Dissertações e Teses
  • 2020-07

    O Estado Feudal em Portugal: Conflitos Sociais e Centralidade Régia no tempo de D. Afonso III (1248-1279).

    Título

    O Estado Feudal em Portugal: Conflitos Sociais e Centralidade Régia no tempo de D. Afonso III (1248-1279).

    Autor
    Thiago Pereira da Silva Magela
    Orientador(a)
    Mário Jorge da Motta Bastos
    Data de Defesa
    2020-07-30
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    401
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    João Cerineu Leite de Carvalho
    Leontina Domingos Ventura Duarte Ferreira
    Maria Filomena Pinto da Costa Coelho
    Mário Jorge da Motta Bastos
    Renata Rodrigues Vereza

    Resumo

    Esta tese analisa o clássico problema das estruturas políticas ou de poder na Idade
    Média. Assim, desenvolvemos ao longo deste trabalho uma abordagem relacional do
    Estado -influência de Göran Therborn- com o intuito de confrontar as visões
    institucionalistas. Procuramos desta maneira observar as ações políticas da realeza nos
    campos da justiça, fiscalidade e redistribuição econômica. Esta abordagem encontrou
    sentido num espaço-tempo, o Portugal medieval, mais especificamente no reinado de
    Afonso III (1248-1279). Este reinado é tradicionalmente analisado através do prisma da
    centralização do poder. Entretanto, ao longo deste trabalho procuramos demonstrar as
    limitações do paradigma da centralização, confrontando-o com as relações
    socioeconômicas. Nossa analise parte do conceito de modo de produção feudal e de sua
    dinâmica interna para compreender o relacionamento entre a aristocracia e a realeza nos
    marcos do Estado Feudal. Esta dinâmica feudal colocava em conflito os diversos setores
    da aristocracia pelo acesso ao excedente campesino, o que nos levou a considerar o Estado
    Feudal como fruto desta dinâmica conflituosa, e não como um projeto régio avant la
    lettre. Esta perspectiva se desdobrou na percepção de que foi o poder senhorial da realeza
    que permitiu a sua centralidade ‘política’ como articulador da classe dominante, na
    mesma medida que lhe conferiu um papel central na redistribuição dos recursos através
    dos marcos institucionais. De igual modo, os resultados deste trabalho indicam que a
    centralidade régia foi alcançada através de um sistema de reciprocidades desiguais, e não
    através da supressão dos poderes senhoriais. Assim, o reinado analisado permitiu entender
    o Estado Feudal como uma organização política descentralizada, no qual se manifestava
    uma centralidade régia que instaurava os marcos institucionais e condicionava os
    horizontes de ação das classes sociais.




  • 2020-07

    "O princípio deste século tem sido empregado em política". A linguagem política de frei Joaquim do Amor Divino Caneca.

    Título

    "O princípio deste século tem sido empregado em política". A linguagem política de frei Joaquim do Amor Divino Caneca.

    Autor
    Pedro Henrique Duarte Figueira Carvalho
    Orientador(a)
    Guilherme Paulo Castagnoli Pereira Das Neves
    Data de Defesa
    2020-07-30
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    167
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Andréa Lisly Gonçalves
    Guilherme Paulo Castagnoli Pereira Das Neves
    Luciano Raposo de Almeida Figueiredo

    Resumo

    Ao longo do século XIX, a província de Pernambuco foi palco de diversas rebeliões. O objetivo
    desta dissertação é analisar o pensamento político de frei Joaquim do Amor Divino Caneca,
    famoso por ter participado da Insurreição Pernambucana (1817) e por ter sido o líder intelectual
    da Confederação do Equador (1824). Para tal, analisaram-se os escritos do frade anteriores à
    Confederação à procura de sua linguagem política. Ao responder às acusações de
    republicanismo feitas por José Fernandes Gama, verifica-se que o religioso era um adepto da
    linguagem do bem público. A partir desse episódio, a reflexão em torno da linguagem
    republicana presente nos escritos do frei permite dizer que Caneca não era um republicano, e
    sim um repúblico.




  • 2020-07

    "Provas do Bello Talento". Gênero, Raça e Abolição sob a pena de Maria Firmina no Maranhão Oitocentista

    Título

    "Provas do Bello Talento". Gênero, Raça e Abolição sob a pena de Maria Firmina no Maranhão Oitocentista

    Autor
    Clarissa Dos Santos Pinto Pires
    Orientador(a)
    Humberto Fernandes Machado
    Data de Defesa
    2020-07-28
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    276
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Humberto Fernandes Machado
    Iamara da Silva Viana
    Jonis Freire

    Resumo

    O presente trabalho corresponde a um estudo sobre a experiência histórica de Maria
    Firmina dos Reis (1822-1917) enquanto mulher negra, livre, intelectual, professora,
    atuante na imprensa e na cena política-cultural da província do Maranhão na segunda
    metade do século XIX, bem como a construção da memória entre os séculos XIX e XXI
    sobre sua vida e suas obras. Envolvida pelo movimento do abolicionismo, da educação
    pública e do romantismo literário, a análise da trajetória de Maria Firmina se apresenta
    convidativa por ilustrar o seu protagonismo em ações e instrumentos de liberdade,
    resistência, confronto e diálogo que se somam às tantas ações conjuntas da população
    negra e feminina em defesa da cidadania de pessoas negras livres, libertas e
    escravizadas, reconhecendo entre as mesmas proximidades e distâncias. A fim de
    enquadrá-la como liderança abolicionista pela viabilidade dos seus projetos individuais,
    serão observados os caminhos de liberdade por ela trilhados para conquistar, disputar e
    manter-se nos espaços do debate público sobre a escravidão e a condição feminina a
    partir das suas criações literárias no romance Úrsula (1860) e no conto A Escrava
    (1887).




  • 2020-07

    A especificidade do humanismo de Damião de Góis: Notas para um estudo da Lamentação do Povo da Lapónia e de A fé, a religião e os costumes da Etiópia (século XVI)

    Título

    A especificidade do humanismo de Damião de Góis: Notas para um estudo da Lamentação do Povo da Lapónia e de A fé, a religião e os costumes da Etiópia (século XVI)

    Autor
    Thays Alves Rodrigues
    Orientador(a)
    Ronald José Raminelli
    Data de Defesa
    2020-07-28
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    164
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Claudio Costa Pinheiro
    Ronald José Raminelli
    Silvia Patuzzi

    Resumo

    Esta dissertação tem como escopo a interpretação das descrições que o português,
    diplomata-humanista, Damião de Góis (1502-1574), realiza dos etíopes, dos lapões, e das
    sociedades localizadas ao longo da costa indiana, identificadas, respectivamente, na Fides,
    religio, moresque Aetiopum (1540), na Deploratio Lappianae Gentis (1540), e, na Chronica
    do Felicissimo Rei Dom Emanuel (1566-1567). Ao considerarmos o compromisso de Góis
    com os propósitos de uma monarquia em expansão, procuramos identificar o vocabulário
    conceitual, bem como, os pressupostos que mobiliza na atividade de pena, para, num único
    movimento retórico, garantir a autoridade de seus escritos, a ingerência portuguesa em outras
    paragens, e o livre trânsito das especiarias pela Europa, principalmente, pelo mundo
    germânico, cujo movimento reformista oferecia resistência a essa circulação. Por fim, para
    além da influência dos interesses expansionistas, mas também como consequência deles,
    consideramos esse mesmo vocabulário como o produto de um contexto ordenado pelo
    código analógico, que compatibilizava as diferenças e possibilitava a aproximação entre os
    homens, por mais diferentes que fossem.




  • 2020-07

    (Neo)liberalismo, democracia e "diplomacia empresarial": a história do Council of the Americas (1965-2019)     

    Título

    (Neo)liberalismo, democracia e "diplomacia empresarial": a história do Council of the Americas (1965-2019)     

    Autor
    Rejane Carolina Hoeveler
    Orientador(a)
    Virginia Maria Gomes de Mattos Fontes
    Data de Defesa
    2020-07-22
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    680
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Ana Elisa Saggioro Garcia
    Gilberto Grassi Calil
    Renato Luís do Couto Neto E Lemos
    Rolando Eugenio Álvarez Vallejos
    Virginia Maria Gomes de Mattos Fontes

    Resumo

    Esta tese trata da história do Council of the Americas (COA) desde sua fundação, em 1965,
    sob a iniciativa de David Rockefeller (e inicialmente sob o nome de Council for Latin
    America - CLA), até os dias atuais. O Conselho das Américas é, desde sua criação, a principal
    entidade privada que organiza a ação política empresarial do capital estadunidense na América
    Latina. Busca-se identificar os principais atores, empresariais, políticos e intelectuais, que
    estiveram no centro da atuação deste aparelho ao longo dessas mais de cinco décadas de
    existência. Procuramos compreender continuidades e rupturas ideológicas que pautaram as
    modalidades de ação do Conselho, e a partir de matriz teórica marxiana e gramsciana,
    demonstrar a inserção deste aparelho privado de hegemonia tanto na sociedade civil como na
    sociedade política (Estado ampliado), e tanto nos Estados Unidos como nos mais diversos
    cenários nacionais latino-americanos – portanto, em âmbito transnacional (hemisférico).
    Inquirimos como, da colaboração com as ditaduras militares latino-americanas dos anos 1960
    e 1970 – com destaque para a participação do Conselho na campanha que levou ao golpe de
    1973 no Chile e as íntimas ligações com o regime instalado no Brasil após 1964 – à defesa de
    democracias restritas sob a batuta neoliberal, o discurso do Conselho sempre envolveu uma
    mistificação ideológica sobre uma suposta identidade de interesses comuns "hemisféricos".
    Entendemos que, como propulsor do "livre comércio" interamericano e impulsionador de
    outros aparelhos empresariais, o Conselho faz uso de um conjunto de modalidades de ação
    que vai da propaganda para o grande público à estreita colaboração com agências de
    inteligência, constituindo-se como co-elaborador e co-operador privado central na política
    externa estadunidense para a América Latina. Analisamos, por fim, que além da propaganda

    positiva da "livre empresa" ou do "empreendedorismo" (associada a ferrenho anti-
    comunismo, e contrária a tudo que fosse considerado como lesivo ao capital imperialismo,

    desde expropriações à direitos sociais universais); e mais que precursora da chamada
    "responsabilidade social corporativa", o Conselho das Américas atua como um intelectual
    coletivo que busca "educar" as classes dominantes latino-americanas.




  • 2020-07

    Persianismo: recepção sociocultural do estilo persa na Atenas Clássica (século V a.C.)

    Título

    Persianismo: recepção sociocultural do estilo persa na Atenas Clássica (século V a.C.)

    Autor
    Pierre Romana Fernandes
    Orientador(a)
    Alexandre Santos de Moraes
    Data de Defesa
    2020-07-21
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    159
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Adriene Baron Tacla
    Alexandre Santos de Moraes
    Fábio de Souza Lessa

    Resumo

    Nossa pesquisa tem como objeto de análise a recepção de um elemento da cultura
    persa – os rítons – na sociedade ateniense do século V a.C. Os rítons de figuras vermelhas
    começaram a ser produzidos nas oficinas áticas no início do quinto século logo após o
    fim das Guerras Greco-pérsicas, sugerindo indícios de conectividade cultural entre
    Atenas e o Império Persa Aquemênida em concomitância aos discursos de alteridade que
    antagonizavam gregos e bárbaros. A maneira como os rítons eram adotados, produzidos
    e consumidos nos oferecem possibilidades não apenas de compreender a rede de
    interconexão que preservava os contatos entre gregos e persas, mas também como
    determinados segmentos sociais da pólis dos atenienses se valiam da ostentação de bens
    de luxo originalmente persas – fenômeno conceituado como persianismo – como medida
    de marcação de uma identidade étnica que se pretendia representar como legítima nas
    relações de poder em Atenas e entre esta cidades e outras cidades gregas no contexto da
    "Liga Délica".




  • 2020-07

    Concordemos em discordar: a relação entre tolerância, concórdia e dúvida em Erasmo de Roterdã (1524-1527)

    Título

    Concordemos em discordar: a relação entre tolerância, concórdia e dúvida em Erasmo de Roterdã (1524-1527)

    Autor
    Caio Affonso Leone
    Orientador(a)
    Renato Júnio Franco
    Data de Defesa
    2020-07-17
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    161
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Luís Filipe Silvério Lima
    Renato Júnio Franco
    Silvia Patuzzi

    Resumo

    A presente dissertação ocupa-se do pensamento de Erasmo de Roterdã sobre a relação entre
    tolerância, concórdia e os usos da dúvida em matéria de religião. A principal proposta é analisar
    as três obras publicadas em função da chamada Controvérsia do Livre Arbítrio, travada entre
    ele e Martinho Lutero entre 1524 e 1527. Para isso, um levantamento da historiografia
    interessada em Erasmo, em particular a respeito de suas opiniões sobre a tolerância religiosa,
    se mostra necessária. A partir de tal levantamento, sugeriu-se que, ao invés da tolerância, o
    conceito de concórdia cristã seria a chave ideal para descrever as concepções erasmianas do
    tratamento da dissidência religiosa, de adesão ao consenso e de e crítica à autoridade
    eclesiástica. Nessa perspectiva, merecem destaque os aspectos teológicos e políticos do
    conceito como base da atuação erasmiana no contexto de controvérsias teológicas e conflitos
    civis nas primeiras décadas do século XVI. Defende-se que uma das estratégias mais
    importantes usados por Erasmo nessas querelas foram os usos da dúvida como instrumento de
    comunicação do dissenso. Para melhor compreender este instrumento, parte-se de uma
    apreciação historiográfica do que foi chamado de "crise do critério de verdade teológica" e das
    possíveis apropriações do ceticismo moderno. Esse percurso culmina na análise da De Libero
    Arbitrio Diatribe sive Collatio, de 1524, na qual Erasmo teria proposto um debate moderado a
    respeito de um artigo não-essencial à fé, a doutrina do Livre Arbítrio, com o intuito de
    pavimentar a reconciliação dos cristãos e o restabelecimento da concórdia. Em seguida,
    aprecia-se a réplica, o De Servo Arbitrio, de 1525, na qual Lutero acusou Erasmo de ser um
    "cético" mais preocupado com a paz e a tranquilidade da carne do que com a salvação das
    almas. Finalmente, chega-se à análise da tréplica Erasmiana, o Hyperaspistes de 1526-27, no
    qual procuram-se interpretações das consequências desse debate epocal, bem como a percepção
    erasmiana dos sinais de um tempo menos aberto à reconciliação pacífica e ao restabelecimento
    da concórdia.




  • 2020-07

    As Armas e os Brasões Assinalados: Reforma do Estado e Iconografia Heráldica sob D. Manuel I (Portugal – 1495-1521)

    Título

    As Armas e os Brasões Assinalados: Reforma do Estado e Iconografia Heráldica sob D. Manuel I (Portugal – 1495-1521)

    Autor
    Franklin Maciel Tavares Filho
    Orientador(a)
    Mário Jorge da Motta Bastos
    Data de Defesa
    2020-07-17
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    Volumes
    Banca de Defesa
    Almir Marques de Souza Junior
    Georgina Silva Dos Santos
    João Cerineu Leite de Carvalho
    Maria Filomena Pinto da Costa Coelho
    Mário Jorge da Motta Bastos

    Resumo

  • 2020-07

    APROPRIAÇÕES INSTITUÍDAS E A SUBVERSÃO DO POPULAR: USOS, FORMATOS E POÉTICA DO CORDEL LITERATURA (1955 -2008)

    Título

    APROPRIAÇÕES INSTITUÍDAS E A SUBVERSÃO DO POPULAR: USOS, FORMATOS E POÉTICA DO CORDEL LITERATURA (1955 -2008)

    Autor
    Antonio Helonis Borges Brandão
    Orientador(a)
    Giselle Martins Venancio
    Data de Defesa
    2020-07-16
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    412
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Carlos Augusto Pereira Dos Santos
    Elis Regina Barbosa Angelo
    Georgina Silva Dos Santos
    Giselle Martins Venancio
    Sylvia Regina Bastos Nemer

    Resumo

    A tese discute o processo em que o cordel brasileiro é instituído pelos estudiosos e agentes
    de produção em uma expressão cultural múltipla, configurado em uma forma fixa e única
    nas convenções próprias a um sistema editorial e literário. Assim ela reflete sobre a
    constituição do formato material, forma poética fixa e variados usos do cordel brasileiro
    como objeto de estudo, o que subverte a lógica explicativa do popular inventado.
    Seguindo referenciais teóricos da história do livro e da leitura, história intelectual,
    sociologia cultural e crítica literária, o trabalho compreende o largo período, entre 1955,
    marco da institucionalização, na emergência do objeto de estudo e da primeira associação
    duradoura de poetas, até 2008, o balizamento final do que chamamos de subversão do
    popular na forma e formato do cordel, que o amplia em alcance e o reitera em novos usos.
    O principal objetivo aqui é o de compreender o processo de apropriação,
    institucionalização, subversão e movência de um idealizado caráter popular, a partir das
    representações e usos instituídos pelos intermediários (mediadores) culturais do cordel –
    estudiosos, jornalistas e agentes de produção. A hipótese que levantamos é que o motivo
    da exclusão do cordel do cânone literário brasileiro se dá pela recorrência em se refletir
    as práticas dissociadas da própria historicidade configurada nas convenções da forma,
    formatos e usos sociais que lhe dão sentido. A configuração da literariedade, da forma,
    nas associações e academias de poetas; a desmaterialização do formato, no cibercordel da
    segunda metade dos anos de 1990, e no processo de digitalização e disponibilização
    consolidada dos primeiros acervos na rede mundial de computadores, entre 2001 e 2008;
    além da recente incorporação do cordel junto ao mercado editorial do livro, são pois
    analisados como as recriações que subvertem, no campo literário, alguns dos sentidos
    anteriormente dados ao cordel literatura.




  • 2020-07

    DO CARIRI PARA O MUNDO: A MUSEALIZAÇÃO DA XILOGRAVURA DO CORDEL E OS SENTIDOS DA ARTE POPULAR NO BRASIL (1955-1965)

    Título

    DO CARIRI PARA O MUNDO: A MUSEALIZAÇÃO DA XILOGRAVURA DO CORDEL E OS SENTIDOS DA ARTE POPULAR NO BRASIL (1955-1965)

    Autor
    Sandra Nancy Ramos Freire Bezerra
    Orientador(a)
    Paulo Knauss de Mendonça
    Data de Defesa
    2020-07-16
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    305
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Ana Maria Mauad de Sousa Andrade Essus
    Francisco Régis Lopes Ramos
    Paulo Knauss de Mendonça
    Ricardo Gomes Lima
    Rogéria Moreira de Ipanema

    Resumo

    Durante certo tempo a xilogravura acompanhou os folhetos de cordel como ilustração das
    suas capas. Entre os anos 1955 e 1965 as ilustrações atraíram o interesse de agentes
    ligados a Universidade do Ceará, que constituíram uma importante coleção para compor
    o acervo do Museu de Arte que estava sendo criado. A coleção foi apresentada em
    exposições no Sudeste e no exterior percorrendo vários países, sendo também
    musealizada. Nesse contexto o artista Sérvulo Esmeraldo também ligado ao grupo da
    Universidade do Ceará, resolveu interferir na produção trazendo para as xilogravuras um
    modelo já vivenciado no campo da arte erudita, os álbuns temáticos, assinados e
    numerados. Esta tese analisa a coleção constituída e as transformações pelas quais passou
    a xilogravura a fim de compreender como o processo de musealização fixou seu estatuto
    artístico. A análise utilizou diversas fontes, que envolveram os discursos produzidos e
    difundidos nos catálogos, correspondências, textos veiculados na imprensa e também nos
    registros históricos publicados nos documentos oficiais da Universidade do Ceará Os
    conceitos históricos utilizados para mediar as percepções foram cultura visual, práticas
    e representações.




  • 2020-07

    Os Dórios da Ásia: Etnicidade e Identidade Religiosa em Cnido e Cós no Período Helenístico

    Título

    Os Dórios da Ásia: Etnicidade e Identidade Religiosa em Cnido e Cós no Período Helenístico

    Autor
    Mateus Mello Araujo da Silva
    Orientador(a)
    Alexandre Carneiro Cerqueira Lima
    Data de Defesa
    2020-07-16
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    251
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Adriene Baron Tacla
    Alexandre Carneiro Cerqueira Lima
    Vagner Carvalheiro Porto

    Resumo

    Nas últimas décadas, a partir dos anos 1990, os estudos sobre a região da Cária (no
    sudoeste da Ásia Menor), sobre a etnicidade entre os helenos e sobre as cidades no período
    helenístico presenciaram um novo fôlego. Intensos debates foram postos, eventos organizados
    e obras foram publicadas sobre os assuntos. Nosso objetivo nessa dissertação é unir os três
    campos supracitados, ao abordar um caso específico de construção da etnicidade entre um
    conjunto de cidades gregas na costa da Cária, no continente e ilhas próximas, durante o período
    helenístico. Ou seja, abordaremos a construção da etnicidade, especialmente a dórica, entre as
    cidades de Cnido, Cós e Rodes no decorrer do III século a.C. e até meados do II século a.C.
    Compreendemos que essas cidades não só compartilhariam uma identidade étnica entre si
    através de sua subscrição no grupo étnico dos dórios de forma mais ampla, mas teriam a
    memória da anfictionia regional dos períodos arcaico e clássico organizada ao redor dessa
    mesma identidade: a Hexápolis e, em seguida, a Pentápolis Dórica. A identidade nessa
    anfictionia era exercida através do pertencimento ao grupo das cinco cidades dóricas da Cária,
    participando de cultos e competições exclusivistas. A religião, através de sua multiforme
    presença na sociedade, seria o fator central para essa construção.
    Para além disso, essa região teria passado do princípio do III século a.C. até a metade
    do II século a.C. uma série de flutuações políticas complexas, submetendo as cidades da Cária
    como um todo a diversas conformações de submissão política, alianças e resistência aos grandes
    reinos helenísticos, sempre em disputa pela região. Também fornece espaço para a análise do
    crescimento territorial e hegemônico de uma dessas cidades, Rodes, com suas próprias
    pretensões políticas e econômicas se estendendo sobre as demais cidades. E, por fim, permite
    uma análise de caso sobre os primeiros anos da interferência política romana na Ásia que, na
    segunda metade do II século a.C., começaria a se tornar ainda mais pronunciada com a criação
    da província da Ásia. Essas trajetórias históricas das três cidades em muitos pontos
    convergentes e, em outros, divergentes, poderiam gerar ainda mais um sentido de comunidade.
    A dissertação foi dividida em três partes, com um enfoque gradual. No primeiro
    capítulo, será feita a contextualização histórica das cidades de Cnido, Cós e Rodes em longa
    duração, desde o período arcaico até meados do II século a.C. A partir desses casos serão
    apresentadas as discussões acerca da etnicidade e importância da pólis durante o período
    helenístico. No segundo, o recorte será focado na análise dos tipos numismáticos de Cnido e
    Cós produzidos no período helenístico. Compreendemos que essas imagens representavam

    10
    mensagens e, ao circularem, poderiam trabalhar como um fator importante na constituição das
    identidades local e regional. Por fim, analisaremos os testemunhos epigráficos vindos de Cnido,
    antigo centro cultual da Pentápolis Dórica, ou relacionados à sua vida cultual e agonística para
    compreendermos como a cidade articulava sua identidade étnica e seu pertencimento dentro do
    mundo grego durante o período helenístico. O segundo volume da dissertação é constituído
    pelo repertório de tipos numismáticos de Cnido e Cós, que foram agrupados a partir das
    divindades que ocupam os anversos das moedas na análise do segundo capítulo da dissertação.




  • 2020-07

    Rituais Funerários da Segunda Idade do Ferro no Sul da França: o caso de Ensérune

    Título

    Rituais Funerários da Segunda Idade do Ferro no Sul da França: o caso de Ensérune

    Autor
    Thaís Rodrigues Dos Santos
    Orientador(a)
    Adriene Baron Tacla
    Data de Defesa
    2020-07-14
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    342
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Adriene Baron Tacla
    Camila Diogo de Souza
    Pedro Vieira da Silva Peixoto

    Resumo

    Nesta pesquisa propomos o estudo das performances rituais funerárias de Ensérune em III a.C. Buscando compreender além da sequência de práticas vinculadas à essas performances, a construções da personalidade, de gênero e da memória social a partir da cultura material presente nas sepulturas. Ensérune trata-se do principal cemitério da Segunda Idade do Ferro do sul da França, e fornece pistas importantes para a compreensão dos rituais funerários da região. Neste cemitério, podemos observar como os mortos eram cremados, seus ossos coletados e colocados em urnas funerárias. Posteriormente era feita uma deposição secundária dessa cremação em uma cova, onde colocava-se além da urna funerária, oferendas alimentares (carneiro, porco, galinha, dentre outros animais), cerâmicas de banquete importadas, além dos vestígios da pira funerária (cinzas e mobiliário da pira).




  • 2020-07

    Redes de Solidariedades entre Vivos e Mortos: a formação do patrimônio da confraria de Sancti Spiritus de Villalpando (Séculos XIV-XV)

    Título

    Redes de Solidariedades entre Vivos e Mortos: a formação do patrimônio da confraria de Sancti Spiritus de Villalpando (Séculos XIV-XV)

    Autor
    Douglas Ribeiro da Rosa Bandeira
    Orientador(a)
    Mário Jorge da Motta Bastos
    Data de Defesa
    2020-07-13
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    137
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Almir Marques de Souza Junior
    Mário Jorge da Motta Bastos
    Renata Rodrigues Vereza

    Resumo

    Nesta presente dissertação, nos debruçamos sobre a história da confraria de clérigos de
    Sancti Spiritus de Villalpando localizada no reino de Castela. O recorte temporal são os
    séculos XIV e XV. Analisando a sua documentação – composta basicamente por
    contratos de doações, compras, vendas, trocas e arredamentos –, buscamos compreender
    um processo no qual "economia" e "religião" não podiam ser dissociadas e em que a
    necessidade de estabelecimento de vínculos sociais, além da crença e da esperança da
    salvação deram ensejo à constituição do patrimônio desta confraria, que persistiu até o
    século XIX. Não temos o ano exato da fundação da confraria de clérigos de Sancti
    Spiritus, mas as menções mais antigas datam do século XII. Neste século a Europa vê o
    alvorecer de inúmeras transformações e a maturação de processos que estavam em curso
    nos séculos anteriores. A expansão econômica verificada neste período é um deles. Os
    campos medievais passam a produzir mais, novas áreas são arroteadas ampliando-se os
    espaços cultiváveis e os excedentes agrícolas, agora capaz de sustentar uma maior
    quantidades de indivíduos alheios ao setor primário da produção. No mesmo período as
    cidades medievais se revigoram, atraem para si não apenas os excedentes produzidos
    nas áreas rurais, mas o destino de indivíduos que buscam novas oportunidades e
    recomeços. É neste espaço e neste contexto que vemos a transformação da forma que
    até então o homem medieval se relacionava entre si ou com o além através do
    aparecimento de novas formas de religiosidade, como as Ordens Mendicantes ou o
    nascimento do Purgatório, e de novas formas de sociabilidade, como as confrarias que
    atuaram como redes de solidariedades entre vivos e mortos.




  • 2020-07

    "Varar o território nacional de ponta a ponta": Atlas Folclórico do Brasil, Projeto Rondon e as Políticas de Integração Cultural (1951-1982)

    Título

    "Varar o território nacional de ponta a ponta": Atlas Folclórico do Brasil, Projeto Rondon e as Políticas de Integração Cultural (1951-1982)

    Autor
    Valério Rosa de Negreiros
    Orientador(a)
    Giselle Martins Venancio
    Data de Defesa
    2020-07-10
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    281
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Denise Rollemberg Cruz
    Giselle Martins Venancio
    Janaína Martins Cordeiro
    Juliette Dumont-quessard
    Márcia Regina Romeiro Chuva

    Resumo

    Esta tese tem como objetivo analisar o processo de institucionalização do folclore no Brasil a
    partir da investigação do projeto do Atlas Folclórico do Brasil. Ainda na década de 1950,
    quando do surgimento do Movimento Folclórico Brasileiro, foi levantada na Carta do Folclore
    Brasileiro a ideia - por parte dos folcloristas que compunham a Comissão Nacional de Folclore
    – da catalogação de todas manifestações folclóricas do país. Simultaneamente à luta para tornar
    o folclore uma disciplina acadêmica, dotada de conceito e metodologias científicas, os
    folcloristas criaram instituições e projetos ao longo de três décadas, sempre almejando executar
    aquilo que seria o projeto maior deles "o grande levantamento do folclore brasileiro". Diante
    disso, observou-se que a partir do golpe civil-militar de 1964, uma nova política cultural - a
    qual denominamos de "integração cultural" - se estruturou no país. Tal fato, sustentamos nessa
    tese, teria possibilitado aos folcloristas da Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro realizar
    um inquérito na década de 1970, nas chamadas "Operação Pesquisa Folclórica", em
    colaboração com o Projeto Rondon e estudantes universitários, integrantes deste projeto.
    Apesar de apenas um Atlas ter sido publicado, essa investigação descobriu que foi feito, em
    vários estados, o cadastramento das manifestações que fariam parte do Atlas nacional. Diante
    disso, defendemos que, no contexto da década de 1970, as configurações ideológicas
    permitiram aos folcloristas realizarem seu projeto maior, bem como, permanecerem
    institucionalmente vinculados ao Estado brasileiro.




  • 2020-07

    "A ditadura nos trilhos: cotidiano e memória dos trabalhadores da Rede Ferroviária Federal S.A. (1964-1974)".

    Título

    "A ditadura nos trilhos: cotidiano e memória dos trabalhadores da Rede Ferroviária Federal S.A. (1964-1974)".

    Autor
    Isabella Villarinho Pereyra
    Orientador(a)
    Janaína Martins Cordeiro
    Data de Defesa
    2020-07-09
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    171
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Janaína Martins Cordeiro
    Larissa Rosa Corrêa
    Lívia Gonçalves Magalhães

    Resumo

    Esta dissertação de mestrado discute a complexidade das relações construídas entre
    sociedade e a ditadura civil-militar a partir do estudo de caso dos trabalhadores da Rede
    Ferroviária Federal S.A. na cidade do Rio de Janeiro, durante a primeira década do regime
    (1964-1974). Pretende-se analisar como o cotidiano de trabalho dos ferroviários cariocas foi
    alterado pela presença de esferas de vigilância e repressão da ditadura e quais os mecanismos
    utilizados para se adaptarem à realidade de exceção. Ao refletirmos sobre a memória social
    construída por esses atores, marcada por esquecimentos e silêncios, analisaremos como a
    ambivalência dos comportamentos sociais, além de atitudes como indiferença, passividade e
    naturalização da violência, contribuíram para a construção do consenso em torno do regime.




  • 2020-07

    Entre realidades e dissoluções: emancipação, imprensa e abolicionismo em Pernambuco (1848-1875)

    Título

    Entre realidades e dissoluções: emancipação, imprensa e abolicionismo em Pernambuco (1848-1875)

    Autor
    Emanoel da Cunha Germano
    Orientador(a)
    Hebe Maria da Costa Mattos Gomes de Castro
    Data de Defesa
    2020-07-09
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    160
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Hebe Maria da Costa Mattos Gomes de Castro
    Keila Grinberg
    Larissa Moreira Viana

    Resumo

    O objetivo dessa pesquisa é resgatar a cultura política dos impressos republicanos nos
    debates abolicionistas na província de Pernambuco entre 1848 e a década de 1875. Analisei o
    fenômeno da disseminação do republicanismo nesta região, atrelado aos debates
    emancipacionistas em suas folhas políticas, realçando os pontos de interseção e de
    afastamento entre esses dois movimentos, que podem ser verificados através dos jornais
    republicanos. Privilegiamos analisar os periódicos que problematizaram a questão escravista
    no país, além disso, recorrermos às pesquisas que trataram sobre esse assunto.
    O estudo analisa o grupo de republicanos históricos que discutiram a abolição em seus
    impressos e fizeram parte da geração 1848, grupos de intelectuais estes que tiveram por
    alcunha "Quarante-Huitard", caracterizada pelos historiadores pernambucanos. Esta iniciativa
    torna complexa uma dada leitura da história nacional articulada às mais recentes
    interpretações historiográficas regionais sobre o repensar da sociedade oitocentista. Refletir
    sobre este grupo mostrar-se-á proveitoso como porta de entrada o entendimento da formação
    de uma cultura política republicana abolicionista no Recife na segunda metade do século XIX.
    No decorrer dos capítulos, busquei entender, como os republicanos desta geração que
    data da revolta praieira 1848, até meados de 1870, difundiram dois movimentos em seus
    impressos: desde o republicanismo, como o emancipacionismo. Assim, trabalhar com
    conceitos como "sociabilidade", "cultura política" e "horizonte de expectativa" foi um
    caminho essencial para a pesquisa.
    Para exemplificar o protagonismo desta tradição republicana nos guiaremos pela
    reconstituição histórica da vida de um desses republicanos históricos. Neste sentido,
    procurou-se investigar a trajetória do republicano Romualdo Alves de Oliveira durante o
    período que cobre a pesquisa. Como republicano abolicionista, era conhecido como
    advogado, profissão que exercia como rábula. A partir do percurso trilhado por Romualdo
    Oliveira, tanto no Recife quanto na cidade do Rio de Janeiro, aqui atuando nos movimentos
    abolicionistas, o estudo em questão visa apontar a participação política ativa dos republicanos
    abolicionistas na imprensa em meados oitocentistas na província de Pernambuco.




  • 2020-07

    Arte para ser vista e admirada: a pintura mural de Eugêncio de Proença Sigaud a partir da catedral de Jacarezinho, Paraná

    Título

    Arte para ser vista e admirada: a pintura mural de Eugêncio de Proença Sigaud a partir da catedral de Jacarezinho, Paraná

    Autor
    Luciana de Fátima Marinho Evangelista
    Orientador(a)
    Paulo Knauss de Mendonça
    Data de Defesa
    2020-07-08
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    303
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Andréa Casa Nova Maia
    Arthur Gomes Valle
    Karla Guilherme Carloni
    Paulo Knauss de Mendonça
    Viviane Furtado Matesco

    Resumo

    O conjunto de pinturas murais da catedral diocesana do município paranaense de Jacarezinho, é considerado a maior obra de Eugênio Proença Sigaud (1899-1979). As pinturas cobrem 600m² de superfície e foram realizadas entre os anos de 1954 e 1957, por encomenda do bispo Dom Geraldo Proença Sigaud, que era irmão do artista. O estudo desenvolvido partiu do lugar do pintor na historiografia da arte no Brasil e recorreu a fontes diversificadas, como imprensa, catálogos de exposição, entrevistas, fotografias, documentos de polícia política e da diocese, além da obra artística de Sigaud. A análise se orientou pela definição da arte como ação coletiva, estabelecida na sociologia de Howard Becker, analisando as interações da sociedade local com o artista e sua obra. O conceito de produção de presença, proposto por Hans Ulrich Gumbrecht, serviu para pensar o efeito das pinturas no espaço de culto. A pesquisa contextualiza historicamente a originalidade do pensamento e da arte de Sigaud no universo da arte moderna no Brasil e sua posição no debate internacional sobre a arte mural no século XX, demonstrando como o pintor defendeu o princípio da harmonização decorativa da pintura mural que serviu à mensagem política de sua arte figurativa voltada para a crítica da ordem social dominante e promoção da imagem do trabalhador. Nas pinturas da catedral de Jacarezinho, identificase como o artista explorou as tradições e os motivos da arte religiosa para desafiar o culto do sagrado




  • 2020-07

    Sobre o socialismo: a complexidade do conceito no Partido dos Trabalhadores (1980-2007)

    Título

    Sobre o socialismo: a complexidade do conceito no Partido dos Trabalhadores (1980-2007)

    Autor
    Wagner Luiz Nogueira Hartje
    Orientador(a)
    Renata Torres Schittino
    Data de Defesa
    2020-07-07
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    109
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Gustavo França Gomes
    Marcus Ajuruam de Oliveira Dezemone
    Renata Torres Schittino

    Resumo

    Este trabalho tem por objetivo central situar as principais ações e políticas do
    Partido dos Trabalhadores (PT) ao longo de sua existência, com recorte histórico mais
    preciso desde sua fundação, em 1980, até o ano de 2007, quando foi realizado seu 3o
    Congresso Nacional. A análise das rupturas e continuidades do PT visa discutir acerca da
    complexidade do conceito de socialismo e sua categorização no interior da legenda, bem
    como as ações práticas que o partido fizeram para configurar-se (ou não) como um partido
    estrategicamente socialista. Isto é, o percurso petista foi marcado por diferentes
    avaliações do que se propunha em termos de socialismo, de modo que em cada fase do
    partido tal definição ganhou significados distintos, todas, entretanto, conjugadas à
    democracia, esta, por sua vez, entendida como um valor universal. Percorremos os
    documentos deliberados nos encontros e congressos do PT a fim de analisar como tais
    definições de socialismo foram apresentadas ao mundo. Além disso, situaremos autores
    que já se debruçaram acerca deste tema na intenção de esboçar as principais
    convergências e divergências existentes sobre o real significado do socialismo do PT.




  • 2020-07

    "A seca de 1932 e o governo provisório no Ceará"

    Título

    "A seca de 1932 e o governo provisório no Ceará"

    Autor
    Priscilla Régis Cunha de Queiroz
    Orientador(a)
    Maria Verónica Secreto Ferreras
    Data de Defesa
    2020-07-07
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    239
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Frederico de Castro Neves
    José Augusto Valladares Pádua
    Maria Verónica Secreto Ferreras
    Mario Grynszpan
    Vanderlei Vazelesk Ribeiro

    Resumo

    Esta tese investiga a forma como se deu o combate à seca de 1932 no Ceará, situando
    historicamente seus termos no processo de conformação do Governo Provisório varguista
    (1930-1934). Ao tempo em que os primeiros sinais da severidade da estiagem foram
    reconhecidos em 1930, a disputa pelo controle da Presidência do Estado do Ceará se acirrou,
    impactando na atenção dada à crise climatérica. O mesmo ocorreu em outros momentos de
    instabilidade política no novo regime. Com o agravamento da seca, o Governo Provisório
    renovou o compromisso com os estados atingidos pela estiagem, mas apesar do ímpeto de
    mudança estrutural, recorreu à velhas respostas para dar conta do histórico problema. Por meio
    de fontes diversas, sobretudo, jornais, documentação oficial produzida em nível local e nacional
    e relatos memorialísticos, analisamos como as principais instâncias encarregadas dos socorros
    públicos, a saber, Interventoria Federal de Obras Contra as Secas e Ministério da Viação e
    Obras Públicas, passaram a se ocupar da crise social. Percebeu-se que ao longo do Governo
    Provisório (1930-1934) o debate em torno da seca foi gradativamente ampliado à medida em
    que o próprio estado pós-revolucionário se adensava. Nesse contexto, a questão climatérica foi
    redimensionada, passando a fazer parte de debates acerca dos usos dos recursos naturais
    nacionais e do ordenamento constitucional da nação.




  • 2020-07

    Ingleses x ingleses: poder e conflito entre a diplomacia londrina e os comerciantes britânicos no comércio proibido de escravos (Rio de Janeiro, 1826-1850)

    Título

    Ingleses x ingleses: poder e conflito entre a diplomacia londrina e os comerciantes britânicos no comércio proibido de escravos (Rio de Janeiro, 1826-1850)

    Autor
    João Daniel Antunes Cardoso do Lago Carvalho
    Orientador(a)
    Carlos Gabriel Guimarães
    Data de Defesa
    2020-07-06
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    264
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Carlos Gabriel Guimarães
    Gabriel Passetti
    Jonis Freire
    Mariana de Aguiar Ferreira Muaze
    Tâmis Peixoto Parron
    Thiago Fontelas Rosado Gambi

    Resumo

    Esta tese objetiva analisar as relações de convergência e divergência entre os
    comercinates britânicos no Brasil, notadamente no Rio de Janeiro, e o diplomacia
    londrina com relação ao fim do tráfico de escravos para o Império. Muitos estrangeiros,
    notadamente súditos de Sua Majestade britânica, obtiveram grandes lucros com a
    participação direta ou indireta na atividade do infame comércio, além de muitos desses
    indivíduos, ao residirem no Brasil, passaram a serem grandes senhores de escravos e
    participavam do tráfico interno, além de casos de empresas britânicas que utilizavam
    trabalho cativo, contrariando os princípios e as leis da Grã Bretanha. A partir dos
    dircursos proferidos e dos indícios que aparecem nas fontes, analizou-se essa tensão de
    ingleses x ingleses num momento bem particular da história das relações exteriores
    entre o Brasil e o Império britânico, com o apogeu e o declínio da preeminência
    britânica no Brasil.




  • 2020-07

    Quem paga o "Pa(c)to"? Uma análise da retórica do "Pacto Social" enquanto tática desmobilizadora na transição da Ditadura para a Nova República.

    Título

    Quem paga o "Pa(c)to"? Uma análise da retórica do "Pacto Social" enquanto tática desmobilizadora na transição da Ditadura para a Nova República.

    Autor
    Gabriel Gondim Coelho
    Orientador(a)
    Bernardo Kocher
    Data de Defesa
    2020-07-06
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    150
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Adriano de Freixo
    Bernardo Kocher
    Rafael Vaz da Motta Brandão

    Resumo

    Esta pesquisa está inserida dentro da temática mais ampla dos debates historiográficos
    que tratam da caracterização do processo de transição de regime político no Brasil — da
    Ditadura inaugurada pelo golpe empresarial-militar de 1964 para a chamada "Nova
    República" ao final da década de 1980. O trabalho tem como objeto de pesquisa as
    formulações e movimentações em torno de propostas de "Pacto Social" que buscavam
    conciliar interesses de empresários e trabalhadores em meio ao processo de redemocratização.
    Observando a influência da dinâmica da luta de classes nos rumos da transição, esta
    dissertação buscou analisar as propostas de "Pacto Social" enquanto um recurso tático
    desmobilizador, empregado por frações das classes dominantes junto ao Estado brasileiro com
    o intuito de promover o arrefecimento das mobilizações grevistas do período e atuar como
    forma de absorção de conflitos em um contexto de aguda crise econômica e social, recurso
    inspirado em outras experiências internacionais como a dos chamados "Pactos de La
    Moncloa" da redemocratização espanhola.




  • 2020-07

    QUE A MEMÓRIA NÃO PEREÇA COM A MORTE: OS RITOS FÚNEBRES E A AFIRMAÇÃO DO PODER RÉGIO EM
    PORTUGAL (1385-1495)

    Título

    QUE A MEMÓRIA NÃO PEREÇA COM A MORTE: OS RITOS FÚNEBRES E A AFIRMAÇÃO DO PODER RÉGIO EM
    PORTUGAL (1385-1495)

    Autor
    Nathália de Ornelas Nunes de Lima
    Orientador(a)
    Mário Jorge da Motta Bastos
    Data de Defesa
    2020-07-06
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    170
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Edmar Checon de Freitas
    Marcelo Santiago Berriel
    Mário Jorge da Motta Bastos

    Resumo

    Ao fim do período medieval, o fenômeno da morte tende a ser experienciado de
    forma cada vez mais individualiza, vindo também a ser utilizado para legitimar o poder dos
    príncipes. Nesse sentido, consideramos que os cerimoniais fúnebres dos membros da casa de
    Avis contribuíram para a legitimação da dinastia e para a construção de uma memória oficial
    do reino de Portugal, ancorada na sacralização dos integrantes da família real. O recorte da
    pesquisa abrange essencialmente os quatro primeiros reinados dessa segunda dinastia da
    monarquia portuguesa, no período entre o fim do século XIV e o século XV, momento que,
    para diversos historiadores, representa uma crise geral na Cristandade europeia ocidental, mas
    em que, ao mesmo tempo, estava em curso a formação do estado português. Na análise
    empreendida, tomando como principais fontes as crônicas régias e adotando como
    referenciais teóricos especialmente estudos antropológicos sobre os rituais funerários e
    estudos históricos de domínios como a antropologia histórica e a história das mentalidades,
    são investigados os mecanismos envolvidos na legitimação do poder régio durante a fase
    inicial da Dinastia de Avis no reino de Portugal, procurando compreender como os funerais
    régios e a regulação dos costumes relativos à morte e ao luto foram utilizados nesse processo.




  • 2020-07

    Entusiastas do desenvolvimento: a ditadura civil-militar entre representações e discursos oficiais sobre o
    indígena brasileiro (1968-1974)

    Título

    Entusiastas do desenvolvimento: a ditadura civil-militar entre representações e discursos oficiais sobre o
    indígena brasileiro (1968-1974)

    Autor
    Breno Luiz Tommasi Evangelista
    Orientador(a)
    Janaína Martins Cordeiro
    Data de Defesa
    2020-07-06
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    186
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Denise Rollemberg Cruz
    Janaína Martins Cordeiro
    Tatyana de Amaral Maia

    Resumo

    Esta dissertação tem por objetivo analisar o papel de agentes a serviço do Estado
    brasileiro para a conformação de determinada política indigenista no país durante a
    ditadura civil-militar brasileira (1964-1979). A principal proposta do estudo é identificar
    as características do conteúdo divulgado em produções textuais e discursos públicos,
    reconhecendo a importância dos métodos e dos veículos adotados para tanto. Assim, as
    fontes cotejadas foram os jornais da imprensa nacional, dos quais foram extraídos
    declarações e testemunhos de diversos agentes relacionados à política indigenista, o
    Boletim Informativo da Funai e outras produções textuais, como livros e artigos
    acadêmicos. Os objetos selecionados para tal estudo são fruto de diversos agentes
    históricos, concentrados sobretudo na Fundação Nacional do Índio (Funai) e na sua
    Assessoria de Relações Públicas àquele momento. As reflexões derivadas das análises
    deste conjunto material atentam para os usos que diferentes instituições e funcionários
    estatais fizeram do espaço público para manifestar opiniões, posicionamentos, teorias e
    representações sobre os indígenas brasileiros. Para tanto, a pesquisa incorpora as
    trajetórias de vida de determinados agentes produtores dessas representações, buscando
    compreender a interrelação entre suas experiências e expectativas individuais, o contexto
    político e as relações sociais estabelecidas entre si e com outros grupos no período. O

    recorte cronológico, de 1969 a 1974, corresponde ao período de governo do general-
    presidente Emílio Garrastazu Médici, momento marcado pelo surgimento de importantes

    questões e debates acerca da política indigenista brasileira em meio à implementação de
    uma política de desenvolvimento nacional que teve como um dos principais alvos a região
    amazônica.




  • 2020-07

    Bumba meu boi e festas populares na ilha do Maranhão: entre negociação e conflito (século XIX e
    XX)

    Título

    Bumba meu boi e festas populares na ilha do Maranhão: entre negociação e conflito (século XIX e
    XX)

    Autor
    Carolina Christiane de Souza Martins
    Orientador(a)
    Martha Campos Abreu
    Data de Defesa
    2020-07-03
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    327
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Eric Brasil Nepomuceno
    Fabiane Popinigis
    Isabel Cristina Martins Guillen
    Martha Campos Abreu
    Matthias Wolfram Orhan Röhrig Assunção
    Renata Figueiredo Moraes

    Resumo

    Este trabalho tem como objetivo analisar as festas populares na cidade de São Luís, capital

    do Maranhão, no período compreendido entre os séculos XIX e XX. Dentre as festas, a

    tese destaca a experiência dos sujeitos sociais do Bumba meu boi e as relações

    empreendidas entre estes festeiros e os intelectuais, a imprensa, o poder público e as

    autoridades policiais. Especificamente para o caso do Bumba meu boi, a pesquisa

    documental suscitou o caráter do associativismo instituído pelos trabalhadores negros e

    caboclos, destacando-se as articulações entre o universo dos bois, o mundo do trabalho,

    as irmandades religiosas católicas e o Tambor de Mina. No aprofundamento da análise

    sobre o Bumba meu boi, o estudo procura entender o seu processo de valorização

    enquanto manifestação no Maranhão e o papel dos intelectuais folcloristas e literatos,

    assim como dos próprios boieiros, o que culminou na sua patrimonialização em 2019. Na

    análise deste processo, a abordagem é ampliada para a valorização do popular,

    observando-se as negociações e tensões na política de controle das festas e divertimentos

    populares empreendidas pelas autoridades. Dessa forma, a tese identifica e analisa os

    instrumentos de controle, como exemplo, os Códigos de Posturas e Editais utilizados pela

    polícia, bem como as fontes referentes às licenças e requerimentos ao chefe de polícia, o

    que possibilitou a construção de uma geografia festiva na ilha do Maranhão.




  • 2020-07

    O debate público de professores historiadores acerca da ditadura pós-64 no Brasil: ensino de História,
    memória e usos públicos da História recente (1985-2015)

    Título

    O debate público de professores historiadores acerca da ditadura pós-64 no Brasil: ensino de História,
    memória e usos públicos da História recente (1985-2015)

    Autor
    Ana Lima Kallás
    Orientador(a)
    Marcelo Badaró Mattos
    Data de Defesa
    2020-07-03
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    361
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Alessandra Carvalho
    Carlos Zacarias Figuerõa de Sena Júnior
    Fernando de Araujo Penna
    Luciana Lombardo Costa Pereira
    Marcelo Badaró Mattos

    Resumo

    Na tese discute-se em que medida o passado recente ditatorial foi objeto de debate público entre
    professores historiadores de 1985 a 2015 e de que forma foi abordado em políticas educacionais
    a partir da "redemocratização". Para esse fim, analisa-se os currículos escolares expressos na
    legislação educacional e em coleções de livros didáticos, além de anais de eventos científicos
    de História e de Ensino de História, que sistematizaram as reflexões de professores

    historiadores entre seus pares. Com o objetivo de auxiliar a pensar o caso brasileiro, debruça-
    se sobre as experiências argentina e chilena em suas transições políticas, reformas educacionais

    e ensino do passado recente. O ensino de passados ditatoriais (ou passados considerados
    "traumáticos" e "controversos") é entendido como possível mecanismo de "Justiça de
    Transição", ao permitir a reflexão pública sobre graves experiências de violência
    institucionalizada, suas permanências e transmutações em regimes democráticos. A transição
    brasileira, de caráter controlado e "pelo alto", foi marcada pela reorganização do Estado
    capitalista no Brasil, com a consolidação de uma democracia restrita, com fortes traços
    autocráticos e amnésicos. Esse processo constituiu uma limitação às possibilidades de amplo
    debate público sobre a ditadura pós-1964. Entre os professores historiadores se tornou mais
    urgente a contenda em torno da autonomia da disciplina de história enquanto campo de
    conhecimento científico e as novas abordagens teórico-metodológicas do que o ensino do
    passado recente. Contraditoriamente, a temática da ditadura esteve presente em todas as
    coleções didáticas analisadas, dos anos 1980 aos anos 2010. A pesquisa mostrou que a
    abordagem crítica das graves violações de direitos humanos, quando isolada, não leva
    necessariamente a uma compreensão sobre o sentido histórico do golpe e da ditadura pós-1964.




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