Thèses
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2021-06
TÃO PERTO DOS ESTADOS UNIDOS: ESCRAVIDÃO ENTRE FRONTEIRAS, UM OLHAR A PARTIR DO TEXAS NO LONGO SÉCULO XIX
TítuloTÃO PERTO DOS ESTADOS UNIDOS: ESCRAVIDÃO ENTRE FRONTEIRAS, UM OLHAR A PARTIR DO TEXAS NO LONGO SÉCULO XIX
Autor
Karen Souza da SilvaOrientador(a)
Maria Verónica Secreto FerrerasData de Defesa
2021-06-29Nivel
MestradoPáginas
140Volumes
1Banca de DefesaHevelly Ferreira AcrucheMaría Camila Díaz CasasMaria Verónica Secreto FerrerasTâmis Peixoto Parron
ResumoA pesquisa estuda as transformações da economia-mundo capitalista, partindo da
especificidade da escravidão negra na fronteira Norte do México, na tentativa de
problematizar de que modo a regulamentação sobre o uso da terra e sobre a mão de obra
cativa no Texas mexicano amplia a leitura sobre um capitalismo global que se consolida
também por meio de dinâmicas específicas. Trata-se de um dos sítios fronteiriços mais
favoráveis a problematizações espaço-temporalmente (des)integradoras, quando se pensa nos
rumos do capitalismo após a intensificação da chamada Revolução Industrial e o final das
Guerras Napoleônicas que inauguram o dezenove. No tempo breve dos acontecimentos, o
Texas passa do domínio espanhol para a ingerência de um México independente, tornando-se
ele próprio, depois, um estado-nação constitucionalmente escravo, antes de integrar-se aos
Estados Unidos da América. Se a história do capitalismo mundial é recontada sob o prisma
das continuidades redutoras e das dinâmicas globais avassaladoras, é neste Texas
espacialmente histórico do XIX que se atenuam e se ressaltam os conflitos. De narrativas, de
epistemologias, de espacialidades, de aconteceres muitas e muitas vezes historicizados sob
diferentes perspectivas.
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2021-06
TRIBUNAS DEMOCRÁTICAS PARA AS MULHERES: o feminismo marxista dos jornais Brasil Mulher e Nós Mulheres (1975-1980)
TítuloTRIBUNAS DEMOCRÁTICAS PARA AS MULHERES: o feminismo marxista dos jornais Brasil Mulher e Nós Mulheres (1975-1980)
Autor
Daniela Chain VieiraOrientador(a)
Janaína Martins CordeiroData de Defesa
2021-06-29Nivel
MestradoPáginas
232Volumes
1Banca de DefesaAna Rita Fonteles DuarteJanaína Martins CordeiroMaria Paula Nascimento Araújo
ResumoO período da década de 1970, mais especificamente a partir de 1975, configurou um momento
de grande mobilização feminista no Brasil e no mundo. Nesse contexto, mulheres brasileiras,
organizadas em movimentos sociais e políticos e em grupos femininos e feministas, tiveram
papéis importantes na construção de sentidos do feminismo no país. Os dois jornais feministas
da imprensa alternativa da época, Brasil Mulher (1975-1980) e Nós Mulheres (1976-1978), se
mostraram instrumentos consideráveis na popularização e na divulgação da luta feminista,
bem como no próprio desenvolvimento de concepções acerca das várias questões que
envolviam a vida das mulheres brasileiras. O alinhamento teórico e político com as esquerdas
e com o marxismo, por parte dos grupos produtores dos jornais e de muitas outras
organizações de mulheres da época, contribuiu para a formação de um discurso feminista
brasileiro anticapitalista e preocupado com a luta contra a ditadura militar. As questões
feministas, nesse sentido, estiveram sempre vinculadas a um projeto mais amplo de
democracia social (ou mesmo socialista). Os objetivos centrais deste trabalho, portanto,
foram: investigar mais de perto as formas como as feministas marxistas brasileiras, através da
imprensa alternativa, interpretaram as várias dimensões da opressão feminina; e analisar as
características fundamentais do discurso feminista que estavam ajudando a construir naquele
período. Para isso, foram analisados os números publicados dos dois periódicos, sobretudo os
editoriais, as seções de correspondências e as matérias voltadas às questões específicas das
mulheres. Ao mesmo tempo, a bibliografia existente sobre as trajetórias dos jornais, em
especial as produções acadêmicas feitas por ex-integrantes destes, serviram como fontes
auxiliares para a compreensão das várias dimensões desse processo histórico. Uma parte
importante deste trabalho foi tentar entender como o discurso feminista que se apresentava
nesses jornais buscou resgatar pautas e debates históricos do pensamento político feminista
até aquele momento e como as mulheres dos jornais e dos movimentos femininos em geral
foram responsáveis por reinterpretar e atualizar diversas concepções acerca desses debates. A
pesquisa empreendida apresentou como resultado a constatação de que as concepções
feministas das mulheres dos jornais foram formadas em intenso diálogo, acúmulo e também
disputa entre os diversos grupos femininos/feministas da época e entre eles e as esquerdas
políticas.
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2021-06
José Oiticica e as tentativas de desenvolvimento e preservação da Ideologia Anarquista: a resistência
libertária da Primeira República ao fim do Estado NovoTítuloJosé Oiticica e as tentativas de desenvolvimento e preservação da Ideologia Anarquista: a resistência
libertária da Primeira República ao fim do Estado NovoAutor
Aden Assunção LamounierOrientador(a)
Daniel Aarão Reis FilhoData de Defesa
2021-06-28Nivel
DoutoradoPáginas
395Volumes
1Banca de DefesaAlexandre Ribeiro SamisAngela Maria Roberti MartinsCarlos Augusto AddorDaniel Aarão Reis FilhoJuniele Rabêlo de Almeida
ResumoA presente pesquisa teve como principal objetivo construir a biografia de José Rodrigues
Leite e Oiticica (1882-1957) enfatizando as características de sua militância anarquista
no âmbito político social brasileiro conformado entre a década de 1910 e o término do
Estado Novo. Oiticica, segundo Sheldon Leslie Maran,(1979) atuando no Rio de Janeiro,
diferentemente de outros anarquistas que aderiram à corrente ideológica bolchevique após
a Revolução Russa, ajudou, juntamente com Edgard Leuenroth, em São Paulo, a sustentar
por muitos anos um pequeno grupo de anarquistas brasileiros. Por conseguinte,
analisando sua militância libertária, desenvolvimento e resistência das ideias ácratas em
um contexto de transformações políticas, e observando a multifacetada trajetória deste
personagem, renomado tanto no movimento operário quanto nos meios intelectuais
brasileiros, o estudo pretende perceber a construção, as rupturas e as continuidades de seu
pensamento ácrata em uma conjuntura que evidencia duas formas de controle promovidas
pelo Estado. São elas, primeiramente, pautada nas bases da ortodoxia liberal/federalista,
mas com características nacionais, e, posteriormente, no centralismo/corporativista do
nacional estatismo. A escolha por este recorte temporal foi motivada pela possibilidade
de refletir sobre a relação entre as estratégias escolhidas por José Oiticica concernentes a
divulgação e resistências de suas ideias anarquistas e uma política estatal, referente à
"questão social", em transição. Quando, sem deixar de lado as práticas violentas e
repressoras, após as movimentações que marcaram o fim da década de 1910, o Estado,
lentamente, vai adicionando em suas pautas as problemáticas atinentes ao mundo do
trabalho. Para tanto cumprirmos com nossos objetivos, partimos de um viés analítico que
não entende as trajetórias de homens e mulheres a partir de um prisma linear, coerente e
hermético à todas as questões inseridas nos ambientes sociais frequentados. Ou seja,
conforme aconselham os novos paradigmas acerca dos estudos biográficos, procuramos
perceber como as relações, as situações, e as possibilidades criadas e dispostas, vão
influenciando nas decisões que compõem a trajetória de José Oiticica.
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2021-06
Dinâmicas do contato: interações, representações e projetos coloniais nos relatos de viagem de Serpa Pinto e Capelo e Ivens (1876-1886)
TítuloDinâmicas do contato: interações, representações e projetos coloniais nos relatos de viagem de Serpa Pinto e Capelo e Ivens (1876-1886)
Autor
Fernando Henrique de Almeida LimaOrientador(a)
Alexsander Lemos de Almeida GebaraData de Defesa
2021-06-28Nivel
MestradoPáginas
212Volumes
1Banca de DefesaAlexsander Lemos de Almeida GebaraElaine Ribeiro da Silva Dos SantosMaria Cristina Cortez Wissenbach
ResumoNesta dissertação, mobilizamos como fontes os relatos dos militares portugueses
Alexandre Alberto da Rocha de Serpa Pinto, Hermenegildo Carlos de Brito Capelo e
Roberto Ivens – originados a partir de suas expedições realizadas no final da década de
1870 e início da década de 1880. A problemática desta pesquisa consiste em
compreender a construção das narrativas presentes nos relatos de viagem citados sobre
diferentes sujeitos africanos e, de maneira mais ampla, sobre o próprio continente
africano. Neste sentido, interessa-nos investigar como incidiram sobre estas narrativas os
projetos coloniais que os autores defendiam e, sobretudo, como as relações que
estabeleceram com sujeitos africanos no curso das expedições se reproduziram nestas
narrativas e nas representações que elas projetam. Também buscamos apontar para as
interferências dos africanos com os quais os expedicionários interagiram – tais como
guias, intérpretes, informantes e carregadores que os acompanhavam – bem como para a
importância das relações estabelecidas com as autoridades políticas africanas no
resultado das viagens. Assim, pretendemos evidenciar como os projetos coloniais
expressos pelos autores foram construídos não só pelas ideias que traziam à partida, mas
também pelo modo como eles foram atravessados pela interação com sujeitos africanos
durante a experiência da viagem.
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2021-06
OS AFRESCOS PATROCINADOS PELO MECENATO URBANO BURGUÊS NA PENÍNSULA ITÁLICA ATÉ METADE DO SÉCULO XIV: CASO DA BASÍLICA DE SANTA CROCE EM FLORENÇA
TítuloOS AFRESCOS PATROCINADOS PELO MECENATO URBANO BURGUÊS NA PENÍNSULA ITÁLICA ATÉ METADE DO SÉCULO XIV: CASO DA BASÍLICA DE SANTA CROCE EM FLORENÇA
Autor
Thatiane Piazza de MeloOrientador(a)
Renata Rodrigues VerezaData de Defesa
2021-06-28Nivel
DoutoradoPáginas
311Volumes
1Banca de DefesaMário Jorge da Motta BastosMiriam Cabral CoserPatrícia Dalcanale MenesesRenata Rodrigues VerezaTamara Quírico MoraesVânia Leite Fróes
ResumoA tese tem como objetivo refletir sobre o papel da elite mercantil como mecenas na
Península Itálica na primeira metade do século XIV. Mais especificamente a partir dos
casos das capelas particulares que envolvem este período temporal na Basílica de Santa
Croce. Iniciando por uma contextualização e definição sobre esse grupo denominado
também como a: burguesia. Além disso, também será descrito um panorama sobre a
cidade de Florença e sua formação política citadina nos Trezentos. Depois, serão
apresentados a trajetória das famílias: Bardi, Peruzzi, Bardi di Vernio e Baroncelli. Essas
financiaram produções religiosas particulares em uma igreja franciscana na qual
demonstram toda a sua tentativa de aproximação com esse grupo religioso, no intuito de
obterem mais poder nessa sociedade. Esse grupo mercantil foi agregando mais dinheiro
e influência em alguns períodos no poder local devido às suas atividades e atuação na
cidade e no comércio internacional. Assim, serão analisadas as suas produções específicas
nas capelas particulares, que apresentam diversos ciclos de afrescos. Essas imagens serão
as fontes imagéticas que nos permitem estudar mais de perto esse grupo e definir um
panorama dos seus respectivos anseios nessa sociedade.
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2021-06
A trajetória de um poeta indigesto: construções e reconstruções da obra de Torquato Neto (1973-2005)
TítuloA trajetória de um poeta indigesto: construções e reconstruções da obra de Torquato Neto (1973-2005)
Autor
Júlia Souza CaboOrientador(a)
Janaína Martins CordeiroData de Defesa
2021-06-25Nivel
DoutoradoPáginas
254Volumes
1Banca de DefesaEdwar de Alencar Castelo BrancoFrederico Oliveira CoelhoGiselle Martins VenancioJanaína Martins CordeiroJúlio Cesar Valladão Diniz
ResumoEsta tese investiga a trajetória da obra literária de Torquato Neto, um autor que
até sua morte, em 1972, nunca havia publicado nenhum livro. Centrada nas três principais
edições da obra de Torquato, publicada nos anos de 1973, 1982 e 2004, a tese acompanha
o percurso desta obra para analisar as formas como, ao longo destas três décadas, o autor
e sua obra foram situados em relação à história da literatura brasileira, o campo literário
no Brasil e o processo de construção de uma memória coletiva sobre o período da ditadura
civil-militar no país. Considerando-se que se trata de uma obra literária que nunca
assumiu uma forma definida pelas mãos de seu autor, buscou-se compreender como o
processo de construção desta por terceiros conformou-se em diálogo com as modificações
pelas quais passou a sociedade brasileira durante e após os processos de abertura e
redemocratização. Assim, observou-se que a posição de Torquato Neto em relação ao
campo literário, aquela de um poeta ou artista marginal, não é estável e que os significados
desta marginalidade a ele atribuída modificaram-se com o passar do tempo.
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2021-06
REAL, REAL, REAL, PELO MUITO ALTO, MUITO PODEROSO SENHOR REI D. JOÃO IV: a aclamação de D. João IV e a construção da legitimidade da restauração portuguesa (1640-1641)
TítuloREAL, REAL, REAL, PELO MUITO ALTO, MUITO PODEROSO SENHOR REI D. JOÃO IV: a aclamação de D. João IV e a construção da legitimidade da restauração portuguesa (1640-1641)
Autor
Thiago da Silva PintoOrientador(a)
Luciano Raposo de Almeida FigueiredoData de Defesa
2021-06-25Nivel
MestradoPáginas
135Volumes
1Banca de DefesaCarlos Ziller CamenietzkiLuciano Raposo de Almeida FigueiredoRodrigo Nunes Bentes Monteiro
ResumoA dissertação que aqui se apresenta tem como proposta central demonstrar a importância
da aclamação para a consolidação da dinastia brigantina no poder. Em Portugal, a
aclamação do rei se constituía um elemento imprescindível na construção da legitimidade
do soberano que ascendia ao trono. Aclamar o rei significava a adesão de uma
determinada localidade. Através do cruzamento de análises entre as festividades
realizadas para comemorar a entronização de D. João IV em Portugal (Coimbra) e na
América portuguesa (Rio de Janeiro), entre 1640 e 1641, pretendemos evidenciar a sua
relevância no processo de construção da legitimidade da restauração portuguesa.
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2021-06
Mulheres soviéticas em múltiplos fronts – discursos estatais e pessoais confrontados (1941-1945)
TítuloMulheres soviéticas em múltiplos fronts – discursos estatais e pessoais confrontados (1941-1945)
Autor
Thaiz Carvalho SennaOrientador(a)
Daniel Aarão Reis FilhoData de Defesa
2021-06-25Nivel
DoutoradoPáginas
608Volumes
1Banca de DefesaAngelo de Oliveira SegrilloCristina Antonioevna DunaevaDaniel Aarão Reis FilhoDenise Rollemberg CruzEkaterina Vólkova AmericoSonia Branco Soares
ResumoEsta pesquisa disserta acerca das representações sobre mulheres na União Soviética,
individuais ou estatais, durante o período da Grande Guerra Pátria (1941-1945). Nosso
objetivo é analisar como as soviéticas foram representadas, por meio da percepção
aspectos como quais foram os lugares dados ou impostos a elas, bem como a que e quem
serviram tais representações. Ao longo do trabalho e, em especial, na conclusão, tentamos
contrastar as representações produzidas por representantes do Estado e as feitas em
caráter privado, tentando perceber as presenças, ausências, divergências e convergências
entre eles. Para abarcar essa multiplicidade, usufruímos de fontes diversificadas e, logo,
de um quadro metodológico também múltiplo. As fontes são, em especial, diários,
escritos e memórias de mulheres, por um lado; e cartazes de propaganda e discursos
governamentais que as tangiam, como textos em periódicos, entrevistas, discursos verbais
e ordens do dia. A metodologia se baseia globalmente na teoria do discurso, de Valentin
Volóchinov, considerando seus conceitos de signo e discurso alheio, para analisar os
discursos de variados tipos; no conceito de performatividade, de Judith Butler, a fim de
perceber o que significa e quais os limites do considerado feminino; na Teoria da
Reprodução Social, de modo a analisar as diferenças entre produção e reprodução social
nos discursos referentes a mulheres; e nos conceitos de ideologia e hegemonia, de
Gramsci, de forma a compreender as relações entre os discursos privados e o estatal. Na
pesquisa, concluímos que o papel das mulheres na Grande Guerra Patriótica foi central,
em múltiplos fronts, e não apenas no militar. Em contrapartida, os discursos acerca das
mulheres não englobam essa totalidade, tratando-as em geral como retaguarda.
Entendemos que os lugares e representações sobre as mulheres foram múltiplos e
diversificados, variando por meio de padrões diversos, como meio, contexto temporal e
sujeito enunciador. Porém, determinados tipos de fontes, em especial as de cunho estatal,
buscassem limitá-los, usufruindo das performatividades feminina e masculina para
cumprir seus objetivos, por vezes, inclusive, legitimando certo paradigma da igualdade
de gênero em termos discursivos. Compreendemos também que a dupla jornada feminina
foi aprofundada, bem como a alienação entre produção e reprodução social. Nesse
ínterim, representação de signos como o que propomos ter sido uma "Nova-Antiga
Mulher" pôde ser observada naquele contexto, como tentativa de resolver contradições
nele presentes, em especial acerca do citado par, produção e reprodução social.
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2021-06
‘‘AS ASAS DE UM ANJO’’: UM ACONTECIMENTO ESTRUTURANTE DISRUPTIVO NO BRASIL DO SÉCULO XIX
Título‘‘AS ASAS DE UM ANJO’’: UM ACONTECIMENTO ESTRUTURANTE DISRUPTIVO NO BRASIL DO SÉCULO XIX
Autor
Mirian Dos Santos MarquesOrientador(a)
Giselle Martins VenancioData de Defesa
2021-06-24Nivel
MestradoPáginas
172Volumes
1Banca de DefesaGiselle Martins VenancioKaroline CarulaNelson Schapochnik
ResumoAs Asas de um Anjo (1858), texto da literatura dramática de autoria de José de Alencar, é
analisado como um acontecimento estruturante disruptivo no campo artístico-literário
brasileiro em processo de constituição entre os anos de 1858-1862, e, também, como um objeto
cultural permanente na memória social contemporânea. Principiaremos, com a investigação do
conceito de Letras Pátrias para a intelectualidade oitocentista, e como este desvela a busca pela
constituição de um campo literário no Brasil. Em consonância, faz-se uma análise das trajetórias
dos agentes produtores do acontecimento estruturante disruptivo, com vistas, a compreender
as configurações do subcampo artístico-intelectual espaço de experiência em que o texto foi
gestado. Em seguida, analisaremos o acontecimento estruturante disruptivo a partir de duas
modalidades de execução e circulação do texto: o espetáculo teatral e a encenação e o livro e a
leitura. Em cada uma dessas possibilidades de observação do acontecimento, foram estudadas
as representações sociais construídas no contexto de sua produção, enfocando as relações
político-sociais-culturais e as especificidades artísticas de suporte do texto – romance e teatro -
com enfoque no teor transgressor que o texto possui (em especial, no que diz respeito à
representação do feminino). Em consonância com tais objetivos, examinaremos os sentidos que
o texto passou a ter no encontro com diferentes públicos – órgãos de censura, jornalistas,
intelectuais, público consumidor. Pôde-se identificar e compreender as transformações
ocorridas no acontecimento, como resultantes da atuação da censura sobre a adaptação teatral
e do seu consumo, que ajudaram a orientar diferentes apropriações do texto alencariano que
persistem na memória social contemporânea.
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2021-06
TEMPO E MODERNIDADE: Virgínia Woolf e a literatura do entreguerras
TítuloTEMPO E MODERNIDADE: Virgínia Woolf e a literatura do entreguerras
Autor
Gabriela Monteiro da CostaOrientador(a)
Denise Rollemberg CruzData de Defesa
2021-06-23Nivel
MestradoPáginas
154Volumes
1Banca de DefesaDavi Ferreira de PinhoDenise Rollemberg CruzGiselle Martins Venancio
ResumoOs dois últimos romances da modernista inglesa Virginia Woolf – Os anos e Entre os
atos –, escritos durante a década de 1930, guardam significativas semelhanças entre si. A
principal delas é a notável preocupação da autora com o tempo e os efeitos da
modernidade ao longo da primeira parte do século XX. Utilizando como fonte essas duas
obras, esta dissertação busca investigar dois pontos essenciais: o primeiro deles é a
transformação da percepção do tempo através da literatura modernista; o segundo é o
impacto da modernidade na mudança das mentalidades e sua influência na percepção do
tempo. Os conceitos do historiador Reinhard Koselleck – espaço de experiência e
horizonte de expectativas – são utilizados aqui como ferramentas teóricas para ajudar na
apreensão dessas transformações. Espaço de experiência é um conceito referente ao
passado e que comporta tanto o passado conjunto, de uma nação ou comunidade, quanto
o passado pessoal, subjetivo. O horizonte de expectativas, por sua vez, está relacionado
ao futuro, abarcando projeções baseadas na experiência passada e a possibilidade de algo
novo, inédito. Com esses conceitos aplicados no período do entreguerras, analiso as
experiências passadas e as expectativas futuras daquela sociedade, através da vida e obra
de Virginia Woolf. Antes da análise das fontes mencionadas realizo uma investigação
acerca do lugar de produção e do processo de legitimação das obras, destacando a
trajetória pessoal e profissional de Virginia Woolf e a importância da Hogarth Press na
construção do modernismo.
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2021-06
Construindo redes de intelectuais orgânicos: o Programa de Bolsas de Estudos Lemann Fellowship da Fundação Lemann (2007-2018)
TítuloConstruindo redes de intelectuais orgânicos: o Programa de Bolsas de Estudos Lemann Fellowship da Fundação Lemann (2007-2018)
Autor
Lisia Nicoliello CarielloOrientador(a)
Virginia Maria Gomes de Mattos FontesData de Defesa
2021-06-23Nivel
MestradoPáginas
200Volumes
1Banca de DefesaAdriana Medeiros FariasNívea Silva VieiraVirginia Maria Gomes de Mattos Fontes
ResumoEste trabalho investiga o Programa de Bolsas Lemann Fellowship da Fundação Lemann
entendendo-o como espaço privilegiado de circulação de intelectuais orgânicos ligados
ao aparelho privado de hegemonia empresarial de Jorge Paulo Lemann. Partido do
arcabouço teórico-metodológico marxista, mais notadamente das contribuições de
Antonio Gramsci, analisa-se as trajetórias dos trinta fellows considerados de Alto
Impacto. O caminho da argumentação é aberto pela discussão sobre a formação da fortuna
do bilionário brasileiro, desde a Corretora Garantia até a holding de educação Eleva.
Posteriormente, enfatiza-se os empreendimentos da sociedade civil, Fundação Estudar e
Fundação Lemann, com foco na última, entendendo-a no processo histórico de Revolução
Passiva do Partido dos Trabalhadores. Por fim, são remontadas as trinta trajetórias, bem
como busca-se traçar o perfil social dos ex-bolsistas do Programa. Conclui-se que a
inciativa é voltada para frações das classes dominantes e é uma estratégia de "conquista
do Estado", que coloca em marcha pressupostos liberalizantes.
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2021-06
DE SERTANISTAS DAS MATAS A ERUDITOS DA HISTÓRIA: História paulista como reação à perda da hegemonia na São Paulo do século XVIII
TítuloDE SERTANISTAS DAS MATAS A ERUDITOS DA HISTÓRIA: História paulista como reação à perda da hegemonia na São Paulo do século XVIII
Autor
Luiz Pedro Dario FilhoOrientador(a)
Ronald José RaminelliData de Defesa
2021-06-22Nivel
DoutoradoPáginas
275Volumes
1Banca de DefesaAlberto Luiz SchneiderJosé Carlos VilardagaMaria Aparecida de Menezes BorregoMaria Fernanda Baptista BicalhoRonald José Raminelli
ResumoApós a Guerra dos Emboabas houve colaboração da Coroa com os paulistas pela
realização de novos descobrimentos minerais. O descobrimento de ouro em Cuiabá (1718) e
Goiás (1725), no entanto, veio acompanhado de enorme fluxo de agentes mercantis portugueses
que se enraizaram e enriqueceram na cidade de São Paulo. Se inicialmente esses mercadores
optaram por casar a si e as suas filhas com membros das famílias paulistas, passaram, por volta
da década de 1730, a optar por uniões matrimoniais no interior da comunidade mercantil.
Apresentaremos o tensionamento que adveio desse processo, entre paulistas e homens de
negócios portugueses, assim como as estratégias traçadas pelos grupos ao longo dos anos e o
papel do Governador D. Luis Mascarenhas no conflito. Por fim, analisaremos também a ação dos
comericantes portugueses, a partir da década de 1750, de registrar brasões de armas na Câmara
Municipal de São Paulo e a reação das linhagens antigas de Piratininga a esse movimento. Pedro
Taques de Almeida Paes Leme liderou a resistência à ação reinol e, após o confronto interno na
municipalidade, voltaria sua atenção para debate intelectual mais amplo. Foi a partir de então que
passou a se utilizar da documentação oficial e da narrativa histórica, junto de Frei Gaspar de
Madre de Deus, em luta contra a lenda negra paulista e pela importância do reconhecimento das
entradas dos sertanistas de São Paulo na conquista, construção e expansão territorial da América
portuguesa.
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2021-06
REDES NA AMERICA: OBREROS, ESTUDANTES, INTELECTUAIS E A REVISTA AMAUTA
TítuloREDES NA AMERICA: OBREROS, ESTUDANTES, INTELECTUAIS E A REVISTA AMAUTA
Autor
Maria Helena DomingosOrientador(a)
Maria Verónica Secreto FerrerasData de Defesa
2021-06-22Nivel
DoutoradoPáginas
344Volumes
1Banca de DefesaFernando Luiz Vale CastroGiselle Martins VenancioGladys Viviana GeladoMaria Verónica Secreto FerrerasVanderlei Vazelesk Ribeiro
ResumoNosso trabalho teve como objetivo analisar a importância das redes sociais construídas
a partir da revista Amauta (1926-1930), suas relações com outras revistas do período,
seus laços com a intelectualidade continental, a união com os trabalhadores e a prática
política empreendida a partir da construção do Partido Socialista Peruano e da Central
Geral dos Trabalhadores Peruanos. A articulação dos temas enunciados pela revista se
deu pela sua linha editorial que congregou escritores, artistas, poetas e militantes de
vários lugares e de orientações diferentes e, também, pela proposta de discutir todos os
problemas do período e ensejar o debate, jamais encerrá-lo. Ao mesmo tempo, deu
espaço a artistas e intelectuais menos conhecidos e congregou os trabalhadores que
passaram de leitores a colaboradores, frequentando as tertúlias e a redação da revista,
discutindo os rumos do movimento operário e organizando a participação nas greves,
sindicatos e congressos. As redes construídas na revista e fora dela, responsáveis pela
unidade entre estudantes, trabalhadores e intelectuais, foram mapeadas na
correspondência, nas publicações, nos testemunhos e biografias dessa geração que
fizeram parte das vanguardas latino-americanas.
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2021-06
MODERNIDADES SUBTERRÂNEAS EM LIMA BARRETO: DA RECEPÇÃO E CIRCULAÇÃO PERIFÉRICA ÀS ESTANTES CONSAGRADORAS (1904-1956)
TítuloMODERNIDADES SUBTERRÂNEAS EM LIMA BARRETO: DA RECEPÇÃO E CIRCULAÇÃO PERIFÉRICA ÀS ESTANTES CONSAGRADORAS (1904-1956)
Autor
Lucas de Carvalho CheibubOrientador(a)
Giselle Martins VenancioData de Defesa
2021-06-21Nivel
MestradoPáginas
141Volumes
1Banca de DefesaGiselle Martins VenancioLidiane Soares RodriguesRenato Júnio Franco
ResumoEste trabalho tem o objetivo de discutir as estratégias de posicionamento do escritor Lima
Barreto no campo intelectual, analisando também a circulação e mediações dos seus
textos em relação à modernidade. Dessa forma, a investigação conflui com o debate da
sociologia da literatura e da história da cultura à luz de Roger Chartier, como aportes
teóricos para a reflexão sincrônica e diacronicamente das categorias de classificação e da
materialidade dos textos barretianos. Desse modo, esta pesquisa está dividida em três
partes que destrincham o subterrâneo literário de Lima Barreto. A primeira delas está
voltada a discutir como Lima Barreto contrariou o regime de tempo histórico moderno.
Mediante suas crônicas, diluídas em diversos periódicos em sua breve carreira, de 1905
a 1922, analisa-se como confrontou as ideias hegemônicas sobre o espaço urbano, um dos
objetos do programa do campo do poder, isto é, dos dirigentes republicanos. Já na segunda
seção, discute-se seu capital simbólico dentro campo literário, ora com glória subterrânea
e suas dificuldades de publicação, ora como interlocutor necessário para os grupos mais
novos. Através de suas relações, defende-se a desnacionalização do campo para uma
investigação sob categorias internacionais. Por fim, a terceira parte concentra-se na saída
do seu legado editorial subterrâneo para às prateleiras. Por isso, analisa-se as condições
de publicação da coleção Obras de Lima Barreto, publicada em 1956, e, especificamente,
as mediações e classificações de Gilberto Freyre e Sergio Buarque de Holanda. Por fim,
o trabalho conclui argumentando que tanto as condições de circulação e recepção dos
textos de Lima Barreto foram assimétricas como o capital simbólico em torno das
classificação e leituras dessas múltiplas modernidades subterrâneas.
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2021-06
"ENTRE OS MUITOS E ESQUISITOS PÁSSAROS E BICHOS DESTA TERRA": A remessa de animais silvestres do Brasil colônia para Portugal
Título"ENTRE OS MUITOS E ESQUISITOS PÁSSAROS E BICHOS DESTA TERRA": A remessa de animais silvestres do Brasil colônia para Portugal
Autor
Patrícia Maria RibeiroOrientador(a)
Ronald José RaminelliData de Defesa
2021-06-21Nivel
MestradoPáginas
245Volumes
1Banca de DefesaLeonardo MarquesLorelai Brilhante KuryRonald José Raminelli
ResumoA presente dissertação tem por objetivo analisar a remessa de animais silvestres saídos da
América lusa para Portugal em finais do século XVIII e início do século XIX (1777–
1808). Os animais enviados do Brasil colonial para o reino iriam compor as coleções
zoológicas dos viveiros reais ou o acervo de gabinetes de ciências e museus. Muitos foram
os agentes envolvidos na captura e transporte de exemplares da fauna brasileira, e muitos
também foram os esforços impetrados por esses homens para fazer chegar vivos do outro
lado do Atlântico os "esquisitos e galantes bichos" do Brasil.
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2021-06
Muito além da malandragem: Wilson Baptista em múltiplas faces e sentidos
TítuloMuito além da malandragem: Wilson Baptista em múltiplas faces e sentidos
Autor
Hiasmin Fidelis Birschener SantosOrientador(a)
Jorge Luiz FerreiraData de Defesa
2021-06-21Nivel
MestradoPáginas
113Volumes
1Banca de DefesaJorge Luiz FerreiraKarla Guilherme CarloniOrlando de Barros
ResumoPesquisa acadêmica que trabalha com a poética popular e revisita questões em torno da imagem
criada sobre Wilson Baptista (1913-1968) que na historiografia se encontra limita a
malandragem, censura e polêmica com Noel Rosa. Sua finalidade é destacar a atuação do
compositor pela valorização do seu segmento, participando de debates sobre a cultura brasileira
e atuando pelos direitos autorais. Busca-se discutir teses que definiram Wilson Baptista pela
malandragem, refletir sobre as músicas escritas por sambistas de sua época e ressaltar seus
feitos pela profissionalização do compositor, que estão silenciados no campo da História. Para
isso, são apresentadas pesquisas que destacaram a malandragem nos anos de 1930 como
resistência ao trabalho, realiza-se análise de fontes como periódicos entre os anos 1930 e 1960,
letras de sambas, trajetórias e depoimentos. A indústria fonográfica é abordada, assim como a
multiplicidade de sons, o Estado Novo e o debate da década de 1950 sobre a "autenticidade do
samba".
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2021-06
CIDADE "VIGIADA" DO AÇO: dominação autocrático-burguesa, repressão militar e resistência popular-sindical em Volta Redonda (1984-1990).
TítuloCIDADE "VIGIADA" DO AÇO: dominação autocrático-burguesa, repressão militar e resistência popular-sindical em Volta Redonda (1984-1990).
Autor
Marcos Aurélio Ramalho GandraOrientador(a)
Marcelo Badaró MattosData de Defesa
2021-06-10Nivel
DoutoradoPáginas
365Volumes
1Banca de DefesaDemian Bezerra de MeloFelipe Abranches DemierMarcelo Badaró MattosRenato Luís do Couto Neto E LemosVirginia Maria Gomes de Mattos Fontes
ResumoA dominação autocrático-burguesa, baseada na ação
contrarrevolucionária e preventiva das classes dominantes, precisou ser
reformada no período da transição para a "Nova República" tutelada pelos
militares, para evitar o agravamento de uma peculiar crise de hegemonia, superada quando as classes e estratos de classe dominantes se unificaram
em torno do projeto neoliberal. O estudo de caso sobre a cidade de Volta
Redonda (1984-1990) demonstra os embates em torno dos rumos da
democratização do país. Na cidade erguida para fixar a força de trabalho para
a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), impôs-se concepção militarizada e
militarizante das relações de trabalho, sob o disfarce ideológico da "família
siderúrgica". Considerada estratégica, a CSN sempre foi vigiada de perto pelo
Exército e a cidade foi "área de segurança nacional" em grande parte de sua
história. O enredamento do movimento sindical local com o regime populista
custou-lhe repressão imediata com o golpe civil-militar de 1964. Através das
pesquisas da Comissão Municipal da Verdade "Dom Waldyr Calheiros"
(CMV-VR) desvelou-se o terror de Estado no 1o Batalhão de Infantaria
Blindada de Barra Mansa. A reorganização dos movimentos sindical e popular
da cidade atingiu patamar destacado no período recortado, posto que, mesmo com constantes intervenções armadas do Exército, estes movimentos
conseguiram estabelecer o controle operário sobre a usina siderúrgica e
embrionárias experiências de poder popular sobre a cidade, como na greve
de novembro de 1988, onde a invasão da cidade pelo Exército foi derrotada, apesar do assassinato de três operários. A impossibilidade de nacionalização
da radicalidade da luta de classes local deixou a cidade isolada, em função do
"transformismo" porque passavam a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e
o Partido dos Trabalhadores (PT). Derrotar a experiência de imbricação dos
mais diversos movimentos sociais locais era necessário para a privatização
da CSN, o que era ao mesmo tempo simbólica e politicamente importante
para a reforma da autocracia burguesa e implantação do Neoliberalismo no
país. As pesquisas da CMV-VR mostraram como, tardiamente, posto que após
o fim "oficial" da Ditadura Civil-Militar e promulgação da Constituição Federal
de 1988, para derrotar tais experiências de controle operário e poder popular
recorreu-se à prática de graves violações de direitos humanos, tais como:
continuidade da estrutura de espionagem via Assessoria de Segurança e
Informação (ASI) da CSN; repressão armada do Exército; explosão terrorista
do Memorial Nove de Novembro, seguido de assassinato de
testemunha-chave. A CMV-VR aponta também para a necessidade de reabrir
investigações sobre a morte do prefeito eleito durante a greve de 1988, o
ex-presidente do Sindicato Juarez Antunes. Apesar da resistência
popular-sindical demonstrada neste estudo de caso, buscamos comprovar a
continuidade, embora reformada, da dominação autocrático-burguesa no
Brasil.
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2021-06
A Alemanha e o Atlântico na Época Moderna (c. 1450-1750): Mercadorias, crédito e conhecimento
TítuloA Alemanha e o Atlântico na Época Moderna (c. 1450-1750): Mercadorias, crédito e conhecimento
Autor
Elisa Michahelles DouradoOrientador(a)
Leonardo MarquesData de Defesa
2021-06-10Nivel
MestradoPáginas
148Volumes
1Banca de DefesaGeorg FischerLeonardo MarquesRafael de Bivar Marquese
ResumoA integração do oceano Atlântico e o tráfico transatlântico de escravos impactaram as estruturas
socioeconômicas do mundo inteiro. No entanto, sempre se estudaram as relações entre metrópoles
e colônias, e pouca atenção foi dada aos condicionamentos recíprocos entre as regiões mais
afastadas, como o interior da Europa centro-oriental e a economia atlântica durante a ÉpocaModerna. A dissertação percorre o envolvimento da Alemanha, ou do Sacro Império Romano-
Germânico, e as regiões do Leste Europeu com o Mundo Atlântico ao longo dos séculos XV-XVI(o tempo do sistema atlântico ibérico) e XVII-XVIII (o tempo do sistema atlântico do noroeste
europeu). Atravessando as diferentes temporalidades atlânticas, a Alemanha exerceu o papel de
fornecimento de matérias-primas básicas, de adiantamento de créditos para empreendimentos
coloniais ou de estímulo à consolidação de modernas instituições financeiras e de produção de
conhecimentos. Por outro lado, as suas estruturas sociais sofreram grande impacto com a entrada
de bens coloniais, tanto na mudança de padrões de consumo quanto no estímulo à chamada
protoindústria e o consequente crescimento populacional.
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2021-06
Mulheres Masculinas, Homens Femininos: Representações, Gênero e Identidade no Teatro de Eurípides
TítuloMulheres Masculinas, Homens Femininos: Representações, Gênero e Identidade no Teatro de Eurípides
Autor
Brian Gordon Lutalo KibuukaOrientador(a)
Alexandre Carneiro Cerqueira LimaData de Defesa
2021-06-08Nivel
DoutoradoPáginas
688Volumes
1Banca de DefesaAlexandre Carneiro Cerqueira LimaAna Livia Bomfim VieiraClaudia Beltrão da RosaGilvan Ventura da SilvaSimone de Oliveira Gonçalves Bondarczuk
ResumoEste trabalho aborda a diversidade de gêneros no drama de Eurípides, tragediógrafo grego
do século V a.C., a partir da consideração da existência de certo nível de heteronormatividade e
binarismo de gênero na Atenas Clássica, os quais são socioculturais e referenciais e, por isso, são
chamados nesta investigação de estratégias de produção de identificação de gênero. Eurípides, na
construção de seus dramas, para além dos estereótipos, constrói personagens que frequentemente
ultrapassam esses limites e fronteiras de identificação de seu gênero, estabelecendo assim um efeito
cênico-dramático que reforça o páthos de suas tragédias. Utilizando a análise do discurso, a teoria
dos regimes de gênero e a teoria interseccional, tais ultrapassamentos são identificados, analisados
e indicados como imagens e representações da diversidade de gênero no contexto de encenação.
Para tanto, as tragédias são colocadas em relação dialógica com a literatura grega, com a evidência
epigráfica e imagética, de forma a tornar mais evidente a diversidade de gênero no âmago das
construções discursivas trágicas, e relacionar tal diversidade às múltiplas identidades de gênero
passíveis de serem identificadas na segunda metade do século V a.C. em Atenas, recorte temporal
e histórico deste trabalho.
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2021-05
"Preto na Cor e Branco nas Ações": Representações Racais no Teatro de Revista - O caso da peça Secos e Molhados.
Título"Preto na Cor e Branco nas Ações": Representações Racais no Teatro de Revista - O caso da peça Secos e Molhados.
Autor
Lissa Dos Passos E SilvaOrientador(a)
Martha Campos AbreuData de Defesa
2021-05-26Nivel
MestradoPáginas
115Volumes
1Banca de DefesaMartha Campos AbreuMatheus Gato de JesusYnaê Lopes Dos Santos
ResumoOs estudos do pós-abolição se tornaram um campo fértil para elucidar como se reestruturaram
as relações raciais no Brasil após a abolição da escravatura. As peças de teatro de revista são
valiosas fontes em que é possível alcançar como as representações raciais e construções de
estereótipos alcançavam o grande público por meio da indústria do entretenimento. A peça
Seccos e molhados, escrita por Luiz Peixoto, um roteirista nomeado da Capital Federal, em
1924, com a colaboração de Marques Porto, nos ajuda a alcançar como o teatro brasileiro
reconstruía o imaginário coletivo em relação a população negra brasileira.
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2021-05
O grande pumbo: o tráfico intra-americano de escravos na formação do Atlântico Sul (1640-1700)
TítuloO grande pumbo: o tráfico intra-americano de escravos na formação do Atlântico Sul (1640-1700)
Autor
Caio Mathias Vaz PereiraOrientador(a)
Leonardo MarquesData de Defesa
2021-05-20Nivel
MestradoPáginas
203Volumes
1Banca de DefesaFabrício Pereira PradoLeonardo MarquesPedro Luís Puntoni
ResumoEste trabalho se debruça sobre uma rota do tráfico intra-americano de escravizados, a que
ligava o Rio de Janeiro ao Rio da Prata. Partindo do questionamento de como tal comércio foi
possível em diferentes escalas, vamos pensá-la em seu contexto atlântico e global. A
delimitação temporal é a do curto século XVII, entre o fim da União Ibérica em 1640 e o
início da mineração do ouro na América Portuguesa no século XVIII. Compreende-se este
momento como de rearticulações das dinâmicas atlânticas que permitiram o surgimento do
Atlântico Sul enquanto unidade coesa no interior da economia-mundo. A investigação do
tráfico negreiro intra-americano nos permite entender seu papel neste processo, assim como
na trajetória do capitalismo histórico. A hipótese aventada é que o desenrolar deste só foi
possível por meio de um rearranjo na relação entre prata e escravos, de uma reorganização
geopolítica em torno do comércio de cativos e pela integração geohistórica do Atlântico Sul
cimentada nas rotas negreiras. O resultado final é um inédito padrão de acumulação de
capitais no Atlântico Sul fundado no tráfico de escravos, em especial na sua variável
intra-americana.
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2021-05
CARMEN SANTOS: AUTORREPRESENTAÇÕES E REPRESENTAÇÕES NO CINEMA E NAS REVISTAS ILUSTRADAS
TítuloCARMEN SANTOS: AUTORREPRESENTAÇÕES E REPRESENTAÇÕES NO CINEMA E NAS REVISTAS ILUSTRADAS
Autor
Tatiana de Carvalho CastroOrientador(a)
Giselle Martins VenancioData de Defesa
2021-05-03Nivel
MestradoPáginas
157Volumes
1Banca de DefesaGiselle Martins VenancioKarla Guilherme CarloniSheila Schvarzman
ResumoEste trabalho buscou entender a performance artística e profissional de Carmen Santos na
construção do cinema brasileiro. Para além do estudo da sua trajetória esta pesquisa levantou
uma discussão acerca das autorrepresentações e representações construídas e difundidas nos
meios publicitários da época, as revistas ilustradas de variedade, como O Cruzeiro e o Jornal
das Moças e as revistas especializadas em cinema, Cinearte e A Cena Muda. Carmen Santos
foi uma ilustre figura nos primórdios do cinema brasileiro. Iniciou sua carreira como atriz, logo
passou a produzir filmes na sua própria empresa, por fim, no final da sua carreira, realizou-se
como diretora. Em suma, Carmen Santos é um nome para se pensar mulheres no cinema
brasileiro, considerando sua atuação como atriz, empresária, produtora e diretora. Esta pesquisa
levanta dois importantes pontos sobre a vida profissional de Carmen Santos: a dura construção
do cinema brasileiro no recorte dos anos 1920 – 1950 e a sua difícil inserção, enquanto mulher,
neste ambiente ocupado e desenvolvido na sua esmagadora maioria por homens. Este trabalho
buscou contemplar os estudos de gênero ao considerar as autorrepresentações como formas
encontradas por Carmen Santos para se expressar enquanto autora, artista e pioneira, e as
representações construídas sobre ela. É legítimo e indispensável a participação de Carmen
Santos neste processo, mas seu papel de gênero apresentou interferências muito mais graves do
que as indiferenças no campo enfrentado pelos "homens de cinema". Esta pesquisa perpassou
pelos anos de atuação profissional de Carmen Santos e descreveu sua carreira ponderando
algumas questões que são necessárias nos dias de hoje, como a "história das mulheres no
cinema", "violências simbólicas", "discriminação de gênero" e o primeiro cenário do cinema
brasileiro.
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2021-04
A Serviço do Santo Ofício: o Clero Regular e a Inquisição Portuguesa (1605 – 1681)
TítuloA Serviço do Santo Ofício: o Clero Regular e a Inquisição Portuguesa (1605 – 1681)
Autor
Leonardo Coutinho LourençoOrientador(a)
Georgina Silva Dos SantosData de Defesa
2021-04-26Nivel
DoutoradoPáginas
257Volumes
1Banca de DefesaAngelo Adriano Faria de AssisGeorgina Silva Dos SantosMarcelo da Rocha WanderleyPollyanna Gouveia Mendonça MunizYllan de Mattos Oliveira
ResumoA presente pesquisa apresenta uma análise sobre a relação que o clero regular estabeleceu
com a Inquisição portuguesa ao longo do século XVII. A pesquisa empregou o exame de pro-
cessos inquisitoriais, análise de sermões, cartas, impressos, manuais, pareceres e outros docu-
mentos produzidos pelos regulares e a Inquisição a fim de estabelecer, através de uma socio-
logia histórica e prosopográfica, o perfil dos regulares que serviram como qualificadores e re-
vedores de livros. Ao mesmo tempo, buscou-se compreender a relação desses religiosos com apregação, uma vez que podiam desempenhar ambas as funções. O exame resultou na verifica-
ção de que cada tarefa desempenhada pelo religioso exigia um conjunto de conhecimentos es-
pecíficos. Também se chegou à conclusão de que, a partir da posição que ocupavam na estru-
tura da Inquisição, os regulares usavam-na para acossar regulares de outras Ordens com quemnutriam alguma inimizade ou especial interesse em alijar da posição de prestígio. Chegou-se à
conclusão, por fim, que a intervenção da Inquisição, a longo prazo, dentro das Ordens ensejou
a formação de um habitus específico entre aqueles religiosos que serviam ao Santo Ofício.
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2021-04
Festa de Santo Antônio de Barbalha: usos do passado no século XXI
TítuloFesta de Santo Antônio de Barbalha: usos do passado no século XXI
Autor
Simone Pereira da SilvaOrientador(a)
Rodrigo Nunes Bentes MonteiroData de Defesa
2021-04-19Nivel
DoutoradoPáginas
239Volumes
1Banca de DefesaCícera Patrícia Alcântara BezerraLarissa Moreira VianaLeila Bianchi AguiarMartha Campos AbreuRodrigo Nunes Bentes Monteiro
ResumoEste trabalho tem por objetivo compreender os usos do passado e suas implicações na
ressignificação da Festa de Santo Antônio do município de Barbalha, localizado no Cariri,
sul do Ceará, no século XXI. O recorte temporal compreende a década de 2010, quando
a cidade recebeu o título de Capital Cearense dos Festejos de Santo Antônio (2012) e a
festa foi considerada Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil (2015) e Patrimônio Cultural
Estadual (2018); procura fazer, por outro lado, um recuo ao passado a fim de tentar
entender como a celebração em questão foi sendo construída ao longo do tempo. Para o
desenvolvimento da pesquisa utilizamos o Inventário Nacional de Referências Culturais
– INRC, periódicos, registros genealógicos e biográficos de representantes da
comunidade, dentre outros. Tais fontes ajudaram a entender o contexto que propiciou
diferentes usos do passado, ocasionando mudanças nas práticas, na celebração e nas vidas
dos moradores da localidade.
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2021-04
AUTORRETRATO E RETRATOS DE UM PUBLICISTA: ANTÔNIO BORGES DA FONSECA NAS TRAMAS DE DISCURSOS DA IMPRENSA PERNAMBUCANA E DA INSURREIÇÃO PRAIEIRA (1841-1852)
TítuloAUTORRETRATO E RETRATOS DE UM PUBLICISTA: ANTÔNIO BORGES DA FONSECA NAS TRAMAS DE DISCURSOS DA IMPRENSA PERNAMBUCANA E DA INSURREIÇÃO PRAIEIRA (1841-1852)
Autor
Carolina Paes Barreto da SilvaOrientador(a)
Gladys Sabina RibeiroData de Defesa
2021-04-08Nivel
DoutoradoPáginas
362Volumes
1Banca de DefesaGladys Sabina RibeiroIzabel Andrade MarsonMarcello Otávio Neri de Campos BasileMarcus Joaquim Maciel de CarvalhoTânia Maria Tavares Bessone da Cruz Ferreira
ResumoO paraibano Antônio Borges da Fonseca (1808-1872) foi um longevo redator que
desempenhou uma ação combatente na imprensa brasileira do século XIX. Na Corte do
Rio de Janeiro, em 1830 e 1831, tornou-se conhecido por meio de seu jornal O Repúblico
e de sua participação nas agitações de rua que antecederam a Abdicação de D. Pedro I.
Na província de Pernambuco, ao longo da década de 1840, destacou-se como um dos
principais defensores da nacionalização do comércio a retalho e da convocação de uma
Assembleia Constituinte, conquistando ampla simpatia dos segmentos populares
recifenses. A sua personalidade fez-se ainda mais emblemática em 1848 e 1849, quando
se envolveu na Insurreição Praieira e escreveu o Manifesto ao Mundo. Tido como
exaltado e republicano, suscitou virulentas polêmicas na imprensa pernambucana:
recebia, de um lado, críticas e ataques de seus opositores, e, de outro, elogios e louvores
de seus seguidores. Partindo da premissa de que os redatores do Brasil Oitocentista
utilizavam largamente o estilo retórico para desqualificar os seus oponentes, legitimar as
suas ideias e criar uma imagem de si, a presente tese tem como principal objetivo analisar
os discursos elaborados por Borges da Fonseca acerca de sua figura pública, bem como
por seus adversários e correligionários, entre 1841 e 1852. Ao contrário das biografias
que traçaram uma visão linear da vida e do pensamento político de Borges da Fonseca,
este trabalho defende o pressuposto de que o ideário do publicista foi (re)construído no
âmbito das tramas da política imperial e pernambucana e de sua aproximação com as
camadas subalternas do Recife. Foi no palco das disputas políticas e eleitorais e dos
protestos de rua da capital de Pernambuco que o jornalista apresentou para os seus
contemporâneos os seus retratos. Portanto, através da investigação de seus argumentos
retóricos, propagados por seus jornais e folhetos, faz-se oportuno conhecê-lo de forma
mais inteligível, desnudando o personagem que foi ora depreciado, ora aclamado.