Dissertações e Teses
  • 2018-04 O Drama das Paixões na Construção da Modernidade - Uma Genealogia do Iluminismo
    Título
    O Drama das Paixões na Construção da Modernidade - Uma Genealogia do Iluminismo
    Autor
    Pedro Henrique Albuquerque Cardoso Faria
    Orientador(a)
    Guilherme Paulo Castagnoli Pereira Das Neves
    Data de Defesa
    2018-04-20
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    204
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Guilherme Paulo Castagnoli Pereira Das Neves
    Patricia Woolley Cardoso Lins Alves
    Renato Júnio Franco
    Sérgio Chahon

    Resumo
    A partir de um texto onde Eric Hobsbawm classifica A flauta mágica, última ópera de Mozart a estrear em 1791, como uma obra propagandística da ideologia maçônica, iniciou-se uma ampla reflexão sobre os vários processos de construção da modernidade. A princípio, investigou-se a função social dos espetáculos no século XVIII, adotando como fonte o debate promovido pelos próprios ilustrados. Suas ideias giravam em torno de uma natureza humana e da possível capacidade dos espetáculos de estimular ou desencorajar as paixões do público em um minucioso equilíbrio entre vícios e virtudes. Essa natureza, por sua vez, era produto da epistemologia moderna afirmada no século XVIII para legitimar o conhecimento do homem e fundamentar a nova moral secular. Partiu-se, então, para a compreensão do mundo tradicional, suplantado pelos diversos processos de modernização: civilização, privatização, industrialização, entre outros, mas que resistiu por meio de sucessivas apropriações culturais até o século XIX. Nesse sentido, as fontes sobre A flauta mágica indicam que as inspirações para o seu libreto e toda sua composição estavam imersas em um universo de cultura popular, ao contrário do que sustentam as interpretações que se limitam à sua filiação maçônica. Por fim, essa percepção de que A flauta mágica comportaria uma interpretação diferente daquela consagrada na modernidade acaba por revelar inconsistências e contradições do pensamento moderno, além de desvelar a sua própria construção.


  • 2018-04 Das fortunas críticas e apropriações ou Sérgio Buarque de Holanda, historiador desterrado
    Título
    Das fortunas críticas e apropriações ou Sérgio Buarque de Holanda, historiador desterrado
    Autor
    André Carlos Furtado
    Orientador(a)
    Giselle Martins Venancio
    Data de Defesa
    2018-04-20
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    537
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Francine Iegelski
    Giselle Martins Venancio
    Jean Michel Louis Hébrard
    Karoline Carula
    Laura de Mello E Souza
    Robert Wegner
    Ronaldo Vainfas

    Resumo
    Esta tese analisa as comunidades de leitores na trajetória de Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), investigando, sobretudo, os quadros receptivos contemporâneos ao lançamento de suas reflexões impressas. Volta-se para os relacionamentos de ordem pessoal, institucionais e com as casas editoras permeados nesta economia de práticas letradas, buscando compreender, sincrônica e diacronicamente, os processos da cultura escrita nos quais o intelectual polígrafo se inseriu. Confere destaque às configurações e percursos que o converteram no historiador de maior prestígio no Brasil do século XX, referência até a atualidade. Realça as plataformas geracionais do país e do exterior em que ele se posicionou ao tecer laços com as modernizações historiográficas latino-americanas ao tempo das reformas e estabelecimentos disciplinares no campo acadêmico. A pesquisa se concentra nos itinerários buarqueanos entre os anos de 1930, época em que apareceu a sua "obra" de estreia, Raízes do Brasil, e a década de 1970, quando surgiram os últimos textos de sua autoria, publicados, em especial, no formato de livros. Mapeia a geografia de circulação das imagens sobrepostas das identidades dele e as suas perspectivas singulares acerca do passado. Tudo isso através de uma narrativa dialógica das esferas sociais micro e macro que emanam da documentação, atenta aos seus pormenores mais negligenciados.


  • 2018-04 Debatendo a legalidade. A crise da renúncia, o congresso Nacional e a solução parlamentarista (agosto/setembro de 1961)
    Título
    Debatendo a legalidade. A crise da renúncia, o congresso Nacional e a solução parlamentarista (agosto/setembro de 1961)
    Autor
    Vagner Corrêa de Lima
    Orientador(a)
    Jorge Luiz Ferreira
    Data de Defesa
    2018-04-18
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    125
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Américo Oscar Guichard Freire
    Andréa Casa Nova Maia
    Jorge Luiz Ferreira
    Karla Guilherme Carloni

    Resumo
    O presente trabalho trata da crise iniciada pela renúncia do presidente JânioQuadros, ocorrida em 25 de agosto de 1961. Esta crise desdobrou-se em um veto dos ministros militares à posse do vice-presidente João Goulart, que estava em viagem à China. Houve reação popular e a recusa do Congresso em aceitar o impeachment do vice-presidente e reações diversas à pressão dos ministros militares. Nesta pesquisa é abordada, a partir da ótica do Congresso Nacional, a resistência à tentativa de golpe militar e também os debates em torno da implantação do parlamentarismo como forma de solucionar a crise. São analisados os discursos dos parlamentares e demais registros dos Anais da Câmara dos Deputados e dos Diários do Congresso Nacional, confrontados com fontes da imprensa da época e com a bibliografia existente sobre o assunto. A pesquisa identifica nas posições assumidas pelos parlamentares, oselementos que levaram à resolução da crise político-militar, dentro de uma profunda discussão sobre a necessidade de se respeitar a Constituição para assegurar a democracia. Utiliza-se a metodologia da nova história política, pela qual, nas últimas décadas, a história cultural tem se tornado um referencial na história política, principalmente na produção de trabalhos acadêmicos.


  • 2018-04 O livro de linhagens do Conde D. Pedro: uma caracterização narrativa da nobreza Ibérica (Portugal - século XIV)
    Título
    O livro de linhagens do Conde D. Pedro: uma caracterização narrativa da nobreza Ibérica (Portugal - século XIV)
    Autor
    Neila Matias de Souza
    Orientador(a)
    Mário Jorge da Motta Bastos
    Data de Defesa
    2018-04-16
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    201
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Adriana Maria de Souza Zierer
    Alexandre Carneiro Cerqueira Lima
    Almir Marques de Souza Junior
    Carolina Coelho Fortes
    Edmar Checon de Freitas
    João Cerineu Leite de Carvalho
    Vânia Leite Fróes

    Resumo
    Através do Livro de Linhagens do Conde D. Pedro pretendemos caracterizar a nobreza e sua relação com o rei. A obra aparece, assim, como um projeto de justificação do papel social da aristocracia, fundamentado pela linhagem como elemento distintivo e pela guerra como elemento central. A escrita do Conde reflete e realiza este projeto num longínquo curso temporal, que não se limita a um autor como indivíduo isolado. A autoria apresenta-se como a de um grupo, a nobreza, que intenciona reafirmar sua posição também pela palavra escrita. Longe de ser um arauto em favor da nobreza e um carrasco do rei, o projeto historiográfico desenvolvido pelo Conde D. Pedro constrói uma relação de equilíbrio entre a nobreza e a realeza visando a união dos dois para que ambos pudessem manter sua posição de poder. Assim, nobres e reis estão unidos desde a sua origem e devem permanecer nesse estado, pois somente quando se encontram em ajuda mútua são capazes de realizar suas funções. A associação boa nobreza/bom rei reflete esta condição ao estabelecer que um rei de fato só consegue ser justo e distribuir mercês quando tem ao seu lado nobres homens aconselhando-o. Esta relação é mais perceptível e estruturante quando estes homens entravam em guerra. Nas principais batalhas narradas no LL, o rei só consegue vencer porque algum nobre vem em seu auxilio. É na atividade guerreira que a identidade da aristocracia medieval se faz mais presente e a solidariedade de classe encontra seu momento ideal. A ideologia da amizade propalada pelo Conde justificaria o papel e a função de reis e nobres na sociedade.


  • 2018-04 Nas Entrelinhas da História: representações de índias e mamelucas nos registros coloniais do primeiro século na América Portuguesa
    Título
    Nas Entrelinhas da História: representações de índias e mamelucas nos registros coloniais do primeiro século na América Portuguesa
    Autor
    Bárbara Lustoza da Silva Borba
    Orientador(a)
    Maria Regina Celestino de Almeida
    Data de Defesa
    2018-04-16
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    195
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Célia Cristina da Silva Tavares
    Elisa Frühauf Garcia
    Luís Rafael Araújo Corrêa
    Maria Regina Celestino de Almeida

    Resumo
    O presente trabalho aborda as representações de mulheres indígenas emamelucas em cartas, relatórios e registros de cronistas, laicos ou eclesiásticos, realizados no primeiro século da colonização da América Portuguesa. Para a contextualização do objeto da pesquisa, discutimos os panoramas dos campos teóricos de História das Mulheres e História Indígena, além de estabelecer um diálogo crítico com fontes secundárias já consolidadas nas ciências sociais. Ao longo do escrito, nos deparamos com registros produzidos mediante a situação colonial, nos quais as alteridades representadas são construídas de acordo com a formação e reformulação dereferenciais de mundo, de forma assimétrica e etnocêntrica. As mulheres de origem indígena se encontravam em extrema oposição ao outro encarnado pelo invasor europeu, por se tratarem além de diferenças étnicas, de gênero. Contudo, mediante a leitura documental crítica, identificamos aspectos do cotidiano, sociabilidades e exercício de poderes dessas mulheres índias e mamelucas, mesmo que os registros produzidos sobre elas tenham sido na terceira pessoa. As alteridades extremas que as índias e mamelucas performaram com relação aos colonizadores possibilitaram aprodução de documentos que, em suas linhas e entrelinhas, nos deram a conhecer suas vidas, dinâmicas e agências.


  • 2018-04 A greve de 1980 no porto de Santos e o processo de transição política: repressão estatal e contrarrevolução democrática
    Título
    A greve de 1980 no porto de Santos e o processo de transição política: repressão estatal e contrarrevolução democrática
    Autor
    Pedro Henrique da Silva Oriola Cardoso
    Orientador(a)
    Tatiana Silva Poggi de Figueiredo
    Data de Defesa
    2018-04-13
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    189
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Cezar Teixeira Honorato
    Demian Bezerra de Melo
    Renato Luís do Couto Neto E Lemos
    Tatiana Silva Poggi de Figueiredo

    Resumo
    O tema da dissertação é a repressão ao movimento grevista protagonizado pelos portuários no porto de Santos, em 1980. O objetivo dessa pesquisa é entender como a violência contra o movimento grevista está relacionado a caracterização da transição política(1974-1988). A repressão era uma prática institucional no período de mudança de regime politico, e no nosso objeto de estudo é um exemplo de como que os militares estavam preparados para desarticular qualquer tipo de oposição. O trabalho visa demonstrar que a premissa do ‘inimigo interno’ aplicado pela Doutrina de Segurança Nacional não foi apenas usada para a violência, mas também para garantir os interesses do bloco multinacional associado que, segundo René Dreifuss, assumiu o Estado após 1964.


  • 2018-04 O Binômico Porto-Ferrovia: O escoamento da produção cacaueira, região e desenvolvimento econômico (1920 a 1947)
    Título
    O Binômico Porto-Ferrovia: O escoamento da produção cacaueira, região e desenvolvimento econômico (1920 a 1947)
    Autor
    Kátia Vinhático Pontes
    Orientador(a)
    Cezar Teixeira Honorato
    Data de Defesa
    2018-04-12
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    356
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Bernardo Kocher
    Cezar Teixeira Honorato
    Fernando Sergio Dumas Dos Santos
    Flávio Gonçalves Dos Santos
    Lina Maria Brandão de Aras
    Muniz Gonçalves Ferreira
    Rosana Dos Santos Lopes

    Resumo
    O objeto desta pesquisa é o processo de escoamento da produção de cacau a partir do binômio porto-ferrovia, pois é a partir dele que se pode identificar de modo mais consistente o processo de desenvolvimento econômico regional em suas contradições, permanências e transformações, evidenciando potencialidades e entraves. Discutir este binômio implicou na investigação do conceito de região, do transporte e escoamento de mercadorias, com ênfase no cacau, produto que representava e justificava investimentos capazes de dinamizar a economia e os interesses de uma sociedade emergente no sul da Bahia. E teve como escopo analisar os modelos de desenvolvimento a partir do binômio Porto de Ilhéus-Estrada de Ferro Ilhéus-Conquista entre 1920 e 1947 no sul da Bahia. Este período está delimitado pela formação do binômio na década de 1920, quando o Porto de Ilhéus se transforma de porto natural em um porto capitalista e se estende até a deflagração do processo de encampação da Estrada de Ferro Ilhéus a Conquista, quando ele se desfaz, evidenciando a ascensão do modelo econômico do nacional desenvolvimento ao modelo liberal. A redação da tese se desenvolve em três capítulos, o primeiro dedicado ao delineamento da historicidade das estratégias de escoamento da produção da região e especificamente do cacau; os sujeitos e suas relações com a lavoura cacaueira tendo como ângulo principal de análise as relações estabelecidas entre o comércio, comerciantes, em diversos níveis do mercado e os produtores; bem como da trajetória do Porto de Ilhéus e conflitos com o porto de Salvador e por último a construção da Estrada de Ferro Ilhéus a Conquista. O capítulo segundo analisa a trajetória do porto de Ilhéus imbricada à da EFIC. O porto natural localizado no interior da pequena Baía do Pontal e criado para atender às necessidades coloniais foi transformado na década de 1920 em um porto capitalista. O terceiro capítulo investiga a trajetória da EFIC que foi construída na zona cacaueira antes das estradas através de concessão feita a Bento Berillo de Oliveira em 1904 e adquirida pela Empresa inglesa The State of Bahia South Western Railway Limited Company, em 1909. Neste capítulo ocupa lugar especial a organização do Instituto de Cacau da Bahia em oposição ao Porto de Ilhéus enquanto tentativa de monopolizar a exportação do cacau pelo Porto de Salvador e como vetor da opção rodoviária, que no sul da Bahia entrou em choque com os interesses dos ingleses combalidos financeiramente na exploração da EFIC. Este capítulo ainda comporta uma reflexão sobre o desenvolvimento da região através da literatura que refletia a implantação de vias de transportes na região cacaueira, especialmente na obra do escritor Jorge Amado. A análise se beneficia dos referenciais teóricos marxistas; das reflexões teóricas dos conceitos de região e desenvolvimento em uma perspectiva interdisciplinar da geografia, economia e história; das reflexões teóricas sobre os desequilíbrios regionais no Brasil, bem como da vasta literatura sobre portos e ferrovias. As fontes que consubstanciam esta tese incluem principalmente fontes literárias, oficiais, legislativas, relatórios estatísticos, periódicos e memórias localizadas em diversos arquivos do Rio de Janeiro, Salvador, Itabuna, Ilhéus e acervos virtuais. Concluo evidenciando a importância de analisar o binômio porto-ferrovia como dinamizador e delineador do desenvolvimento econômico na região cacaueira no Sul da Bahia.


  • 2018-04 OS MISSIONÁRIOS REDENTORISTAS ALEMÃES E AS EXPECTATIVAS DE PROGRESSO E MODERNIZAÇÃO EM GOIÁS (BRASIL, 1894-1930)
    Título
    OS MISSIONÁRIOS REDENTORISTAS ALEMÃES E AS EXPECTATIVAS DE PROGRESSO E MODERNIZAÇÃO EM GOIÁS (BRASIL, 1894-1930)
    Autor
    Robson Rodrigues Gomes Filho
    Orientador(a)
    Sergio Ricardo da Mata
    Data de Defesa
    2018-04-12
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    461
    Volumes
    2
    Banca de Defesa
    Edmar Checon de Freitas
    Eduardo Gusmão de Quadros
    Georgina Silva Dos Santos
    Jacqueline Hermann
    Jorge Victor de Araújo Souza
    Larissa Moreira Viana
    Sergio Ricardo da Mata
    William de Souza Martins

    Resumo
    Fundada em 1732, em Scala (reino de Nápoles), por Afonso Maria de Ligório, aCongregação do Santíssimo Senhor Redentor (redentoristas) tornou-se umas das maisimportantes congregações missionárias católicas a atuarem na Europa no século 19, sejana consolidação dos ideiais ultramontanos, seja na atuação religiosa junto aos fieiscatólicos das periferias e zonas rurais. Na Alemanha, os redentoristas experienciaramaté a década de 1860 um intenso momento de atividades missionárias e atendimentosparoquiais, especialmente na Baviera, por meio das quais tornaram-se conhecidosespecialmente por seu rigorismo nos confessionários. Da década de 1860 ao final dosanos 1870, entretanto, as transformações no contexto político nacional e internacionallevaram o catolicismo (particularmente a linha ultramontana e, por isso, os jesuítas eredentoristas) a ser vinculado, especialmente pelos grupos ligados ao liberalismoprotestante, à imagem de atraso e superstição, algo necessário de ser superado por umanação recém-forjada que desejava alinhar-se nos trilhos do progresso e modernidade emconsolidação na Europa. Aliado a este imaginário constantemente reforçado pelaimprensa liberal, os redentoristas e jesuítas foram acusados de ameaçar a soberanianacional em favor do papado e, a partir do chamado Kulturkampf, foram expulsos doimpério alemão em 1873. Todavia, uma das consequências diretas dos 21 anos de exílioimposto aos redentoristas alemães foi a aceitação por eles da fundação de uma viceprovíncia no Brasil, especificamente nos estados de Goiás e São Paulo. Ali, a mesmacongregação que outrora fora tida como sinal de atraso e superstição na Alemanha, noinício do século 20 se tornou a principal promotora do progresso e modernização deGoiás, legitimando-se no campo religioso brasileiro por meio da construção daautoimagem do catolicismo como uma religião racional, nacional e moderna, em muitocontrastada com o discurso ultramontano do século anterior. Em face desta discussão econtexto, a presente tese de doutorado tem por objeto de investigação os missionáriosredentoristas bávaros que migraram em missão da Alemanha para o Brasil entre 1894 e1930. Nosso objetivo central é investigar de que modo as experiências da congregaçãoredentorista na Alemanha no século 19 condicionaram as expectativas dos missionáriosa ela pertencentes sobre o futuro e o progresso em Goiás nas primeiras décadas doséculo 20, e como tais expectativas influenciaram nas estratégias adotadas para aautolegitimação católica na modernidade em construção no Brasil.


  • 2018-04 Estudantes e Política sob Ditadura: os universitários nas vésperas do Cordobazo (Córdoba, 1966 - 1969)
    Título
    Estudantes e Política sob Ditadura: os universitários nas vésperas do Cordobazo (Córdoba, 1966 - 1969)
    Autor
    Juan Ignacio Gonzalez
    Orientador(a)
    Norberto Osvaldo Ferreras
    Data de Defesa
    2018-04-10
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    303
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Angelica Müller
    Elisa de Campos Borges
    Jean Rodrigues Sales
    Jessie Jane Vieira de Sousa
    Larissa Rosa Corrêa
    Maria Verónica Secreto Ferreras
    Norberto Osvaldo Ferreras

    Resumo
    A análise do processo em que se produziram as relações entre os estudantes e a política, no período que antecedeu ao Cordobazo, é o objeto central desta tese. Buscamos, com a finalidade de compreender esta temática, a elaboração analítica de uma trajetória que tomou dimensão ao redor de uma identidade definida, sobre o caráter de estudante, com a Reforma universitária em 1918. A partir das produções dos próprios estudantes e das idéias do período se asseguraram elementos que foram, logo, reconfigurados. A experiência do peronismo, em especial sobre os trabalhadores e os universitários, alcançou outra expressão sob o impacto das transformações no cenário latino-americanoe a concreção de um novo Golpe de estado, em 1966. Córdoba tinha mudado seu perfil econômico e social devido ao impulso de sua indústria. Nesta cidade, sob condições particulares, produziram-se desenvolvimentos intelectuais próprios ligados ao cotidiano dos estudantes. Estes sujeitos alcançaram uma participação massiva, de uma intensa politização, que lhes outorgou um espaço de relevância na geografia local. Com base na discussão das obras, revisão de arquivos e elaboração de documentos com alguns dos protagonistas do período construímos uma posição de análise para compreender as construções que os estudantes fizeram de si, sobre sua identidade, e sua participação na íntegra no período abordado. O caminho percorrido para esta compreensão passou pela análise das idéias que circularam no contexto local, dentro da universidade, na interlocução com outros sujeitos do período e na disputa aberta com as forças regressivas que haviam se apoderado das instituições com a interrupção da ordem democrática. As ações ligadas ás atividades estudantis tiveram que imaginar novas estratégias frente á cassação de direitos e exercícios acadêmicos. Como parte de um uso habitual da violência pelas forças ditatoriais também as ações dos estudantes ganharamoutro semblante ao nível organizacional e da vida cotidiana. As reivindicaçõesconfluíram até o objetivo comum da luta anti-ditatorial, mesmo que existissem outras diferenças – de origem, reelaboradas ou desenvolvidas sob os fragores dos confrontos. A política se debateu nas ruas e os estudantes foram atores principais dos acontecimentos que sacudiram o século cordobés.


  • 2018-04 "CHILE SERÁ UNA GRAN NACIÓN": PROPAGANDA POLÍTICA E MILAGRE ECONÔMICO NA DITADURA CIVIL-MILITAR CHILENA (1977-1980)
    Título
    "CHILE SERÁ UNA GRAN NACIÓN": PROPAGANDA POLÍTICA E MILAGRE ECONÔMICO NA DITADURA CIVIL-MILITAR CHILENA (1977-1980)
    Autor
    Eric Assis Dos Santos
    Orientador(a)
    Samantha Viz Quadrat
    Data de Defesa
    2018-04-09
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    261
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Adriano de Freixo
    Elisa de Campos Borges
    Fabiana de Souza Fredrigo
    Francisco Carlos Teixeira da Silva
    Maria Paula Nascimento Araújo
    Ricardo Antonio Souza Mendes
    Samantha Viz Quadrat

    Resumo
    A tese debate a relação entre a propaganda política e o projeto da ditadura civil-militar no Chile no período 1977 a 1980. Ao longo do processo de institucionalização de um novo paradigma econômico, pautado pelo neoliberalismo, e de um modelo político que visava a consolidação de uma democracia limitada, visamos compreender quais os mecanismos discursivos utilizados na propaganda oficial como um meio de auxiliar no processo de legitimação da ditadura e das reformas sociais num contexto autoritário. Desse modo, buscamos investigar os limites da ação da propaganda enquanto instrumento de construção de um novo imaginário social que produzisse consenso e adesão às propostas autoritárias do governo de Pinochet e da Junta Militar.


  • 2018-04 Tapuias e mestiços nas aldeias e sertões do Norte: conflitos, contatos e práticas
    Título
    Tapuias e mestiços nas aldeias e sertões do Norte: conflitos, contatos e práticas
    Autor
    Carlos Henrique Alves Cruz
    Orientador(a)
    Elisa Frühauf Garcia
    Data de Defesa
    2018-04-09
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    317
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Elisa Frühauf Garcia
    Fátima Martins Lopes
    João Pacheco de Oliveira Filho
    Jorge Victor de Araújo Souza
    Maria Cristina Pompa
    Maria Regina Celestino de Almeida
    Vânia Maria Losada Moreira

    Resumo
    A tese tem como recorte geográfico a região conhecida no período colonial como ossertões das Capitanias do Norte, especificamente as ribeiras do Açu (capitania do RioGrande), Jaguaribe (Ceará) e Piancó (Paraíba) – no atual semiárido do Nordeste do Brasil. Tem início no período de conflitos entre índios e colonos conhecido na historiografia como "Guerra do Açu" (1680-1720), avançando para as experiências dos núcleos missionários até a aplicação das políticas pombalinas, com a transferência dos índios aldeados (1761). Espera contribuir ao debate histórico sobre as fronteiras internas da América portuguesa, com o conflito e a participação indígena, analisando reformulações identitárias, contatos interétnicos e trânsitos culturais praticados pelos grupos classificados como "tapuias" no processo de expansão da sociedade colonial.Questionando a interpretação restrita à fronteira de guerra, investiga relações,reformulações e interações socioculturais, especialmente trocas "religiosas", entre grupos e indivíduos classificados nos documentos administrativos e inquisitoriais portugueses como índios, brancos, negros e mestiços.


  • 2018-04 O pensamento político de José de Alencar e o Império do Brasil (1829-1877)
    Título
    O pensamento político de José de Alencar e o Império do Brasil (1829-1877)
    Autor
    Bruno Cordeiro Nojosa de Freitas
    Orientador(a)
    Maria Verónica Secreto Ferreras
    Data de Defesa
    2018-04-06
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    269
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Almir Leal de Oliveira
    Giselle Martins Venancio
    Graciela Bonassa Garcia
    Isabel Idelzuite Lustosa da Costa
    Maria Verónica Secreto Ferreras
    Susana Cesco
    Tâmis Peixoto Parron

    Resumo
    Esta tese e dedicada a compreensao do pensamento politico do escritor cearense Jose de Alencar atraves de sua producao intelectual dedicada ao tema e de sua atuacao nos meios da politica institucional do Imperio do Brasil. Para tal, os principais documentos utilizados no presente trabalho foram: o conjunto das obras politicas de Alencar, que trataram de temas como o sistema representativo, a Guerra do Paraguai, os partidos politicos no pais e a abolicao da escravidao, bem como os seus pronunciamentos registrados em atas do Parlamento Brasileiro. Interessa, aqui, entender de que maneira os projetos politicos de Alencar buscaram responder a problemas fundamentais enfrentados pela sociedade do Brasil Imperial e como essa escrita manteve relacoes de dialogo e influencia com o ambiente politico e intelectual do periodo. Ela orbitou em privilegiados lugares de producao, como a Camara, o Senado e ministerios, e teve uma determinada difusao entre meios intelectuais, caracterizando-se como um fenomeno historico.


  • 2018-04 Entre a critica das armas e as armas da crítica: trotskistas na ditadura militar (1968-1973) uma contribuição à História do Trotskismo no Brasil
    Título
    Entre a critica das armas e as armas da crítica: trotskistas na ditadura militar (1968-1973) uma contribuição à História do Trotskismo no Brasil
    Autor
    Tiago de Oliveira
    Orientador(a)
    Cezar Teixeira Honorato
    Data de Defesa
    2018-04-06
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    230
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Cezar Teixeira Honorato
    Demian Bezerra de Melo
    Felipe Abranches Demier
    Murilo Leal Pereira Neto
    Ricardo Figueiredo de Castro
    Ronaldo do Livramento Coutinho
    Tatiana Silva Poggi de Figueiredo

    Resumo
    Após o golpe civil-militar de 1964 a história da esquerda no Brasil foi marcada por uma expressiva fragmentação em pequenos grupos e partidos. Organizações e partidos que existiam antes àquele acontecimentos, como os comunistas (PCB e PCdoB), a Política Operária (POLOP), assim como a Ação Popular (AP) foram acometidos por dissensões e rupturas políticas ao longo da segunda metade da década de 1960. Esse momento de renovação política também alcançou o movimento trotskista brasileiro, representado desde osanos 1950 pelo Partido Operário Revolucionário. A partir de 1968, com a criação das Fração Bolchevique Trotskista (FBT) e do Movimento Estudantil 1º de Maio – que em seguida tornou-se Organização Comunista 1º de Maio (OC1M) – , a história do trotskismo deixou de ser representado por uma única organização ou partido, como havia sido desde sua origem nos anos 1930. As duas organizações, junto com o surgimento, fora do país, dos grupos Outubro,Ponto de Partida e da tendência trotskista (Combate) do Partido Operário comunista (em seguida conhecida como POC-Combate) – todas em 1971 – representaram o início de uma nova fase do movimento trotskista no Brasil. O objetivo desta tese foi analisar o projeto revolucionário que elaboraram esses trotskistas em sua luta contra a ditadura militar e pela revolução socialista, no período delimitado entre os anos 1968 e 1973. Nesse sentido, duas foram as questões que nosso trabalho procurou responder: por um lado, como analisaram o processo histórico-político pós-1964, particularmente aquele inserido no período delimitado; e por outro, quais foram as táticas e estratégias políticas que tentaram concretizar naqueles anos. Tal como ocorreu com as outras vertentes da esquerda brasileira, dois foram os caminhos apontados para a revolução brasileira: a perspectiva da luta armada revolucionária imediata – da qual o POC-Combate, entre os trotskistas brasileiros, foi o único partidário – e aquele que a concebia como o resultado de amplas mobilizações sociais centradas no proletariado urbano. Nosso argumento principal é que essa diferença estavam embasadas em distintas análises do regime político que vigorou especialmente após a decretação do Ato Institucional nº 5, em dezembro de 1968. Assim a análise que captou a ditadura militar comoalgo estrutural, como uma face política inevitável para a manutenção do capitalismo no país – como defendeu o POC-Combate – traduziu-se no imperativo pela adequação da organização política dos revolucionários e sua preparação para a guerra revolucionária. Já a análise que esboçaram as outras organizações trotskistas, cada uma à sua maneira, colocaram em relevo que a sustentação do regime político estava alicerçada na desarticulação, repressão e controle das organizações políticas dos trabalhadores, o que conferia, ao menos temporariamente, condições favoráveis à ditadura e a burguesia. Com essa leitura FBT, OC1M, Outubro e Ponto de Partida elaboraram um projeto político alternativo tanto à luta armada, proposta pelas organizações guerrilheiras, quanto às alianças de classe que defendeu o PCB. Nesse projetopolítico trotskista – que estruturou-se sobre a perspectiva da reorganização política dos trabalhadores – eles se diferenciaram do conjunto das esquerdas do período e em alguns casos anteciparam os sentidos políticos que tomaram posteriormente as lutas contra a ditadura militar, como na pioneira defesa que fizeram da luta pelas liberdades democráticas.


  • 2018-04 O Eros no Óikos: Relações de gênero, espaço e representações da espacialidade e da sexualidade femininas em Atenas do V século a.C.
    Título
    O Eros no Óikos: Relações de gênero, espaço e representações da espacialidade e da sexualidade femininas em Atenas do V século a.C.
    Autor
    Juliana Magalhães Dos Santos
    Orientador(a)
    Alexandre Carneiro Cerqueira Lima
    Data de Defesa
    2018-04-05
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    350
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Alexandre Carneiro Cerqueira Lima
    Alexandre Santos de Moraes
    Ana Paula Lopes Pereira
    Fábio de Souza Lessa
    María Cecilia Colombani
    Talita Nunes Silva Gonçalves

    Resumo
    A sexualidade feminina, desde a antiguidade grega, nos é apresentada como condição física sujeita a diversos dispositivos de controle que objetivavam organizar a estrutura social. Com o surgimento da Democracia ateniense, vemos no período Clássico, essa ordenação ser definida por parâmetros jurídicos específicos que identificavam e separavam os "usos da sexualidade" feminina cidadã da não cidadã. Constatamos em oradores áticos, como Demóstenes, Ésquines, Iseus, Antifonte, Xenofonte e Lísias, características que seriamdefinidoras do papel feminino na polis, e as respectivas diferenças entre os grupos sociais. A partir dessa dicotomia, buscamos analisar as maneiras como as mulheres expressavam sua sexualidade no espaço do oîkos, a casa ateniense. Nesse local privilegiado, em que vemos registrados o cotidiano das ações femininas, compreendemos que o comportamento esperado e idealizado era por vezes contestado por elas através de táticas inventivas. Essas ações, fossem decaráter erótico ou sexual, também poderiam ser identificadas em representações iconográficas de figuras negras e vermelhas na passagem do IV e o V séc. a.C.. Através desses documentos, remontamos a um "modos de fazer" feminino, entre táticas e controles, identificando um processo de reavaliação de como a conduta deveria ser apresentada para o público ateniense. Nos discursos forenses vemos a exaltação da ação cidadã e a desqualificação de qualquer associação não cidadã com o oîkos. Já as imagens de conteúdo pornográfico não cidadã são suprimidas para dar espaço as representações cidadãs ligadas ao toalete e ao casamento, com destaque para a presença do Eros. Percebemos que a presença deidade funciona como "sensor" de controle da prática sexual cidadã. Porém, ao mesmo tempo entendemos que ele fornece condições para que mulheres cidadãs sugerissem ou expressassem através do erotismo e da sensualidade possíveisinteresses sexuais.


  • 2018-04 As várias faces da morte: uma análise das diferenças sociais construídas em cemitérios do norte bretão (sec. V-I a.C.)
    Título
    As várias faces da morte: uma análise das diferenças sociais construídas em cemitérios do norte bretão (sec. V-I a.C.)
    Autor
    Pedro Vieira da Silva Peixoto
    Orientador(a)
    Adriene Baron Tacla
    Data de Defesa
    2018-04-02
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    411
    Volumes
    2
    Banca de Defesa
    Adriene Baron Tacla
    Alexandre Carneiro Cerqueira Lima
    Alexandre Santos de Moraes
    Camila Diogo de Souza
    Cláudia Regina Plens
    Elaine Farias Veloso Hirata
    Fábio de Souza Lessa
    Melanie Claire Hind

    Resumo
    A presente tese busca investigar um conjunto de enterramentos da Idade do Ferro, mais especificamente dos séculos V-I a.C., encontrados em uma região do norte das Ilhas Britânicas conhecida, atualmente, como Yorkshire. Esta é a primeira tese em língua portuguesa a se debruçar exclusivamente sobre o estudo da Idade do Ferro bretã a partir da cultura material e dos registros obtidos da arqueologia fúnebre para tal período. A investigação foi desenvolvida com base em materiais coletados após escavações realizadas em diferentes momentos, desde o séc. XIX até os dias atuais, em mais de 30 sítios, culminando na construção de um banco de dados com mais de mil enterramentos. Esse banco de dados, posteriormente convertido em um catálogo de enterramentos, expandiu significativamente os esforços analíticos realizados em ocasiões passadas, por outros pesquisadores para o estudo da região em questão, possibilitando que não apenas novos dados, como, por exemplo, aqueles obtidos a partir de análises técnico-científicas ou de escavações recentes, fossem incluídos na pesquisa, como ainda permitindo que muitas escavações antiquárias fossem revistas e rediscutidas à luz de novos olhares. A tese busca, assim, questionar como diferentes identidades sociais são construídas em múltiplos níveis a partir da manipulação da morte, dos mortos e da cultura material. Foram explorados todos os múltiplos tipos de tratamentos fúnebres dados aos mortos encontrados na região e no período delimitado, atentando para a existência de elementos de semelhança e divergência entre os casos discutidos, explicando como e por que tais diferenças ocorriam. A discussão buscou problematizar, sobretudo, visões simplistas comumente projetadas em relação à Idade do Ferro, chamando, ao contrário, a atenção para um conjunto de variáveis que poderiam influenciar significativamente o estatuto social de um indivíduo (em vida e em morte), como atributos sexuais, etários, causa de morte, constituição física, ofícios, afiliações e atribuições particulares, dentre outros. Foram contempladas, portanto, não apenas tumbas de indivíduos de sexos e faixas etárias distintas, como também enterramentos que contavam com mobiliário fúnebre diversificado (inclusive, aqueles desprovidos de quaisquer bens), buscando evidenciar como atributos sociais de gênero, reconhecimento social e importância foram construídos (e modificados) ao longo de quase cinco séculos.


  • 2018-04 Redes, Stásis e Estabilidade na Grécia Antiga: um estudo em cultura política
    Título
    Redes, Stásis e Estabilidade na Grécia Antiga: um estudo em cultura política
    Autor
    Mariana Figueiredo Virgolino
    Orientador(a)
    Alexandre Carneiro Cerqueira Lima
    Data de Defesa
    2018-04-02
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    442
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Adriene Baron Tacla
    Alexandre Carneiro Cerqueira Lima
    Alexandre Santos de Moraes
    Ana Livia Bomfim Vieira
    Elaine Farias Veloso Hirata
    Fábio de Souza Lessa
    Sônia Regina Rebel de Araújo

    Resumo
    Nos últimos trinta anos, o estudo das sociedades ganharam novas dimensões com a renovação das abordagens em Teoria das Redes. O objetivo do presente estudo é perscrutar como, apesar de sua dispersão geográfica em três continentes -Europa, Ásia e África- as comunidades gregas criaram uma noção de identidade compartilhada, perceptível especialmente a partir da segunda metade do século VI a.C. Nesse sentido, pensamos as sociedades helênicas como compartilhantes não apenas de língua, cultos e noções de parentesco, mas também de experiências políticas e econômicas que foram fundamentais para a construção de ideias de pertencimento, criando assim uma comunidade imaginada helênica. Entendemos que, para a cristalização de identidades panhelênicas, insulares e locais a partir de 550 a.C, as redes formadas por legisladores, tiranos e santuários religiosos atuavam de forma dialética num contexto de competição aristocrática e busca por estabilidade interna. A fim de obterem eunomia -boa ordem- os gregos empenharam-se em estabelecer regras de conduta que apaziguassem as staseis (crises) de concentração fundiária, de forma que tiveram que questionar-se sobre participação política, regimes de governo, enfim, como bem viver em comunidade. A pólis arcaica se apresentava como um espaço liminar, aberto à experimentações e desenvolvimento de novos meios de integração entre seus componentes. A religião desempenhou um papel fundamental, pois dava azo a transformações ao mesmo tempo que construía uma ideia de tradição e continuidade histórica que permitia a elaboração de uma noção de estabilidade, o que era muito caro aos helenos dos séculos VIII ao IV a.C. O trabalho foi dividido em quatro partes: a primeira porção contém um capítulo que em si traz uma análise breve sobre como a pólis tem sido utilizada como conceituação que marca uma unidade para o mundo helênico e mostra como podemos entender a Hélade como um conjunto de sociedades ligadas por redes de trocas culturais. A segunda parte contêm três capítulos que atuam como estudos de caso, nos quais buscamos compreender as diferenças e similitudes que marcavam as póleis individuais e o conjunto pan-helênico. As identidades locais formam-se justamente no esforço de obter um destaque perante suas irmãs de língua, culto e hábitos sociais. Na terceira visa-se compreender as maneiras pelas quais os gregos buscaram apaziguar as crises vivenciadas no período arcaico e início do clássico: politicamente, vê-se que as trocas com o Oriente trouxeram para a Hélade não apenas imagens de luxo e riqueza, mas também a noção de tirania. No contexto religioso, vemos que a expansão do culto a Deméter e Koré, especialmente a partir do século VI a.C, constrói uma noção de estabilidade através do apelo ao trabalho na terra e na continuação social perpetrada pelos ciclo de nascimento e morte, bem como pelo estímulo da reprodução familiar legítima.


  • 2018-03 Pastores de desejos: discursos e disputas na luta contra a aids em Angola (1987 – 2017)
    Título
    Pastores de desejos: discursos e disputas na luta contra a aids em Angola (1987 – 2017)
    Autor
    Tiago da Silva Ferreira
    Orientador(a)
    Marcelo Bittencourt Ivair Pinto
    Data de Defesa
    2018-03-28
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    297
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Alexsander Lemos de Almeida Gebara
    Andrea Barbosa Marzano
    Dilene Raimundo do Nascimento
    Magali Romero Sá
    Marcelo Bittencourt Ivair Pinto
    Marina Annie Martine Berthet Ribeiro
    Nuno Carlos de Fragoso Vidal

    Resumo
    A presente pesquisa tem dois objetivos. Primeiro, reconstituir os principais acontecimentos da luta contra o HIV em Angola, principalmente no período após o fim da Guerra Civil, estabelecendo uma cronologia que ainda não tinha sido feita até então. Em segundo lugar, proponho uma pesquisa histórica sobre a aids em Angola a partir do embate entre os diferentes discursos sobre a doença proferidos por atores sociais que tiveram peso histórico na luta contra o HIV: Estado (através do Programa de Luta contra a Sida e do Instituto Nacional de luta contra a Sida); ativistas soropositivos; Instituições religiosas; e programas de Televisão (Stop Sida). Procuro demonstrar a partir de quais técnicas de poder e de saber a pandemia da aids pôde se tornar instrumento de disputa dos desejos e dos modos de vida de indivíduos e populações. Almejo investigar como o poder pastoral exercido por instituições (como as igrejas, mas não só elas) se utilizou do pânico propiciado pela expansão da doença para constituir e propagar discursos diversos acerca da liberdade, ética e cidadania; e como os ativistas soropositivos, através de suas biografias, respondem a esses embates.


  • 2018-03 Avanços e limites da contribuição soviética para a libertação das mulheres: apontamentos a partir do pensamento de Alexandra Kollontai
    Título
    Avanços e limites da contribuição soviética para a libertação das mulheres: apontamentos a partir do pensamento de Alexandra Kollontai
    Autor
    Danielle Jardim da Silva
    Orientador(a)
    Marcelo Badaró Mattos
    Data de Defesa
    2018-03-28
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    247
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Demian Bezerra de Melo
    Felipe Abranches Demier
    Marcelo Badaró Mattos
    Sara Aparecida Granemann

    Resumo
    A presente dissertação tem como objeto a análise das propostas e políticas para as mulheres na Revolução Russa e nos primeiros anos do governo soviético, tendo como meio para isso a recuperação do pensamento de Alexandra Kollontai. A partir desta pesquisa, buscamos revisitar o contexto de formação do movimento feminino operário e do programa bolchevique no que tange à emancipação das mulheres, bem como seu desdobramento sobre a experiência da Revolução Russa e do Governo soviético. Faremos isso a partir do resgate da importante articulação entre feminismo e marxismo presente nas obras de Kollontai, a principal liderança entre as mulheres da socialdemocracia russa, mas também acessando os acúmulos presentes nas obras de Lenin e Trotsky sobre a questão feminina como elemento de comparação. Buscamos identificar diferenças entre as abordagens bolcheviques e, principalmente, avaliar os avanços e limites, acertos e pontos problemáticos em seus pensamentos (com ênfase no pensamento de Kollontai), utilizando para isso, não somente o aporte teórico marxista, mas também sua apropriação pela vertente da teoria unitária/reprodução social.


  • 2018-03 Os estudos da África na historiografia brasileira (2003 - 2016)
    Título
    Os estudos da África na historiografia brasileira (2003 - 2016)
    Autor
    Moisés Corrêa Fonseca da Silva
    Orientador(a)
    Alexandre Vieira Ribeiro
    Data de Defesa
    2018-03-28
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    139
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Alexandre Vieira Ribeiro
    Marina Annie Martine Berthet Ribeiro
    Monica Lima E Souza
    Regiane Augusto de Mattos

    Resumo
    Esta dissertação pretende mapear os estudos realizados na área de História entre os anos de 2003 e 2016 que possuem escritas acerca da História da África. Para tanto o recorte utilizado foram as notas de maior conceito na Capes (6 e 7) para os Programas de Pós-Graduação em História no país, levando em consideração as teses e dissertações provenientes de seus âmbitos. Isto se deu a partir da referência que estes Programas relevam como centros de pesquisa e de formação de professores universitários que irão atuar em diferentes localidades do espaço brasileiro. Utilizaram-se duas abordagens: uma quantitativa e outra qualitativa para que tivéssemos um arcabouço vasto de análise e compressão do levantamento realizado.


  • 2018-03 Transações e Arrecadação Real no Pacífico Espanhol. Os autos de Bienes de Defuntos no translado Ístmico.
    Título
    Transações e Arrecadação Real no Pacífico Espanhol. Os autos de Bienes de Defuntos no translado Ístmico.
    Autor
    Julio do Carmo Mouco
    Orientador(a)
    Marcelo da Rocha Wanderley
    Data de Defesa
    2018-03-28
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    137
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Cláudia Rodrigues
    Leonardo Marques
    Marcelo da Rocha Wanderley
    Roberto Guedes Ferreira

    Resumo
    O presente trabalho analisa as regiões de conquista do Pacífico espanhol, buscando nas remissões de bens de defuntos, documento emitido pelas audiências portuárias do Panamá, Guatemala e Peru uma caracterização daquela zona de conquista em particular, utilizando na análise alguns tratados de jurisdição produzidos na região buscando analisar essas regiões a partir de suas particularidades de conquista e de funcionamento das audiências.


  • 2018-03 Imigração e Educação no Município da Corte (1850 - 1889)
    Título
    Imigração e Educação no Município da Corte (1850 - 1889)
    Autor
    Isabella Paula Gaze
    Orientador(a)
    Ismênia de Lima Martins
    Data de Defesa
    2018-03-27
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    326
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Alexandre Ribeiro Neto
    Andréa Telo da Côrte
    Angela Maria Souza Martins
    Gizlene Neder
    Gladys Sabina Ribeiro
    Ismênia de Lima Martins
    Paulo Cruz Terra

    Resumo
    A participação de imigrantes no campo educacional que se formava na segunda metade do oitocentos, na capital do Império, é o objeto central desta tese. Contribuíram para a análise deste objeto, os conceitos teóricos do sociólogo francês Pierre Bourdieu, entendendo que neste espaço social, se estabeleciam trocas de bens simbólicos entre os diversos agentes e projetos educacionais que aí se confrontavam. Buscou-se refletir sobre o processo de escolarização no Município da Corte e sua relação com os imigrantes que se tornaram donos de colégios e/ou lecionavam matérias. Para tanto foram analisados os códices da série instrução do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, especialmente, as solicitações para o exercício do magistério onde se constatou a presença de imigrantes de diferentes nacionalidades: alemã, francesa, inglesa, italiana, norte-americana, portuguesa, suíça. Igualmente, investigou-se como as sociedades de imigrantes, em especial, o Liceu Literário Português e a Sociedade Alemã de Beneficência se apropriavam da instrução e da educação a partir de interesses e projetos que consideravam a representação de suas próprias nacionalidades.


  • 2018-03 Expansão da fé e justiça: o corpo eclesiástico e o governo das ilhas Filipinas, 1565-1610
    Título
    Expansão da fé e justiça: o corpo eclesiástico e o governo das ilhas Filipinas, 1565-1610
    Autor
    Carlos Guilherme Rocha
    Orientador(a)
    Marcelo da Rocha Wanderley
    Data de Defesa
    2018-03-27
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    311
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Anderson José Machado de Oliveira
    Georgina Silva Dos Santos
    Marcelo da Rocha Wanderley
    Rodolfo Aguirre Salvador
    Ronald José Raminelli

    Resumo
    Esta pesquisa analisa os anos iniciais da colonização espanhola nas Ilhas Filipinas, entre 1565 e 1610. O objetivo deste trabalho é entender os mecanismos e as concepções teólogico-jurídicas que pautaram a atuação do corpo eclesiástico filipino, atentando especialmente para sua influência nas práticas governativas e de justiça adotadas ou propostas pelas autoridades constituídas nas ilhas. Compreender os meios pelos quais as ordens religiosas e o poder episcopal trabalharam para implantar seus próprios projetos religiosos e coloniais. Para tanto, este trabalho também deve ser entendido como um estudo sobre a jurisdição e a instituição eclesiástica em um período de transição, após o Concílio de Trento. A Igreja católica reformada demandava um novo modelo de clero, assim como outros meios e ideias de vigilância sobre a comunidade cristã, governando as consciências dos fiéis. Assim, a tese versa sobre os caminhos da institucionalização da Igreja tridentina no arquipélago oriental.


  • 2018-03 Ambivalências brasílicas em face do domínio holandês nas capitanias do Norte (1630-1654)
    Título
    Ambivalências brasílicas em face do domínio holandês nas capitanias do Norte (1630-1654)
    Autor
    Regina de Carvalho Ribeiro da Costa
    Orientador(a)
    Ronaldo Vainfas
    Data de Defesa
    2018-03-27
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    467
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Bruno Romero Ferreira Miranda
    Jacqueline Hermann
    Luciano Raposo de Almeida Figueiredo
    Pedro Luís Puntoni
    Ronald José Raminelli
    Ronaldo Vainfas
    Yllan de Mattos Oliveira

    Resumo
    O objetivo do presente trabalho é investigar as complexas relações entre a sociedade colonial e os holandeses nos vinte e quatro anos de dominação neerlandesa nas capitanias açucareiras do Norte, em especial os comportamentos ambivalentes de diversos grupos ou indivíduos. Neste contexto, as ambivalências serão buscadas em atitudes de colaboração, resistência, dissimulação, deserção, adesão e aliança entre outras ações vasculhadas nas fontes da época. Em combate às generalizações tradicionais, a pesquisa parte da análise verticalizada de grupos para alcançar a esfera da interação individual entre sujeitos, trabalhando com o "paradigma indiciário", conforme Carlo Ginzburg. Assim, serão rastreados vestígios de comportamentos de índios, negros, judeus portugueses, cristãos-novos, padres, religiosos, senhores de engenho, lavradores de cana e soldados da terra residentes visando revelar os "protagonistas anônimos" da História do Brasil holandês. No campo das fontes, foram privilegiadas as crônicas coloniais, as denúncias dos Cadernos do Promotor da Inquisição de Lisboa, a documentação administrativa portuguesa e holandesa (traduzida), e documentos produzidos por indígenas. A intenção é perceber o vai-e-vem de colonos entre os lados do conflito como responsável pela circulação de informações e definição dos rumos da dominação holandesa no Brasil do século XVII.


  • 2018-03 O processo de institucionalização do movimento ambientalista de Niterói (1980 e 1991):o público e o porvir provável
    Título
    O processo de institucionalização do movimento ambientalista de Niterói (1980 e 1991):o público e o porvir provável
    Autor
    Cainã Carneiro Gusmão
    Orientador(a)
    Juniele Rabêlo de Almeida
    Data de Defesa
    2018-03-27
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    178
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Giselle Martins Venancio
    José Augusto Valladares Pádua
    Juniele Rabêlo de Almeida
    Lise Fernanda Sedrez

    Resumo
    Esta dissertação busca compreender, a partir do estudo da trajetória do Movimento de Resistência Ecológica e do Movimento Cidadania Ecológica (na cidade de Niterói-RJ), como determinadas ideias e preocupações ambientais se tornam públicas e quais suas implicações nas disputas pela definição da maneira legítima de se relacionar com a natureza. A análise se dá por etapas, considerando 1-a relação entre as primeiras formas de socialização dos militantes com a natureza e suas posições políticas dentro do espaço social de Niterói; 2-a configuração das oportunidades políticas durante o período da Redemocratização, num contexto de expansão das possibilidades de engajamento nas lutas públicas; 3-os padrões do conjunto de atos simbólicos e políticos (constituindo ações coletivas) que tornam o grupo um "movimento ambientalista" e que revelam as disposições dos principais grupos engajados no ambientalismo em Niterói; 4-a trajetória do grupo (que constitui o núcleo do movimento) na hierarquia das lutas públicas legítimas, observando as transformações das disposições, representações da realidade e estratégias dos militantes (na medida em que ganham experiência técnico-profissional, de militância e de ocupação de novos espaços legítimos); 5-as implicações de suas pautas na produção de políticas públicas e na institucionalização dos espaços considerados como naturais, levando em conta seus reflexos sobre grupos marginalizados (como pescadores e sitiantes tradicionais) e suas limitações ante grupos dominantes (como representantes do capital imobiliário).


  • 2018-03 Da "planta exótica" ao excepcionalismo brasileiro: a missão Carneiro Leão ao Prata e a identidade Internacional Saquarema (1851-1852)
    Título
    Da "planta exótica" ao excepcionalismo brasileiro: a missão Carneiro Leão ao Prata e a identidade Internacional Saquarema (1851-1852)
    Autor
    Leonardo Vieira de Oliveira
    Orientador(a)
    Carlos Gabriel Guimarães
    Data de Defesa
    2018-03-27
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    224
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Bernardo Kocher
    Carlos Gabriel Guimarães
    Ricardo Henrique Salles
    Walter Luiz Carneiro de Mattos Pereira

    Resumo
    Esta dissertação buscou introduzir o conceito do excepcionalismo brasileiro, entendido como a vertente internacional dos princípios saquaremas de Ordem e Civilização, trabalhados por Ilmar Rohloff de Mattos em seu clássico O tempo saquarema.Partindo do princípio de que política interna e política externa são esferas indissociáveis esobrepostas, este trabalho tentou apresentar a ação platina do Império brasileiro como umacontinuação do movimento reacionário de consolidação e centralização do Estadoempreendido pelo grupo político que teve como base material a cafeicultura escravista doVale do Paraíba. Ao resgatarem o simbolismo dos valores monárquicos e levantarem asbandeiras de Ordem e Civilização, os saquaremas acabaram por criar um discurso civilizatório que justificou as intervenções platinas a partir de 1851. Nesse contexto, estudou-se a missão de Honório Hermeto Carneiro Leão - expoente saquarema - ao Uruguai e Argentina a partir da análise desse discurso, algo surpreendentemente pouco explorado na historiografia.


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