueza de sua casa. Desse modo, buscou-se observar o fenômeno do
abandono por intermédio dos códigos de conduta pensados pela Igreja e pelo Estado para o sexo
feminino a fim de garantir a ordem social. Os diferentes grupos de mulheres ocupavam papéis
distintos no seio da sociedade colonial, podendo ser utilizadas na transmissão do patrimônio,
através dos filhos nascidos de uniões sacramentadas, estabelecidas pelo mercado matrimonial,
ou servir aos homens que delas faziam uso no exercício de sua masculinidade. Neste sentido, o
primeiro grupo de mulheres deveria preservar a honra de sua casa, ao passo que outros grupos,
de mulheres consideradas sem honra ou desonradas, eram constituídos, em sua maioria, de
mulheres de cor que pertenciam à elite colonial. A maioria branca e parda entre os enjeitados
de Salvador revela uma complexa estrutura social permeada por ideais de moralidade que
intencionavam a manutenção da ordem social.