Thèses
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2022-06
SHAHR-E NAFT: A CONSTRUÇÃO DA CIDADE-REFINARIA DE ABADAN E O REGIME ENERGÉTICO PETROLÍFERO (1912-1942)
TítuloSHAHR-E NAFT: A CONSTRUÇÃO DA CIDADE-REFINARIA DE ABADAN E O REGIME ENERGÉTICO PETROLÍFERO (1912-1942)
Autor
Antônio Bylaardt Bacellar do CarmoOrientador(a)
Tâmis Peixoto ParronData de Defesa
2022-06-28Nivel
MestradoPáginas
115Volumes
1Banca de DefesaDaniel de Pinho BarreirosLeonardo MarquesTâmis Peixoto Parron
ResumoTomando o sistema-mundo capitalista como unidade de análise e o sudoeste do Irã
como unidade de observação, esta dissertação busca investigar o processo de construção
da refinaria de petróleo e do núcleo urbano iraniano de Abadan, durante a primeira
metade do século XX, conectando-o com a montagem do complexo industrial
petrolífero no Irã e com as transformações na economia mundial durante este período.
Para tal fim, este trabalho se utiliza de correspondências diplomáticas e relatos de
viagem, além de propor uma ressignificação do conceito de regimes energéticos.
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2022-06
GUERRA E IDENTIDADE: O JUDEU E O ROMANO NAS OBRAS DE TÁCITO E FLÁVIO JOSEFO
TítuloGUERRA E IDENTIDADE: O JUDEU E O ROMANO NAS OBRAS DE TÁCITO E FLÁVIO JOSEFO
Autor
Ana Beatriz Siqueira BittencourtOrientador(a)
Alexandre Santos de MoraesData de Defesa
2022-06-28Nivel
MestradoPáginas
125Volumes
1Banca de DefesaAlexandre Santos de MoraesBrian Gordon Lutalo KibuukaIvan Esperança Rocha
ResumoA Primeira Guerra Romano-Judaica ocorreu entre os anos 66 e 73 d.C. e foi um dos
marcos da insatisfação dos judeus perante a dominação romana na região da Judeia. O longo
conflito se destaca na história da relação entre romanos e judeus em diferentes aspectos.
Apesar da resistência judaica, a guerra é concluída com as forças romanas conseguindo
subjugar os rebeldes. Com a conquista de Jerusalém, o Templo foi destruído no ano de 70
d.C., permanecendo apenas a última resistência em Massada que, ao fim, sucumbiu em 73
d.C.
Sobre este conflito, destacam-se duas importantes narrativas: a de Tácito (Histórias,
V, 1-13) e a de Flávio Josefo (Guerra dos Judeus), autores respectivamente de origem romana
e judaica. Além desses documentos literários, consideramos também as moedas que foram
cunhadas e versam sobre o período da Primeira Guerra Romano-Judaica – Judaea Capta,
Judaea Recepta e moedas da resistência judaica. Neste sentido, nossa pesquisa valorizará as
narrativas sobre a guerra produzidas nos suportes literário e numismático a fim de perceber a
visão destes sobre a identidade romana e a identidade judaica. Consideramos ainda que, no
contexto da narrativa da guerra, tem-se clara a ideia de que esses relatos apresentam de forma
prática o acirramento do confronto identitário, onde se entrechocam e se destacam as
diferenças. Posto isto, é preciso relacionar tais obras à proposta de trabalho acerca das
identidades étnicas.
Dessa forma, este trabalho analisa as narrativas elaboradas por Cornélio Tácito e
Flávio Josefo sobre a Primeira Guerra Romano-Judaica para identificar as visões acerca das
identidades do judeu e do romano. Os discursos foram ainda comparados às moedas do
período, destacando-lhes as especificidades e as estratégias discursivas empregadas na
construção de ambas as identidades em cada autor e suporte material trabalhado, e como uma
é utilizada de contraponto à outra.
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2022-06
OS JOGOS ELETRÔNICOS POR QUEM OS FAZ: CONCEITOS DE "ARTE" E
"ENTRETENIMENTO" NA INDÚSTRIA DOS JOGOS ELETRÔNICOSTítuloOS JOGOS ELETRÔNICOS POR QUEM OS FAZ: CONCEITOS DE "ARTE" E
"ENTRETENIMENTO" NA INDÚSTRIA DOS JOGOS ELETRÔNICOSAutor
Pedro Henrique da Costa E SilvaOrientador(a)
Samantha Viz QuadratData de Defesa
2022-06-28Nivel
MestradoPáginas
146Volumes
1Banca de DefesaIvan Lima GomesSamantha Viz QuadratTatiana Silva Poggi de Figueiredo
ResumoA dissertação discute os diferentes conceitos de "arte" e "entretenimento" utilizados na
indústria dos jogos eletrônicos, além de quais atores sociais os utilizam e com quais objetivos
políticos. Para isso analisei os jogos eletrônicos como uma forma de arte inclusa nos debates
que relacionaram arte e capitalismo no século XX, especialmente através do conceito de
indústria cultural, desenvolvido primeiramente por Theodor Adorno e Max Horkheimer.
Privilegio nessa análise o funcionamento interno da indústria, deixando em segundo plano a
recepção dos consumidores sobre os seus bens de consumo.
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2022-06
JUSTIÇA DO TRABALHO E DIREITOS TRABALHISTAS NO CAMPO EM TEMPOS DE DITADURA: A EXPERIÊNCIA DO PRORURAL NA ZONA DA MATA DE PERNAMBUCO (1971-1985).
TítuloJUSTIÇA DO TRABALHO E DIREITOS TRABALHISTAS NO CAMPO EM TEMPOS DE DITADURA: A EXPERIÊNCIA DO PRORURAL NA ZONA DA MATA DE PERNAMBUCO (1971-1985).
Autor
Clarisse Dos Santos PereiraOrientador(a)
Samantha Viz QuadratData de Defesa
2022-06-28Nivel
DoutoradoPáginas
234Volumes
1Banca de DefesaLarissa Rosa CorrêaLucia GrinbergPablo Francisco de Andrade PorfirioRegina Beatriz Guimarães NetoSamantha Viz Quadrat
ResumoEsta tese tem como objetivo principal analisar os caminhos e os impactos da
promulgação da Previdência Social Rural na Zona da Mata de Pernambuco entre os
anos de 1971 e 1985. Para a compreensão da emergência da Lei Complementar no 11,
que, pela primeira vez, estabeleceu a aposentadoria para os trabalhadores do campo, foi
realizado um esforço em examinar os principais dispositivos legais voltados para o
campo desde o golpe civil-militar até a aprovação do PRORURAL em 1971. O estudo
privilegia como fonte documental periódicos nacionais e de Pernambuco, documentos
de órgãos de classe (Sindicatos Rurais, FETAPE e CONTAG), processos trabalhistas
das Juntas de Conciliação e Julgamento do TRT 6a Região, e relatos de magistrados. A
partir da premissa de que os trabalhadores rurais são personagens fazedores de sua
própria história, busco entender como se deu a articulação dos órgãos de classe para a
conquista e efetivação desse direito após oito anos da publicação do Estatuto do
Trabalhador Rural durante o mandato de Garrastazu Médici. Escrutinar a possibilidade
da efetivação da lei da Previdência Rural no contexto do recrudescimento do governo
autoritário sem incorrer no maniqueísmo contigo da ideia de "outorga de direitos" foi
um dos principais objetivos desta pesquisa. Por fim, entender o papel da Justiça do
Trabalho no processo de efetivação desse direito foi um objetivo chave da tese,
compreendendo esse dispositivo jurídico como um dos meios pelos quais os
trabalhadores do campo colocavam em cena suas demandas.
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2022-06
Revolução e impérios: o império espanhol e a Revolução Americana
TítuloRevolução e impérios: o império espanhol e a Revolução Americana
Autor
Henrique Luiz Oliveira SpitzOrientador(a)
Leonardo MarquesData de Defesa
2022-06-24Nivel
MestradoPáginas
220Volumes
1Banca de DefesaLeonardo MarquesThiago Nascimento KrauseWaldomiro Lourenço da Silva Júnior
ResumoA pesquisa propõe uma análise da participação da Espanha na Revolução Americana. O
objetivo não é apresentar um estudo sobre a revolução em si, mas sim sobre a
participação do império espanhol no processo de independência das treze colônias
britânicas, demonstrando os interesses da monarquia hispânica na revolução americana e
no Mundo Atlântico, em um complexo cenário nas relações internacionais, permeado por
constantes alianças e disputas entre impérios europeus. Tendo sido deflagrada por uma
revolta colonial contra o domínio imperial britânico, o conflito rapidamente ganhou
proporções atlânticas/globais e afetou as relações com outras potências que exerciam
significativa influência no Mundo Atlântico. A França, inimiga histórica da Inglaterra, possuía interesses econômicos na região e rapidamente apoiou os revolucionários
americanos. A Espanha, que possuía vastos domínios na América e ambicionava reaver
territórios perdidos durante a guerra dos sete anos, aliou-se à França, apoiando
indiretamente os insurgentes coloniais britânicos. A República Holandesa, apesar de sua
inicial política de neutralidade, manteve importantes relações comerciais com as colônias
revolucionárias. E Portugal, embora aliado da Inglaterra, manteve sua tradicional política
externa de neutralidade nas relações internacionais. No entanto, ainda que seja traçado
um panorama geral das relações imperiais europeias no Mundo Atlântico no longo século
XVIII, vale dizer, desde o último quartel do seiscentos até a deflagração do processo de
emancipação política da América hispânica, em inícios do oitocentos, a ênfase da
pesquisa consiste em elucidar, através de uma perspectiva atlântica/global e, sobretudo, por meio da via diplomática, os interesses e a estratégia do império espanhol, que
motivaram sua aliança com a França e sua participação na guerra de independência dos
Estados Unidos, em um processo que, encerrado formalmente pelo Tratado de Paris de
1783, culminou com o colapso do primeiro império britânico, a falência da França e a
fragmentação e ruína do vasto e poderoso império espanhol.
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2022-06
LAS INTERMITENCIAS DEL DEBATE SOBRE LA REFORMA AGRARIA URUGUAYA (1943-1973) Tierras, instituciones y generaciones
TítuloLAS INTERMITENCIAS DEL DEBATE SOBRE LA REFORMA AGRARIA URUGUAYA (1943-1973) Tierras, instituciones y generaciones
Autor
Agustin Juncal PérezOrientador(a)
Maria Verónica Secreto FerrerasData de Defesa
2022-06-24Nivel
DoutoradoPáginas
305Volumes
1Banca de DefesaElisa de Campos BorgesMaria Inés Del Perpetuo Socorro Moraes VázquezMaria Verónica Secreto FerrerasNorberto Osvaldo FerrerasVanderlei Vazelesk Ribeiro
ResumoEl propósito central de esta tesis es contribuir a la identificación y análisis del debate agrario
uruguayo entre 1943 y 1973. Se enfoca en determinar qué tipo de "visiones sociales del mundo"
predominaron sobre la reforma agraria y de qué manera se disputaron las políticas públicas de
tierras dentro del Estado, tanto antes como después de la ley 11.029 con la que se creó el Instituto
Nacional de Colonización (INC) en 1948. Los objetivos generales de la tesis fueron los siguientes:
a) aportar a la comprensión de los conflictos sociales y políticos del Uruguay, identificando
diferentes conexiones generacionales y visiones sociales sobre la reforma agraria entre 1943 y
1973; y b) analizar las políticas de tierras implementadas por el INC en las gestiones del Partido
Colorado y el Partido Nacional.
En términos del debate político sobre sobre la reforma agraria se identificaron dos momentos muy
diferentes. El primero abarca el período 1943-1958 donde se puede identificar tres vertientes
discursivas: a) una primera unidad generacional que confluyó en la pretensión de impulsar una
reforma agraria a partir la tenencia de la tierra de dominio estatal con adjudicación a colonos bajo
diferentes formas jurídicas (enfiteusis, arrendamiento y propiedad privada); b) una segunda unidad
generacional conservadora que defendió la propiedad privada de la tierra y su opuso a la
intervención estatal en el mercado de tierras; y c) una tercera unidad generacional basada en
postulados católicos que promocionó algunas propuestas de colonización agraria, pero no
cuestionó las relaciones de propiedad privada de la tierra. Un segundo momento abarca el período
1959-1973 donde existió una convergencia casi absoluta entre los diferentes partidos políticos en
materia de reforma agraria, aunque contó con opciones dicotómicas. Por un lado, una unidad
generacional se amparó detrás de un proyecto liberal -muchas veces apuntalado por visiones
católicas- con la pretensión de que la reforma agraria se podría lograr si se impulsaba el aumento
de la productividad y se garantizaba la propiedad privada de la tierra. Por otro lado, hubo otra
unidad generacional bajo una visión más socializante que promocionaba la reforma agraria
fundamentalmente en base a la igualdad, aunque a veces podría referir a la productividad.
En cualquier caso, los principales resultados fueron exiguos si se tiene en cuenta que en un cuarto
de siglo (1948-1973), apenas 265.000 hectáreas fueron incorporadas al INC lo que representa
menos del 2% de la superficie productiva del país.
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2022-06
ESTADO, LUTA DE CLASSES E EDUCAÇÃO RURAL: A CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE AGRICULTURA E PECUÁRIA (CNA) E A CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NA AGRICULTURA (CONTAG) (1991-2013)
TítuloESTADO, LUTA DE CLASSES E EDUCAÇÃO RURAL: A CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE AGRICULTURA E PECUÁRIA (CNA) E A CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NA AGRICULTURA (CONTAG) (1991-2013)
Autor
Rita de Cássia Gomes NascimentoOrientador(a)
Sonia Regina de MendonçaData de Defesa
2022-06-23Nivel
DoutoradoPáginas
340Volumes
1Banca de DefesaMaria Aparecida Ciavatta PantojaPaulo Roberto Raposo AlentejanoRegina Angela Landim BrunoRodrigo de Azevedo Cruz LamosaSonia Regina de Mendonça
ResumoO presente estudo pretendeu analisar, historicamente, a Confederação Nacional de
Agricultura e Pecuária (CNA) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na
Agricultura (CONTAG), dois sindicatos oficiais e de âmbito nacional – respectivamente
–, dos proprietários e dos trabalhadores rurais – que sob a perspectiva gramsciana, atuam
como Aparelhos Privados de Hegemonia (APHs). De forma específica, problematizou-se
a disputa político-ideológica, de frações de classe antagônicas, pela Educação Rural, -
através do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), escolas públicas e
políticas públicas para o campo no período de 1991 a 2013. Assentado no materialismo
histórico-dialético, a pesquisa se orientou a partir dos pressupostos teóricos de Antônio
Gramsci, filósofo italiano que viveu no início do século XX. Para tanto, buscou
estabelecer relações entre Educação, Classes Sociais e Estado, em seu sentido integral,
bem como o papel dos intelectuais orgânicos na organização da vontade coletiva.
Outrossim, tomou-se, como base, a concepção sobre História, Historiografia e questão
camponesa, em Gramsci, que deu suporte às análises sobre a História da Educação Rural
e sua produção nas três últimas décadas. Além do levantamento bibliográfico, partiu-se
de fontes documentais, disponíveis no sítio eletrônico das Confederações sindicais em
estudo. Sobre o Sistema CNA/SENAR, pode-se destacar: "Terminologia da FPR" (1994);
"Estrutura Ocupacional do Meio Rural" (2005); "Mercado de Trabalho: documento
norteador" (2007), "Cartilha Conhecendo o SENAR" (s/d), "Série Metodológica (1994;
2005b; 2013), "Relatório de Atividades" (2004; 2005), "Revista Cenário Rural, publicada
pelo SENAR" (2008), "Relatório de Gestão – Administração Central" (2012),
"Aprendizagem Rural: documento norteador" (2013); além de documentos da década de
1970 e 1980, que trataram da sua primeira fase como agência pública. Sobre a CONTAG,
analisou-se, sobretudo, os Anais dos Congressos Anuais de 1976 a 2013. A pesquisa
apontou para observações analíticas sobre o papel e função do SENAR, a partir da década
de 1990, como entidade que, através de seu Sistema CNA/SENAR/ICNA dimensionou,
caracterizou e deu corpo à "CNA educadora". Para isso, buscou-se discutir o processo de
formação histórica do SENAR, bem como a sua estrutura político-administrativa,
enquanto agência de formação, que passou a ser gerida pela burguesia agrária a partir da
década de 1990. Considerou-se as disputas da CNA e CONTAG, no tocante ao monopólio
da gestão, e as tentativas da CONTAG pela "democratização" deste serviço aprendizagem
e pela afirmação do referencial da Educação do Campo. Tratou-se, ainda, da atuação do
SENAR como agência privada, que possui projeto político e pedagógico alicerçado,
sobretudo a partir dos anos 2000, na negação da Reforma Agrária, criminalização dos
movimentos sociais do campo e educação para o Agronegócio. Diante disso, o estudo
enfoca as disputas pela hegemonia, através do embate entre projetos antagônicos de
educação dos trabalhadores do campo.
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2022-06
A diplomacia imperialista francesa na Conferência de Berlim (1884-1885)
TítuloA diplomacia imperialista francesa na Conferência de Berlim (1884-1885)
Autor
Aline Barbosa Pereira MarianoOrientador(a)
Alexsander Lemos de Almeida GebaraData de Defesa
2022-06-23Nivel
DoutoradoPáginas
202Volumes
1Banca de DefesaAlexsander Lemos de Almeida GebaraFelipe Paiva SoaresFrédéric Jean Marie MoniéMarcelo Bittencourt Ivair PintoMonica Lima E Souza
ResumoO presente trabalho busca identificar quais foram as principais diretrizes adotadas pelo
governo francês durante a realização da Conferência de Berlim, entre novembro de 1884
e fevereiro de 1885. A tese considera o histórico de interesse da França em relação ao
continente africano nas últimas décadas do século XIX para entender quais foram os
posicionamentos do país em relação aos três pontos do programa do evento diplomático:
(1) liberdade de comércio; (2) liberdade de navegação; e (3) futuras anexações nas costas
africanas. Para isso, são consultados, principalmente, documentos como o relatório do
encontro produzido por Édouard Engelhardt, um dos membros da delegação francesa em
Berlim, e a carta endereçada por Jules Ferry, então primeiro-ministro francês, ao Barão
de Courcel, principal representante da França na Conferência.
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2022-06
"Nos ombros de gigantes" — a noção medieval de progresso através do tempo na obra de João de Salisbury.
Título"Nos ombros de gigantes" — a noção medieval de progresso através do tempo na obra de João de Salisbury.
Autor
Hiago Maimone da Silva RebelloOrientador(a)
Vânia Leite FróesData de Defesa
2022-06-23Nivel
MestradoPáginas
155Volumes
1Banca de DefesaCarlile Lanzieri JúniorEdmar Checon de FreitasVânia Leite Fróes
ResumoA presente dissertação busca compreender a percepção temporal e a relação que o tempo possui
com a concepção de progresso dentro de um autor do século XII, João de Salisbury, em suas
obras filosóficas e historiográficas. O tempo, dentro do contexto do autor, era um elemento de
importância para a validação ou a exaltação de algum autor, o que causava uma tensão entre
autores novos e antigos, dentro do período onde as traduções de obras novas para o contexto
escolástico da Europa Ocidental, onde a autoconsciência histórica dos autores do século XII
pode ser observada através do caso de João de Salisbury.
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2022-06
A REPRESENTAÇÃO DE SI COMO OUTRO: o disfarce muçulmano de Richard Francis Burton (1821-1890)
TítuloA REPRESENTAÇÃO DE SI COMO OUTRO: o disfarce muçulmano de Richard Francis Burton (1821-1890)
Autor
Paula Carolina de Andrade CarvalhoOrientador(a)
Alexsander Lemos de Almeida GebaraData de Defesa
2022-06-21Nivel
DoutoradoPáginas
260Volumes
1Banca de DefesaAlexsander Lemos de Almeida GebaraBeatriz Juana Bissio Staricco Neiva MoreiraFelipe Paiva SoaresMurilo Sebe Bon MeihySamira Adel Osman
ResumoRichard Francis Burton (1821-1890), o famoso viajante britânico, costumava se disfarçar como
o muçulmano Abdullah. Esse personagem apareceu em seus livros de viagens e em alguns de
seus poemas em uma variedade de formas: como Mirza Abdullah em Falconry in the Valley ofthe Indus (1852), como Shaykh Abdullah em Personal Narrative of a Pilgrimage to Al-
Madinah and Meccah (1855-1856), como Haji Abdullah em First Footsteps in East Africa; or,An Exploration of Harar(1856) e em The Kasidah of Haji Abdu El-Yezdi (1880); o haji também
aparece brevemente em The Lake Regions of Central Africa (1860), bem como em algumas das
cartas de Burton. Por meio dessas obras escritas, podemos ver a genealogia de Abdullah: seu
nascimento em Falconry, seu triunfo na Pilgrimage (livro no qual ele completa a peregrinação
sem ser pego) e seu declínio em First Footsteps (no qual ele teve que revelar seu disfarce). Este,
portanto, é um estudo da representação do próprio Burton como esse outro muçulmano, em
meio à expansão do imperialismo britânico pelo mundo.
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2022-05
O rábula negro Manuel Vicente Alves Jacarandá: política, racismo e luta por direitos no Rio de Janeiro (1904-1948)
TítuloO rábula negro Manuel Vicente Alves Jacarandá: política, racismo e luta por direitos no Rio de Janeiro (1904-1948)
Autor
Paulo Roberto de AlmeidaOrientador(a)
Laura Antunes MacielData de Defesa
2022-05-24Nivel
DoutoradoPáginas
215Volumes
1Banca de DefesaAmailton Magno AzevedoLaura Antunes MacielLeonardo Affonso de Miranda PereiraMartha Campos AbreuPetrônio José Domingues
ResumoO presente trabalho visa analisar as experiências, escolhas e trajetória do advogado e
político negro Manuel Vicente Alves, mais conhecido como Doutor Jacarandá, no Rio de
Janeiro das primeiras décadas do século XX. A partir delas, procura refletir sobre o impacto do
letramento sobre sua vida e como ele a usou para atuar como um advogado em favor dos
interesses de trabalhadores e trabalhadoras de baixa renda do Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo,
busca articular sua experiência individual em um universo social mais amplo, tenso e
conflituoso, atravessado por hierarquias socio raciais presentes na sociedade e no mercado de
trabalho advocatício de seu tempo. Além disso, a pesquisa destaca a atuação política de Manuel
Alves, sua candidatura em diferentes eleições, os programas políticos e estratégias
desenvolvidas para tentar se eleger como intendente municipal, deputado federal e presidente
da República, em defesa da cidadania e dos direitos políticos da população simples e humilde
da Capital Federal.
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2022-05
Cebes, Abrasco e o público-privado na saúde pública brasileira (1976-2002)
TítuloCebes, Abrasco e o público-privado na saúde pública brasileira (1976-2002)
Autor
Tiago Siqueira ReisOrientador(a)
André Vianna DantasData de Defesa
2022-05-03Nivel
DoutoradoPáginas
294Volumes
1Banca de DefesaAndré Vianna DantasÁquilas Nogueira MendesEurelino Teixeira Coelho NetoMarcelo Badaró MattosMaria Valéria Costa CorreiaVirginia Maria Gomes de Mattos Fontes
ResumoA pesquisa trata do tema da relação entre o público e o privado no âmbito da saúde pública brasileira
contemporânea. A temática é discutida a partir da análise da história de duas das mais proeminentes
agremiações na área da saúde, o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde – Cebes, criado em 1976 e, a
Associação Brasileira de Saúde Coletiva – Abrasco, fundada em 1979. As organizações são
analisadas enquanto aparelhos privados de hegemonia situados a partir da referência gramsciana de
Estado Ampliado, situando-os no terreno das lutas de classe na sociedade civil no campo da esquerda
na área da saúde. O trabalho tem por objetivo compreender como as agências e seus intelectuais no
quadro das lutas de classes teorizaram e elaboraram seus projetos políticos para a saúde pública tendo
por questão a relação público e privado. Nosso recorte temporal divide-se em dois períodos: o
primeiro subperíodo entre os anos de 1976, data de criação do Cebes e 1988, quando da
institucionalização de grande parte da agenda de lutas da Reforma Sanitária Brasileira (RSB) na
Constituição Federal de 1988; e um segundo subperíodo entre os anos de 1988 até o término do
segundo mandato presidencial de Fernando Henrique Cardoso em 2002. Os períodos são analisados
como complementares, identificando o comportamento das agremiações no momento do processo
histórico da RSB e após os marcos legais da saúde, quando o debate concentrou-se na implementação
do Sistema Único de Saúde (SUS). Partimos da hipótese da existência de um consenso fluído entre
público-privado na trajetória de Cebes e Abrasco, estabelecendo de formas variadas o consenso
acerca da presença do privado no projeto político de saúde pública brasileira. Tal consenso fluido
impôs limites a luta de classes e a elaboração da consciência crítica e unitária, negligenciando o
próprio princípio das determinações sociais da saúde e da vida.
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2022-04
Imprensa e História Local: os jornais de Itaboraí e as lutas políticas no período imperial
TítuloImprensa e História Local: os jornais de Itaboraí e as lutas políticas no período imperial
Autor
Gilciano Menezes CostaOrientador(a)
Martha Campos AbreuData de Defesa
2022-04-29Nivel
DoutoradoPáginas
327Volumes
1Banca de DefesaHebe Maria da Costa Mattos Gomes de CastroHumberto Fernandes MachadoMarcelo de Souza MagalhãesMartha Campos AbreuTânia Maria Tavares Bessone da Cruz Ferreira
ResumoA presente tese busca analisar a História da Imprensa Periódica de Itaboraí com ênfase
no contexto imperial, demonstrando que o surgimento e o desenvolvimento dessa imprensa
ocorreram em conexão com as principais disputas políticas realizadas no país e na Província
Fluminense. A partir da História Local e do uso dos periódicos impressos como fonte e objeto
de estudo, este trabalho mostra como os jornais locais e seus respectivos proprietários e
redatores atuaram como uma força ativa em diversos conflitos políticos que emergiram na cena
pública da província e da Vila de Itaboraí. O estudo também mostra como os agentes sociais
locais dialogavam com as publicações dos periódicos impressos na Corte Imperial e na capital
da província, e como os jornais impressos na vila publicizaram os trânsitos e os intercâmbios
políticos e sociais predominantes do período.
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2022-04
Histórias de professoras negras no Rio de Janeiro: experiências e tensões de classe, raça e gênero (1870-1920)
TítuloHistórias de professoras negras no Rio de Janeiro: experiências e tensões de classe, raça e gênero (1870-1920)
Autor
Luara Dos Santos SilvaOrientador(a)
Laura Antunes MacielData de Defesa
2022-04-19Nivel
DoutoradoPáginas
294Volumes
1Banca de DefesaAlessandra Frota Martinez de SchuelerAlexandra Lima da SilvaIone Celeste Jesus SousaLaura Antunes MacielMartha Campos Abreu
ResumoEste trabalho examina as experiências de um conjunto professoras negras no Rio de Janeiro,
entre 1870 e 1920, e as decorrentes tensões de classe, raça e gênero que atravessaram suas
trajetórias no magistério e em outros âmbitos da vida. Ao enquadrarem-se aos padrões de
gênero, as professoras negras Alexandrina de Brito, Rufina Vaz, Coema e Gulnare Hemetério
dos Santos, Elvira Pilar Guimarães, Luiza, Alice Noêmia e Clara Callado - e suas famílias -
estavam construindo meios para contornar os muros do racismo que, associando-se ao sexismo,
buscava rotulá-las enquanto mulheres hiper sexualizadas. As vidas dessas professoras negras
foram ditadas pelos padrões de honestidade e respeitabilidade que atendiam aos padrões de
gênero hierarquizado entre homens e mulheres. Suas experiências no magistério, em família e
na sociedade mais ampla nos contam sobre as táticas miúdas do cotidiano cujos objetivos eram
acessar a educação formal e, consequentemente, melhores e mais seguros postos de trabalho.
Tais movimentos incluíam a estrita adequação às normas sociais vigentes e o enquadramento
aos ditames impostos às mulheres - e em especial às professoras primárias - naqueles tempos.
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2022-04
CORAÇÃO DE NEGRO: História oral e etnografia afro-sertaneja na Chapada Diamantina. Morro do Chapéu, Bahia
TítuloCORAÇÃO DE NEGRO: História oral e etnografia afro-sertaneja na Chapada Diamantina. Morro do Chapéu, Bahia
Autor
Carolina Pazos PereiraOrientador(a)
Martha Campos AbreuData de Defesa
2022-04-07Nivel
DoutoradoPáginas
291Volumes
1Banca de DefesaDaniela Paiva Yabeta de MoraesDiego Ferreira MarquesEdinelia Maria Oliveira SouzaJackson André da Silva FerreiraMartha Campos Abreu
ResumoEste trabalho costura a história da escravidão e do imediato pós-abolição em Morro do Chapéu,
cidade da Chapada Diamantina, Bahia, ao presente etnográfico das comunidades sertanejas
negras autodenominadas quilombolas. A partir da História Oral e da Etnografia, com o auxílio
da pesquisa com documentos judiciais e eclesiásticos do século XIX, é possível discutir as
gêneses dos quilombos do município e destacar suas principais contribuições culturais e
socioeconômicas. Embora tenham origens e desenvolvimentos diversos, os territórios étnicos
de Morro do Chapéu apresentam características comuns. Alguns foram formados pela
manutenção de ex-cativos nas proximidades das fazendas em que trabalhavam, outros se
originaram pela migração de libertos e trabalhadores pobres de outras partes da Bahia. Todos
são fortemente marcados pela tentativa de fixação territorial e busca de autonomia produtiva,
mesmo diante dos deslocamentos impostos pelas secas periódicas, miséria e falta de
oportunidades de trabalho. Dentre as sete comunidades autorreconhecidas, enfatizo os
processos de formação e desenvolvimento do quilombo Barra II, pois nele concentro meu
trabalho de campo e a maior parte das entrevistas de História Oral. A memória coletiva das
famílias é fundamental para o entendimento da existência e da resistência negra nos sertões. A
construção analítica da história e da antropologia desses grupamentos tem na reminiscência das
memórias seu ponto de partida. Mesmo que a memória da escravidão seja rarefeita diante do
transcorrer do tempo e do contexto regional de prevalência do trabalho livre, as fontes orais
permitem discutir as rupturas e continuidades entre o tempo do cativeiro e o longo pós-abolição.
O dia a dia, o trabalho, as crenças, os casos e experiências do campesinato nem sempre
chegaram ao suporte escrito. Para que uma cultura rural negro-brasileira seja conhecida, é
imprescindível ouvir as histórias de vida dos sujeitos comuns e suas narrativas acerca de seus
antepassados.
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2022-04
A intervenção britânica na segunda fase da guerra civil grega (1944-1945)
TítuloA intervenção britânica na segunda fase da guerra civil grega (1944-1945)
Autor
Felipe Alexandre Silva de SouzaOrientador(a)
Daniel Aarão Reis FilhoData de Defesa
2022-04-04Nivel
DoutoradoPáginas
310Volumes
1Banca de DefesaDaniel Aarão Reis FilhoEurico de Lima FigueiredoJanaína Martins CordeiroSidnei José MunhozVinicius Aurélio Liebel
ResumoEntre 1943 e 1949, a Grécia foi assolada por uma intrincada guerra civil
desencadeada no contexto da ocupação da nação helena pelas forças do Eixo. Em um
primeiro momento, o conflito foi marcado fundamentalmente pelo embate entre dois
movimentos de resistência aos invasores: a Frente de Libertação Nacional, liderada pelo
Partido Comunista, e a Liga Nacional Republicana. Posteriormente, com a Grécia já
liberta (1944), o choque se daria entre o provisório governo monárquico conservador e a
Frente de Libertação — que, a partir de 1946, se reorganizaria no Exército Democrático
Grego.
Durante a guerra civil, a Grã-Bretanha apoiou a monarquia grega, cuja
estabilidade era considerada, em alguns círculos governamentais de Londres, essenciais
para a manutenção dos interesses do Império Britânico no Mediterrâneo. Esses seriam os
momentos finais das relações de preeminência que os britânicos mantinham com os
gregos desde a década de 1820, quando os gregos lutavam por sua independência contra
o Império Otomano. Em 1947, o governo britânico anunciaria não ter mais condições de
apoiar militarmente o governo grego. Os Estados Unidos da América assumiriam o papel
que até então Londres desempenhara.
Este trabalho, pretende narrar a intervenção britânica na guerra civil grega. O foco
se coloca sobre os debates públicos que transcorriam na Grã-Bretanha na medida em que
o governo de Coalizão liderado pelo Conservador Winston Churchill participava do
conflito fratricida heleno. A opção de Churchill pelo apoio às direitas gregas gerou
considerável celeuma na sociedade britânica: nas casas do Parlamento, nas ruas e nos
sindicatos. O recorte temporal se inicia em dezembro de 1944 e se encerra em fevereiro
de 1945 — cobrindo assim a chamada segunda fase da guerra civil. É durante esse
período que vemos as tropas britânicas participarem diretamente do conflito. Com a
reconstituição das discussões acerca da questão grega, pretendemos aclarar, em certa
medida, como as disputas entre diversas concepções e forças políticas acabaram
determinando a política da Grã-Bretanha para a Grécia.
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2022-04
Palácio Tiradentes: a presença do Antigo no Brasil republicano, década de 1920
TítuloPalácio Tiradentes: a presença do Antigo no Brasil republicano, década de 1920
Autor
Douglas de Souza LiborioOrientador(a)
Paulo Knauss de MendonçaData de Defesa
2022-04-01Nivel
MestradoPáginas
279Volumes
1Banca de DefesaAlberto Martín ChillónJosé Geraldo Costa GrilloPaulo Knauss de Mendonça
ResumoA presente dissertação propõe analisar o sentido da presença da Antiguidade greco-romana
no programa artístico do Palácio Tiradentes, inaugurado em 1926 como sede da Câmara dos
Deputados no Rio de Janeiro, então capital federal. Considerando o contexto do Centenário
do Poder Legislativo Brasileiro em 1926, o edifício é projetado como um monumento ao
Parlamento, a partir da criação artística pautada pelas imagens do Antigo romano. Deseja-se
entender a migração das imagens da Antiguidade em seus múltiplos sentidos e
temporalidades segundo os pressupostos de Aby Warburg sobre a sobrevivência das formas
culturais greco-romanas [Nachleben der Antike]. Especialmente, tem-se interesse na análise
dos conjuntos escultóricos "Independência" e "República", onde se defende que há a
inserção do modelo do páthos triunfal da Antiguidade, mediado através de diversos modelos
e suportes ao longo da história e angariando um novo sentido no contexto de mudanças nas
expressões artísticas no Rio de Janeiro da década de 1920. A partir disto, busca-se
compreender como a adoção dos modelos antiquizantes atua na conformação da escultura de
caráter monumental e sua relação com a arquitetura dos anos 1920.
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2022-03
Gentias da terra: gênero e etnia no Rio de Janeiro colonial
TítuloGentias da terra: gênero e etnia no Rio de Janeiro colonial
Autor
Suelen Siqueira JulioOrientador(a)
Elisa Frühauf GarciaData de Defesa
2022-03-31Nivel
DoutoradoPáginas
452Volumes
1Banca de DefesaÂngela Maria Vieira DominguesElisa Frühauf GarciaGeorgina Silva Dos SantosJoão Pacheco de Oliveira FilhoMaria Regina Celestino de Almeida
ResumoA tese aborda a inserção das mulheres indígenas na sociedade colonial do Rio de Janeiro, do
século XVI ao início do XIX. Busca aprofundar o conhecimento acerca das índias na história
do Brasil, rompendo com imagens estereotipadas e relacionadas à dupla estigmatização que
recaiu sobre elas: enquanto mulheres e indígenas. Procura também explicitar como os processos
de invasão e colonização foram marcados pelo gênero. Neste sentido, o longo recorte temporal
possibilita uma investigação sobre os modos pelos quais as nativas viveram os primeiros
contatos com os europeus, os impactos desencadeados pelo estabelecimento dos invasores no
território fluminense, bem como as transformações ocorridas ao longo do tempo. Em termos
espaciais, o foco recairá sobre a capitania do Rio de Janeiro e suas áreas de influência, incluindo,
ainda, conexões com outras regiões dentro e fora do Império português quando pertinente. O
trabalho defende a ideia de que a experiência histórica das mulheres indígenas no mundocolonial possui especificidades, buscando apresentar uma história social desse grupo. Espera-
se fornecer também um panorama sobre a construção da categoria "índia", à qual hoje amiúdenos referimos como "mulher indígena", partindo da ideia de que existe uma gama de processos
históricos por trás da sua consolidação.
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2022-03
A CONSTRUÇÃO DO PORTO DO RIO DE JANEIRO: Do Capital Comercial ao Capital Financeiro e Industrial
TítuloA CONSTRUÇÃO DO PORTO DO RIO DE JANEIRO: Do Capital Comercial ao Capital Financeiro e Industrial
Autor
Thiago Vinícius Mantuano da FonsecaOrientador(a)
Cezar Teixeira HonoratoData de Defesa
2022-03-31Nivel
DoutoradoPáginas
878Volumes
3Banca de DefesaAlcidesio de Oliveira JúniorCezar Teixeira HonoratoDaniel Castillo HidalgoFlávio Gonçalves Dos SantosLuiz Cláudio Moisés Ribeiro
ResumoEste trabalho tem como objetivo principal demonstrar a centralidade, a imperiosidade, a
viabilidade e a execução da construção do porto capitalista do Rio de Janeiro, na virada do
século XIX para o século XX. Para tanto, foi necessário expor a profunda transformação a qual
o capitalismo passou, vigorando, neste recorte, o caráter monopolista na fase imperialista do
sistema que ascendia sobre o mundo. As consequências deste processo de proporções alargadas
para a história da humanidade mudaram para sempre as formações econômico-sociais que
compunham o Brasil, dando última forma à integração subordinada do país à Divisão
Internacional do Trabalho, através do mercado mundial - especialmente de capitais. Desta
estrutura em que estava enredado o país, sobreleva-se a importância da sua capital e maior
porto: o Rio de Janeiro. A operação portuária pré-capitalista que principiou o século XX era
protagonista de contradições escancaradas com o desenvolvimento industrial e financeiro que
a cidade capitaneava. A necessidade da produção de uma parcela do espaço urbano condizente
às indústrias e aos grandes capitais que já abrigava escancarava as limitações da almejada
expansão econômica, impedindo a atração de novas e diversificadas fábricas, dos mais
pronunciados interesses financeiros e dos braços que engrossariam as fileiras do mercado de
trabalho. O padrão de acumulação adotado pela formação econômico-social cujo centro
decisório encontrava-se no Rio de Janeiro demandava, naquele momento, com urgência, de um
porto adequado às necessidades operacionais dos capitais e fiscais do Estado. Além disso, o
funcionamento e existência material do porto estava no centro de questões candentes e de
interesse geral em sua época, como a política econômica e monetária do governo federal, a
partição dos poderes entre as esferas de governo, a relação entre interesses privados e poder
público, a relação entre capitais nacionais e externos, o desenvolvimento dos transportes de
longa distância, o sanitarismo e a imigração. Esta tese coloca em evidência o poder de pressão
da estrutura social para que, em determinado momento, tivesse sido produzido certo consenso
sobre a inconveniência daquela operação portuária; também demonstra que esta pressão não se
produzia no vazio, havia fatores concretos, razões inteligíveis, com causas e consequências
observáveis, para que, de fato, aquele porto não fosse condizente, em diversos termos, com as
expectativas imediatas e aspirações futuras de tantos e tão distintos agentes. Estas aspirações
pautaram o "como fazer" as intervenções para radical transformação do porto e redundaram em
experiências fracassadas, que devem ser consideradas como integrantes deste processo histórico
para o bom entendimento da intervenção efetiva. Considerando os projetos, mas ultrapassando
estes, aponto as contradições e limitações que as maiores empresas privadas - brasileiras e
estrangeiras - encontraram para lograr mudanças significativas na operação portuária do Rio de
Janeiro; também demonstro que uma nova contradição rompeu estas limitações e venceu os
obstáculos políticos, financeiros e naturais que há décadas obstavam os mais bem elaborados
"melhoramentos portuários". O Estado Nacional brasileiro construiu o porto do Rio de Janeiro,
o emancipou do alcance limitado do capital comercial - simbolizado nos trapiches -, construiu
um porto de escala e cariz industrial e impôs uma operação portuária hegemonicamente
capitalista na capital da República. No entanto, o fez coadunando com a ortodoxia econômica
vigente, ratificando sua subordinação ao imperialismo capitalista, pelas vias dos acordos com
os grandes capitais, dos contratos junto aos executores das obras e do arrendamento de sua
exploração à uma Sociedade Anônima Gigante - representante típica do capitalismo
monopolista pelo qual princípio este trabalho. Embora significasse uma mudança material de
magnitude inigualável e de repercussões larguíssimas, a radical transformação do porto do Rio
de Janeiro não surgiu de um novo status quo, assim como não deu azo a mudança deste, antes,
o reforçou.
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2022-03
A invenção da história no cinema de Quentin Tarantino: apropriação e vingança.
TítuloA invenção da história no cinema de Quentin Tarantino: apropriação e vingança.
Autor
Bárbara Matos DiasOrientador(a)
Renata Torres SchittinoData de Defesa
2022-03-31Nivel
MestradoPáginas
227Volumes
1Banca de DefesaAna Maria Mauad de Sousa Andrade EssusMarcelo de Mello RangelRenata Torres Schittino
ResumoO tema da presente dissertação é a análise de parte da obra do diretor Quentin Tarantino, em
especial os filmes Bastardos Inglórios (2009), Django Livre (2012) e Era uma vez... em
Hollywood (2019). Durante a análise, busca-se observar como o diretor de apropria de
elementos da História factual e da História do Cinema para, dessa forma, inventar outro final
para a história em seus filmes. Outro elemento essencial é notar se a apropriação realizada pelo
diretor só é possível devido ao fato de que seus filmes são narrativas ficcionais que inventam o
passado. Além disso, também é analisada a construção da vingança em seus filmes, porque, a
partir de Bastardos Inglórios, torna-se uma vingança histórica, e indaga-se se a mudança no
direcionamento da vingança em seus filmes, atrelada à apropriação do passado factual, está
ligada às demandas da sociedade contemporânea, a partir do último terço do século XX, por
justiça, reparação e responsabilização. Por fim, busca-se observar se os filmes analisados são
uma manifestação da temporalidade e da historicidade da sociedade que os realizou.
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2022-03
A CÂMARA DA CIDADE DO NATAL NA ARQUITETURA DE PODERES DAS CAPITANIAS DO NORTE: Comunicações políticas, relações de poder e integração ao Império português (1701-1759)
TítuloA CÂMARA DA CIDADE DO NATAL NA ARQUITETURA DE PODERES DAS CAPITANIAS DO NORTE: Comunicações políticas, relações de poder e integração ao Império português (1701-1759)
Autor
Kleyson Bruno Chaves BarbosaOrientador(a)
Maria Fernanda Baptista BicalhoData de Defesa
2022-03-31Nivel
DoutoradoPáginas
363Volumes
1Banca de DefesaArthur Almeida Santos de Carvalho CurveloCarla Maria Carvalho de AlmeidaMaria Fernanda Baptista BicalhoNauk Maria de JesusRonald José Raminelli
ResumoEsta tese tem por objetivo analisar como a Câmara da Cidade do Natal se inseria em um
determinado arranjo de poderes na região das Capitanias do Norte e, consequentemente, se
integrava ao Império português. Para isso, foram quantificadas, tipificadas e analisadas a
documentação local desta instituição, focando-se principalmente na correspondência enviada,
recebida e intermediada entre os camarários de Natal e diversos agentes governativos, no
intuito de se compreender uma configuração comunicativa baseada em determinados
interlocutores, fundamental para a operação cotidiana de uma governança local. Se ao longo
do século XVIII, observa-se numa nítida diminuição da comunicação do reino diretamente
com o poder local da Câmara do Natal, tendo em contrapartida uma priorização para a
comunicação reinol com figuras de dimensões regionais, como os governadores de
Pernambuco nas Capitanias do Norte, os camarários de Natal não deixaram de buscar outras
estratégias e arranjos de poder para obterem suas causas a nível local. Isto foi possível de se
entender pois foram exploradas as relações pormenorizadas da instituição camarária com
quatro agentes comunicativos: três nas Capitanias do Norte, os capitães-mores do Rio Grande,
os ouvidores da Comarca da Paraíba e os governadores de Pernambuco; e, um no reino, que
era o próprio rei de Portugal. Dessa forma, compreende-se variados arranjos de poder
presentes na conquista, partindo-se de um olhar de uma Câmara localizada em um espaço
periférico, que era o da capitania do Rio Grande, mas que ao mesmo tempo se valia de
diversos meios e recorria a diversas instâncias intermediárias para potencializar suas
demandas. Ao invés de um olhar centralizado e/ou dicotômico, exploram-se as variadas
possibilidades de interação verticais e horizontais desta Câmara com outros oficiais régios,
contribuindo para se pensar acerca do exercício da governança local.
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2022-03
As (Re)Construções de Táticas Revolucionárias em Partidos Comunistas : PCB e PCCH em Contraste
TítuloAs (Re)Construções de Táticas Revolucionárias em Partidos Comunistas : PCB e PCCH em Contraste
Autor
Ananda Cristina Dos Santos LimaOrientador(a)
Elisa de Campos BorgesData de Defesa
2022-03-30Nivel
MestradoPáginas
146Volumes
1Banca de DefesaAngelica MüllerCarine DalmásElisa de Campos Borges
ResumoA dissertação tem por objetivo analisar as relações entre partidos latino-americanos e a União
Soviética após o XX Congresso do PCUS a partir dos exemplos do Brasil (PCB) e do Chile
(PCCH), bem como suas interpretações e reconfigurações de táticas revolucionárias. Em um
momento de acirramento da Guerra Fria no qual o bloco socialista tentava estruturar-se frente
ao capitalista, mudanças drásticas dentro da URSS provocaram debates e rompimento nos
partidos comunistas ao redor do mundo. A pesquisa analisa esses rompimentos tanto quanto as
continuidades, girando em torno não só das relações entre Brasil-URSS e Chile-URSS, mas
também nos debates internos promovidos tanto pela clandestinidade quanto pelo XX
Congresso. Para melhor compreender as atitudes dos comunistas e seu posicionamento em
determinados questionamentos políticos ou teóricos – como a transição pacífica –, é feita aqui
uma história comparada das atitudes de cada partido frente às provocações internas e externas.
Conceitos como "estratégia" e "tática" serão centrais para apontar fraquezas e entender o
motivo por trás de rompimentos dentro dos partidos.
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2022-03
"LA MADRE MÁS QUERIDA DE CHILE":A CONDIÇÃO FEMININA NA DITADURA MILITAR CHILENAA PARTIR DA ANÁLISE DA PERSONAGEM ANA HERERA, DA SÉRIE TELEVISIVA LOS 80.
Título"LA MADRE MÁS QUERIDA DE CHILE":A CONDIÇÃO FEMININA NA DITADURA MILITAR CHILENAA PARTIR DA ANÁLISE DA PERSONAGEM ANA HERERA, DA SÉRIE TELEVISIVA LOS 80.
Autor
Beatriz de Souza BravoOrientador(a)
Elisa de Campos BorgesData de Defesa
2022-03-29Nivel
MestradoPáginas
170Volumes
1Banca de DefesaElisa de Campos BorgesMariana Martins VillaçaSamantha Viz Quadrat
ResumoA seguinte dissertação discute a situação feminina durante a ditadura militar chilena, e sua
inserção no mercado de trabalho a partir da análise histórica da personagem Ana Herrera, da
série Los 80, más que una moda. A obra, êxito de audiência no Chile, mostrava o cotidiano
de uma família de classe média durante a década de 1980, em que o país vivia um governo
ditatorial, autoritário e que implementou o neoliberalismo ortodoxo. O contexto influencia
diretamente na vida do grupo protagonista, e isto é analisado na dissertação. A Junta de
Governo discursava que a mulher era central na refundação chilena, ao criar seus filhos a
partir dos preceitos ditatoriais: patriotismo, despolitização, entre outros. Em um primeiro
momento, a família Herrera obedece a essa condição, Ana é dona de casa, e vive para criar os
filhos e cuidar do lar, enquanto é sustentada pelo marido. No entanto, a partir do
neoliberalismo e da crise de 1982, Ana se insere no mercado de trabalho, enfrentando
inúmeros desafios, como a dupla jornada de trabalho e a falta de apoio do marido. A
dissertação discute a trajetória de Ana, baseada em uma vasta bibliografia coerente e em
documentos históricos relevantes.
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2022-03
A Pena do Bispo e a Pena da chancelaria: Prática e Teorização do Bom Governo Relativo aos Clérigos no pensamento de D. Álvaro Pais e no Portugal de D. Afonso IV (c.1275-1357)
TítuloA Pena do Bispo e a Pena da chancelaria: Prática e Teorização do Bom Governo Relativo aos Clérigos no pensamento de D. Álvaro Pais e no Portugal de D. Afonso IV (c.1275-1357)
Autor
Carlos Thadeu Freire da CostaOrientador(a)
Vânia Leite FróesData de Defesa
2022-03-29Nivel
MestradoPáginas
229Volumes
1Banca de DefesaMariana Bonat TrevisanMiriam Cabral CoserVânia Leite Fróes
ResumoEsta dissertação tem por objetivo analisar a ideia de Bom Governo defendida por
D. Álvaro Pais – importante intelectual, frade franciscano e bispo de Silves entre 1335 e
1349 – em sua obra clássica, Estado e Pranto da Igreja e a adotada na prática pelo rei
de Portugal, D. Afonso IV (rei: 1325-1357), particularmente em relação ao clero. Esta
dissertação trata da Baixa Idade Média, mais especificamente no século XIV, e da
Europa Ocidental, mais especificamente Portugal. Esta época foi marcada por estes dois
fênomenos da história ocidental: a emergência do Estado monárquico e a permanente
reflexão sobre as ideias políticas em meio às sempre perenes relações entre Igreja e
Estado. Estes dois fenômenos se influenciaram mutuamente e simultaneamente. Desta
forma, esta dissertação pretende auxiliar na compreensão de como intelectuais através
de suas ideias e seu pertencimento a determinadas escolas de pensamento; e de como
estadistas através de suas ações contribuíam para esta formação, além de auxiliar na
compreensão de como os projetos de governo, quer dos intelectuais, quer dos estadistas
eram fundamentais neste processo de longa duração, que, iniciado em meados do século
XIII e concluído em meados do XVI, deu origem a monarquias cristãs operantes e bem
azeitadas, capazes de determinar muitos aspectos, para o bem e para o mal, da vida de
seus súditos, muitas vezes, sem romperem com a Igreja Católica Romana.
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2022-03
Por que esse raio terrível caiu sobre nós vindo do extremo Norte?" Uma História Global das Incursões Vikings (séculos VIII-X)
TítuloPor que esse raio terrível caiu sobre nós vindo do extremo Norte?" Uma História Global das Incursões Vikings (séculos VIII-X)
Autor
Caio de Amorim FéoOrientador(a)
Mário Jorge da Motta BastosData de Defesa
2022-03-28Nivel
MestradoPáginas
261Volumes
1Banca de DefesaLeonardo MarquesMário Jorge da Motta BastosSandro Teixeira Moita
ResumoNos últimos anos presenciamos o florescer de novas pesquisas sob o prisma da História
Global. No que diz respeito aos estudos medievais, a abordagem ainda possui poucos
trabalhos quando comparados com outras épocas da História. Esta dissertação busca,
assim, contribuir com os novos estudos sobre História Global acerca da Idade Média,
analisando especialmente as ditas incursões vikings ocorridas entre os séculos VIII e X.
Pretende-se identificar no conjunto documental, tanto escrito quanto material, as
estruturas mais evidentes manifestas pelas diversas incursões no globo, ou seja, sem
pretender adentrar as especificidades de cada região. Nesse sentido, as incursões são
abordadas como compondo um sistema estrutura, cuja manifestação exibiu diversas
similitudes que geralmente são pouco referendadas pela historiografia em detrimento das
especificidades regionais. A abordagem global aqui utilizada pretende demonstrar como
as incursões foram determinantes na integração dos grupos vikings e da Escandinávia aos
locais atingidos pelas expedições, sendo importantes no processo de construção e
redefinição das identidades e etnicidades durante o Período Viking.