Dissertações e Teses
  • 2010-04 "O Conselho de Estado no tempo de D. Pedro I": um estudo da política e da sociedade no Primeiro Reinado (1826 - 1831)
    Título
    "O Conselho de Estado no tempo de D. Pedro I": um estudo da política e da sociedade no Primeiro Reinado (1826 - 1831)
    Autor
    Eder da Silva Ribeiro
    Orientador(a)
    Carlos Gabriel Guimarães
    Data de Defesa
    2010-04-14
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    199
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Carlos Gabriel Guimarães
    Gladys Sabina Ribeiro
    Maria Fernanda Vieira Martins
    Théo Lobarinhas Piñeiro

    Resumo
    Este trabalho trata do papel que teve o Conselho de Estado ao longo do reinado de D. Pedro I. Criada com o objetivo de auxiliar o monarca no uso das atribuições do Poder Moderador, a instituição se mostrou um espaço privilegiado para o exercício da dominação política e para a reiteração das hierarquias sociais, sobretudo na medida em que possibilitou aos seus membros reproduzirem no interior do Estado uma antiga prática institucional baseada nos relacionamentos diversos de caráter pessoais. Apreendendo as origens e as trajetórias individuais dos conselheiros, bem como as redes sociais das quais eram provenientes, o estudo procurou contribuir tanto para um melhor entendimento das esferas mais básicas do jogo político existente no Primeiro Reinado, quanto para a compreensão dos embates parlamentares que contribuíram decisivamente para a abdicação do primeiro Imperador.


  • 2010-04 Negócios de Minas: Família, fortuna, poder e redes de sociabilidades nas Minas Gerais — A Família Ferreira Armonde (1751-1850)
    Título
    Negócios de Minas: Família, fortuna, poder e redes de sociabilidades nas Minas Gerais — A Família Ferreira Armonde (1751-1850)
    Autor
    Antônio Henrique Duarte Lacerda
    Orientador(a)
    Carlos Gabriel Guimarães
    Data de Defesa
    2010-04-13
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    504
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Afonso de Alencastro Graça Filho
    Ângelo Alves Carrara
    Carlos Gabriel Guimarães
    Cezar Teixeira Honorato
    João Luís Ribeiro Fragoso
    Sheila Siqueira de Castro Faria
    Théo Lobarinhas Piñeiro

    Resumo
    Este texto discute questões concernentes à atuação de uma das mais ricas, influentes e poderosas família de Minas Gerais – os Ferreira Armonde, entre os anos 1751-1850. Esta família foi o fio condutor a partir do qual busquei compreender a formação e atuação das redes de sociabilidades – familiares, econômicas, sociais e políticas – estabelecidas pelos abastados fazendeiros/comerciantes das Minas Gerias e suas relações com a praça comercial do Rio de Janeiro. A partir dela discuti o comércio de cargas, de poaia, de café e de negros estabelecidos entre os fazendeiros/comerciantes com os comissários do Rio de Janeiro; as atividades de prestamistas e a prática da troca de favores ("economia do dom"); a formação dos laços de compadrio familiar e consangüíneo. Analisei, também, o poder emanado e construído a partir do poderio econômico e a atuação política dos Armonde em sua localidade, na província e na Corte.


  • 2010-04 Reorganização política Nortenha: O processo de formação do Reino das Astúrias (Dos séculos VIII ao X).
    Título
    Reorganização política Nortenha: O processo de formação do Reino das Astúrias (Dos séculos VIII ao X).
    Autor
    Bruno de Melo Oliveira
    Orientador(a)
    Mário Jorge da Motta Bastos
    Data de Defesa
    2010-04-12
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    344
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Andréia Cristina Lopes Frazão da Silva
    Edmar Checon de Freitas
    Leila Rodrigues da Silva
    Lívia Lindóia Paes Barreto
    Maria do Carmo Parente Santos
    Mário Jorge da Motta Bastos
    Renata Rodrigues Vereza
    Roberto Godofredo Fabri Ferreira

    Resumo
    A intenção central desta pesquisa é analisar a constituição do Reino das Astúrias entre os anos 711 e 910, identificando sua estruturação enquanto entidade político-territorial surgida após a fragmentação do Reino Visigodo de Toledo. Intentaremos constatar que o reino nortenho não foi tão somente a continuidade da realidade precedente, nem tampouco uma ruptura radical, mas algo que conjugou tradição e renovação política. Para isto, concentramo-nos nos primeiros passos do nascente reino e na identificação da relação entre a sua monarquia e setores aristocráticos laicos e religiosos, grupos que cooperavam imediatamente com as ações perpetradas pelos jovens reis asturianos ou que resistiam aos desígnios destes. Além destas referências contidas no interior do território que veio a pertencer aos soberanos asturianos, agregamos ainda um fator de não pouca importância: a pressão exercida pelos exércitos emirais. Portanto, a interação de elementos internos e externos delimitou também a construção política nortenha. Trabalhando com fontes narrativas latinas e muçulmanas, documentação notarial e epigráfica, procuramos rastrear as transformações, desde a revolta de Pelágio, em 718, até o final do reinado de Afonso III, em 910.


  • 2010-04 Formas de Apreensão do Espaço em Portugal no Contexto da Expansão Ultramarina(séculos XV-XVI)
    Título
    Formas de Apreensão do Espaço em Portugal no Contexto da Expansão Ultramarina(séculos XV-XVI)
    Autor
    Álvaro Mendes Ferreira
    Orientador(a)
    Mário Jorge da Motta Bastos
    Data de Defesa
    2010-04-12
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    118
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Ciro Flamarion Santana Cardoso
    Edmar Checon de Freitas
    Leila Rodrigues da Silva
    Mário Jorge da Motta Bastos
    Therezinha Barcellos Baumann Zavataro

    Resumo
    A partir do século XIII em particular a Europa começa a experimentar um grande desenvolvimento no pensamento abstrato, cujos resultados mais conspícuos foram o surgimento de formas de conceptualizar a realidade a partir de relações matemáticas. Em parte imbuídos desse espírito, em parte por necessidade pratica, os mareantes portugueses de meados do século XV foram levados a desenvolverem uma navegação astronômica. Estudaremos as implicações do surgimento da especialidade abstrata (processo lento, multissecular e, pela própria definição, interminável) na pratica discursiva do império ultramarino português durante os séculos XV e XVI.


  • 2010-04 Trajetórias Intelectuais no Exílio: Adolfo Casais Monteiro, Jorge de Sena e Vítor Ramos (1954-1974)
    Título
    Trajetórias Intelectuais no Exílio: Adolfo Casais Monteiro, Jorge de Sena e Vítor Ramos (1954-1974)
    Autor
    Fábio Ruela de Oliveira
    Orientador(a)
    Adriana Facina Gurgel do Amaral
    Data de Defesa
    2010-04-12
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    267
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Adriana Facina Gurgel do Amaral
    Douglas Mansur da Silva
    Gelsom Rozentino de Almeida
    Hélvio Alexandre Mariano
    Magali Gouveia Engel
    Renato Luís do Couto Neto E Lemos

    Resumo
    Esse estudo analisa a trajetória intelectual de três professores e críticos literários portugueses antissalazaristas que se exilaram no Brasil entre 1954 e 1974. A atuação de Adolfo Casais Monteiro, Jorge de Sena e Vítor Ramos foi significativa no âmbito das Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras (FFCLs) públicas paulistas, no grupo de oposição ao fascismo português e no "Suplemento Literário" do jornal O Estado de S. Paulo. Além de exercerem as atividades de professores, ensaístas e poetas, reuniram-se e militaram no jornal Portugal Democrático, destacado instrumento de luta contra o salazarismo – a ditadura mais longa do século XX. A tese de que foram "intelectuais orgânicos" (GRAMSCI) contra hegemônicos se fundamenta a partir da biografia de militantes antifascistas e por seus ensaios e livros, que igualmente configuraram um canal de difusão do marxismo na crítica literária de língua portuguesa. A situação e a experiência do exílio propiciaram-lhes as condições para a elaboração de suas obras e para a militância antissalazarista e anticapitalista. Quanto ao material consultado para esse trabalho destaca-se a Coleção Portugal Democrático (1956-1975 / 205 edições), os depoimentos orais e as obras de cada um dos três, cujas trajetórias constituem um capítulo da história intelectual e cultural coetâneas de Brasil e Portugal.


  • 2010-03 Partidos, Candidatos e Eleitores: O Rio Grande do Norte em campanha política (1945-1955)
    Título
    Partidos, Candidatos e Eleitores: O Rio Grande do Norte em campanha política (1945-1955)
    Autor
    Jailma Maria de Lima
    Orientador(a)
    Angela Maria de Castro Gomes
    Data de Defesa
    2010-03-31
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    310
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Almir de Carvalho Bueno
    Angela Maria de Castro Gomes
    Giselle Martins Venancio
    Jorge Luiz Ferreira
    Maria de Lourdes Monaco Janoti
    Marly Silva da Motta
    Raimundo Nonato Araújo da Rocha

    Resumo
    Esta tese acompanha as dinâmicas das campanhas eleitorais ocorridas no estado do Rio Grande do Norte, entre 1945 e 1955, considerando partidos políticos, candidatos, eleitores e Justiça Eleitoral como seus atores principais. Como fontes utilizamo-nos da imprensa escrita publicada no estado, considerada também um ator político, já que os jornais apresentavam opção político-partidária bastante evidente. Assim, a partir de referenciais teóricos ligados à Nova História Política e Cultural, ao longo do texto, dialogamos com a literatura norte-riograndense produzida sobre o período abordado, em especial a memorial. Momento importante da experiência democrática brasileira, o período foi vivenciado no estado de forma intensa, ocorrendo então a ampliação do número de eleitores e de partidos políticos; além do desenvolvimento de estratégias de propaganda política para atrair o voto dos eleitores. Estes passaram a ocupar o espaço público e a vivenciar e participar das campanhas eleitorais.


  • 2010-03 "Para a maior Glória de Deus e serviço do Reino": As cartas jesuíticas no contexto da resistência ao domínio holândes no Brasil do século XVII
    Título
    "Para a maior Glória de Deus e serviço do Reino": As cartas jesuíticas no contexto da resistência ao domínio holândes no Brasil do século XVII
    Autor
    Mário Fernandes Correia Branco
    Orientador(a)
    Ronaldo Vainfas
    Data de Defesa
    2010-03-30
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    294
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Angelo Adriano Faria de Assis
    Célia Cristina da Silva Tavares
    Charlotte de Castelnau Dessenault de Lestoile
    Elisa Frühauf Garcia
    Maria Regina Celestino de Almeida
    Ronald José Raminelli
    Ronaldo Vainfas

    Resumo
    Tendo como pano de fundo o período que passou à história do Brasil com o título generalizante de ‘Invasões Holandesas’, e apresentando uma dimensão pouco conhecida da abrangência alcançada pelas cartas jesuíticas, esta tese pretende identificar as especificidades da rede de informações desenvolvida pelos missionários da Companhia de Jesus entre 1624 e 1640 na luta contra as tropas da West-Indische Compagnie. Por conseguinte, trata-se de verificar se durante aqueles anos as cartas dos jesuítas cumpriram, de fato, um papel mais amplo do que o de simples missivas institucionais, tornando-se as ferramentas primordiais de um serviço de coleta e difusão de informações estratégicas e militares, que muitas vezes atuou infiltrado nas áreas dominadas pelos calvinistas


  • 2010-03 A Ação Popular e a Questão do Humanismo: das origens cristãs ao marxismo (1963-1973)
    Título
    A Ação Popular e a Questão do Humanismo: das origens cristãs ao marxismo (1963-1973)
    Autor
    Hugo Villaça Duarte
    Orientador(a)
    Marcelo Badaró Mattos
    Data de Defesa
    2010-03-30
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    133
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Edson Teixeira da Silva Jr.
    Marcelo Badaró Mattos
    Renato Luís do Couto Neto E Lemos
    Virginia Maria Gomes de Mattos Fontes

    Resumo
    Este trabalho discute a trajetória política da Ação Popular, na década de 1960 e no início dosanos 1970, e apresenta uma análise crítica sobre as formulações elaboradas pela organizaçãoacerca da concepção filosófica humanista. Contando inicialmente com a participaçãomajoritária de militantes oriundos da Juventude Universitária Católica, a Ação Popular foifundada em 1963, reivindicando-se como uma organização não-confessional e revolucionária.A partir da segunda metade da década de 1960, a Ação Popular reformulou seus projetospolíticos e procurou afirmar-se como uma organização marxista. No período em questão, aintervenção política da organização esteve pautada por elementos do humanismo cristão, daperspectiva humanista do marxismo e, inclusive, da controversa tese anti-humanista dofilósofo francês Louis Althusser.


  • 2010-03 A atuação dos monges Irlandeses na Gália Merovíngia: 590- 650 d.C. Uma comparação entre a Vita Amandi e a Vita Columban
    Título
    A atuação dos monges Irlandeses na Gália Merovíngia: 590- 650 d.C. Uma comparação entre a Vita Amandi e a Vita Columban
    Autor
    Lílian Salaber Souza E Silva
    Orientador(a)
    Edmar Checon de Freitas
    Data de Defesa
    2010-03-29
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    207
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Edmar Checon de Freitas
    Leila Rodrigues da Silva
    Mário Jorge da Motta Bastos
    Roberto Godofredo Fabri Ferreira

    Resumo
    Este trabalho investiga a Vita Columbani de Jonas de Bobbio e a Vita Amandi, cujo autor é desconhecido, estabelecendo uma comparação entre os textos com base na metodologia da análise de conteúdo. A análise busca situar as opções estilísticas presentes em cada texto nas tradições de escrita hagiográfica irlandesa e gaulesa, as quais foram relacionadas ao contexto da atuação dos monges irlandeses na Gália merovíngia da primeira metade do século VII. Dentre estes o que alcançou maior destaque foi São Columbano, homem que, tendo chegado à Gália em 590 d.C., desde logo estabeleceu relações diretas com as casas reais merovíngias. Sua inserção no ambiente aristocrático atraiu discípulos francos que em breve se lançaram a pregar, fundar mosteiros afiliados à linha irlandesa e/ou patrociná-los, instaurando assim uma nova fase na história monástica gaulesa altomedieval. Santo Amando, um dos principais nomes desta geração, representa bem esta tendência, motivo pelo qual ficou conhecido como "o bispo viajante".


  • 2010-03 Marechal Henrique Teixeira Lott: A opção das esquerdas
    Título
    Marechal Henrique Teixeira Lott: A opção das esquerdas
    Autor
    Karla Guilherme Carloni
    Orientador(a)
    Daniel Aarão Reis Filho
    Data de Defesa
    2010-03-29
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    251
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Celso Castro
    Daniel Aarão Reis Filho
    Marco Antonio Villela Pamplona
    Marieta de Moraes Ferreira
    Norberto Osvaldo Ferreras
    Orlando de Barros
    Paulo Ribeiro Rodrigues da Cunha

    Resumo
    Marechal Henrique Duffles Teixeira Lott foi ministro da Guerra durante os anos de 1955 e 1959. No período em que ocupou o ministério liderou o contragolpe de 11 de Novembro de 1955 e foi responsável pela manutenção de Juscelino Kubitschek no poder. Sua carreira política e militar foi associada a ideais de legalidade, democracia e nacionalismo. As esquerdas da época, tanto militar quanto civil, escolheram o velho oficial como representantes de suas aspirações de uma sociedade mais igualitária e justa e um Brasil economicamente independente. Sua popularidade levou a candidatura à presidência da República, em 1960. O resgate da biografia política do marechal Henrique Lott ajuda a entender construção da identidade do Exército brasileiro durante o século XX e esclarece a existência de um grupo de militares com identidade alternativa à tradicional imagem construída do militar brasileiro, principalmente após o Golpe Civil Militar de 1964.


  • 2010-03 A "Utopia Estético-Política" da Arte: A arte como parte da estratégia revolucionária na obra de Mario Pedrosa
    Título
    A "Utopia Estético-Política" da Arte: A arte como parte da estratégia revolucionária na obra de Mario Pedrosa
    Autor
    Larissa Costard Soares
    Orientador(a)
    Adriana Facina Gurgel do Amaral
    Data de Defesa
    2010-03-29
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    148
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Adriana Facina Gurgel do Amaral
    Magali Gouveia Engel
    Marcelo Badaró Mattos
    Victor Hugo Adler Pereira

    Resumo
    A obra de Mario Pedrosa, intelectual e ativista político, tem na produção atual pouquíssima expressão, fato curioso quando tomamos conhecimento da trajetória e do prestígio do crítico em seu período de atuação. O objetivo desta dissertação é entender as conexões entre sua militância como crítico de arte com a participação nas organizações políticas, concebendo assim a visão de mundo do autor de uma maneira coesa. Divulgador de um marxismo arejado e com idéias bastante inovadoras para os meios em que circulava, Mario Pedrosa não se intimidou em compor com a arte sua estratégia revolucionária. O intuito é, portanto, entender como a obra de arte passa a fazer parte da estratégia revolucionária do crítico, de maneira constitutiva, sem que este precisasse abandonar as outras formas de militância.


  • 2010-03 Dinâmica social e estratégias indígenas: Disputas e alianças no Aldeamento do Ipanema, em Águas Belas, Pernambuco. (1860-1920)
    Título
    Dinâmica social e estratégias indígenas: Disputas e alianças no Aldeamento do Ipanema, em Águas Belas, Pernambuco. (1860-1920)
    Autor
    Mariana Albuquerque Dantas
    Orientador(a)
    João Pacheco de Oliveira Filho
    Data de Defesa
    2010-03-26
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    157
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Elisa Frühauf Garcia
    Hebe Maria da Costa Mattos Gomes de Castro
    João Pacheco de Oliveira Filho
    Márcia Fernanda Ferreira Malheiros
    Maria Regina Celestino de Almeida
    Vania Maria Losada Moreira

    Resumo
    Este trabalho traz uma análise que enfoca as redes de relacionamentos entre índios e não-índios durante e após o processo de extinção do Aldeamento do Ipanema, entre as décadas de 1860 e 1920. Os índios Carnijó, habitantes do referido aldeamento, valeram-se de estratégias variadas para interferirem nos rumos políticos da localidade e na administração de suas terras, no mesmo período em que várias autoridades locais e provinciais construíam uma imagem de mestiçagem dos índios e abandono das aldeias. Num caminho contrário a esse discurso que prioriza categorias generalizantes, torna-se fundamental abordar os vários processos de mistura pelos quais os índios que habitavam a região entre o rio Ipanema e a serra do Comunati (atual município de Águas Belas) passaram no período colonial, bem como a reelaboração de suas culturas e identidades. Durante o século XIX, os Carnijó continuaram a refabricar suas identidades, a articular alianças interétnicas e também a se apropriar de instrumentos legais da administração imperial para fazer suas reivindicações alcançarem diversas autoridades. A permanência do grupo no território do extinto aldeamento do Ipanema e as suas relações com a sociedade não-indígena águas-belense sugerem a existência de elementos de coesão que possibilitaram o seu reconhecimento frente ao Estado no início do século XX. Assim, a análise da dinâmica social que envolve dois movimentos aparentemente contraditórios, a extinção do aldeamento e o posterior reconhecimento de sua população indígena, é o objetivo principal do presente trabalho.


  • 2010-03 "Se Faz Preciso Misturar o Agro com o Doce": A Administração de Gomes Freire de Andrada, Rio de Janeiro e Centro-Sul da América Portuguesa (1748-1763)
    Título
    "Se Faz Preciso Misturar o Agro com o Doce": A Administração de Gomes Freire de Andrada, Rio de Janeiro e Centro-Sul da América Portuguesa (1748-1763)
    Autor
    Mônica da Silva Ribeiro
    Orientador(a)
    Ronald José Raminelli
    Data de Defesa
    2010-03-26
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    308
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Antônio Carlos Jucá de Sampaio
    Elisa Frühauf Garcia
    Francisco Carlos Cardoso Cosentino
    Iris Kantor
    João Luís Ribeiro Fragoso
    Nuno Gonçalo Pimenta de Freitas Monteiro
    Ronald José Raminelli

    Resumo
    As transformações político-administrativas desencadeadas no Império português no século XVIII, especialmente a partir das décadas de 1720 e 1730, trouxeram modificações importantes na prática governativa, tanto no Reino, quanto nas suas colônias e conquistas. Nesse processo, a gestão de Gomes Freire de Andrada na América lusa funciona como um importante exemplo das mudanças que vinham sendo realizadas, especialmente se considerarmos a segunda fase de sua administração – de 1748 a 1763 – quando a jurisdição do Conde de Bobadela passou a abarcar – além do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e São Paulo – toda a região centro-sul. Nesse sentido, o presente trabalho tem como intuito analisar a dinâmica administrativa de Gomes Freire, durante os quinze últimos anos de seu governo, percebendo nela a aplicação da idéia de "razão de Estado", norteadora da política imperial naquele momento


  • 2010-03 Paul Ricouer e uma Epistemologia da História Centrada no Sujeito
    Título
    Paul Ricouer e uma Epistemologia da História Centrada no Sujeito
    Autor
    Aldo Nelson Bona
    Orientador(a)
    Paulo Knauss de Mendonça
    Data de Defesa
    2010-03-26
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    209
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Guilherme Paulo Castagnoli Pereira Das Neves
    José Adilçon Campigoto
    Manoel Luiz Lima Salgado Guimarães
    Mario Grynszpan
    Newton Aquiles Von Zuben
    Paulo Knauss de Mendonça
    Temístocles Américo Correa Cezar

    Resumo
    Este trabalho apresenta uma discussão de epistemologia da história, tendo como foco central o pensamento de Paul Ricoeur, filósofo francês contemporâneo, que, particularmente nos últimos anos de sua produção acadêmica, manteve intenso diálogo com importantes historiadores. Além de apresentar uma reflexão sobre a trajetória intelectual deste pensador, como profundamente ancorada em sua trajetória de vida, o texto discute a hermenêutica, a narrativa e a memória como método, linguagem e objeto da história, respectivamente, objetivando evidenciar a centralidade do sujeito no processo de construção do conhecimento histórico e a dimensão ética desse saber.


  • 2010-03 "O Mundo Negro": A constituição do movimento negro contemporâneo no Brasil (1970 - 1995)
    Título
    "O Mundo Negro": A constituição do movimento negro contemporâneo no Brasil (1970 - 1995)
    Autor
    Amilcar Araujo Pereira
    Orientador(a)
    Hebe Maria da Costa Mattos Gomes de Castro
    Data de Defesa
    2010-03-25
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    269
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Álvaro Pereira do Nascimento
    Hebe Maria da Costa Mattos Gomes de Castro
    Jacques D‘adesky
    Marcelo Bittencourt Ivair Pinto
    Martha Campos Abreu
    Monica Lima E Souza
    Verena Alberti

    Resumo
    O principal objetivo desta tese é examinar aspectos da história do movimento negro no Brasil e das trajetórias de algumas de suas principais lideranças, que têm se dedicado à luta contra o racismo e por melhores condições de vida para a população negra em diversos setores da sociedade brasileira desde a década de 1970. Para tanto, a pesquisa iniciou-se com uma análise da construção da idéia de raça na Europa e nos Estados Unidos e de suas repercussões para a população negra na diáspora e para as relações raciais no Brasil. Utilizando a metodologia da história oral, este trabalho reuniu e analisou entrevistas com lideranças negras de todas as regiões do Brasil e com intelectuais negros norte-americanos com passagens pelo nosso país, que, juntamente com outras fontes históricas, forneceram o material necessário para a elaboração de uma história social do movimento negro contemporâneo no Brasil.


  • 2010-03 AS MULHERES NEGRAS POR CIMA O CASO DE LUZIA JEJE. Escravidão, família e mobilidade social - Bahia, c. 1780 - c. 1830.
    Título
    AS MULHERES NEGRAS POR CIMA O CASO DE LUZIA JEJE. Escravidão, família e mobilidade social - Bahia, c. 1780 - c. 1830.
    Autor
    Adriana Dantas Reis Alves
    Orientador(a)
    Sheila Siqueira de Castro Faria
    Data de Defesa
    2010-03-24
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    431
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Hebe Maria da Costa Mattos Gomes de Castro
    Luiz Roberto de Barros Mott
    Manolo Garcia Florentino
    Marcus Joaquim Maciel de Carvalho
    Martha Campos Abreu
    Ronaldo Vainfas
    Sheila Siqueira de Castro Faria

    Resumo
    Em 1807, o senhor de engenho, Capitão Manoel de Oliveira Barrozo, morador na Freguesia de Paripe, Recôncavo Baiano, legitimou e libertou seis filhos pardos e os estabeleceu como herdeiros. Todos foram concebidos pela escrava jeje Luzia Gomes de Azevedo. A trajetória dessa família é o objeto principal desta tese. Através de testamentos, inventários, processos cíveis, escrituras públicas, jornais, assentos de casamentos/batismos, vasta bibliografia e documentos diversos, foi possível relacionar escravidão com cultura sexual/família, patriarcado/gênero, cor/mestiçagem, paternidade/legitimidade, e mobilidade social. Percebemos que os simbolismos sexuais relativos às mulheres "de cor", ao mesmo tempo em que as deixavam vulneráveis, poderiam torná-las importantes mecanismos de ascensão ao nível dos brancos. Revisitei as discussões sobre família escrava na Bahia, incluindo as políticas de gênero como fatores relevantes na definição de estratégias de organização e controle das escravarias. E, finalmente, tentei desvendar os enigmas das classificações de cores no período colonial, relacionando-os com processos de inserção de libertos no mundo dos livres.


  • 2010-03 Todo o Leme a Bombordo. Marinheiros e Ditadura Civil-Militar no Brasil: Da Rebelião de 1964 à Anistia
    Título
    Todo o Leme a Bombordo. Marinheiros e Ditadura Civil-Militar no Brasil: Da Rebelião de 1964 à Anistia
    Autor
    Anderson da Silva Almeida
    Orientador(a)
    Samantha Viz Quadrat
    Data de Defesa
    2010-03-24
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    250
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Daniel Aarão Reis Filho
    Denise Rollemberg Cruz
    Francisco Carlos Palomanes Martinho
    Maria Paula Nascimento Araújo
    Samantha Viz Quadrat

    Resumo
    A dissertação discute as trajetórias dos praças da Marinha pertencentes à Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil (AMFNB), durante o período da ditadura civilmilitar no Brasil. Com este objetivo analisam-se as principais causas e reivindicações da rebelião ocorrida em 1964, as participações de atores políticos, a ideia de que o acontecimento foi o estopim para o golpe e os caminhos posteriores percorridos pelos rebeldes. Nesse sentido, terão destaque tanto os marinheiros que participaram dos movimentos armados, quanto os que tentaram seguir suas vidas sem se envolver com a guerrilha. Por fim, a abordagem do longo e tortuoso processo de anistia destes atores sociais.


  • 2010-03 Baixa Núbia como Infra-Estrutura para Construção da Potência Hegemônica Egípcia na XVIIIª Dinastia (1550 - 1323 a.C.)
    Título
    Baixa Núbia como Infra-Estrutura para Construção da Potência Hegemônica Egípcia na XVIIIª Dinastia (1550 - 1323 a.C.)
    Autor
    Fábio Afonso Frizzo de Moraes Lima
    Orientador(a)
    Ciro Flamarion Santana Cardoso
    Data de Defesa
    2010-03-24
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    170
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    André Leonardo Chevitarese
    Ciro Flamarion Santana Cardoso
    Marcelo Aparecido Rede
    Mário Jorge da Motta Bastos

    Resumo
    A pesquisa focar-se-á na importância da dominação da Baixa Núbia, através de uma relação de periferia negociada, para a construção do imperialismo egípcio e para sagração desta civilização como "potência hegemônica" do Oriente Próximo no período do Reino Novo (1550-1069 a.C.). Para tanto, concentrar-nos-emos no período da XVIIIª Dinastia, que inclui a reunificação do Egito e sua fase de maior expansão territorial, através da análise de um corpus documental composto basicamente pelas tumbas dos vice-reis da Baixa Núbia e pela correspondência internacional trocada entre o faraó e outros líderes do Oriente Próximo durante os reinados de Amenhotep III e Amenhotep IV – que ficou conhecida posteriormente como "cartas de Amarna".


  • 2010-03 O Historiador e o Agente da História: Os embates políticos travados no curso de História da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil(1959-1969)
    Título
    O Historiador e o Agente da História: Os embates políticos travados no curso de História da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil(1959-1969)
    Autor
    Ludmila Gama Pereira
    Orientador(a)
    Marcos Alvito Pereira de Souza
    Data de Defesa
    2010-03-24
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    153
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Marcelo Badaró Mattos
    Marcos Alvito Pereira de Souza
    Roberto Leher
    Virginia Maria Gomes de Mattos Fontes

    Resumo
    A pesquisa pretende analisar a atuação de agentes históricos na ditadura militar e os enfrentamentos, conformismos ou adesões dos intelectuais brasileiros frente ao regime militar . Os agentes que escolhi como tema de pesquisa são os historiadores que lecionaram na Universidade Federal do Rio de Janeiro, não como analistas do tempo, mas agentes historicizados, sujeitos às polêmicas que afetam tanto a construção do "saber histórico" como as suas próprias vidas. A partir deste pressuposto, constituí-se um conjunto de questões visando avaliar até que ponto o campo intelectual que pretendo estudar tornou-se resistência ou legitimação à repressão do Estado; bem como acompanhar as diferentes tomadas de posição nos anos de ditadura no Brasil.


  • 2010-03 MARIO BALDI: experiências Fotográficas e a trajetória do "repórter perfeito" - (1896-1957)
    Título
    MARIO BALDI: experiências Fotográficas e a trajetória do "repórter perfeito" - (1896-1957)
    Autor
    Marcos Felipe de Brum Lopes
    Orientador(a)
    Ana Maria Mauad de Sousa Andrade Essus
    Data de Defesa
    2010-03-23
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    205
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Ana Maria Mauad de Sousa Andrade Essus
    Ismênia de Lima Martins
    Mauricio Lissovsky
    Paulo Knauss de Mendonça

    Resumo
    Esta dissertação de mestrado tem como tema a trajetória de Mario Baldi, fotógrafo austríaco da primeira metade do século XX, emigrado ao Brasil em 1921. Sua produção visual é abordada através das noções de prática social e experiência fotográfica, mapeando seus projetos, estratégias e campo de possibilidades. Sugere-se que as experiências de Baldi iluminam importantes aspectos do surgimento da linguagem fotojornalística, na primeira metade do século XX, bem como testemunha o aparecimento do sujeito-fotógrafo na cena pública, através da fotografia de imprensa. Além disso, trata-se de identificar como as narrativas verbais e visuais de Mario Baldi constroem uma identidade para o fotógrafo, em concordância com o que se pensava ser um bom repórter fotográfico.


  • 2010-03 Litígios ao sul do Império: a Lei de Terras e a consolidação política da Coroa no Rio Grande do Sul (1850-1880).
    Título
    Litígios ao sul do Império: a Lei de Terras e a consolidação política da Coroa no Rio Grande do Sul (1850-1880).
    Autor
    Cristiano Luis Christillino
    Orientador(a)
    Márcia Maria Menendes Motta
    Data de Defesa
    2010-03-22
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    353
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Elione Silva Guimarães
    Hebe Maria da Costa Mattos Gomes de Castro
    Keila Grinberg
    Márcia Maria Menendes Motta
    Maria Verónica Secreto Ferreras
    Paulo Afonso Zarth
    Paulo Pinheiro Machado

    Resumo
    Na presente tese, analisamos a aplicação da Lei de Terras de 1850 na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Recuperamos os conflitos enfrentados pelo Império no Prata e a participação dos milicianos sul-rio-grandenses nesses eventos, de modo a mostrar que a aprovação dos processos de legitimação pelos presidentes de província contribuiu às negociações políticas entre a Coroa e as elites locais. Nosso recorte temporal se estende de 1850 a 1880, período que abrange a promulgação da Lei até a década em que foi produzido o maior volume de processos de legitimação e revalidação de terras. Eles resultaram, principalmente, do avanço da colonização e da exploração da erva-mate. Analisamos a imigração na província meridional e discutimos os interesses da elite sul-rio-grandense nesse processo, para demonstrar que tal processo marcou o encontro do projeto da Coroa com os objetivos de parte da elite local. A erva-mate foi a segunda atividade econômica mais importante da província nesse período e constituiu a principal alternativa encontrada pelos estancieiros à pecuária. A expansão da fronteira fundiária, sobre as terras florestais, multiplicou o número de litígios entre os terratenentes e, com isso, aumentou a procura pelos expedientes da Lei para reconhecimento do direito de acesso a terras. No entanto, os velhos mecanismos de afirmação de propriedade permaneceram entre as estratégias dos fazendeiros para enfrentarem as disputas por terras.


  • 2010-03 A Mulher-Faraó: Representações da Rainha Hatshepsut como instrumento de legitimação (Egito Antigo – Século XV A.C.)
    Título
    A Mulher-Faraó: Representações da Rainha Hatshepsut como instrumento de legitimação (Egito Antigo – Século XV A.C.)
    Autor
    Aline Fernandes de Sousa
    Orientador(a)
    Ciro Flamarion Santana Cardoso
    Data de Defesa
    2010-03-18
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    173
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Ciro Flamarion Santana Cardoso
    Norma Musco Mendes
    Regina Maria da Cunha Bustamante
    Sônia Regina Rebel de Araújo

    Resumo
    Em comparação com as mulheres de outras civilizações antigas, as egípcias desempenharam um papel privilegiado em questões jurídicas e econômicas. No entanto, seu estado ainda era inferior ao dos homens egípcios, sendo as mulheres excluídas, por exemplo, de postos públicos dos quais o trabalho de outras pessoas dependia; apenas algumas mulheres foram chamadas de escriba. O faraó, descendente direto do deus criador, encarnava uma divindade masculina. Isso fazia com que o reinado de uma mulher fosse percebido como algo contrário a Maat, a ordem cósmica e social que permeava o cosmos, conceito central para os antigos egípcios. Por essa razão, o reinado da rainha-faraó Hatshepsut, no século XV a.C., ponto central dessa pesquisa, torna-se peculiar, já que a mesma ocupou o trono do Egito por quase vinte anos e produziu uma série de imagens que a representavam como um legítimo faraó varão. As fontes selecionadas para o estudo são representações iconográficas dessa governante, especificamente estátuas e relevos, e a metodologia aplicada às imagens foi desenvolvida por Richard H. Wilkinson que, a partir da forte ligação entre escrita e imagem representacional no Egito Antigo, entende que os gestos das figuras podem ser lidos e interpretados como a representação simbólica de uma ação. Assim, tendo como uma de suas bases teóricas o conceito de gênero, relacionado a papéis socialmente construídos, o presente trabalho tem por objetivo identificar as estratégias empregadas por esta mulher-faraó, sexta governante da XVIII dinastia, a fim de legitimar seu poder como soberano do trono das Duas Terras, o Egito.


  • 2010-03 Um Ritmo Espontâneo: O Organicismo em Raízes do Brasil e Caminhos e Fronteiras, de Sérgio Buarque de Holanda
    Título
    Um Ritmo Espontâneo: O Organicismo em Raízes do Brasil e Caminhos e Fronteiras, de Sérgio Buarque de Holanda
    Autor
    João Kennedy Eugênio
    Orientador(a)
    Ronaldo Vainfas
    Data de Defesa
    2010-03-17
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    477
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Célia Cristina da Silva Tavares
    Claudete Maria Miranda Dias
    Guilherme Paulo Castagnoli Pereira Das Neves
    Ismênia de Lima Martins
    Lúcia Maria Paschoal Guimarães
    Luiz Carlos Soares
    Ronaldo Vainfas

    Resumo
    Há uma fonte comum a Raízes do Brasil e Caminhos e fronteiras: o organicismo, com seus tópicos característicos: senso de realidade e aversão a fantasias ou programas; crescimento espontâneo, a partir das próprias forças do organismo cultural; adaptabilidade ou plasticidade; singularidade cultural, isto é, a consideração da tradição e da identidade de um povo; cultura como totalidade dotada de um "filtro" que atua nas trocas culturais. Nos dois livros há um trecho-síntese da concepção organicista de cultura, que permanece praticamente idêntico nos trinta anos que vão da primeira edição de Raízes do Brasil (1936) à edição de Caminhos e fronteiras (1957). Mas há diferenças entre as narrativas. Raízes do Brasil possui um movimento textual feito de oposições – de matrizes rivais: organicismo x sociologia no nível médio das seções, filosofia da vida x sociologia no nível micro dos tópicos. As referências principais são: Weber, na sociologia; Klages, Simmel e Heráclito, na filosofia da vida; Simmel e Aristóteles no organicismo. Sérgio Buarque delineia um organicismo que integra a noção de forma (princípio de individuação) e ritmo (o curso do mundo). Sérgio Buarque compreende vida e história como feitas de oposições em equilíbrio e deseja que a cultura brasileira combine raízes e inovações, tradição e experimentação. Como os organismos vivos, que crescem segundo uma lei interna, mas adaptando-se à realidade envolvente, a cultura precisa se realizar segundo um padrão intrínseco, mas adaptando-se ao contexto geral; ela precisa entrelaçar tradição cultural e modernidade, Volkgeist e Zeitgeist, physis (caráter) e nomos (norma), espírito e vida, em um acordo de antagonismos que seria a lei da vida. Em 1948 publicou-se a segunda edição de Raízes do Brasil, com acréscimos e reformulações. Entre as mudanças está a emergência do viés político progressista. O organicismo sofre uma atenuação plausível: o ensaio é um organismo que cresce e se adapta às novas circunstâncias; realiza em si o que propõe para o Brasil. E as mudanças se integram na economia do contraponto que rege o ensaio: antagonismos em equilíbrio. Mas é preciso reconhecer que a partir de 1948 o ânimo de Sérgio Buarque muda quanto ao organcismo, que ele critica em vários artigos, de forma injusta e exagerada. Em Raízes do Brasil a concepção "orgânica" deparava com um obstáculo: os brasileiros teimavam em agir de forma não adaptativa, renegavam sua tradição histórica e contradiziam na prática o postulado do ensaio de que toda cultura só absorve de outras os traços que são compatíveis com os seus quadros de vida. Já em Caminhos e fronteiras, se as marcas do organicismo são menos visíveis, o organicismo lá é inteiro (sem matriz rival), amplo e sereno. Desviando o olhar da história do Brasil como um todo, Sérgio Buarque vê a realização do crescimento orgânico e da adaptação à realidade na história de São Paulo, sem os dilemas que marcaram a sociedade brasileira do latifúndio monocultor escravista. Nesse livro Sérgio Buarque faz história de inspiração antropológica e isto já revela um traço do organicismo – afinal as raízes da antropologia cultural se ligam à noção aristotélica de forma como princípio de individuação e à valorização das coisas particulares como dotadas de teleologia (princípio de crescimento) própria. Em Caminhos e fronteiras a pesquisa disciplinada e a narrativa histórica são guiadas pela imaginação "orgânica": os tópicos característicos (crescimento orgânico, adaptação à realidade, singularidade cultural) estão por toda parte e os capítulos compõem um tácito argumento organicista. Mais que um erudito livro de história, Caminhos e fronteiras é uma intervenção velada no debate sobre a história do Brasil e as vias de acesso à modernidade.


  • 2010-03 Serras de Ibiapaba. De Aldeia à Vila de Índios: Vassalagem e Identidade no Ceará colonial - Século XVIII
    Título
    Serras de Ibiapaba. De Aldeia à Vila de Índios: Vassalagem e Identidade no Ceará colonial - Século XVIII
    Autor
    Lígio José de Oliveira Maia
    Orientador(a)
    Maria Regina Celestino de Almeida
    Data de Defesa
    2010-03-12
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    409
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Elisa Frühauf Garcia
    Eurípides Antônio Funes
    João Pacheco de Oliveira Filho
    John Manuel Monteiro
    Márcia Fernanda Ferreira Malheiros
    Maria Regina Celestino de Almeida
    Mariza de Carvalho Soares

    Resumo
    Esta tese visa refletir sobre as mudanças históricas pelas quais passaram os grupos indígenas nas Serras de Ibiapaba (CE), ao longo do século XVIII, procurando entendê-las também a partir da perspectiva dos índios. Sob os efeitos das legislações indigenistas abrangentes como o Regimento das Missões (1686) e o Diretório pombalino (1757), houve mudanças da maior importância, especialmente, na forma de governo dos índios aldeados: entre 1700-1759, com governo dos jesuítas na aldeia de Nossa Senhora da Assunção, também chamada "aldeia de Ibiapaba"; e a partir de 1759, com a elevação da antiga aldeia à categoria de Vila Viçosa Real, então, sob administração laica (com diretor e câmara local) e direção espiritual de padres seculares. Todo esse processo contou com a participação dos grupos indígenas, particularmente de suas lideranças. O objetivo da tese, por conseguinte, é compreender a ação indígena em diferentes contextos históricos setecentistas demonstrando que, mesmo na condição de dominação, eles buscaram diante das incertezas participar dos meandros do Antigo Regime, como índios aldeados e vassalos d’El Rei.


  • 2010-03 Socialistas Libertários e Lutas Sociais no Rio de Janeiro: Memórias, Trajetórias e Práticas (1985-2009)
    Título
    Socialistas Libertários e Lutas Sociais no Rio de Janeiro: Memórias, Trajetórias e Práticas (1985-2009)
    Autor
    Mariana Affonso Penna
    Orientador(a)
    Laura Antunes Maciel
    Data de Defesa
    2010-03-12
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    166
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Alexandre Ribeiro Samis
    Laura Antunes Maciel
    Nildo Silva Viana
    Norberto Osvaldo Ferreras
    Virginia Maria Gomes de Mattos Fontes

    Resumo
    Esta dissertação analisa movimentos e organizações atuais no Rio de Janeiro que adotam práticas socialistas libertárias, ou seja, que possuem como princípio a atuação direta dos trabalhadores nas lutas sociais e na construção de uma organização própria, horizontal e autônoma de poder, portanto autogestionária, desconstruindo a noção muito difundida de que o socialismo libertário é uma prática política relegada ao passado. Dessa maneira, a dissertação visa reconstituir a memória recente, assim como as trajetórias e práticas políticas dessas organizações e movimentos sociais. Primeiramente traça um breve histórico das organizações que deram origem a alguns dos coletivos contemporâneos, apresenta como estes se organizam e reflete sobre suas práticas. O foco principal da investigação procurou acompanhar ações de ocupação urbana, uma luta social que vem sendo privilegiada pelos socialistas libertários na cidade do Rio de Janeiro, particularmente as experiências do Acampamento Maria Júlia Braga, da Federação Anarquista do Rio de Janeiro e da Frente de Luta Popular. Por fim, busca apresentar alguns dos principais mecanismos utilizados pelos antagonistas dos movimentos sociais para fazer frente a essas lutas, via grande mídia, judiciário e aparelhos repressivos.


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