Dissertações e Teses
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2008-11 EM NOME DO REI: Direitos e Tributos Régios Minas Setecentistas (1730-1789)TítuloEM NOME DO REI: Direitos e Tributos Régios Minas Setecentistas (1730-1789)Autor
Luiz Antônio Silva AraujoOrientador(a)
Carlos Gabriel GuimarãesData de Defesa
2008-11-18Nivel
DoutoradoPáginas
303Volumes
1Banca de DefesaÂngelo Alves CarraraCaio Cesar BoschiCarlos Gabriel GuimarãesGeraldo de Beauclair Mendes de OliveiraLuciano Raposo de Almeida FigueiredoMaria Fernanda Baptista BicalhoVera Lucia Amaral Ferlini
ResumoA presente pesquisa tem como principal a atuação de negociantes lusitanos na arrematação de contratos de direitos e tributos régios no século XVII. O lócus principal da pesquisa é a Capitania de Minas Gerais e, neste caso, envolvendo contratos de entradas, dízimos e passagens. A atuação de amplitude imperial e atlântica destes negociantes levou a pesquisa para contratos de toda a América Portuguesa e da África. Assim, mesmo negociante que arrematava o contrato de cobrança de Entradas de Minas Gerais, arrematava, ou a ele estava vinculado, contratos como o do Estanco do Sal do Brasil e o de cobrança dos Direitos Novos de Angola. Estes contratadores, que tiveram seu período de hegemonia no período que se estende da década de 1730 à de 1760, organizavam-se em redes envolvendo titulares nos contratos, fiadores e procuradores. Entretanto, tais redes podem ser identificadas também por relações informais como o uso de testas-de-ferro nas arrematações. O período conhecido como pombalino (1750-1777) trouxe mudanças importantes no negócio dos contratos que resultaram num deslocamento do controle dos processos de arrematações de contratos. A partir da década de 1770, os contratos passaram a ser arrematados nas Juntas da Fazenda situadas nas capitanias, fortalecendo os grupos locais no controle dos contratos.
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2008-11 Entre Lustosa e João do Planalto - A Arte da Política na Cidade de Guarapuava (1930-1970)TítuloEntre Lustosa e João do Planalto - A Arte da Política na Cidade de Guarapuava (1930-1970)Autor
Walderez Pohl da SilvaOrientador(a)
Gladys Sabina RibeiroData de Defesa
2008-11-13Nivel
DoutoradoPáginas
209Volumes
1Banca de DefesaAngela Maria de Castro GomesCarlos Gabriel GuimarãesEdgar Avila GandraGizlene NederGladys Sabina RibeiroMarcelo de Souza Magalhães
Resumo"Entre Lustosa e João do Planalto – A arte da política na cidade de Guarapuava (1930 – 1970)" é o resultado do trabalho de pesquisa a respeito da trajetória política de um homem profundamente ligado à sua terra natal. Durante grande parte de sua vida, Antonio Lustosa de Oliveira dedicou-se a causas que acreditava poderem modificar circunstâncias desfavoráveis que envolviam Guarapuava. Tamanha era a intensidade dessa crença que a sua história raramente pode ser desvinculada do tempo histórico vivido pela cidade de sua época. Em um primeiro olhar, o que parece ser uma trajetória banal, comum àqueles cidadãos bem nascidos, cujos laços familiares e sociais facilitaram o acesso a posições de destaque na comunidade, adquire novos contornos quando se examina a literatura produzida por ele. Essa literatura o faz singular. O jornalismo e as obras literárias que ele produziu a respeito de Guarapuava impressionam pela intensidade com que iluminam a história política da cidade. Essa percepção norteou a seleção do objeto de estudo deste trabalho, que se ancora na evidência de que autor e obra se aliam para fornecer o recorte de um período e de uma maneira de ver esse período, delimitado entre as décadas de 1930 e 1970. Mais especificamente, trata-se de recuperar a visão de mundo do personagem, na qual os discursos embutidos em sua produção jornalística e literária constituem-se fontes fundamentais. Essas fontes refletem os jogos de poder local e a dimensão como esses jogos foram afetados pelos acontecimentos que se sucederam em escala estadual e nacional, permitindo esquadrinhar a atmosfera política da cidade e o modo como o personagem se situou nesse ambiente.
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2008-11 Entre a Miscigenação e a Multirracialização: Brasileiros Negros ou Negros Brasieiros? Os desafios do movimento negro brasileiro no período de valorização nacionalista (1930 - 1950) - A frente negra brasileira e o teatro experimental do negroTítuloEntre a Miscigenação e a Multirracialização: Brasileiros Negros ou Negros Brasieiros? Os desafios do movimento negro brasileiro no período de valorização nacionalista (1930 - 1950) - A frente negra brasileira e o teatro experimental do negroAutor
Laiana Lannes de OliveiraOrientador(a)
Martha Campos AbreuData de Defesa
2008-11-03Nivel
DoutoradoPáginas
346Volumes
1Banca de DefesaHebe Maria da Costa Mattos Gomes de CastroIvana Stolze LimaKeila GrinbergLaura Antunes MacielLuís ReznikMartha Campos AbreuMonica Grin Monteiro de Barros
Resumo"Entre a Miscigenação e a Multirracialização: Brasileiros Negros ou Negros Brasieiros?" analisa as estratégias, discursos e práticas do movimento negro brasileiro entre 1930 e 1950. Através da análise das duas principais instituições desse período – Frente Negra Brasileira e Teatro Experimental do Negro – a pesquisa procura compreender as tensões e os desafios enfrentados por uma liderança que buscava conciliar a valorização racial com o projeto de homogeneidade nacionalista, característico do período em questão. Os periódicos oficiais – A Voz da Raça e Quilombo -, assim como as memórias e a produção acadêmica dos principais atores envolvidos nesse processo, representam os instrumentos que nos auxiliam na compreensão das soluções encontradas por aqueles que, assumiram a luta contra o preconceito e em prol da elevação moral e material do negro, em uma conjuntura de consolidação da ideologia da democracia racial.
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2008-10 Diáspora Atlântica a Nação Judaica no Caribe, Séculos XVII e XVIIITítuloDiáspora Atlântica a Nação Judaica no Caribe, Séculos XVII e XVIIIAutor
Reginaldo Jonas Beltrão HellerOrientador(a)
Ronaldo VainfasData de Defesa
2008-10-31Nivel
DoutoradoPáginas
552Volumes
2Banca de DefesaAngelo Adriano Faria de AssisBruno Guilherme FeitlerCarlos Gabriel GuimarãesJacqueline HermannRogério de Oliveira RibasRonaldo VainfasSheila Siqueira de Castro Faria
ResumoO objeto desta tese são os judeus portugueses que, fugidos da Inquisição em Portugal, encontraram refúgio e abrigo nas colônias inglesas e holandesas do Caribe e Suriname durante os séculos XVII e XVIII. Muitos, a primeira ou segunda geração, trazendo na bagagem a experiência vivida em Pernambuco durante o domínio holandês, instalaram-se em Curaçao, Barbados, Jamaica e Suriname, constituindo significativas comunidades. Eram, em sua maioria, proprietários de plantations, donos de escravaria, comerciantes de grosso trato ou pequenos mascates. A tese aqui proposta é de que tais judeus portugueses experimentaram uma identidade integral que combinava um judaísmo reinventado, mas que os incluiria definitivamente na ampla diáspora sefardita, com uma particular etnicidade portuguesa, um "ser e sentir" Portugal que contrastava abertamente com uma portugalidade católica e excludente. E, ainda, uma prática que os convertia, juntamente com os demais colonos na região, na alteridade para os escravos; e, com estes, na alteridade para os cristãos. A tese procura revelar que, quaisquer que fossem os motivos que os levaram a sair de Portugal, esses ex-cristãos-novos estabeleceram, nas terras em que aportaram, novas fronteiras étnicas que demarcavam sua diferença em relação às sociedades em que se inseriam. No exame da documentação parece ficar muito claro que tal identidade judaico-portuguesa foi ao mesmo tempo uma forma de sobrevivência e de afirmação de um ego coletivo. Para compreender melhor esta configuração identitária ímpar, procurou-se descortinar o papel exercido por alguns mecanismos coletivos de conservação étnica, como a endogamia e a lusofonia, da mesma forma que se buscou compreender como se processou, então, a transmissão de valores, informações e solidariedades. Neste sentido, examinou-se o papel de algumas construções sócio-comunitárias, tais como os diversos tipos de redes, as quais conferiam, também, um grau mínimo, suficiente e necessário, de segurança a todos os seus integrantes.
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2008-10 O Processo de Precarização das Relações de Trabalho e a Legislação Trabalhista: O Fim da Estabilidade no Emprego e o FGTSTítuloO Processo de Precarização das Relações de Trabalho e a Legislação Trabalhista: O Fim da Estabilidade no Emprego e o FGTSAutor
Maya Damasceno ValerianoOrientador(a)
Marcelo Badaró MattosData de Defesa
2008-10-23Nivel
MestradoPáginas
127Volumes
1Banca de DefesaJosé Sérgio Leite LopesMarcelo Badaró MattosTeones Pimenta de FrançaVirginia Maria Gomes de Mattos Fontes
ResumoA flexibilização dos direitos dos trabalhadores é uma das características do governo neoliberal, que no Brasil torna-se a política dominante a partir da década de noventa. Esta dissertação busca demonstrar que este fenômeno não deve ser tomado como restrito ao período propriamente neoliberal e sim como inerente à forma capitalista de relações de produção. Procurando fazer uma análise histórica, que enfatize o caráter processual dessa questão, serão avaliadas as mudanças implementadas na CLT durante o governo militar. A precarização das relações de trabalho se torna evidente já nesse período, principalmente através da compressão salarial e da instituição do FGTS. Essa nova legislação trabalhista, respaldada por uma forte intervenção nos sindicatos, permitirá a intensificação da exploração do trabalhador, contribuindo para a aceleração da acumulação capitalista durante o período do "milagre" econômico brasileiro. O FGTS interfere na relação de trabalho elevando o índice de rotatividade no emprego ao suprimir na prática a legislação vigente de estabilidade no emprego após dez anos de trabalho. O fim do instituto da estabilidade decenal, que já vinha sendo buscado pelo setor empresarial antes do golpe de 1964, foi facilitado pelo regime militar através de mecanismos de supressão da dissidência aliados a campanhas destinadas a influenciar a opinião pública, colocando o FGTS como integrante da política social do governo.
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2008-10 HERESIA E MARTÍRIO: A trajetória de um sacerdote baiano preso pela Inquisição.TítuloHERESIA E MARTÍRIO: A trajetória de um sacerdote baiano preso pela Inquisição.Autor
Tarso Oliveira Tavares VicenteOrientador(a)
Georgina Silva Dos SantosData de Defesa
2008-10-10Nivel
MestradoPáginas
117Volumes
1Banca de DefesaAngelo Adriano Faria de AssisCélia Cristina da Silva TavaresGeorgina Silva Dos Santos
ResumoEste trabalho pretende refazer os caminhos que levaram o padre baiano Manoel Lopes de Carvalho a Lisboa, onde foi processado pela Inquisição portuguesa, terminando seus dias na fogueira. A partir disso, procuramos discutir a cultura e a religiosidade portuguesa em suas diversas manifestações. São igualmente trabalhadas a problemática cristã-nova e a atuação do Tribunal do Santo Ofício no Brasil na virada dos séculos XVII e XVIII, seus limites e possibilidades.
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2008-09 A Rede da Democracia e o Golpe de 1964TítuloA Rede da Democracia e o Golpe de 1964Autor
Eduardo Gomes SilvaOrientador(a)
Adriana Facina Gurgel do AmaralData de Defesa
2008-09-26Nivel
MestradoPáginas
155Volumes
1Banca de DefesaAdriana Facina Gurgel do AmaralLaura Antunes MacielMarcelo Badaró MattosRenato Luís do Couto Neto E Lemos
ResumoAtravés da presente dissertação, procuramos analisar o papel desempenhado pela Rede da Democracia no processo de disputa pelo controle do Estado do qual o golpe de 1964 representou decisiva etapa. Arranjo midiático formado pelas emissoras de rádio e pelos jornais das empresas Globo, Jornal do Brasil e Diários Associados, acreditamos que a Rede da Democracia atuou entre outubro de 1963 e abril de 1964 como um importante locus de fomentação e doutrinação ideológica em prol da destituição do Governo Goulart, do estancamento do processo de expansão democrática experimentada naquele período e de promoção de um projeto moderno-conservador para o País – de fato implementado pelos governos ditatoriais iniciados em abril de 1964. Almejamos, também, trazer à tona a relação entre este arranjo midiático e a historiografia revisionista sobre o Golpe, sobretudo no que tange ao exacerbado e anacrônico peso conferido à "democracia" por parte desta tendência historiográfica.
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2008-09 O Desconforto da Governabilidade: Aspectos da Administração no Brasil Holandes (1630-1644)TítuloO Desconforto da Governabilidade: Aspectos da Administração no Brasil Holandes (1630-1644)Autor
Rômulo Luiz Xavier do NascimentoOrientador(a)
Maria de Fátima Silva GouvêaData de Defesa
2008-09-22Nivel
DoutoradoPáginas
Volumes
Banca de DefesaAntônio Carlos Jucá de SampaioEvaldo Cabral de MelloJoão Luís Ribeiro FragosoMarcus Joaquim Maciel de CarvalhoMaria de Fátima Silva GouvêaRonald José RaminelliRonaldo Vainfas
ResumoEste trabalho tem como objetivo tratar, em linhas gerais, de questões administrativas no Brasil holandês. O primeiro capítulo enfatiza a dimensão atlântica da presença da Companhia das Índias Ocidentais no Brasil, destacando de que forma os neerlandeses se inseriram no espaço atlântico ibérico. O segundo capítulo chama atenção para a administração que antecedeu o governo de Maurício de Nassau, destacando, nos anos de 1635 e 1636, o surgimento de um pequeno comércio entre portugueses e a Companhia. Procuraremos aqui mostrar que havia um governo holandês apesar do clima de guerrilha na capitania de Pernambuco. No terceiro capítulo analisamos as dificuldades de abastecimento dos holandeses no Brasil antes e durante a administração nassoviana (1637-44). Sobre este tópico temos, sobretudo, que Maurício de Nassau não conseguiu superar a falta de farinha de mandioca para os seus efetivos. O quarto e último capítulo aborda o funcionamento das câmaras dos escabinos (espécie de tribunais de justiça locais) nas várias partes da conquista holandesa, chamando a atenção para os problemas vivenciados por essas câmaras no governo de Maurírico de Nassau. O objetivo primordial desse trabalho é mostrar que havia administração da Companhia das Índias Ocidentais noBrasil antes da chegada de Maurício de Nassau, apesar do clima de guerra e que, na administração do mesmo, tida como um período de apogeu da presença neerlandesa no Brasil, as crises eram constantes.
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2008-09 A REDE GLOBO E SEU REPÓRTER: imagens políticas de Teodorico a CardosoTítuloA REDE GLOBO E SEU REPÓRTER: imagens políticas de Teodorico a CardosoAutor
Cássia Rita Louro PalhaOrientador(a)
Sonia Regina de MendonçaData de Defesa
2008-09-22Nivel
DoutoradoPáginas
354Volumes
1Banca de DefesaAna Maria Mauad de Sousa Andrade EssusAna Paula Goulart RibeiroDênis de Roberto Villas Boas de MoraesMarcelo Siqueira RidentiMarialva Carlos BarbosaSonia Regina de MendonçaSuzy Dos Santos
ResumoA partir de meados do século XX, a televisão tornou-se o principal elo de contato entre a sociedade política e a sociedade civil, árbitro por excelência da visibilidade social dos indi-víduos e palco privilegiado de um novo "fazer político", onde os atores tornaram-se marcas a serem disputadas e consumidas num eletrônico "espetáculo político." A presente tese perpassa a discussão entre política e televisão na configuração do Brasil contemporâneo a partir de pesquisa em torno dos perfis políticos veiculados pelo telejornalismo da Rede Globo de Tele-visão durante o processo da transição política nacional. Tendo por foco a análise da trajetória do programa Globo Repórter, o recorte cronológico escolhido para a abordagem de tais perfis vai, mais precisamente, de 1973 a 1996, ou ainda, do início da distensão política ainda no período militar até os primeiros anos do governo Fernando Henrique Cardoso, momento de consolidação do projeto neoliberal brasileiro. Período este que melhor expressa as transfor-mações emblemáticas do programa, seja dentro do campo televisivo e telejornalístico da pró-pria emissora, seja em sua inserção junto ao universo político-cultural mais amplo do país. Neste sentido, para além de uma história do telejornalismo da principal emissora brasileira, trata-se igualmente de um exercício de análise do processo onde a "redemocratização" nacio-nal construiu seus primeiros passos e da importância que a televisão passou a ter nas constru-ções simbólicas de nossas identidades políticas.
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2008-09 O cinema na greve e a greve no cinema: memórias dos metalúrgicos do ABC (1979-1991)TítuloO cinema na greve e a greve no cinema: memórias dos metalúrgicos do ABC (1979-1991)Autor
Maria Carolina Granato da SilvaOrientador(a)
Laura Antunes MacielData de Defesa
2008-09-18Nivel
DoutoradoPáginas
445Volumes
1Banca de DefesaAna Maria Mauad de Sousa Andrade EssusAngela Maria de Castro GomesHeloisa de Faria CruzLaura Antunes MacielMarcelo Badaró MattosMarly Silva da MottaRegina Ilka Vieira Vasconcelos
ResumoEste trabalho discute o embate entre visões fílmicas e memórias elaboradas sobre a primeira greve geral metalúrgica do ABC, em março de 1979, que atingiu o setor automotivo, central na economia brasileira naqueles anos e símbolo da atividade industrial do século XX, tentando relacionar a construção da história na tela ao movimento. Três cineastas: o militante da Ala Vermelha Renato Tapajós e os comunistas Leon Hirszman e João Batista de Andrade, cada qual com sua equipe, realizaram seis filmes de curta e longa-metragem, documentários e de ficção, cinco finalizados e lançados entre 1979 e 1982, enquanto a liderança daquela greve emergia na arena política com a fundação do PT (Partido dos Trabalhadores) em 1980, em oposição do PCB (Partido Comunista Brasileiro). Com suas imagens censuradas pela TV, os grevistas "fabulam" (DELEUZE, 1985) sobre aquela greve nos documentários. Tapajós e Batista através dos curtas-metragens Greve de março e Greve!, lançados no calor da hora, dialogaram com os desdobramentos da greve. Batista e Leon, dirigentes de associações de cineastas, financiados pela Embrafilme (1969-1990), rodaram e lançaram respectivamente O homem que virou suco (1980), cuja referência àquela greve é direta, pontual e breve com a inserção de planos do curta-metragem, e Eles não usam black-tie (1981), a história de uma greve que, todavia, renega o exemplo de São Bernardo; ambos foram exibidos em salas paulistas, cariocas, de outras capitais e, também para os operários do ABC. Tapajós, cuja experiência com os metalúrgicos antecedia à greve de 1979, continuou a filmá-los até 1981 e realizou o longa-metragem Linha de montagem (1982), exibido para os protagonistas. Leon, por sua vez, diretor de Black-tie, maior sucesso comercial sobre o tema no cinema brasileiro, não concluiu o documentário ABC da greve que, finalizado pelo fotógrafo Adrian Cooper, estreou em 1991 sem qualquer vínculo com os protagonistas.
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2008-09 Os trabalhadores e a cidade - A formação do proletariado de Juiz de Fora e suas Lutas por Direitos (1877 - 1920)TítuloOs trabalhadores e a cidade - A formação do proletariado de Juiz de Fora e suas Lutas por Direitos (1877 - 1920)Autor
Luis Eduardo de OliveiraOrientador(a)
Jorge Luiz FerreiraData de Defesa
2008-09-16Nivel
DoutoradoPáginas
420Volumes
1Banca de DefesaAngela Maria de Castro GomesElina Gonçalves da Fonte PessanhaFernando Teixeira da SilvaJorge Luiz FerreiraJosé Sérgio Leite LopesNorberto Osvaldo FerrerasPaulo Roberto Ribeiro Fontes
ResumoEm função de um processo de modernização iniciado em fins 1850, na passagem do Império para a república, o núcleo urbano de Juiz de Fora já havia se consolidado com oprincipal centro mercantil e manufatureiro de Minas Gerais e como um destino atrente e viável, até certo ponto, para expressivos contingentes de trabalhadores brasileiros e estrangeiros, incluindo muitos engressos do cativeiro e milhares de imigrantes germânicos, portugueses, espanhóis e italianos. O incremento contínuo do mercado de mão-de-obra remunerada e o aprofundamento da divisão social do trabalho, decorrentes também das ações e estratégias das elites políticas e econômicas para tentar disciplinar o cotidiano da população pobre e manter esse dinâmico espaço ordenado sob sua hegemonia, resultaram num aviltamento brutal das condições de existência do heterogêneo proletariado juizforano. Para fazerem frente às agruras de seu mundo e se contraporem ao discurso elitista que insistia em estigmatizá-los como classes viciosas e perigosas,no decurso das três primeiras décadas republicanas, os empregados no comércio e os operários da construção civil, do setor de transporte, das grandes fábricas de tecidos locais iniciaram a difícil e demorada construção de sua identidade de classe, forjando nesses anos os elementos fundamentais de sua cultura política. Além de resgatar analisar tais processos histórico-sociais, esta tese tem como objetivo fundamental suscitar e apresentar novas reflexões sobre os sentidos políticos e as repercussões na opinião pública dos movimentos deflagados por esses assalariados urbanos e suas associações classistas, nessa época, em prol da redução da jornada diária e semanal de trabalho, por aumentos salariais e contra a exploração capitalista, a miséria e a exclusão social
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2008-09 MATRIMÔNIO, RELAÇÕES ILÍCITAS E VIRGINDADE: Uma análise dos processos de banhos eclesiásticos no Rio de Janeiro setecentistaTítuloMATRIMÔNIO, RELAÇÕES ILÍCITAS E VIRGINDADE: Uma análise dos processos de banhos eclesiásticos no Rio de Janeiro setecentistaAutor
Ana Cláudia Rodrigues Dos SantosOrientador(a)
Sheila Siqueira de Castro FariaData de Defesa
2008-09-08Nivel
MestradoPáginas
157Volumes
1Banca de DefesaNireu Oliveira CavalcantiRodrigo Nunes Bentes MonteiroSheila Siqueira de Castro FariaSilvia Maria Jardim Brugger
ResumoO matrimônio era regido por uma legislação civil que cuidava das questões materiais dos nubentes e por uma legislação eclesiástica que cuidava das exigências necessárias para se casar perante a Igreja. Através dos processos de banhos eclesiásticos, no Rio de Janeiro do século XVIII, foi possível fazer uma análise das estratégias familiares utilizadas para se ter a união abençoada pela Igreja Católica. Estas estratégias familiares é quem tecem as relações sociais no Rio de Janeiro, independente da concepção moral cristã das mulheres casadouras terem que ser virgens. Neste contexto, verifica-se o casamento como um verdadeiro ‘negócio de família ou em família’ com o fim de estabelecer ou manter determinadas posições sociais.
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2008-09 "Homens da Fronteira" Índios e Capuchinhos na ocupação dos Sertões do Leste, do Paraíba ou Goytacazes Séculos XVIII e XIXTítulo"Homens da Fronteira" Índios e Capuchinhos na ocupação dos Sertões do Leste, do Paraíba ou Goytacazes Séculos XVIII e XIXAutor
Márcia Fernanda Ferreira MalheirosOrientador(a)
Maria Regina Celestino de AlmeidaData de Defesa
2008-09-08Nivel
DoutoradoPáginas
389Volumes
1Banca de DefesaEliane Cantarino O'dwyerElisa Frühauf GarciaJosé Ribamar Bessa FreireMárcia Maria Menendes MottaMaria Regina Celestino de AlmeidaMartha Campos AbreuVania Maria Losada Moreira
ResumoEste trabalho trata das relações sociais e interétnicas travadas entre grupos indígenas, missionários capuchinhos italianos e demais atores sociais presentes no processo de expansão da fronteira agrícola nas áreas consideradas "sertanejas" do hoje denominado norte-noroeste fluminense, nos séculos XVIII e XIX. Na segunda metade do século XVIII a região aqui em foco era caracterizada pelas autoridades coloniais como os "Sertões do Paraíba", "Sertões dos Goytacazes" ou, ainda, como "Sertão dos índios brabos" devido à rarefeita ocupação colonial e a presença majoritária de grupos indígenas autônomos, notadamente os denominados Puri e Coroado, falantes de idiomas do tronco lingüístico Macro-Jê. Paralelo a uma nova conjuntura político-econômica marcada por novas diretrizes na política indigenista, pela decadência da mineração na capitania de Minas Gerais e pela expansão dos canaviais e engenhos na baixada campista estes "sertões" atrairão colonos e autoridades. Neste processo a agência missionária ganhará destaque e procurará desempenhar o papel de principal mediadora nas relações entre os grupos indígenas, os colonos e o governo. Ainda que o projeto de catequese e civilização dos índios, simbolizado pelo estabelecimento dos aldeamentos de São Fidélis, Itaocara e Santo Antônio de Pádua, entre 1781 e 1833, tenham merecido especial atenção nesta pesquisa, ela pretende tratar mais pormenorizadamente da agência indígena, seus interesses, estratégias e ações diante de um quadro de mudanças significativas decorrente da afluência de múltiplos atores e agências nos "Sertões dos Índios Brabos".
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2008-09 Do Cativeiro à Reforma Agrária: Colonato, Direitos e Conflitos (1872 - 1987)TítuloDo Cativeiro à Reforma Agrária: Colonato, Direitos e Conflitos (1872 - 1987)Autor
Marcus Ajuruam de Oliveira DezemoneOrientador(a)
Mario GrynszpanData de Defesa
2008-09-05Nivel
DoutoradoPáginas
239Volumes
1Banca de DefesaAngela Maria de Castro GomesHebe Maria da Costa Mattos Gomes de CastroLeonilde Sérvolo MedeirosMárcia Maria Menendes MottaMarieta de Moraes FerreiraMario GrynszpanVanderlei Vazelesk Ribeiro
ResumoO tema desta tese é a trajetória de uma identidade social – a de colono – referenciada num sistema que organiza o trabalho, e que se funda em relações e obrigações de natureza pessoal – o colonato. O objetivo é entender a gênese, alterações e superação daquela identidade através do desenvolvimento de noções de direitos, por meio do estudo dos conflitos que moldaram as relações entre uma família proprietária e a mão-de- obra durante o colonato. A investigação empírica partiu de reflexão anterior e de corpus documental relacionados à antiga fazenda cafeeira Santo Inácio, no município de Trajano de Moraes, região serrana do estado do Rio de Janeiro. O período cronológico contemplado foi longo, da aquisição da fazenda pela família proprietária em 1872 até a desapropriação parcial de 1/3 de sua área original para reforma agrária em 1987. As conclusões não se esgotam na fazenda ou município, mas permitem pensar processos mais amplos no mundo rural brasileiro tais como o reforço do questionamento ao enfraquecimento de proprietários rurais na passagem da escravidão ao trabalho livre; o papel ativo de cativos na conquista de benefícios durante a emancipação; relativizou o afastamento de camponeses dos impactos materiais e simbólicos da Era Vargas; e acompanhou a ação de militantes políticos no campo fluminense na década de 1960 e na exploração das margens do regime autoritário.
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2008-09 MÚSICA POPULAR E DISPUTA DE HEGEMONIA: A música chilena inspirada nas formas folclóricas e o movimento da Nova Canção Chilena entre 1965-1970.TítuloMÚSICA POPULAR E DISPUTA DE HEGEMONIA: A música chilena inspirada nas formas folclóricas e o movimento da Nova Canção Chilena entre 1965-1970.Autor
Carla de Medeiros SilvaOrientador(a)
Norberto Osvaldo FerrerasData de Defesa
2008-09-03Nivel
MestradoPáginas
152Volumes
1Banca de DefesaAdriana Facina Gurgel do AmaralAna Maria Mauad de Sousa Andrade EssusNorberto Osvaldo FerrerasTânia da Costa Garcia
ResumoEsta dissertação de mestrado consiste em uma análise do desenvolvimento da música popular chilena de inspiração folclórica desde os anos 1930, focalizando o surgimento do movimento musical da Nova Canção Chilena (NCCh) e seu desenvolvimento entre os anos de 1965 e 1970. Refletimos sobre como o resgate de elementos do folclore latino-americano, realizado pela NCCh, foi orientado pelo objetivo de fortalecer a identidade da classe trabalhadora chilena, procurando fazer da música um instrumento de vínculo entre este grupo social e um projeto político de transformação das estruturas e das relações sociais. Através de alguns temas específicos presentes neste movimento, buscamos compreender como as composições da NCCh relacionaram-se com a conjuntura específica na qual foram escritas, ressaltando ainda a relação entre a formação do movimento e construção de espaços alternativos de produção e difusão dos produtos culturais.
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2008-09 As Perspectivas de Senhores, Escravos e Libertos em Torno do Pecúlio e das Redes Familiares no Desagregar da Escravidão em BarbacenaTítuloAs Perspectivas de Senhores, Escravos e Libertos em Torno do Pecúlio e das Redes Familiares no Desagregar da Escravidão em BarbacenaAutor
Sheldon Augusto Soares de CarvalhoOrientador(a)
Hebe Maria da Costa Mattos Gomes de CastroData de Defesa
2008-09-02Nivel
MestradoPáginas
348Volumes
1Banca de DefesaAna Maria Lugão RiosHebe Maria da Costa Mattos Gomes de CastroKeila GrinbergMartha Campos Abreu
ResumoEsta dissertação abordará as perspectivas de senhores, escravos e libertos no avançar da crise do regime escravista em torno das relações familiares senhoriais e cativas e dos recursos como pecúlio na segunda metade do século XIX (1871-1888). Serão enfocadas as variadas estratégias as quais escravos com suas famílias lançaram mão, para confrontar o poder moral dos senhores, principalmente após a promulgação da Lei do Ventre Livre no Termo de Barbacena. Por outro lado será considerada uma reflexão sobre os complexos de fazendas e de parentelas das famílias de fazendeiros/negociantes e os laços de dependência com lavradores médios e pequenos e com famílias de libertos dando um sentido especifico no final do XIX à Abolição da escravatura, assim como para a reestruturação das formas de paternalismo vigentes nesta localidade. A pesquisa foi realizada tendo como base de análise às ações de manutenção e ações de liberdade ocorridas em Barbacena, testamentos, inventários, alforrias, livros de compra e venda de escravos, cópias das Atas Eleitorais da Câmara de Barbacena (1877 e 1878), contratos de trabalho realizados entre fazendeiros locais e libertos e os recibos de pagamentos aos ex-cativos das fazendas após a Abolição.
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2008-08 Recursos naturais e conflito social na Bolívia contemporânea (1970 - 2003)TítuloRecursos naturais e conflito social na Bolívia contemporânea (1970 - 2003)Autor
Carlos Eduardo Marconi de CarvalhoOrientador(a)
Norberto Osvaldo FerrerasData de Defesa
2008-08-25Nivel
MestradoPáginas
113Volumes
1Banca de DefesaHector Alberto AlimondaMarcelo Badaró MattosNorberto Osvaldo FerrerasVirginia Maria Gomes de Mattos Fontes
ResumoDe forte tradição política sindical, a Bolívia enfrentou, em seu último quarto do séc. XX, um intenso quadro de mudanças institucionais e também nos padrões de organização política contrahegemônica. A COB – Central Obrera Boliviana – que co-governou junto com o MNR após a Revolução de 1952, perde influência a partir da implementação do decreto 21060 de 1985, que flexibiliza direitos trabalhistas. Entretanto, a retomada dos movimentos sociais, a partir de inícios da década de 90, e principalmente com a Guerra da Água (2000), em Cochabamba, e a Guerra do Gás (2003) em várias cidades do país leva em conta a crítica aos sindicatos tradicionais, ao colonialismo e às recentes privatizações. Construiu-se um processo no qual o território e osrecursos naturais são fatores de aglutinação. A análise aqui apresentada levará em conta o contexto mais amplo da América Latina, para então se inserir nos debates sobre as redemocratizações e conseqüentes rumos que seguem os movimentos sociais e suas possibilidades políticas na Bolívia. Enquadra-se ainda a teorização do geógrafo David Harvey no que tange ao conceito de "acumulação por espoliação", e sua pertinência para osestudos da exploração e expropriação de bens comuns e práticas tradicionais.
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2008-08 ENTRE HISTÓRIAS, FOTOGRAFIAS E OBJETOS: imigração italiana e memórias de mulheresTítuloENTRE HISTÓRIAS, FOTOGRAFIAS E OBJETOS: imigração italiana e memórias de mulheresAutor
Syrléa Marques PereiraOrientador(a)
Angela Maria de Castro GomesData de Defesa
2008-08-15Nivel
DoutoradoPáginas
280Volumes
1Banca de DefesaAna Maria Mauad de Sousa Andrade EssusAngela Maria de Castro GomesKeila GrinbergLená Medeiros de MenezesPaulo Knauss de MendonçaRachel SoihetVerena Alberti
ResumoEste trabalho busca analisar a história da "grande migração italiana" para o Brasil, ocorrida entre 1870 e 1920, a partir da transferência de um grupo de famílias da aldeia de Oneta, localizada na região da Toscana, para o distrito de Nª. Sª. do Amparo, no estado do Rio de Janeiro, e posteriormente na cidade de Passa Quatro, em Minas Gerais. O processo migratório foi reconstruído especialmente por meio da memória de mulheres brasileiras e italianas que exercem a função de guardiãs da memória familiar, privilegiando-se um suporte de memória: as chamadas caixinhas de lembrança. Nelas, fotografias e pequenos objetos pessoais foram por elas colecionados e conservados através do tempo, compondo uma narrativa. Tais relíquias familiares, pelo fato de terem pertencido ou retratarem seus antepassados, apontam a origem peninsular desses imigrantes e conectam a aldeia de Oneta ao Brasil. O argumento central defendido na tese é o de que a identidade italiana entre os descendentes brasileiros é construída no solo do mundo privado/íntimo, para posteriormente se projetar no universo do público. A prática memorial se assenta no trabalho desenvolvido pelas mulheres que, durante encontros familiares, exibem suas caixinhas de lembranças e narram histórias sobre o deslocamento de seus antepassados para o Brasil, atualizando continuamente a memória do grupo familiar e unindo as duas pontas envolvidas no processo migratório.
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2008-08 OS MONGES DO CONTESTADO. Permanências históricas de longa duração das predições e rituais no imaginário coletivoTítuloOS MONGES DO CONTESTADO. Permanências históricas de longa duração das predições e rituais no imaginário coletivoAutor
Eloy TononOrientador(a)
Gizlene NederData de Defesa
2008-08-15Nivel
DoutoradoPáginas
244Volumes
1Banca de DefesaBeatriz Anselmo OlintoGisálio Cerqueira FilhoGizlene NederIsmênia de Lima MartinsMárcia Maria Menendes MottaPaulo Pinheiro MachadoRivail Carvalho Rolim
ResumoTese de doutorado analisa a constituição, matização e permanência no imaginário social de uma memória dos monges e de uma prática social de rituais, advinda de seus ensinamentos, na região do Movimento do Contestado. A análise trabalha no tempo de longa duração, respectivamente com o surgimento do primeiro monge e a presença de grupos de sujeitos sociais que mantêm e perpetuam os valores da religiosidade popular. Utilizarei como corpus documental um vasto acervo bibliográfico, composto de obras de sociólogos, antropólogos, historiadores, memorialistas, romancista e jornalistas, bem como entrevistas realizadas, segundo a metodologia da história oral. A análise das narrativas elaboradas privilegia uma abordagem focada no cultural, sem desprezar os fatores explicativos circundantes, o político e o econômico.
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2008-08 AMPLIANDO O ESTADO IMPERIAL: Os engenheiros e a organização da cultura no Brasil Oitocentista, 1874 - 1888TítuloAMPLIANDO O ESTADO IMPERIAL: Os engenheiros e a organização da cultura no Brasil Oitocentista, 1874 - 1888Autor
Pedro Eduardo Mesquita de Monteiro MarinhoOrientador(a)
Sonia Regina de MendonçaData de Defesa
2008-08-15Nivel
DoutoradoPáginas
387Volumes
1Banca de DefesaCarlos Gabriel GuimarãesGeraldo de Beauclair Mendes de OliveiraMaria Letícia CorrêaRicardo Henrique SallesSonia Regina de MendonçaThéo Lobarinhas PiñeiroVania Maria Cury
ResumoNa formação social brasileira, ao final do século XIX, a conflituosa correlação de forças que sustentava o bloco no poder passou a demonstrar a perda da capacidade de formulações intelectuais capazes de articular reformas compatíveis com o momento histórico. Avizinhava-se a privação da mão-de-obra escrava e as frações da classe dominante alimentavam o temor quanto à desestruturação do modelo econômico que, há décadas, os favorecia. Desde a década de 1870 daquele século, engenheiros-intelectuais técnico-científicos, formados pela Escola Politécnica, vinculados ao bloco histórico imperial-escravista, foram capacitados para atividades profissionais relacionadas às grandes obras públicas e demais intervenções em benefício da comercialização de produtos primários para a exportação. Em linhas gerais, engenheiros, primeiramente agremiados no Instituto Politécnico Brasileiro e, mais tarde, no Clube de Engenharia, passaram a atuar como técnicos e como dirigentes nas Companhias de Estradas de Ferro, cuja função particular articulava-se, naquele momento, aos interesses das frações do complexo agroexportador de determinadas regiões do país. Neste estudo, procuraremos refletir sobre a organicidade destes engenheiros "diplomados" nas condutas empresariais dessas companhias, dentro das quais os agentes em questão reuniam capitais, atuavam no planejamento e realização dos projetos técnicos, assim como nas concepções ideológicas das construções. Dessa forma, acreditamos ser possível explicar como os projetos ligados às ferrovias que eram concebidos dentro do Clube desdobravam-se de forma a extrapolar a sociedade civil em direção à sociedade política, revelando, assim, parte de um processo de ampliação do Estado brasileiro.
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2008-08 O Poder na Fronteira: Hegemonia, Conflitos e Cultura no Norte de Mato GrossoTítuloO Poder na Fronteira: Hegemonia, Conflitos e Cultura no Norte de Mato GrossoAutor
Edison Antônio de SouzaOrientador(a)
Sonia Regina de MendonçaData de Defesa
2008-08-14Nivel
DoutoradoPáginas
256Volumes
1Banca de DefesaCarlos Gabriel GuimarãesDilma Andrade de PaulaEli de Fátima Napoleão de LimaMárcia Maria Menendes MottaRegina Angela Landim BrunoSonia Regina de MendonçaVirginia Maria Gomes de Mattos Fontes
ResumoO Estado brasileiro a partir da década de 1970 fomentou a ocupação do norte mato-grossense, baseado na concessão de incentivos fiscais públicos, principalmente às empresas particulares de colonização, que atraíram milhares de pessoas para aquela região como alternativa aos conflitos sociais que ocorriam no Sul e Sudeste do Brasil. A política que orientou o avanço da fronteira econômica no Estado de Mato Grosso, estruturou-se de forma a permitir a integração desta, ao mercado nacional e as estruturas produtivas de acumulação do capital. O processo de colonização particular ampliou a expropriação e a dominação no norte mato-grossense, com manutenção das relações capitalistas de produção de uma forma acelerada, através da exploração dos recursos naturais e pelo controle social dos trabalhadores. Com o avanço da fronteira agrícola, alguns empresários favorecidos pelos incentivos fiscais públicos, acumularam capital em atividades como o setor madeireiro e agropecuário, passando a dirigir politicamente o norte de Mato Grosso. Através desta Tese sustentamos a argumentação de que, os mecanismos que regem as relações de poder naquela região de fronteira, foram construídos no inter-relacionamento entre agências e agentes a partir de uma rede de relações e alianças com as elites regionais, sistemas de trocas e reciprocidades, utilizando-se do poder simbólico enquanto estratégia de controle e dominação social. A classe dominante regional construiu uma hegemonia articulada em torno de valores, práticas e ideologia da classe ou fração de classe, que organizam-se através dos intelectuais orgânicos, formas de consenso entre outras frações, divulgando o mito do progresso, da civilização, da agricultura moderna e desenvolvida, ‘naturalizando’ os conflitos sociais e a luta pela terra no Estado. Estudamos a questão da fronteira norte mato-grossense no eixo da Rodovia Federal (BR-163) com destaque para Sinop, principal cidade daquela região. Refletimos sobre as questões políticas, sociais as mudanças econômicas. Mapeamos essas relações no âmbito da sociedade civil e da sociedade política, destacando o papel das Agências e Agentes sociais, analisadas pela perspectiva da História Social.
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2008-08 Valongo: O Mercado de Escravos do Rio de Janeiro, 1758-1831TítuloValongo: O Mercado de Escravos do Rio de Janeiro, 1758-1831Autor
Cláudio de Paula HonoratoOrientador(a)
Mariza de Carvalho SoaresData de Defesa
2008-08-12Nivel
MestradoPáginas
166Volumes
1Banca de DefesaCarlos Gabriel GuimarãesHebe Maria da Costa Mattos Gomes de CastroMariza de Carvalho SoaresMauricio de Almeida Abreu
ResumoO presente trabalho tem por objetivo analisar o mercado de escravos do Valongo, no período de 1758 a 1831, destacando como a ação sanitarista do Senado da Câmara, assessorado pelos profissionais de medicina da cidade, resultou num acordo para transferência do mercado de escravos da rua Direta, centro da cidade para rua do Valongo, subúrbio da mesma, sob a alegação de preservar o espaço urbano do contágio das doenças e epidemias. Busca-se entender tal ação como forma de controle sanitário que visava a reorganização do espaço urbano como uma política de controle social, que se intensifica no período dos vice-reis, e após a instalação da Corte passa a fazer parte do projeto de "civilização nacional". Busca-se entender ainda como se dava o tratamento/ recuperação da saúde dos escravos novos no lazareto sob a fiscalização da Provedoria-Mor da Saúde, o sistema de vacinação contra a varíola e o seu controle realizado pela Junta Vacinica e como se dava a relação entre os negociantes de escravos novos e tais órgãos do Estado.
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2008-08 Ordem e e Justiça Social: A Igreja Católica e o Projeto de Reforma Agrária do Governo João Goulart (1961-64)TítuloOrdem e e Justiça Social: A Igreja Católica e o Projeto de Reforma Agrária do Governo João Goulart (1961-64)Autor
Guido Coelho de Magalhães BastosOrientador(a)
Denise Rollemberg CruzData de Defesa
2008-08-11Nivel
MestradoPáginas
129Volumes
1Banca de DefesaDenise Rollemberg CruzJessie Jane Vieira de SousaJorge Luiz FerreiraMarcelo da Silva Timotheo da Costa
ResumoA questão social que emergia das contradições inerentes ao capitalismo, marcada pelo aprofundamento das desigualdades entre as classes sociais, tornou-se objeto de atenção e análise por parte da Santa Sé, a partir de Leão XIII (1878-1903). Com os avanços do comunismo e dos conflitos sociais capitalistas, a Igreja Católica no Brasil dos anos 1950 e 1960 começava a se aproximar dos pobres em busca da justiça social, movimento advindo da sua "ala progressista", encontrando abertura em pleno processo de articulação do Concílio do Vaticano II (1962-65). No intuito de contribuir para a melhor compreensão do papel da Igreja (não homogênea, permeada por diversas tendências) neste cenário, essa dissertação analisará as trajetórias e os discursos de dois periódicos católicos, o "Brasil, Urgente" (BU, 1963-64) e a "Revista Eclesiástica Brasileira" (REB, 1961-64), destacando suas aproximações e distanciamentos, principalmente no tocante à Reforma Agrária, em pleno processo de radicalizações política e social entre esquerda e direita, durante o Governo João Goulart (1961-64). A fim de enriquecer ainda mais este estudo, serão pontuadas informações oriundas de uma entrevista concedida ao seu autor pelo Frei Carlos Josaphat, fundador e ex-diretor do "Brasil, Urgente". Como o BU e a REB receberam os apontamentos das encíclicas de João XXIII (1958-63)? Como o BU e a REB se posicionaram frente ao governo Goulart e ao seu projeto de Reforma Agrária? Quais eram as propostas de Reforma Agrária defendidas pelo BU e pela REB? Essas questões e algumas outras serão aqui tratadas.
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2008-05 Pelos Pobres! A campanha pela construção de habitações populares e o discurso sobre as favelas na Primeira RepúblicaTítuloPelos Pobres! A campanha pela construção de habitações populares e o discurso sobre as favelas na Primeira RepúblicaAutor
Rômulo Costa MattosOrientador(a)
Gladys Sabina RibeiroData de Defesa
2008-05-30Nivel
DoutoradoPáginas
275Volumes
1Banca de DefesaGladys Sabina RibeiroHumberto Fernandes MachadoMagali Gouveia EngelMarcelo Badaró MattosMargarida de Souza NevesMartha Campos AbreuSidney Chalhoub
ResumoEsta pesquisa tem como tema a construção social da habitação popular durante a Primeira República, período em que ocorreu o processo de recrudescimento da crise de moradias na cidade do Rio de Janeiro. A campanha pela construção de habitações populares na grande imprensa, entre 1905 e 1921, constitui o objeto específico deste trabalho. Trata-se de analisar as propostas que visavam à superação do déficit de casas populares, prestando atenção também ao desenvolvimento do discurso sobre as favelas, em um contexto marcado pela tentativa de imposição de uma ordem social capitalista e de consolidação da República no Brasil.
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2008-05 Os "Filhos da Terra": Discurso e Resistência nas Relações Coloniais no Sul de Moçambique (1890 - 1930)TítuloOs "Filhos da Terra": Discurso e Resistência nas Relações Coloniais no Sul de Moçambique (1890 - 1930)Autor
Fernanda do Nascimento ThomazOrientador(a)
Marcelo Bittencourt Ivair PintoData de Defesa
2008-05-28Nivel
MestradoPáginas
202Volumes
1Banca de DefesaAna Maria Mauad de Sousa Andrade EssusMarcelo Bittencourt Ivair PintoMariza de Carvalho SoaresSilvio de Almeida Carvalho Filho
ResumoA dissertação aborda o período de consolidação do colonialismo português no sul de Moçambique, seguindo até o princípio da instalação do Estado Novo