Dissertações e Teses
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2010-04 "O Conselho de Estado no tempo de D. Pedro I": um estudo da política e da sociedade no Primeiro Reinado (1826 - 1831)Título"O Conselho de Estado no tempo de D. Pedro I": um estudo da política e da sociedade no Primeiro Reinado (1826 - 1831)Autor
Eder da Silva RibeiroOrientador(a)
Carlos Gabriel GuimarãesData de Defesa
2010-04-14Nivel
MestradoPáginas
199Volumes
1Banca de DefesaCarlos Gabriel GuimarãesGladys Sabina RibeiroMaria Fernanda Vieira MartinsThéo Lobarinhas Piñeiro
ResumoEste trabalho trata do papel que teve o Conselho de Estado ao longo do reinado de D. Pedro I. Criada com o objetivo de auxiliar o monarca no uso das atribuições do Poder Moderador, a instituição se mostrou um espaço privilegiado para o exercício da dominação política e para a reiteração das hierarquias sociais, sobretudo na medida em que possibilitou aos seus membros reproduzirem no interior do Estado uma antiga prática institucional baseada nos relacionamentos diversos de caráter pessoais. Apreendendo as origens e as trajetórias individuais dos conselheiros, bem como as redes sociais das quais eram provenientes, o estudo procurou contribuir tanto para um melhor entendimento das esferas mais básicas do jogo político existente no Primeiro Reinado, quanto para a compreensão dos embates parlamentares que contribuíram decisivamente para a abdicação do primeiro Imperador.
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2010-04 Negócios de Minas: Família, fortuna, poder e redes de sociabilidades nas Minas Gerais — A Família Ferreira Armonde (1751-1850)TítuloNegócios de Minas: Família, fortuna, poder e redes de sociabilidades nas Minas Gerais — A Família Ferreira Armonde (1751-1850)Autor
Antônio Henrique Duarte LacerdaOrientador(a)
Carlos Gabriel GuimarãesData de Defesa
2010-04-13Nivel
DoutoradoPáginas
504Volumes
1Banca de DefesaAfonso de Alencastro Graça FilhoÂngelo Alves CarraraCarlos Gabriel GuimarãesCezar Teixeira HonoratoJoão Luís Ribeiro FragosoSheila Siqueira de Castro FariaThéo Lobarinhas Piñeiro
ResumoEste texto discute questões concernentes à atuação de uma das mais ricas, influentes e poderosas família de Minas Gerais – os Ferreira Armonde, entre os anos 1751-1850. Esta família foi o fio condutor a partir do qual busquei compreender a formação e atuação das redes de sociabilidades – familiares, econômicas, sociais e políticas – estabelecidas pelos abastados fazendeiros/comerciantes das Minas Gerias e suas relações com a praça comercial do Rio de Janeiro. A partir dela discuti o comércio de cargas, de poaia, de café e de negros estabelecidos entre os fazendeiros/comerciantes com os comissários do Rio de Janeiro; as atividades de prestamistas e a prática da troca de favores ("economia do dom"); a formação dos laços de compadrio familiar e consangüíneo. Analisei, também, o poder emanado e construído a partir do poderio econômico e a atuação política dos Armonde em sua localidade, na província e na Corte.
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2010-04 Reorganização política Nortenha: O processo de formação do Reino das Astúrias (Dos séculos VIII ao X).TítuloReorganização política Nortenha: O processo de formação do Reino das Astúrias (Dos séculos VIII ao X).Autor
Bruno de Melo OliveiraOrientador(a)
Mário Jorge da Motta BastosData de Defesa
2010-04-12Nivel
DoutoradoPáginas
344Volumes
1Banca de DefesaAndréia Cristina Lopes Frazão da SilvaEdmar Checon de FreitasLeila Rodrigues da SilvaLívia Lindóia Paes BarretoMaria do Carmo Parente SantosMário Jorge da Motta BastosRenata Rodrigues VerezaRoberto Godofredo Fabri Ferreira
ResumoA intenção central desta pesquisa é analisar a constituição do Reino das Astúrias entre os anos 711 e 910, identificando sua estruturação enquanto entidade político-territorial surgida após a fragmentação do Reino Visigodo de Toledo. Intentaremos constatar que o reino nortenho não foi tão somente a continuidade da realidade precedente, nem tampouco uma ruptura radical, mas algo que conjugou tradição e renovação política. Para isto, concentramo-nos nos primeiros passos do nascente reino e na identificação da relação entre a sua monarquia e setores aristocráticos laicos e religiosos, grupos que cooperavam imediatamente com as ações perpetradas pelos jovens reis asturianos ou que resistiam aos desígnios destes. Além destas referências contidas no interior do território que veio a pertencer aos soberanos asturianos, agregamos ainda um fator de não pouca importância: a pressão exercida pelos exércitos emirais. Portanto, a interação de elementos internos e externos delimitou também a construção política nortenha. Trabalhando com fontes narrativas latinas e muçulmanas, documentação notarial e epigráfica, procuramos rastrear as transformações, desde a revolta de Pelágio, em 718, até o final do reinado de Afonso III, em 910.
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2010-04 Formas de Apreensão do Espaço em Portugal no Contexto da Expansão Ultramarina(séculos XV-XVI)TítuloFormas de Apreensão do Espaço em Portugal no Contexto da Expansão Ultramarina(séculos XV-XVI)Autor
Álvaro Mendes FerreiraOrientador(a)
Mário Jorge da Motta BastosData de Defesa
2010-04-12Nivel
MestradoPáginas
118Volumes
1Banca de DefesaCiro Flamarion Santana CardosoEdmar Checon de FreitasLeila Rodrigues da SilvaMário Jorge da Motta BastosTherezinha Barcellos Baumann Zavataro
ResumoA partir do século XIII em particular a Europa começa a experimentar um grande desenvolvimento no pensamento abstrato, cujos resultados mais conspícuos foram o surgimento de formas de conceptualizar a realidade a partir de relações matemáticas. Em parte imbuídos desse espírito, em parte por necessidade pratica, os mareantes portugueses de meados do século XV foram levados a desenvolverem uma navegação astronômica. Estudaremos as implicações do surgimento da especialidade abstrata (processo lento, multissecular e, pela própria definição, interminável) na pratica discursiva do império ultramarino português durante os séculos XV e XVI.
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2010-04 Trajetórias Intelectuais no Exílio: Adolfo Casais Monteiro, Jorge de Sena e Vítor Ramos (1954-1974)TítuloTrajetórias Intelectuais no Exílio: Adolfo Casais Monteiro, Jorge de Sena e Vítor Ramos (1954-1974)Autor
Fábio Ruela de OliveiraOrientador(a)
Adriana Facina Gurgel do AmaralData de Defesa
2010-04-12Nivel
DoutoradoPáginas
267Volumes
1Banca de DefesaAdriana Facina Gurgel do AmaralDouglas Mansur da SilvaGelsom Rozentino de AlmeidaHélvio Alexandre MarianoMagali Gouveia EngelRenato Luís do Couto Neto E Lemos
ResumoEsse estudo analisa a trajetória intelectual de três professores e críticos literários portugueses antissalazaristas que se exilaram no Brasil entre 1954 e 1974. A atuação de Adolfo Casais Monteiro, Jorge de Sena e Vítor Ramos foi significativa no âmbito das Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras (FFCLs) públicas paulistas, no grupo de oposição ao fascismo português e no "Suplemento Literário" do jornal O Estado de S. Paulo. Além de exercerem as atividades de professores, ensaístas e poetas, reuniram-se e militaram no jornal Portugal Democrático, destacado instrumento de luta contra o salazarismo – a ditadura mais longa do século XX. A tese de que foram "intelectuais orgânicos" (GRAMSCI) contra hegemônicos se fundamenta a partir da biografia de militantes antifascistas e por seus ensaios e livros, que igualmente configuraram um canal de difusão do marxismo na crítica literária de língua portuguesa. A situação e a experiência do exílio propiciaram-lhes as condições para a elaboração de suas obras e para a militância antissalazarista e anticapitalista. Quanto ao material consultado para esse trabalho destaca-se a Coleção Portugal Democrático (1956-1975 / 205 edições), os depoimentos orais e as obras de cada um dos três, cujas trajetórias constituem um capítulo da história intelectual e cultural coetâneas de Brasil e Portugal.
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2010-03 Partidos, Candidatos e Eleitores: O Rio Grande do Norte em campanha política (1945-1955)TítuloPartidos, Candidatos e Eleitores: O Rio Grande do Norte em campanha política (1945-1955)Autor
Jailma Maria de LimaOrientador(a)
Angela Maria de Castro GomesData de Defesa
2010-03-31Nivel
DoutoradoPáginas
310Volumes
1Banca de DefesaAlmir de Carvalho BuenoAngela Maria de Castro GomesGiselle Martins VenancioJorge Luiz FerreiraMaria de Lourdes Monaco JanotiMarly Silva da MottaRaimundo Nonato Araújo da Rocha
ResumoEsta tese acompanha as dinâmicas das campanhas eleitorais ocorridas no estado do Rio Grande do Norte, entre 1945 e 1955, considerando partidos políticos, candidatos, eleitores e Justiça Eleitoral como seus atores principais. Como fontes utilizamo-nos da imprensa escrita publicada no estado, considerada também um ator político, já que os jornais apresentavam opção político-partidária bastante evidente. Assim, a partir de referenciais teóricos ligados à Nova História Política e Cultural, ao longo do texto, dialogamos com a literatura norte-riograndense produzida sobre o período abordado, em especial a memorial. Momento importante da experiência democrática brasileira, o período foi vivenciado no estado de forma intensa, ocorrendo então a ampliação do número de eleitores e de partidos políticos; além do desenvolvimento de estratégias de propaganda política para atrair o voto dos eleitores. Estes passaram a ocupar o espaço público e a vivenciar e participar das campanhas eleitorais.
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2010-03 "Para a maior Glória de Deus e serviço do Reino": As cartas jesuíticas no contexto da resistência ao domínio holândes no Brasil do século XVIITítulo"Para a maior Glória de Deus e serviço do Reino": As cartas jesuíticas no contexto da resistência ao domínio holândes no Brasil do século XVIIAutor
Mário Fernandes Correia BrancoOrientador(a)
Ronaldo VainfasData de Defesa
2010-03-30Nivel
DoutoradoPáginas
294Volumes
1Banca de DefesaAngelo Adriano Faria de AssisCélia Cristina da Silva TavaresCharlotte de Castelnau Dessenault de LestoileElisa Frühauf GarciaMaria Regina Celestino de AlmeidaRonald José RaminelliRonaldo Vainfas
ResumoTendo como pano de fundo o período que passou à história do Brasil com o título generalizante de ‘Invasões Holandesas’, e apresentando uma dimensão pouco conhecida da abrangência alcançada pelas cartas jesuíticas, esta tese pretende identificar as especificidades da rede de informações desenvolvida pelos missionários da Companhia de Jesus entre 1624 e 1640 na luta contra as tropas da West-Indische Compagnie. Por conseguinte, trata-se de verificar se durante aqueles anos as cartas dos jesuítas cumpriram, de fato, um papel mais amplo do que o de simples missivas institucionais, tornando-se as ferramentas primordiais de um serviço de coleta e difusão de informações estratégicas e militares, que muitas vezes atuou infiltrado nas áreas dominadas pelos calvinistas
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2010-03 A Ação Popular e a Questão do Humanismo: das origens cristãs ao marxismo (1963-1973)TítuloA Ação Popular e a Questão do Humanismo: das origens cristãs ao marxismo (1963-1973)Autor
Hugo Villaça DuarteOrientador(a)
Marcelo Badaró MattosData de Defesa
2010-03-30Nivel
MestradoPáginas
133Volumes
1Banca de DefesaEdson Teixeira da Silva Jr.Marcelo Badaró MattosRenato Luís do Couto Neto E LemosVirginia Maria Gomes de Mattos Fontes
ResumoEste trabalho discute a trajetória política da Ação Popular, na década de 1960 e no início dosanos 1970, e apresenta uma análise crítica sobre as formulações elaboradas pela organizaçãoacerca da concepção filosófica humanista. Contando inicialmente com a participaçãomajoritária de militantes oriundos da Juventude Universitária Católica, a Ação Popular foifundada em 1963, reivindicando-se como uma organização não-confessional e revolucionária.A partir da segunda metade da década de 1960, a Ação Popular reformulou seus projetospolíticos e procurou afirmar-se como uma organização marxista. No período em questão, aintervenção política da organização esteve pautada por elementos do humanismo cristão, daperspectiva humanista do marxismo e, inclusive, da controversa tese anti-humanista dofilósofo francês Louis Althusser.
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2010-03 A atuação dos monges Irlandeses na Gália Merovíngia: 590- 650 d.C. Uma comparação entre a Vita Amandi e a Vita ColumbanTítuloA atuação dos monges Irlandeses na Gália Merovíngia: 590- 650 d.C. Uma comparação entre a Vita Amandi e a Vita ColumbanAutor
Lílian Salaber Souza E SilvaOrientador(a)
Edmar Checon de FreitasData de Defesa
2010-03-29Nivel
MestradoPáginas
207Volumes
1Banca de DefesaEdmar Checon de FreitasLeila Rodrigues da SilvaMário Jorge da Motta BastosRoberto Godofredo Fabri Ferreira
ResumoEste trabalho investiga a Vita Columbani de Jonas de Bobbio e a Vita Amandi, cujo autor é desconhecido, estabelecendo uma comparação entre os textos com base na metodologia da análise de conteúdo. A análise busca situar as opções estilísticas presentes em cada texto nas tradições de escrita hagiográfica irlandesa e gaulesa, as quais foram relacionadas ao contexto da atuação dos monges irlandeses na Gália merovíngia da primeira metade do século VII. Dentre estes o que alcançou maior destaque foi São Columbano, homem que, tendo chegado à Gália em 590 d.C., desde logo estabeleceu relações diretas com as casas reais merovíngias. Sua inserção no ambiente aristocrático atraiu discípulos francos que em breve se lançaram a pregar, fundar mosteiros afiliados à linha irlandesa e/ou patrociná-los, instaurando assim uma nova fase na história monástica gaulesa altomedieval. Santo Amando, um dos principais nomes desta geração, representa bem esta tendência, motivo pelo qual ficou conhecido como "o bispo viajante".
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2010-03 Marechal Henrique Teixeira Lott: A opção das esquerdasTítuloMarechal Henrique Teixeira Lott: A opção das esquerdasAutor
Karla Guilherme CarloniOrientador(a)
Daniel Aarão Reis FilhoData de Defesa
2010-03-29Nivel
DoutoradoPáginas
251Volumes
1Banca de DefesaCelso CastroDaniel Aarão Reis FilhoMarco Antonio Villela PamplonaMarieta de Moraes FerreiraNorberto Osvaldo FerrerasOrlando de BarrosPaulo Ribeiro Rodrigues da Cunha
ResumoMarechal Henrique Duffles Teixeira Lott foi ministro da Guerra durante os anos de 1955 e 1959. No período em que ocupou o ministério liderou o contragolpe de 11 de Novembro de 1955 e foi responsável pela manutenção de Juscelino Kubitschek no poder. Sua carreira política e militar foi associada a ideais de legalidade, democracia e nacionalismo. As esquerdas da época, tanto militar quanto civil, escolheram o velho oficial como representantes de suas aspirações de uma sociedade mais igualitária e justa e um Brasil economicamente independente. Sua popularidade levou a candidatura à presidência da República, em 1960. O resgate da biografia política do marechal Henrique Lott ajuda a entender construção da identidade do Exército brasileiro durante o século XX e esclarece a existência de um grupo de militares com identidade alternativa à tradicional imagem construída do militar brasileiro, principalmente após o Golpe Civil Militar de 1964.
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2010-03 A "Utopia Estético-Política" da Arte: A arte como parte da estratégia revolucionária na obra de Mario PedrosaTítuloA "Utopia Estético-Política" da Arte: A arte como parte da estratégia revolucionária na obra de Mario PedrosaAutor
Larissa Costard SoaresOrientador(a)
Adriana Facina Gurgel do AmaralData de Defesa
2010-03-29Nivel
MestradoPáginas
148Volumes
1Banca de DefesaAdriana Facina Gurgel do AmaralMagali Gouveia EngelMarcelo Badaró MattosVictor Hugo Adler Pereira
ResumoA obra de Mario Pedrosa, intelectual e ativista político, tem na produção atual pouquíssima expressão, fato curioso quando tomamos conhecimento da trajetória e do prestígio do crítico em seu período de atuação. O objetivo desta dissertação é entender as conexões entre sua militância como crítico de arte com a participação nas organizações políticas, concebendo assim a visão de mundo do autor de uma maneira coesa. Divulgador de um marxismo arejado e com idéias bastante inovadoras para os meios em que circulava, Mario Pedrosa não se intimidou em compor com a arte sua estratégia revolucionária. O intuito é, portanto, entender como a obra de arte passa a fazer parte da estratégia revolucionária do crítico, de maneira constitutiva, sem que este precisasse abandonar as outras formas de militância.
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2010-03 Dinâmica social e estratégias indígenas: Disputas e alianças no Aldeamento do Ipanema, em Águas Belas, Pernambuco. (1860-1920)TítuloDinâmica social e estratégias indígenas: Disputas e alianças no Aldeamento do Ipanema, em Águas Belas, Pernambuco. (1860-1920)Autor
Mariana Albuquerque DantasOrientador(a)
João Pacheco de Oliveira FilhoData de Defesa
2010-03-26Nivel
MestradoPáginas
157Volumes
1Banca de DefesaElisa Frühauf GarciaHebe Maria da Costa Mattos Gomes de CastroJoão Pacheco de Oliveira FilhoMárcia Fernanda Ferreira MalheirosMaria Regina Celestino de AlmeidaVania Maria Losada Moreira
ResumoEste trabalho traz uma análise que enfoca as redes de relacionamentos entre índios e não-índios durante e após o processo de extinção do Aldeamento do Ipanema, entre as décadas de 1860 e 1920. Os índios Carnijó, habitantes do referido aldeamento, valeram-se de estratégias variadas para interferirem nos rumos políticos da localidade e na administração de suas terras, no mesmo período em que várias autoridades locais e provinciais construíam uma imagem de mestiçagem dos índios e abandono das aldeias. Num caminho contrário a esse discurso que prioriza categorias generalizantes, torna-se fundamental abordar os vários processos de mistura pelos quais os índios que habitavam a região entre o rio Ipanema e a serra do Comunati (atual município de Águas Belas) passaram no período colonial, bem como a reelaboração de suas culturas e identidades. Durante o século XIX, os Carnijó continuaram a refabricar suas identidades, a articular alianças interétnicas e também a se apropriar de instrumentos legais da administração imperial para fazer suas reivindicações alcançarem diversas autoridades. A permanência do grupo no território do extinto aldeamento do Ipanema e as suas relações com a sociedade não-indígena águas-belense sugerem a existência de elementos de coesão que possibilitaram o seu reconhecimento frente ao Estado no início do século XX. Assim, a análise da dinâmica social que envolve dois movimentos aparentemente contraditórios, a extinção do aldeamento e o posterior reconhecimento de sua população indígena, é o objetivo principal do presente trabalho.
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2010-03 "Se Faz Preciso Misturar o Agro com o Doce": A Administração de Gomes Freire de Andrada, Rio de Janeiro e Centro-Sul da América Portuguesa (1748-1763)Título"Se Faz Preciso Misturar o Agro com o Doce": A Administração de Gomes Freire de Andrada, Rio de Janeiro e Centro-Sul da América Portuguesa (1748-1763)Autor
Mônica da Silva RibeiroOrientador(a)
Ronald José RaminelliData de Defesa
2010-03-26Nivel
DoutoradoPáginas
308Volumes
1Banca de DefesaAntônio Carlos Jucá de SampaioElisa Frühauf GarciaFrancisco Carlos Cardoso CosentinoIris KantorJoão Luís Ribeiro FragosoNuno Gonçalo Pimenta de Freitas MonteiroRonald José Raminelli
ResumoAs transformações político-administrativas desencadeadas no Império português no século XVIII, especialmente a partir das décadas de 1720 e 1730, trouxeram modificações importantes na prática governativa, tanto no Reino, quanto nas suas colônias e conquistas. Nesse processo, a gestão de Gomes Freire de Andrada na América lusa funciona como um importante exemplo das mudanças que vinham sendo realizadas, especialmente se considerarmos a segunda fase de sua administração – de 1748 a 1763 – quando a jurisdição do Conde de Bobadela passou a abarcar – além do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e São Paulo – toda a região centro-sul. Nesse sentido, o presente trabalho tem como intuito analisar a dinâmica administrativa de Gomes Freire, durante os quinze últimos anos de seu governo, percebendo nela a aplicação da idéia de "razão de Estado", norteadora da política imperial naquele momento
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2010-03 Paul Ricouer e uma Epistemologia da História Centrada no SujeitoTítuloPaul Ricouer e uma Epistemologia da História Centrada no SujeitoAutor
Aldo Nelson BonaOrientador(a)
Paulo Knauss de MendonçaData de Defesa
2010-03-26Nivel
DoutoradoPáginas
209Volumes
1Banca de DefesaGuilherme Paulo Castagnoli Pereira Das NevesJosé Adilçon CampigotoManoel Luiz Lima Salgado GuimarãesMario GrynszpanNewton Aquiles Von ZubenPaulo Knauss de MendonçaTemístocles Américo Correa Cezar
ResumoEste trabalho apresenta uma discussão de epistemologia da história, tendo como foco central o pensamento de Paul Ricoeur, filósofo francês contemporâneo, que, particularmente nos últimos anos de sua produção acadêmica, manteve intenso diálogo com importantes historiadores. Além de apresentar uma reflexão sobre a trajetória intelectual deste pensador, como profundamente ancorada em sua trajetória de vida, o texto discute a hermenêutica, a narrativa e a memória como método, linguagem e objeto da história, respectivamente, objetivando evidenciar a centralidade do sujeito no processo de construção do conhecimento histórico e a dimensão ética desse saber.
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2010-03 "O Mundo Negro": A constituição do movimento negro contemporâneo no Brasil (1970 - 1995)Título"O Mundo Negro": A constituição do movimento negro contemporâneo no Brasil (1970 - 1995)Autor
Amilcar Araujo PereiraOrientador(a)
Hebe Maria da Costa Mattos Gomes de CastroData de Defesa
2010-03-25Nivel
DoutoradoPáginas
269Volumes
1Banca de DefesaÁlvaro Pereira do NascimentoHebe Maria da Costa Mattos Gomes de CastroJacques D‘adeskyMarcelo Bittencourt Ivair PintoMartha Campos AbreuMonica Lima E SouzaVerena Alberti
ResumoO principal objetivo desta tese é examinar aspectos da história do movimento negro no Brasil e das trajetórias de algumas de suas principais lideranças, que têm se dedicado à luta contra o racismo e por melhores condições de vida para a população negra em diversos setores da sociedade brasileira desde a década de 1970. Para tanto, a pesquisa iniciou-se com uma análise da construção da idéia de raça na Europa e nos Estados Unidos e de suas repercussões para a população negra na diáspora e para as relações raciais no Brasil. Utilizando a metodologia da história oral, este trabalho reuniu e analisou entrevistas com lideranças negras de todas as regiões do Brasil e com intelectuais negros norte-americanos com passagens pelo nosso país, que, juntamente com outras fontes históricas, forneceram o material necessário para a elaboração de uma história social do movimento negro contemporâneo no Brasil.
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2010-03 AS MULHERES NEGRAS POR CIMA O CASO DE LUZIA JEJE. Escravidão, família e mobilidade social - Bahia, c. 1780 - c. 1830.TítuloAS MULHERES NEGRAS POR CIMA O CASO DE LUZIA JEJE. Escravidão, família e mobilidade social - Bahia, c. 1780 - c. 1830.Autor
Adriana Dantas Reis AlvesOrientador(a)
Sheila Siqueira de Castro FariaData de Defesa
2010-03-24Nivel
DoutoradoPáginas
431Volumes
1Banca de DefesaHebe Maria da Costa Mattos Gomes de CastroLuiz Roberto de Barros MottManolo Garcia FlorentinoMarcus Joaquim Maciel de CarvalhoMartha Campos AbreuRonaldo VainfasSheila Siqueira de Castro Faria
ResumoEm 1807, o senhor de engenho, Capitão Manoel de Oliveira Barrozo, morador na Freguesia de Paripe, Recôncavo Baiano, legitimou e libertou seis filhos pardos e os estabeleceu como herdeiros. Todos foram concebidos pela escrava jeje Luzia Gomes de Azevedo. A trajetória dessa família é o objeto principal desta tese. Através de testamentos, inventários, processos cíveis, escrituras públicas, jornais, assentos de casamentos/batismos, vasta bibliografia e documentos diversos, foi possível relacionar escravidão com cultura sexual/família, patriarcado/gênero, cor/mestiçagem, paternidade/legitimidade, e mobilidade social. Percebemos que os simbolismos sexuais relativos às mulheres "de cor", ao mesmo tempo em que as deixavam vulneráveis, poderiam torná-las importantes mecanismos de ascensão ao nível dos brancos. Revisitei as discussões sobre família escrava na Bahia, incluindo as políticas de gênero como fatores relevantes na definição de estratégias de organização e controle das escravarias. E, finalmente, tentei desvendar os enigmas das classificações de cores no período colonial, relacionando-os com processos de inserção de libertos no mundo dos livres.
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2010-03 Todo o Leme a Bombordo. Marinheiros e Ditadura Civil-Militar no Brasil: Da Rebelião de 1964 à AnistiaTítuloTodo o Leme a Bombordo. Marinheiros e Ditadura Civil-Militar no Brasil: Da Rebelião de 1964 à AnistiaAutor
Anderson da Silva AlmeidaOrientador(a)
Samantha Viz QuadratData de Defesa
2010-03-24Nivel
MestradoPáginas
250Volumes
1Banca de DefesaDaniel Aarão Reis FilhoDenise Rollemberg CruzFrancisco Carlos Palomanes MartinhoMaria Paula Nascimento AraújoSamantha Viz Quadrat
ResumoA dissertação discute as trajetórias dos praças da Marinha pertencentes à Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil (AMFNB), durante o período da ditadura civilmilitar no Brasil. Com este objetivo analisam-se as principais causas e reivindicações da rebelião ocorrida em 1964, as participações de atores políticos, a ideia de que o acontecimento foi o estopim para o golpe e os caminhos posteriores percorridos pelos rebeldes. Nesse sentido, terão destaque tanto os marinheiros que participaram dos movimentos armados, quanto os que tentaram seguir suas vidas sem se envolver com a guerrilha. Por fim, a abordagem do longo e tortuoso processo de anistia destes atores sociais.
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2010-03 Baixa Núbia como Infra-Estrutura para Construção da Potência Hegemônica Egípcia na XVIIIª Dinastia (1550 - 1323 a.C.)TítuloBaixa Núbia como Infra-Estrutura para Construção da Potência Hegemônica Egípcia na XVIIIª Dinastia (1550 - 1323 a.C.)Autor
Fábio Afonso Frizzo de Moraes LimaOrientador(a)
Ciro Flamarion Santana CardosoData de Defesa
2010-03-24Nivel
MestradoPáginas
170Volumes
1Banca de DefesaAndré Leonardo ChevitareseCiro Flamarion Santana CardosoMarcelo Aparecido RedeMário Jorge da Motta Bastos
ResumoA pesquisa focar-se-á na importância da dominação da Baixa Núbia, através de uma relação de periferia negociada, para a construção do imperialismo egípcio e para sagração desta civilização como "potência hegemônica" do Oriente Próximo no período do Reino Novo (1550-1069 a.C.). Para tanto, concentrar-nos-emos no período da XVIIIª Dinastia, que inclui a reunificação do Egito e sua fase de maior expansão territorial, através da análise de um corpus documental composto basicamente pelas tumbas dos vice-reis da Baixa Núbia e pela correspondência internacional trocada entre o faraó e outros líderes do Oriente Próximo durante os reinados de Amenhotep III e Amenhotep IV – que ficou conhecida posteriormente como "cartas de Amarna".
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2010-03 O Historiador e o Agente da História: Os embates políticos travados no curso de História da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil(1959-1969)TítuloO Historiador e o Agente da História: Os embates políticos travados no curso de História da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil(1959-1969)Autor
Ludmila Gama PereiraOrientador(a)
Marcos Alvito Pereira de SouzaData de Defesa
2010-03-24Nivel
MestradoPáginas
153Volumes
1Banca de DefesaMarcelo Badaró MattosMarcos Alvito Pereira de SouzaRoberto LeherVirginia Maria Gomes de Mattos Fontes
ResumoA pesquisa pretende analisar a atuação de agentes históricos na ditadura militar e os enfrentamentos, conformismos ou adesões dos intelectuais brasileiros frente ao regime militar . Os agentes que escolhi como tema de pesquisa são os historiadores que lecionaram na Universidade Federal do Rio de Janeiro, não como analistas do tempo, mas agentes historicizados, sujeitos às polêmicas que afetam tanto a construção do "saber histórico" como as suas próprias vidas. A partir deste pressuposto, constituí-se um conjunto de questões visando avaliar até que ponto o campo intelectual que pretendo estudar tornou-se resistência ou legitimação à repressão do Estado; bem como acompanhar as diferentes tomadas de posição nos anos de ditadura no Brasil.
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2010-03 MARIO BALDI: experiências Fotográficas e a trajetória do "repórter perfeito" - (1896-1957)TítuloMARIO BALDI: experiências Fotográficas e a trajetória do "repórter perfeito" - (1896-1957)Autor
Marcos Felipe de Brum LopesOrientador(a)
Ana Maria Mauad de Sousa Andrade EssusData de Defesa
2010-03-23Nivel
MestradoPáginas
205Volumes
1Banca de DefesaAna Maria Mauad de Sousa Andrade EssusIsmênia de Lima MartinsMauricio LissovskyPaulo Knauss de Mendonça
ResumoEsta dissertação de mestrado tem como tema a trajetória de Mario Baldi, fotógrafo austríaco da primeira metade do século XX, emigrado ao Brasil em 1921. Sua produção visual é abordada através das noções de prática social e experiência fotográfica, mapeando seus projetos, estratégias e campo de possibilidades. Sugere-se que as experiências de Baldi iluminam importantes aspectos do surgimento da linguagem fotojornalística, na primeira metade do século XX, bem como testemunha o aparecimento do sujeito-fotógrafo na cena pública, através da fotografia de imprensa. Além disso, trata-se de identificar como as narrativas verbais e visuais de Mario Baldi constroem uma identidade para o fotógrafo, em concordância com o que se pensava ser um bom repórter fotográfico.
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2010-03 Litígios ao sul do Império: a Lei de Terras e a consolidação política da Coroa no Rio Grande do Sul (1850-1880).TítuloLitígios ao sul do Império: a Lei de Terras e a consolidação política da Coroa no Rio Grande do Sul (1850-1880).Autor
Cristiano Luis ChristillinoOrientador(a)
Márcia Maria Menendes MottaData de Defesa
2010-03-22Nivel
DoutoradoPáginas
353Volumes
1Banca de DefesaElione Silva GuimarãesHebe Maria da Costa Mattos Gomes de CastroKeila GrinbergMárcia Maria Menendes MottaMaria Verónica Secreto FerrerasPaulo Afonso ZarthPaulo Pinheiro Machado
ResumoNa presente tese, analisamos a aplicação da Lei de Terras de 1850 na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Recuperamos os conflitos enfrentados pelo Império no Prata e a participação dos milicianos sul-rio-grandenses nesses eventos, de modo a mostrar que a aprovação dos processos de legitimação pelos presidentes de província contribuiu às negociações políticas entre a Coroa e as elites locais. Nosso recorte temporal se estende de 1850 a 1880, período que abrange a promulgação da Lei até a década em que foi produzido o maior volume de processos de legitimação e revalidação de terras. Eles resultaram, principalmente, do avanço da colonização e da exploração da erva-mate. Analisamos a imigração na província meridional e discutimos os interesses da elite sul-rio-grandense nesse processo, para demonstrar que tal processo marcou o encontro do projeto da Coroa com os objetivos de parte da elite local. A erva-mate foi a segunda atividade econômica mais importante da província nesse período e constituiu a principal alternativa encontrada pelos estancieiros à pecuária. A expansão da fronteira fundiária, sobre as terras florestais, multiplicou o número de litígios entre os terratenentes e, com isso, aumentou a procura pelos expedientes da Lei para reconhecimento do direito de acesso a terras. No entanto, os velhos mecanismos de afirmação de propriedade permaneceram entre as estratégias dos fazendeiros para enfrentarem as disputas por terras.
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2010-03 A Mulher-Faraó: Representações da Rainha Hatshepsut como instrumento de legitimação (Egito Antigo – Século XV A.C.)TítuloA Mulher-Faraó: Representações da Rainha Hatshepsut como instrumento de legitimação (Egito Antigo – Século XV A.C.)Autor
Aline Fernandes de SousaOrientador(a)
Ciro Flamarion Santana CardosoData de Defesa
2010-03-18Nivel
MestradoPáginas
173Volumes
1Banca de DefesaCiro Flamarion Santana CardosoNorma Musco MendesRegina Maria da Cunha BustamanteSônia Regina Rebel de Araújo
ResumoEm comparação com as mulheres de outras civilizações antigas, as egípcias desempenharam um papel privilegiado em questões jurídicas e econômicas. No entanto, seu estado ainda era inferior ao dos homens egípcios, sendo as mulheres excluídas, por exemplo, de postos públicos dos quais o trabalho de outras pessoas dependia; apenas algumas mulheres foram chamadas de escriba. O faraó, descendente direto do deus criador, encarnava uma divindade masculina. Isso fazia com que o reinado de uma mulher fosse percebido como algo contrário a Maat, a ordem cósmica e social que permeava o cosmos, conceito central para os antigos egípcios. Por essa razão, o reinado da rainha-faraó Hatshepsut, no século XV a.C., ponto central dessa pesquisa, torna-se peculiar, já que a mesma ocupou o trono do Egito por quase vinte anos e produziu uma série de imagens que a representavam como um legítimo faraó varão. As fontes selecionadas para o estudo são representações iconográficas dessa governante, especificamente estátuas e relevos, e a metodologia aplicada às imagens foi desenvolvida por Richard H. Wilkinson que, a partir da forte ligação entre escrita e imagem representacional no Egito Antigo, entende que os gestos das figuras podem ser lidos e interpretados como a representação simbólica de uma ação. Assim, tendo como uma de suas bases teóricas o conceito de gênero, relacionado a papéis socialmente construídos, o presente trabalho tem por objetivo identificar as estratégias empregadas por esta mulher-faraó, sexta governante da XVIII dinastia, a fim de legitimar seu poder como soberano do trono das Duas Terras, o Egito.
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2010-03 Um Ritmo Espontâneo: O Organicismo em Raízes do Brasil e Caminhos e Fronteiras, de Sérgio Buarque de HolandaTítuloUm Ritmo Espontâneo: O Organicismo em Raízes do Brasil e Caminhos e Fronteiras, de Sérgio Buarque de HolandaAutor
João Kennedy EugênioOrientador(a)
Ronaldo VainfasData de Defesa
2010-03-17Nivel
DoutoradoPáginas
477Volumes
1Banca de DefesaCélia Cristina da Silva TavaresClaudete Maria Miranda DiasGuilherme Paulo Castagnoli Pereira Das NevesIsmênia de Lima MartinsLúcia Maria Paschoal GuimarãesLuiz Carlos SoaresRonaldo Vainfas
ResumoHá uma fonte comum a Raízes do Brasil e Caminhos e fronteiras: o organicismo, com seus tópicos característicos: senso de realidade e aversão a fantasias ou programas; crescimento espontâneo, a partir das próprias forças do organismo cultural; adaptabilidade ou plasticidade; singularidade cultural, isto é, a consideração da tradição e da identidade de um povo; cultura como totalidade dotada de um "filtro" que atua nas trocas culturais. Nos dois livros há um trecho-síntese da concepção organicista de cultura, que permanece praticamente idêntico nos trinta anos que vão da primeira edição de Raízes do Brasil (1936) à edição de Caminhos e fronteiras (1957). Mas há diferenças entre as narrativas. Raízes do Brasil possui um movimento textual feito de oposições – de matrizes rivais: organicismo x sociologia no nível médio das seções, filosofia da vida x sociologia no nível micro dos tópicos. As referências principais são: Weber, na sociologia; Klages, Simmel e Heráclito, na filosofia da vida; Simmel e Aristóteles no organicismo. Sérgio Buarque delineia um organicismo que integra a noção de forma (princípio de individuação) e ritmo (o curso do mundo). Sérgio Buarque compreende vida e história como feitas de oposições em equilíbrio e deseja que a cultura brasileira combine raízes e inovações, tradição e experimentação. Como os organismos vivos, que crescem segundo uma lei interna, mas adaptando-se à realidade envolvente, a cultura precisa se realizar segundo um padrão intrínseco, mas adaptando-se ao contexto geral; ela precisa entrelaçar tradição cultural e modernidade, Volkgeist e Zeitgeist, physis (caráter) e nomos (norma), espírito e vida, em um acordo de antagonismos que seria a lei da vida. Em 1948 publicou-se a segunda edição de Raízes do Brasil, com acréscimos e reformulações. Entre as mudanças está a emergência do viés político progressista. O organicismo sofre uma atenuação plausível: o ensaio é um organismo que cresce e se adapta às novas circunstâncias; realiza em si o que propõe para o Brasil. E as mudanças se integram na economia do contraponto que rege o ensaio: antagonismos em equilíbrio. Mas é preciso reconhecer que a partir de 1948 o ânimo de Sérgio Buarque muda quanto ao organcismo, que ele critica em vários artigos, de forma injusta e exagerada. Em Raízes do Brasil a concepção "orgânica" deparava com um obstáculo: os brasileiros teimavam em agir de forma não adaptativa, renegavam sua tradição histórica e contradiziam na prática o postulado do ensaio de que toda cultura só absorve de outras os traços que são compatíveis com os seus quadros de vida. Já em Caminhos e fronteiras, se as marcas do organicismo são menos visíveis, o organicismo lá é inteiro (sem matriz rival), amplo e sereno. Desviando o olhar da história do Brasil como um todo, Sérgio Buarque vê a realização do crescimento orgânico e da adaptação à realidade na história de São Paulo, sem os dilemas que marcaram a sociedade brasileira do latifúndio monocultor escravista. Nesse livro Sérgio Buarque faz história de inspiração antropológica e isto já revela um traço do organicismo – afinal as raízes da antropologia cultural se ligam à noção aristotélica de forma como princípio de individuação e à valorização das coisas particulares como dotadas de teleologia (princípio de crescimento) própria. Em Caminhos e fronteiras a pesquisa disciplinada e a narrativa histórica são guiadas pela imaginação "orgânica": os tópicos característicos (crescimento orgânico, adaptação à realidade, singularidade cultural) estão por toda parte e os capítulos compõem um tácito argumento organicista. Mais que um erudito livro de história, Caminhos e fronteiras é uma intervenção velada no debate sobre a história do Brasil e as vias de acesso à modernidade.
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2010-03 Serras de Ibiapaba. De Aldeia à Vila de Índios: Vassalagem e Identidade no Ceará colonial - Século XVIIITítuloSerras de Ibiapaba. De Aldeia à Vila de Índios: Vassalagem e Identidade no Ceará colonial - Século XVIIIAutor
Lígio José de Oliveira MaiaOrientador(a)
Maria Regina Celestino de AlmeidaData de Defesa
2010-03-12Nivel
DoutoradoPáginas
409Volumes
1Banca de DefesaElisa Frühauf GarciaEurípides Antônio FunesJoão Pacheco de Oliveira FilhoJohn Manuel MonteiroMárcia Fernanda Ferreira MalheirosMaria Regina Celestino de AlmeidaMariza de Carvalho Soares
ResumoEsta tese visa refletir sobre as mudanças históricas pelas quais passaram os grupos indígenas nas Serras de Ibiapaba (CE), ao longo do século XVIII, procurando entendê-las também a partir da perspectiva dos índios. Sob os efeitos das legislações indigenistas abrangentes como o Regimento das Missões (1686) e o Diretório pombalino (1757), houve mudanças da maior importância, especialmente, na forma de governo dos índios aldeados: entre 1700-1759, com governo dos jesuítas na aldeia de Nossa Senhora da Assunção, também chamada "aldeia de Ibiapaba"; e a partir de 1759, com a elevação da antiga aldeia à categoria de Vila Viçosa Real, então, sob administração laica (com diretor e câmara local) e direção espiritual de padres seculares. Todo esse processo contou com a participação dos grupos indígenas, particularmente de suas lideranças. O objetivo da tese, por conseguinte, é compreender a ação indígena em diferentes contextos históricos setecentistas demonstrando que, mesmo na condição de dominação, eles buscaram diante das incertezas participar dos meandros do Antigo Regime, como índios aldeados e vassalos d’El Rei.
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2010-03 Socialistas Libertários e Lutas Sociais no Rio de Janeiro: Memórias, Trajetórias e Práticas (1985-2009)TítuloSocialistas Libertários e Lutas Sociais no Rio de Janeiro: Memórias, Trajetórias e Práticas (1985-2009)Autor
Mariana Affonso PennaOrientador(a)
Laura Antunes MacielData de Defesa
2010-03-12Nivel
MestradoPáginas
166Volumes
1Banca de DefesaAlexandre Ribeiro SamisLaura Antunes MacielNildo Silva VianaNorberto Osvaldo FerrerasVirginia Maria Gomes de Mattos Fontes
ResumoEsta dissertação analisa movimentos e organizações atuais no Rio de Janeiro que adotam práticas socialistas libertárias, ou seja, que possuem como princípio a atuação direta dos trabalhadores nas lutas sociais e na construção de uma organização própria, horizontal e autônoma de poder, portanto autogestionária, desconstruindo a noção muito difundida de que o socialismo libertário é uma prática política relegada ao passado. Dessa maneira, a dissertação visa reconstituir a memória recente, assim como as trajetórias e práticas políticas dessas organizações e movimentos sociais. Primeiramente traça um breve histórico das organizações que deram origem a alguns dos coletivos contemporâneos, apresenta como estes se organizam e reflete sobre suas práticas. O foco principal da investigação procurou acompanhar ações de ocupação urbana, uma luta social que vem sendo privilegiada pelos socialistas libertários na cidade do Rio de Janeiro, particularmente as experiências do Acampamento Maria Júlia Braga, da Federação Anarquista do Rio de Janeiro e da Frente de Luta Popular. Por fim, busca apresentar alguns dos principais mecanismos utilizados pelos antagonistas dos movimentos sociais para fazer frente a essas lutas, via grande mídia, judiciário e aparelhos repressivos.