Thèses
  • 2022-03

    A Pena do Bispo e a Pena da chancelaria: Prática e Teorização do Bom Governo Relativo aos Clérigos no pensamento de D. Álvaro Pais e no Portugal de D. Afonso IV (c.1275-1357)

    Título

    A Pena do Bispo e a Pena da chancelaria: Prática e Teorização do Bom Governo Relativo aos Clérigos no pensamento de D. Álvaro Pais e no Portugal de D. Afonso IV (c.1275-1357)

    Autor
    Carlos Thadeu Freire da Costa
    Orientador(a)
    Vânia Leite Fróes
    Data de Defesa
    2022-03-29
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    229
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Mariana Bonat Trevisan
    Miriam Cabral Coser
    Vânia Leite Fróes

    Resumo

    Esta dissertação tem por objetivo analisar a ideia de Bom Governo defendida por
    D. Álvaro Pais – importante intelectual, frade franciscano e bispo de Silves entre 1335 e
    1349 – em sua obra clássica, Estado e Pranto da Igreja e a adotada na prática pelo rei
    de Portugal, D. Afonso IV (rei: 1325-1357), particularmente em relação ao clero. Esta
    dissertação trata da Baixa Idade Média, mais especificamente no século XIV, e da
    Europa Ocidental, mais especificamente Portugal. Esta época foi marcada por estes dois
    fênomenos da história ocidental: a emergência do Estado monárquico e a permanente
    reflexão sobre as ideias políticas em meio às sempre perenes relações entre Igreja e
    Estado. Estes dois fenômenos se influenciaram mutuamente e simultaneamente. Desta
    forma, esta dissertação pretende auxiliar na compreensão de como intelectuais através
    de suas ideias e seu pertencimento a determinadas escolas de pensamento; e de como
    estadistas através de suas ações contribuíam para esta formação, além de auxiliar na
    compreensão de como os projetos de governo, quer dos intelectuais, quer dos estadistas
    eram fundamentais neste processo de longa duração, que, iniciado em meados do século
    XIII e concluído em meados do XVI, deu origem a monarquias cristãs operantes e bem
    azeitadas, capazes de determinar muitos aspectos, para o bem e para o mal, da vida de
    seus súditos, muitas vezes, sem romperem com a Igreja Católica Romana.




  • 2022-03

    Por que esse raio terrível caiu sobre nós vindo do extremo Norte?" Uma História Global das Incursões Vikings (séculos VIII-X)

    Título

    Por que esse raio terrível caiu sobre nós vindo do extremo Norte?" Uma História Global das Incursões Vikings (séculos VIII-X)

    Autor
    Caio de Amorim Féo
    Orientador(a)
    Mário Jorge da Motta Bastos
    Data de Defesa
    2022-03-28
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    261
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Leonardo Marques
    Mário Jorge da Motta Bastos
    Sandro Teixeira Moita

    Resumo

    Nos últimos anos presenciamos o florescer de novas pesquisas sob o prisma da História
    Global. No que diz respeito aos estudos medievais, a abordagem ainda possui poucos
    trabalhos quando comparados com outras épocas da História. Esta dissertação busca,
    assim, contribuir com os novos estudos sobre História Global acerca da Idade Média,
    analisando especialmente as ditas incursões vikings ocorridas entre os séculos VIII e X.
    Pretende-se identificar no conjunto documental, tanto escrito quanto material, as
    estruturas mais evidentes manifestas pelas diversas incursões no globo, ou seja, sem
    pretender adentrar as especificidades de cada região. Nesse sentido, as incursões são
    abordadas como compondo um sistema estrutura, cuja manifestação exibiu diversas
    similitudes que geralmente são pouco referendadas pela historiografia em detrimento das
    especificidades regionais. A abordagem global aqui utilizada pretende demonstrar como
    as incursões foram determinantes na integração dos grupos vikings e da Escandinávia aos
    locais atingidos pelas expedições, sendo importantes no processo de construção e
    redefinição das identidades e etnicidades durante o Período Viking.




  • 2022-03

    De aliados a inimigos políticos?: Bernardo Pereira de Vasconcelos e O Universal (1825-1840)

    Título

    De aliados a inimigos políticos?: Bernardo Pereira de Vasconcelos e O Universal (1825-1840)

    Autor
    Rafael Domingos Rocha
    Orientador(a)
    Jonis Freire
    Data de Defesa
    2022-03-24
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    142
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Jonis Freire
    Silvana Mota Barbosa
    Tâmis Peixoto Parron

    Resumo

    Longe de ser uma simples caixa de ressonância que apenas veiculou notícias, os periódicos
    foram integrantes e partícipes ativos dos acontecimentos e processos históricos no Império do
    Brasil. Em meio às intensas transformações que ocorreram no eixo oceano atlântico na
    primeira metade do século dezenove, foram eles os principais responsáveis por difundir:
    ideias, projetos de nação e fomentar debates na vida pública. Diante da nova linguagem
    política e comercial, os jornais de cunho liberal passaram a integrar a cena imperial mediante
    o uso de termos como: liberdade, democracia e constituição. O fato de ter tido uma vida
    longeva no Império do Brasil, justifica a escolha do jornal O Universal como fonte principal
    para esta pesquisa. Tendo circulado entre 1825 e 1842, ele foi editado em Ouro Preto, capital
    da província mineira. Esta dissertação de mestrado tem por finalidade investigar o
    comportamento do referido periódico no tocante ao evento do liberalismo e sua afinidade com
    os sistemas constitucional, representativo e escravocrata, no contexto dos conflitos entre "ser
    português" e "ser brasileiro" no processo de constituição da nação brasileira. Tendo em vista a
    contribuição de Bernardo Pereira de Vasconcelos para com este jornal – sendo, inclusive,
    considerado um dos principais redatores –, pretende-se analisar em quais momentos seu
    discurso se intercruza com O Universal ao longo do Primeiro Reinado, Regências e
    desdobramentos do Golpe da Maioridade.




  • 2022-03

    Circularidade e Ressignificação - Espaços de Sociabilidade e a Presença das Ideias Anarquistas no Rio de Janeiro (1870-1920)

    Título

    Circularidade e Ressignificação - Espaços de Sociabilidade e a Presença das Ideias Anarquistas no Rio de Janeiro (1870-1920)

    Autor
    Eduardo Carracelas Lamela
    Orientador(a)
    Carlos Augusto Addor
    Data de Defesa
    2022-03-21
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    374
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Alexandre Ribeiro Samis
    Angela Maria Roberti Martins
    Carlos Augusto Addor
    Daniel Aarão Reis Filho
    Magali Gouveia Engel

    Resumo

    A tese problematiza as formas de circularidade e ressignificação das ideias anarquistas
    em espaços de sociabilidade na região central do Rio de Janeiro, entre as décadas de
    1870 e 1920, propondo uma reflexão que busca compreender o papel destes espaços na
    construção autodeterminada de uma cultura política anarquista, manifestada nas ações
    diretas coletivas nesse território da cidade. A rigor, o anarquismo foi no Distrito Federal
    importante corrente organizatória entre as trabalhadoras e os trabalhadores, observada,
    com maior força no início do século XX, em espaços como associações, centros
    culturais, sindicatos, mas também em atos públicos nas ruas, parques e praças. O que se
    propõe é uma modificação dos termos do debate acerca da suposta "chegada" das ideias
    anarquistas por meio de imigrantes, que figura de maneira consagrada na historiografia
    sobre o tema. Como problematização, afirma-se a hipótese de que estas ideias se
    encontravam em circularidade, de maneira não hierárquica entre diferentes países e
    regiões, onde cada coletividade imprimia suas subjetividades, interpretações e usos. Ou
    seja, ideias reapropriadas e construídas sempre a partir do contexto em que se inseriam,
    fundamentadas na prática operária, ainda que com referências ao cenário internacional,
    conhecido através da imprensa. Três tipos de espaços são abordados, nos quais, na
    delimitação temporal proposta, observam-se referências às ideias e práticas anarquistas:
    o espaço da imprensa periódica, tanto a grande imprensa quanto a operária e anarquista;
    os espaços específicos da organização classista da(o)s trabalhadora(e)s; e os outros
    espaços, públicos e culturais, que, embora não exclusivos desta(e)s, são também por
    elas e eles ocupados em atividades de resistência e propaganda.




  • 2022-03

    Violência e Identidade na Conquista de Lisboa em 1147: uma análise da crônica De Expugnatione Lyxbonensi e sua inserção na Cristandade Latina dos séculos XI e XII

    Título

    Violência e Identidade na Conquista de Lisboa em 1147: uma análise da crônica De Expugnatione Lyxbonensi e sua inserção na Cristandade Latina dos séculos XI e XII

    Autor
    Leandro Ribeiro Brito
    Orientador(a)
    Carolina Coelho Fortes
    Data de Defesa
    2022-03-14
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    237
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Carolina Coelho Fortes
    Edmar Checon de Freitas
    Leila Rodrigues da Silva

    Resumo

    Os séculos XI e XII foram um período de intensas movimentações no interior da
    Cristandade Latina. Dentre algumas transformações podemos citar as cruzadas, a
    reconquista, as expansões feudais, o fortalecimento papal e um significativo aumento
    demográfico. Entre conflitos e alianças, os reinos ibéricos tomaram parte das políticas
    existentes para seu próprio fortalecimento. Dentre estes reinos, a monarquia portucalense
    buscava se afirmar como uma autoridade régia dentro da Cristandade. A conquista de
    Lisboa ocorre em 1147. Situada como uma guerra santa, a expansão feudal de Afonso
    Henriques usa as hostes cruzadas em seu intento de legitimação. Expandindo seus
    domínios, Afonso constrói uma imagem de suas guerras através de uma literatura
    memorialística com intuito propagandista. De Expugnatione Lyxbonensi é uma crônica
    que narra a conquista de Lisboa e foi escrita por um anglo-normando de nome Raul. A
    carta, que entendemos ter como objetivo a construção de uma identidade cristã frente ao
    diferente muçulmano, está repleta de violência como instrumento de subjugação e
    domínio, além de ser usada como veículo de exaltação dos feitos afonsinos. Portanto, o
    objetivo da presente dissertação é apontar a existência da violência justificada pela lógica
    da identidade e da diferença. Uma violência que foi instrumentalizada pelos poderes
    existentes no período.




  • 2022-03

    O PARTIDO DA FÉ CAPITALISTA: organizações religiosas e o imperialismo norte-americano na segunda metade do século XX

     

    Título

    O PARTIDO DA FÉ CAPITALISTA: organizações religiosas e o imperialismo norte-americano na segunda metade do século XX

     

    Autor
    Rodrigo de Sá Netto
    Orientador(a)
    Virginia Maria Gomes de Mattos Fontes
    Data de Defesa
    2022-03-10
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    806
    Volumes
    2
    Banca de Defesa
    Bernardo Kocher
    Eurelino Teixeira Coelho Neto
    Fabio Py Murta de Almeida
    Ricardo Mariano
    Virginia Maria Gomes de Mattos Fontes

    Resumo

    Esta tese investiga o despontar mundial de organizações religiosas norte-americanas,
    como igrejas pentecostais e entidades missionárias interdenominacionais, após meados
    do século XX, relacionando-o com o lançamento de uma guerra psicológica e de
    propaganda, concebida pelos Estados Unidos em princípios dos anos 1950 a fim de conter
    a influência global soviética e reforçar seu domínio sobre o mundo capitalista. Será visto,
    também, como esse projeto foi abraçado pelo Estado e pelo empresariado no Brasil, num
    contexto em que tais associações encontram campo propício para sua instalação e
    disseminação, não apenas em função da proteção a elas conferidas pelos setores
    dirigentes, mas também em virtude de novas características impressas à sociedade
    brasileira ao longo do processo de integração econômica internacional do país.
    Organizações que serão tratadas, partindo de formulações de Antônio Gramsci, como
    aparelhos privados de hegemonia que, coligados, operaram mundialmente como um
    partido, com seu proselitismo instilando consenso favorável aos interesses capitalistas no
    plano da sociedade civil, enquanto, na esfera do Estado restrito, prestaram apoio a
    governos conservadores e produziram políticos engajados no avanço de programas
    economicamente liberais. No panorama da crescente internacionalização do capital, com
    preeminência daquele sediado nos Estados Unidos, transformando o imperialismo num
    capital-imperialismo, essa coligação religiosa ecumênica, porém liderada sobretudo por
    porções evangélicas, atuou na progressiva consolidação do domínio norte-americano
    sobre o Brasil e o mundo na segunda metade do século passado. Tais conclusões são

    baseadas em pesquisa documental em arquivos governamentais brasileiros e norte-
    americanos. Já as balizas temporais da tese têm em seu limite inferior o ano de 1945,

    marcando o fim da Segunda Guerra Mundial e o início da dominação estadunidense sobre
    o mundo ocidental, indo até 2002, último ano do governo de Fernando Henrique Cardoso,
    que assinala a conclusão da reforma da economia brasileira em bases liberais, que contou
    com grande contribuição da bancada evangélica.




  • 2022-03

    O município do Rio de Janeiro no tráfico interno de pessoas escravizadas no Império do Brasil (1850-1888)

    Título

    O município do Rio de Janeiro no tráfico interno de pessoas escravizadas no Império do Brasil (1850-1888)

    Autor
    Larissa Bagano Dourado
    Orientador(a)
    Hebe Maria da Costa Mattos Gomes de Castro
    Data de Defesa
    2022-03-09
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    190
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Hebe Maria da Costa Mattos Gomes de Castro
    Larissa Moreira Viana
    Maria da Vitória Barbosa Lima
    Solange Pereira da Rocha
    Thiago Campos Pessoa Lourenço

    Resumo

    O fim efetivo do tráfico atlântico de escravizados(as) provocou uma mudança nas
    dinâmicas internas de compra e venda de pessoas, crescia o tráfico interprovincial e
    intraprovincial de cativos(as), sobretudo em direção à região cafeicultura das províncias
    do Rio de Janeiro e São Paulo. Nesse cenário, a cidade do Rio de Janeiro, Corte do
    Império do Brasil, que até então foi o principal porto onde os navios negreiros
    desembarcavam, se tornou mais uma vez um entreposto comercial fundamental, no qual
    as rotas dos comerciantes do grosso trato se cruzavam. Diante dessa circunstância, o
    objetivo dessa tese é compreender as muitas formas de sobreviver e se deslocar da
    população escravizada comercializada na Corte. A partir da perspectiva da história social
    inglesa, em particular dos conceitos de E. P. Thompson (2011), foram consultados os
    registros de compra e venda de escravizados(as) do Rio de Janeiro; relatórios dos
    presidentes da província do Rio de Janeiro; relatórios do chefe de polícia da Corte, que
    compõem as mensagens dos ministros da Justiça do Império; anúncios de fuga
    consultados no jornal Diário do Rio de Janeiro; censo de 1872 entre outros materiais. O
    argumento dessa tese é que, devido à centralidade do município do Rio de Janeiro no
    tráfico interno de escravizados(as) e à alta circulação de pessoas nas suas ruas,
    desenhavam-se possibilidades para que os cativos e as cativas que estavam sendo
    comercializados agenciassem os seus destinos.




  • 2022-02

    A cor da cidade: raça, controle social e reformas no Rio de Janeiro (1890-1906)

    Título

    A cor da cidade: raça, controle social e reformas no Rio de Janeiro (1890-1906)

    Autor
    Thiago Campos da Silva
    Orientador(a)
    Laura Antunes Maciel
    Data de Defesa
    2022-02-18
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    207
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Heloisa de Faria Cruz
    Karoline Carula
    Laura Antunes Maciel

    Resumo

    O objetivo desta dissertação é averiguar as transformações urbanas no Centro do Rio de
    Janeiro durante os anos 1890-1906, problematizando se conteúdos raciais e culturais
    orientaram essas intervenções e como elas impactaram a vida dos moradores pobres na
    região central da cidade. Mapeando as ruas e endereços mais atingidos pela ação da
    polícia para conter as práticas culturais associadas à população afro-brasileira e, também,
    para reprimir a "vagabundagem", busco avaliar os seus possíveis nexos com as
    intervenções nomeadas de "reformas urbanas". A partir desses caminhos, indago se em
    alguma medida a cor dos moradores e as práticas culturais associadas à "raça" dos sujeitos
    orientaram as obras de transformação do espaço urbano, isto é, se as reformas
    implementadas se articularam à repressão às práticas culturais, aos costumes e
    sociabilidades afro-brasileiras. Proponho avaliar se estes espaços foram, também, os
    lugares mais associados pela imprensa e pelas autoridades policiais à existência de uma
    "cidade negra" no Rio de Janeiro. Diante desse problema histórico, trabalho com a cultura
    como dimensão na qual as questões raciais são travadas.




  • 2022-02

    CINEMA & HIP HOP NOS ANOS 1990: O INVASOR NAS DISPUTAS DE REPRESENTAÇÃO ENTRE CENTRO, PERIFERIA, CRIME E VIOLÊNCIA

    Título

    CINEMA & HIP HOP NOS ANOS 1990: O INVASOR NAS DISPUTAS DE REPRESENTAÇÃO ENTRE CENTRO, PERIFERIA, CRIME E VIOLÊNCIA

    Autor
    Guilherme Muniz Safadi
    Orientador(a)
    Juniele Rabêlo de Almeida
    Data de Defesa
    2022-02-08
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    317
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Ana Maria Mauad de Sousa Andrade Essus
    Juniele Rabêlo de Almeida
    Marcos Francisco Napolitano de Eugenio
    Mônica Almeida Kornis
    Rafael Lopes de Sousa

    Resumo

    Esta tese toma como eixo o filme O invasor (2001), de Beto Brant, para investigar formas e
    disputas de representação sobre grupos sociais em relação à criminalidade e à violência
    urbana no Brasil dos anos 1990. Pensando as relações entre filme e história sociocultural e
    atentando aos debates públicos no tempo presente, busca-se abordar os processos de
    significação da obra e os contatos que estabelece com imagens e discursos disponíveis em seu
    contexto. Ao investigar formas cinematográficas, materiais de composição, a narrativa e suas
    articulações com os conflitos simbólicos presentes, dois fios são fundamentais para leitura
    histórica do filme: a operacionalidade de "centro" e "periferia" e a abrangência do crime e da
    violência em representações da sociedade brasileira. O protagonismo assumido no filme pelo
    quadro de referências em torno de "centro-periferia", envolvendo desde as figurações à
    focalização narrativa, informa a maneira de construir a representação da sociedade e da
    violência. Indaga-se ainda em que medida essas referências contribuem para as singularidades
    e deslocamentos na construção audiovisual de hierarquias sociais do crime, em relação a
    filmes do passado e do seu tempo. Tais categorias vinham adquirindo um destaque particular
    em São Paulo, passando da academia à imprensa, até serem apropriadas, durante os anos
    1990, por novos agentes que se identificavam como periféricos, com destaque para um
    insurgente movimento hip hop, a partir de elaborações que construíram novas matrizes de
    abordagem das dinâmicas sociais da violência e do crime. Para além das expressões do rap na
    trilha sonora e do envolvimento do rapper Sabotage com o projeto, o hip hop é considerado
    em sua relação dialógica com o cinema, para se problematizar os conflitos simbólicos entre
    "centro" e "periferia" na abordagem da violência. Investiga-se em que medida as elaborações
    do hip hop constituem uma matriz para a construção das formas de tensão social e
    interpelação do "centro" construídas pelo filme, num processo dialógico, em que diferentes
    vozes sociais são combinadas na construção narrativa. Sem que se esgote em O invasor, a
    película aponta para um ponto de inflexão importante num momento em que alguns filmes
    brasileiros buscaram formas particulares de diálogo com o hip hop, o que leva a avaliar a
    força dessa relação para deslocamentos de imagens e sentidos das relações entre centro,
    periferia, crime e violência na história recente do Brasil.




  • 2022-01

     VEJA E O GOLPE DE 2016: HEGEMONIA, IDEOLOGIA E PROJETO NEOLIBERAL.

    Título

     VEJA E O GOLPE DE 2016: HEGEMONIA, IDEOLOGIA E PROJETO NEOLIBERAL.

    Autor
    Alessandro Guerra Mendonça
    Orientador(a)
    Marcus Ajuruam de Oliveira Dezemone
    Data de Defesa
    2022-01-31
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    218
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Marcus Ajuruam de Oliveira Dezemone
    Renata Torres Schittino
    Vivian Luiz Fonseca

    Resumo

    A deposição de Dilma Rousseff ocorrida em agosto de 2016 trata-se de um dos processos
    políticos mais relevantes das últimas décadas no Brasil. As interpretações sobre este tema
    indicam a participação decisiva de parlamentares, membros do Poder Judiciário,
    entidades de classe empresariais, movimentos sociais e grandes veículos de imprensa. O
    objetivo deste trabalho é compreender a atuação de um periódico de circulação nacional,
    a revista VEJA, neste processo. Trata-se de compreender o posicionamento do semanário
    e, principalmente, suas razões a partir da análise de suas relações sociais, suas ideias e
    propostas políticas, assim como as interpretações sobre o domínio político, econômico e
    a deposição de Rousseff presentes em suas páginas. A investigação sobre o papel de
    VEJA se faz dentro da referência da tradição marxista, sobretudo amparada pelas obras
    de Marx e Gramsci, compreendendo o processo histórico e seus sujeitos à luz da estrutura
    social capitalista, da luta de classes, da disputa por hegemonia na sociedade civil, e da
    produção e reprodução de ideologia. A conclusão é de que a revista legitima e justifica a
    derrubada de Rousseff. Legitima por meio da ênfase na legalidade do processo, como a
    previsão constitucional do impeachment e o suposto crime de responsabilidade da
    presidenta, negando assim a existência de um do golpe de Estado. E justificativa com
    base no destaque aos temas da corrupção e da crise econômica. Nas páginas da revista, o
    PT seria o grande responsável pela corrupção no país e o governo Dilma beneficiário
    direto. Quanto à questão econômica, o governo confundido com o partido seriam os
    responsáveis por jogar o país numa de suas maiores crises econômicas. O trabalho
    demonstrou que a razão da atuação de VEJA tem por base a defesa de um projeto
    neoliberal de sociedade que antecede e sustenta sua interpretação e crítica à gestão de
    Dilma Rousseff. Isso seria explicado numa lógica de representação de classes sociais, em
    articulação da alta burguesia financeira, da industrial e de uma burguesia financista e
    intelectual, com a finalidade colaborar com a mudança de direção e orientação política
    do Estado em favor de uma agenda econômica neoliberal.




  • 2022-01

    "Isto não é retrogradação, é adiamento da perfeição": o liberalismo conservador regressista (1835-1841).

     

    Título

    "Isto não é retrogradação, é adiamento da perfeição": o liberalismo conservador regressista (1835-1841).

     

    Autor
    Luaia da Silva Rodrigues
    Orientador(a)
    Gladys Sabina Ribeiro
    Data de Defesa
    2022-01-31
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    448
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Andrea Slemian
    Camila Borges da Silva
    Gladys Sabina Ribeiro
    Lúcia Maria Paschoal Guimarães
    Marcello Otávio Neri de Campos Basile

    Resumo

    Tendo como fio condutor os debates parlamentares oitocentistas, a tese investiga o
    surgimento, o desenvolvimento e a legitimação do movimento regressista, bem como a
    sua importância para a consolidação das instituições políticas brasileiras. Inspirado em
    um liberalismo conservador – que também encontrava ecos em outros partidos –, o
    Regresso surgiu no seio da Câmara dos Deputados, no final de 1835, e se fortaleceu, entre
    1836 e 1837, ao fazer oposição aos ideais descentralizadores defendidos pela
    administração de Feijó. A partir de um projeto que pregava a centralização, a ordem e um
    governo parlamentar, os regressistas forjaram alianças que lhes garantiram a maioria na
    Câmara e, mediante estratégias parlamentares diversas, impediram a aprovação dos
    principais projetos governamentais de Feijó. Nesse cenário, em setembro de 1837, o padre
    regente acabou renunciando, Araújo Lima assumiu interinamente e os regressistas foram
    nomeados para o ministério. A partir de então, lutaram para efetivar as suas pautas
    centralizadoras e ordenatórias, e, graças à sua política transacionista, conquistaram o
    apoio da maioria parlamentar e conseguiram a força necessária para aprovar os seus
    projetos, a exemplo da revisão do Ato Adicional e do Código de Processo Criminal,
    sancionados, respectivamente, em 1840 e 1841, além do desenvolvimento de uma política
    escravista que ia ao encontro dos interesses senhoriais.




  • 2022-01

    Memória em movimento: repertórios de ação e experiências do tempo no movimento estudantil do "fora Collor" às "jornadas de junho" (1992-2013)

    Título

    Memória em movimento: repertórios de ação e experiências do tempo no movimento estudantil do "fora Collor" às "jornadas de junho" (1992-2013)

    Autor
    Maria Julia Dias Rodrigues
    Orientador(a)
    Angelica Müller
    Data de Defesa
    2022-01-25
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    157
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Américo Oscar Guichard Freire
    Angelica Müller
    Francine Iegelski

    Resumo

    O presente trabalho tem como proposta analisar os repertórios de ações coletivas, as
    tensões e disputas do movimento estudantil de esquerda brasileiro dos anos 1990, com
    destaque para o ano de 1992, e as manifestações dos ‘caras pintadas’, até 2013. Dois tipos
    de repertórios importantes serão foco da análise: o primeiro, sobre as políticas de
    memória, em especial, as disputas em torno da construção de uma história oficial da UNE
    e a tentativa de cristalizar a memória da luta das entidades estudantis. E o segundo ponto,
    sobre as rupturas trazidas pelos "novos movimentos sociais" dos anos 1970 e 1980,
    identificando, sobretudo, a inclusão e o desenvolvimento das bandeiras dos movimentos
    feministas, de negritude e LGBT nas pautas estudantis no recorte temporal proposto. O
    estudo objetiva corroborar os debates em torno das disputas ideológicas e da
    desarticulação das esquerdas nas jornadas de junho, e perpassa também analisar a relação
    do movimento estudantil com passado, presente e futuro, procurando identificar 2013
    como um ano-chave para pensar a história do tempo presente brasileiro.




  • 2022-01

    "Quereis ou não quereis a liberdade?: Perspectivas republicanas sobre escravidão e abolicionismo no Brasil, 1866-1871

    Título

    "Quereis ou não quereis a liberdade?: Perspectivas republicanas sobre escravidão e abolicionismo no Brasil, 1866-1871

    Autor
    Fabiano Dauwe
    Orientador(a)
    Humberto Fernandes Machado
    Data de Defesa
    2022-01-12
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    408
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Humberto Fernandes Machado
    Karoline Carula
    Lucia Maria Bastos Pereira Das Neves
    Tâmis Peixoto Parron
    Tânia Maria Tavares Bessone da Cruz Ferreira

    Resumo

    "Quereis ou não quereis a liberdade?": Perspectivas republicanas sobre escravidão
    e abolicionismo no Brasil, 1866-1871.
    No início da década de 1870, duas questões políticas movimentaram a opinião pública
    brasileira. O Manifesto Republicano, surgido no Rio de Janeiro em 3 de dezembro de
    1870, marcou o início da atuação política do republicanismo no Brasil. Seis meses
    depois, o Parlamento brasileiro iniciou as discussões do projeto que viria a se tornar a
    Lei do Ventre Livre, que preconizava o fim da escravidão em um médio prazo.
    Recorrendo a panfletos políticos, artigos de jornal e à literatura especializada da época,
    esta Tese analisa a participação de alguns signatários do Manifesto Republicano no
    debate público sobre a escravidão no período entre a publicação do Manifesto e a
    aprovação da Lei do Ventre Livre (28 de setembro de 1871). O objetivo é perceber o
    que poderia haver de distinto na perspectiva dos republicanos sobre a escravidão em
    relação ao que os partidos tradicionais ofereciam, considerando-se seu desejo de ruptura
    com a monarquia e sua origem social e profissional específica, e de que forma eles
    aproveitaram a ocasião para anunciar as vantagens do sistema que propunham. Em
    especial, a pesquisa observa os debates nos círculos técnico-científicos, na imprensa e
    em associações de classe, tomando-se por referência, respectivamente, as obras do
    engenheiro Antônio da Silva Netto, dos jornalistas Quintino Bocaiuva, Miguel Vieira
    Ferreira, José Carlos Rodrigues e especialmente Luís Barbosa da Silva (sob o
    pseudônimo Theodoro Parker), e do ex-deputado Cristiano Benedito Ottoni. A grande
    disparidade de perspectivas sobre o assunto e de propostas apresentadas não permite
    considerar esses indivíduos como um grupo coeso, tendo sido frequentes as
    discordâncias entre os próprios republicanos. A pesquisa procurou demonstrar que as
    perspectivas podem ser divididas, fundamentalmente, em duas correntes. Os
    republicanos que observavam a questão de forma mais teórica propunham uma abolição
    mais rápida e com menos contrapartidas aos proprietários, e em muitos casos prevendo
    medidas de apoio aos libertos. Os mais pragmáticos adotavam posições mais próximas
    do pensamento senhorial, rejeitavam a libertação sem indenização e se opunham
    fortemente ao projeto de lei oficial. Ainda assim, todos esses republicanos se
    consideravam abolicionistas, mesmo os que defendiam ideias que poderiam ser — e
    eram — consideradas pró-escravidão.




  • 2022-01

    TERRITÓRIO NACIONAL EM MOVIMENTO: A trajetória de Henrique Beaurepaire Rohan (1844-1884)

    Título

    TERRITÓRIO NACIONAL EM MOVIMENTO: A trajetória de Henrique Beaurepaire Rohan (1844-1884)

    Autor
    Eveline Almeida de Sousa
    Orientador(a)
    Marcus Ajuruam de Oliveira Dezemone
    Data de Defesa
    2022-01-10
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    238
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Francivaldo Alves Nunes
    Márcia Maria Menendes Motta
    Marcus Ajuruam de Oliveira Dezemone
    Marina Monteiro Machado
    Mauro Cezar Coelho

    Resumo

    Neste trabalho, analiso as percepções sobre o território nacional na perspectiva do
    engenheiro militar Henrique Pedro Carlos de Beaurepaire Rohan, entre 1844 e 1884. Ao
    investigar sua trajetória, é possível observar que a maioria das atividades que exerceu estavam
    de alguma maneira associadas a formas de esquadrinhar, registrar e controlar o território
    nacional e suas populações, revelando vínculos entre experiências e sua profícua e extensa
    produção. Em sua viagem ao Paraguai (1846), na construção da Carta Geral do Império de
    1875, e da Carta do Brasil de 1883, e durante seu engajamento nas discussões sobre a reforma
    agrícola no Brasil do Oitocentos (1878-1884), identifiquei propostas para mapear o território e
    estabelecer um modelo de registro das informações sobre o Império, bem como apontar os
    meios para o melhoramento econômico e material do país. Nesse sentido, a corografia e a
    cartografia (principalmente das Cartas de 1875 e de 1883) cumpriam um papel determinante
    nas formulações de Henrique Beaurepaire Rohan, como meios de apropriação do território
    nacional do Império, em um processo de "expansão para dentro". Em sintonia com os objetivos
    do Estado e com certa leitura dos engenheiros militares sobre o espaço físico nacional, ao
    produzir reflexões sobre o território, Rohan também construía um lugar para si nos espaços de
    sociabilidade e de poder no Segundo Reinado.




  • 2022-01

    A PROPAGANDA EM CORES E A CENSURA EM PRETO E BRANCO: a construção da opinião pública na Ditadura Militar

    Título

    A PROPAGANDA EM CORES E A CENSURA EM PRETO E BRANCO: a construção da opinião pública na Ditadura Militar

    Autor
    Raphael Oliveira da Silva
    Orientador(a)
    Marcus Ajuruam de Oliveira Dezemone
    Data de Defesa
    2022-01-10
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    220
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Angelica Müller
    Denise Rollemberg Cruz
    Marcus Ajuruam de Oliveira Dezemone
    Ricardo Antonio Souza Mendes
    Wagner Pinheiro Pereira

    Resumo

    Este trabalho busca revisitar a propaganda e a censura na Ditadura Militar (1964-1985) por
    meio da análise das instituições e de atores ligados ao regime, e do uso feito da noção de
    opinião pública. Por meio do diálogo com a historiografia recente, do manuseio de
    documentação inédita e de entrevistas com ex-integrantes da Assessoria de Relações Públicas
    (AERP), a tese também procura analisar como os responsáveis pela propaganda e pela
    censura percebiam o retorno sobre o seu trabalho, utilizando pesquisas de opinião pública, na
    sua relação com a criação de adesões, acomodações e resistências, para além da dicotomia
    opressor/oprimido, que marca parte da produção acadêmica sobre o período. A partir disso, é
    desenvolvido um estudo de caso sobre como tais aspectos – censura, propaganda e opinião
    pública – eram tratados na TV Globo, empresa privada de mídia, cujo proprietário e a
    diretoria aderiram ao regime, representando e contribuindo para o projeto de integração
    nacional apregoado pelo governo. Assim, o trabalho é um esforço para pensar as relações
    entre instituições e os indivíduos que as integravam, ao perceber como as suas ações
    contribuíram para produzir um discurso ufanista sobre o Brasil. Trata-se, ainda, de apontar
    elementos que contribuíram para a construção de uma narrativa que – embora planejada, mas
    sem centralização – desenvolveu um conjunto de percepções positivas sobre o regime militar
    que permaneceram em memórias sobre o período.




  • 2021-12

    "AFINAL, EU SOU OU NÃO SOU O REI DO CANDOMBLÉ": ASPECTOS DA TRAJETÓRIA ARTÍSTICA DE  JOÃOZINHO DA GOMÉIA (1936-1966)

    Título

    "AFINAL, EU SOU OU NÃO SOU O REI DO CANDOMBLÉ": ASPECTOS DA TRAJETÓRIA ARTÍSTICA DE  JOÃOZINHO DA GOMÉIA (1936-1966)

    Autor
    Andréa Dos Santos Nascimento
    Orientador(a)
    Larissa Moreira Viana
    Data de Defesa
    2021-12-14
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    255
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Andrea Luciane Rodrigues Mendes
    Larissa Moreira Viana
    Nielson Rosa Bezerra

    Resumo

    Essa dissertação tem como objetivo analisar alguns aspectos da trajetória artística do
    pai de santo baiano Joãozinho da Goméia, através da sua atuação nos palcos de
    cassinos, teatros, boates, e na rádio, na imprensa, no cinema e no carnaval. A partir
    da consulta aomaterial de imprensa produzido entre 1936 e 1966, e com o auxílio de
    uma bibliografia especifica consegui mergulhar neste mar profundo que foi o Rei do
    Candomblé. Para investigar os seus rastros como artista, tive que considerar as suas
    múltiplas faces, e entender que o fio condutor desta busca era o seu envolvimento
    com o candomblé. Constatar que artístico e religioso dialogavam e se entrecruzavam
    constantemente, foi o ponto de partida desta travessia que buscou tecer os fios
    deixados pelo caminho por biógrafos do pai de santo, e, como consequência, gerou
    outros tantos fios que pretendem fornecer subsídios para outros tantos trabalhos.
    O período analisado está centrado entre 1936 e 1966, que equivale à participação
    colaborativa nos preparativos do Segundo Congresso Afro-brasileiro de 1937; e a
    participação de Joãozinho como "destaque de luxo" e condutor do desfile "Glórias e
    Graças da Bahia" da Escola de Samba Império Serrano. Esta pesquisa descobriu
    Joãozinho da Goméia nos entornos, através da construção de redes de sociabilidades
    que eram redimensionadas de acordo com os seus interesses, como se estas pessoas
    fossem peças em um tabuleiro de xadrez. Revelando a personalidade estrategista do
    pai de santo. Esta revolução de cores, brilhos, sons e passos, revelam também
    aspectos da luta de um homem negro no período pós-Abolição que rompeu o "véu
    da invisibilidade" e construiu um projeto de ascensão social nos campos artístico e
    religioso.




  • 2021-12

    TEATRO E COTIDIANO NO PORTUGAL QUINHENTISTA

    Título

    TEATRO E COTIDIANO NO PORTUGAL QUINHENTISTA

    Autor
    Vanessa Gonçalves Bittencourt de Souza
    Orientador(a)
    Georgina Silva Dos Santos
    Data de Defesa
    2021-12-13
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    395
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Ana Paula Torres Megiani
    Edmar Checon de Freitas
    Georgina Silva Dos Santos
    José Costa D'assunção Barros
    Luciana Mendes Gandelman

    Resumo

    Esta tese analisa de que maneira o cotidiano da sociedade portuguesa do século XVI foi
    representado nas peças teatrais de Afonso Álvares (15??-1580), António Prestes (1530-15??),
    António Ribeiro Chiado (1520-1591) e Baltasar Dias (15??-15??). Esses quatro poetas e
    dramaturgos são tradicionalmente relacionados como integrantes de uma Escola Vicente ou
    como seguidores de Gil Vicente (1465-1537), um dos nomes mais expressivos da história do
    teatro em Portugal. Numa conjuntura marcada pela expansão ultramarina, pelas reformas
    religiosas, pelo estabelecimento da inquisição e por um processo de reorganização das
    estruturas administrativas e jurídicas do reino português, o teatro assume um papel fundamental
    na difusão de valores, expectativas e frustrações de diferentes grupos sociais. A partir da
    articulação entre os conceitos de representação (modos de ver) e práticas (maneiras de fazer),
    uma análise qualitativa foi conduzida para identificar as principais estratégias discursivas
    aplicadas nas peças teatrais. O teatro de Afonso Álvares, António Prestes, António Ribeiro
    Chiado e Baltasar Dias estabelece modelos ideais de comportamento cristão e satiriza condutas
    socialmente indesejáveis, concentrando atenções nas diferentes configurações de relações
    conjugais, familiares e domésticas.




  • 2021-12

    MÚSICOS PARA BORDO, MARINHEIROS PARA O BAILE: Ensino, atividade musicais e a constituição de uma especialidade no Corpo de Marinheiros Nacionais (1890-1915).

    Título

    MÚSICOS PARA BORDO, MARINHEIROS PARA O BAILE: Ensino, atividade musicais e a constituição de uma especialidade no Corpo de Marinheiros Nacionais (1890-1915).

    Autor
    Anderson de Rieti Santa Clara Dos Santos
    Orientador(a)
    Larissa Moreira Viana
    Data de Defesa
    2021-12-09
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    254
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Álvaro Pereira do Nascimento
    Larissa Moreira Viana
    Martha Campos Abreu

    Resumo

    O presente trabalho trata da constituição da especialidade de música dentro do Corpo de
    Marinheiros Nacionais por meio do processo de estruturação das companhias de músicos e da
    carreira desses marinheiros entre os anos de 1890 e 1915. Ainda antes desse período, as atividades
    musicais já eram desenvolvidas nesse corpo com a existência de uma banda de música cujas
    atribuições construídas sobre o ofício foram as seguintes: 1) contribuir para o cerimonial marítimo
    principalmente quando os navios da Armada realizavam viagens de instrução de guardas-marinha e
    representações diplomáticas; 2) ser um meio de recreação do pessoal de bordo; e 3) "civilizar" os
    costumes de marinheiros, músicos ou não, e, eventualmente, o publico em geral. Pelo perfil dos
    marinheiros músicos, analisado através dos seus assentamentos em Livros de Socorros, pode-se

    verificar que eram majoritariamente pobres e negros, e oriundos das escolas de aprendizes-
    marinheiros dos "estados do Norte" à época (Ceará, Paraíba e Pernambuco, por exemplo), ocasião

    em que se iniciavam no aprendizado musical. Assim, desde a preparação nas escolas, até o
    aprimoramento no Corpo de Marinheiros Nacionais, e nas práticas musicais dentro e fora do seu
    respectivo quartel, deviam ser "moralizados e civilizados" também através da música, ajudando a
    "moralizar e civilizar" os demais. Tal ideia era disseminada por músicos e compositores de renome,
    que organizavam a atividade no Brasil desde meados do século XIX. A constituição da
    especialidade de música se deu pelas experiências dessas marinheiros músicos quando, no ingresso,
    no serviço e na ascensão nas classes hierárquicas e referentes à própria especialidade, tiveram que
    lidar com desafios postos pela própria força armada. Exemplo disso era a falta de reconhecimento
    do ofício de músico, sem as concessões de gratificações conferidas às demais especialidades,
    promoções com critérios que se amparavam nas relações de poder, com base no comportamento dos
    marinheiros ao lado da habilidade musical, além da extenuante carga de serviço entre as lides
    propriamente marinheiros nos navios, as práticas musicais nessas belonaves em extensas comissões
    ao exterior, e nas tocatas nas praças, ruas, clubes e teatros. Assim, busco analisar o processo de
    constituição da especialidade de música no contexto da consolidação das demais especialidades, das
    mudanças vivenciadas pelos marinheiros no exercício da profissão naval e as transformações no
    mercado de divertimento de massas, no bojo das transformações sociais havidas dentro do recorte
    temporal em lide no Brasil.




  • 2021-12

    Imprensa e trabalhadores no Rio de Janeiro: Greves, luta sindical e política (1950-1954)

    Título

    Imprensa e trabalhadores no Rio de Janeiro: Greves, luta sindical e política (1950-1954)

    Autor
    Artur Silva Lins
    Orientador(a)
    Laura Antunes Maciel
    Data de Defesa
    2021-12-02
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    264
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Heloisa de Faria Cruz
    Laura Antunes Maciel
    Paulo Cruz Terra

    Resumo

    A presente dissertação aborda problemas e questões que articulam perspectivas
    historiográficas tanto da História Social da Imprensa com a História Social do Trabalho,
    sobretudo através do estudo das implicações da intervenção do noticiário e dos editoriais da
    imprensa empresarial carioca sobre os comportamentos dos trabalhadores e de suas direções
    sindicais e político-partidárias durante a realização de greves massivas na cidade do Rio de
    Janeiro entre os anos 1951 e 1954. No entanto, como o fenômeno da greve se articula com uma
    variedade de instâncias, neste trabalho o foco analítico sobre a intervenção da imprensa se
    restringe, por um lado, às relações conflituosas dessas greves com o Estado, especialmente com

    os Tribunais Superiores do Trabalho e, de modo geral, com a lei antigreve expressa no decreto-
    lei 9.070, e por outro, às relações de relativa confiança que os trabalhadores estabeleceram com

    o meio político-partidário, sobretudo com as alas trabalhistas do governo de Getúlio Vargas na
    mediação dos conflitos com os patrões e nas direções sindicais vinculadas ao Partido
    Trabalhista Brasileiro e ao Partido Comunista, as maiores correntes políticas de representação
    dos trabalhadores na conjuntura. Nesse sentido, e a partir do norte teórico-metodológico
    assentado na ideia da imprensa enquanto uma força social ativa com interesses e subjetividades
    próprios e compartilhados com outros grupos sociais – e, portanto, longe de se constituir num
    depositório de registros de caráter passivo e meramente informativo dos fatos sociais, políticos,
    econômicos e culturais – pretende-se demonstrar nesta dissertação como os jornais empresariais
    lutaram para intervir ativamente na realidade das greves. Seja para redefinir os rumos das
    greves, seja para reverter a percepção sobre elas na opinião pública e o próprio ponto de vista
    dos trabalhadores e de suas direções, provocando o desgaste ou o desprestígio da autoridade
    das instituições vinculadas à restrição do livre exercício do direito de greve e a relativa
    confiança dos grevistas nas alas trabalhistas do governo e nas lideranças sindicais vinculadas
    ou aliadas do trabalhismo e do comunismo. Portanto, os resultados desta pesquisa procuram
    debater com a historiografia, sobretudo a do Trabalho, como a imprensa, por um lado, precisa
    ser mais evidenciada como importante força social a intervir nas lutas sociais e nos processos
    de disputa pela direção política dos trabalhadores e, por outro, pensar nas limitações históricas
    de sua ação sobre os movimentos sociais, apesar do peso de sua intervenção não ter sido nada
    desprezível.




  • 2021-11

    Estar juntos. Instituições afro-americanas no Oitocentos. Formas de associativismo negro em Buenos Aires e Rio de Janeiro

    Título

    Estar juntos. Instituições afro-americanas no Oitocentos. Formas de associativismo negro em Buenos Aires e Rio de Janeiro

    Autor
    Caroline Dos Santos Guedes
    Orientador(a)
    Maria Verónica Secreto Ferreras
    Data de Defesa
    2021-11-30
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    229
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Gladys Viviana Gelado
    Hevelly Ferreira Acruche
    Jonis Freire
    Maria Verónica Secreto Ferreras
    Mariana de Aguiar Ferreira Muaze

    Resumo

    O objetivo dessa pesquisa é analisar os condicionantes do processo de
    secularização das irmandades que agrupavam os negros nas Américas - Rio de Janeiro e
    Buenos Aires, no meio urbano no século XIX. Por outro lado, também é importante
    demonstrar como essas novas instituições independentes da igreja católica se
    organizavam ao reunir os negros com os mesmos objetivos da primeira: ajuda mútua,
    formação de comunidades e reafirmação e\ou construção de identidades. Essa pesquisa
    foi realizada através da metodologia de histórias conectadas, considerando as diversas
    similaridades dos processos nas duas realidades, assim como as instituições em questão
    trabalhadas.




  • 2021-11

    MARINHA EM TRANSIÇÃO: A CONSTRUÇÃO DO PODER NAVAL NO IMPÉRIO DO BRASIL (1837-1864)

    Título

    MARINHA EM TRANSIÇÃO: A CONSTRUÇÃO DO PODER NAVAL NO IMPÉRIO DO BRASIL (1837-1864)

    Autor
    Luana de Amorim Donin
    Orientador(a)
    Carlos Gabriel Guimarães
    Data de Defesa
    2021-11-26
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    215
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Adriana Barreto de Souza
    Carlos Gabriel Guimarães
    Humberto Fernandes Machado
    José Iran Ribeiro
    José Miguel Arias Neto

    Resumo

    Esta tese tem como objetivo investigar o contexto das transformações que cercaram a
    Marinha Imperial, como uma instituição militar do Estado Imperial, entre os anos 1837 e
    1864, tendo como hipótese a importância da força militar naval para a consolidação do
    Estado Imperial e do projeto político conservador instaurado no Segundo Reinado. A
    partir de um determinado compilado de assuntos colhidos, sobretudo, dos relatórios
    anuais dos Ministros da Marinha, delineou-se um panorama constante de esforços do
    Estado Imperial e seu arcabouço governamental em prol da construção de um Poder Naval
    brasileiro, condizente com os anseios da classe dirigente, viabilizando a consolidação do
    projeto político imperial que se estabeleceu, principalmente com a estabilidade política
    alcançada a partir do Segundo Reinado. Essa Marinha em transição encontrada se realiza
    em um momento, onde a própria função militar naval no cenário ocidental estaria em
    plena transformação ao longo do Oitocentos; quando a evolução tecnológica pressionava
    não só o material necessário, como a forma de fazer guerra, mas também o conhecimento
    técnico exigido por parte da homens do mar. A partir destes eventos sincrônicos de
    evolução tecnológica e da necessária consolidação estatal e de seu aparato militar, fez-se
    necessária uma organização mais coerente com os novos tempos. Para adequar a Armada
    Nacional e Imperial às inovações apresentadas pela máquina a vapor e ao próprio
    arcabouço administrativo estatal, o poder ministerial, em conjunto com parte da
    oficialidade naval, enredou-se em uma série de relatórios e decretos que colaboraram para
    mudanças nas áreas do material, do pessoal e do quadro administrativo das forças de mar;
    início de uma Marinha em construção.




  • 2021-11

    "PRETO E AMARELO": A CRISE DA ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL NA RECONFIGURAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO MUNDIAL ATRAVÉS DA FORÇA DE TRABALHO CHINESA 1870-1889

    Título

    "PRETO E AMARELO": A CRISE DA ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL NA RECONFIGURAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO MUNDIAL ATRAVÉS DA FORÇA DE TRABALHO CHINESA 1870-1889

    Autor
    Otto Reuter Lima
    Orientador(a)
    Tâmis Peixoto Parron
    Data de Defesa
    2021-11-04
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    150
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Evandro Menezes de Carvalho
    Karoline Carula
    Tâmis Peixoto Parron

    Resumo

    A presente pesquisa busca inserir novas perspectivas nas discussões em andamento sobre
    a crise da escravidão negra no Brasil no final do século XIX. A crise do cativeiro será
    analisada juntamente com as discussões sobre a expansão das fronteiras agrícolas de
    commodities nas regiões cafeeiras do Império Centro-Sul. Em uma visão comparativa,
    discutiremos a gênese da discussão da política imigrantista no Brasil e o surgimento da
    ideia da migração asiática chinesa. A gênese das discussões sobre a política imigrantista
    é, portanto, profundamente relacionada ao fim da escravidão negra e a percepção difusa
    de uma suposta falta de mão de obra entre proprietários de negros escravizados. Essa
    política de imigrantes será comparada com políticas similares em outros territórios
    políticos da segunda metade do século XIX, como Cuba, igualmente vinculadas à força
    de trabalho geral do mercado mundial e aos chineses em particular.




  • 2021-10

    Stalinismo, revolução política e contrarrevolução: o movimento trotskista internacional e a teoria do Estado operário burocratizado aplicada ao bloco soviético (1953-91)

    Título

    Stalinismo, revolução política e contrarrevolução: o movimento trotskista internacional e a teoria do Estado operário burocratizado aplicada ao bloco soviético (1953-91)

    Autor
    Marcio Antonio Lauria de Moraes Monteiro
    Orientador(a)
    Marcelo Badaró Mattos
    Data de Defesa
    2021-10-29
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    808
    Volumes
    2
    Banca de Defesa
    Daniel Fernando Gaido
    Felipe Abranches Demier
    Marcelo Badaró Mattos
    Murilo Leal Pereira Neto
    Tatiana Silva Poggi de Figueiredo
    Valerio Arcary

    Resumo

    Esta tese analisa o arcabouço teórico-programático desenvolvido por Leon Trotski e pela
    Quarta Internacional acerca do que se tornara a URSS nos anos 1920-30, o qual
    nomeamos de teoria do Estado operário burocratizado, bem como a posterior apropriação
    desta teoria por diversos grupos trotskistas surgidos do processo de fragmentação da
    Quarta Internacional no pós-Segunda Guerra. Tal análise se dá por duas vias combinadas.
    Primeiro, no sentido de investigar a validade histórica de tal teoria em sua forma original,
    a partir da análise de uma série de eventos-chave ocorridos na URSS e em alguns de seus
    países-satélites do chamado bloco soviético, entre 1953 e 1991. Estes eventos envolveram
    tentativas de reformas econômicas e políticas feitas desde cima pelos próprios regimes
    destes países, revoltas de massas em prol de mudanças mais significativas e os processos
    de restauração do capitalismo. Segundo, no sentido de investigar a validade de diferentes
    apropriações da teoria original feitas por alguns dos principais grupos trotskistas surgidos
    no pós-guerra, a partir de suas reações a tais eventos. Com isso, acreditamos contribuir
    tanto para a melhor compreensão das formações sociais do bloco soviético, quanto,
    principalmente, para a elaboração de uma história do movimento trotskista internacional.
    Nossas conclusões principais são que a teoria do Estado operário burocratizado em sua
    formulação original se mostrou, no essencial, um instrumento de análise e orientação
    política adequado para compreender os eventos-chave do bloco soviético aqui abordados,
    e que alguns grupos trotskistas do pós-guerra, ainda que minoritários entre os trotskistas
    da época, realizaram uma apropriação adequada desta teoria diante de tais eventos, ao
    passo que os grupos mais conhecidos e influentes do período em foco desenvolveram
    apropriações inadequadas, principalmente no aspecto da elaboração de respostas políticas
    que fossem condizentes com o arcabouço teórico-programático original do trotskismo.




  • 2021-10

    Velho Novo Mundo: Antigo Regime tardio e o liberalismo conservador da justiça luso-brasileira (1755-1842)

    Título

    Velho Novo Mundo: Antigo Regime tardio e o liberalismo conservador da justiça luso-brasileira (1755-1842)

    Autor
    Thiago Nicodemos Enes Dos Santos
    Orientador(a)
    Carlos Gabriel Guimarães
    Data de Defesa
    2021-10-22
    Nivel
    Doutorado
    Páginas
    602
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Andrea Slemian
    Carlos Gabriel Guimarães
    Claudia Maria Das Graças Chaves
    José Manuel Louzada Lopes Subtil
    Maria Fernanda Baptista Bicalho

    Resumo

    O terremoto que se abateu sobre Lisboa em novembro de 1755, além de uma
    tragédia sem precedentes na Europa, representou um importante ponto de virada para a
    administração da cidade e, posteriormente, para o próprio império português.
    Subitamente, os ofícios da Câmara Municipal que deveriam arcar com as principais
    medidas viram-se inertes ante a tragédia, e o socorro emergencial foi assumido por um
    governo inorgânico formado pelos altos escalões da coroa. A partir de então os
    representantes camarários passaram a sofrer constantes ingerências do poder central e,
    paulatinamente, foram sendo desacreditados por uma espécie de ciência de administração
    e de governo que interveio tanto na reconstrução da capital portuguesa quanto na
    economia do reino, alicerçada pelas transformações promovidas pelo Pombalismo e pela
    circulação dos ideais liberais. Instituições como a Intendência-Geral da Polícia passaram
    a ser arvorar sobre os pequenos ofícios do poder local, tanto em Lisboa quanto no Rio de
    Janeiro elevado à corte real, até que, em meados do século XIX foram finalmente
    substituídos por novos organismos, pretensamente mais sintonizados com a modernidade.
    Foi o caso dos juízes de paz, tidos como os principais agentes do liberalismo. No afã de
    separação entre justiça e administração, a nova judicatura acabou herdando atribuições
    de outros magistrados como os almotacés, os vintenários e os juízes ordinários e de fora.
    Entretanto, nas Câmaras ultramarinas as reformas implementadas contrastaram dos ideais
    liberais clássicos, e uma análise mais detida sobre a cidade de Mariana, na importante
    região do ouro das Minas Gerais, foi capaz de revelar que a justiça se manteve bastante
    conservadora e apegada ao seu passado de Antigo Regime, preservando patrimonialismos
    solidamente assentados nas imbricadas redes de poder local.




  • 2021-10

    Questões étnico-raciais, de gênero e diversidade sexual no meio sindical: uma análise do GTPCEGDS – ANDES-SN

    Título

    Questões étnico-raciais, de gênero e diversidade sexual no meio sindical: uma análise do GTPCEGDS – ANDES-SN

    Autor
    Thaís Terezinha Paz
    Orientador(a)
    Paulo Cruz Terra
    Data de Defesa
    2021-10-05
    Nivel
    Mestrado
    Páginas
    194
    Volumes
    1
    Banca de Defesa
    Caroline de Aráújo Lima
    Kênia Aparecida Miranda
    Paulo Cruz Terra

    Resumo

    Essa dissertação possui como tema a política de combate às opressões de raça, gênero e sexualidade
    do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN). Examinamos,
    sobretudo, a contribuição do Grupo de Trabalho Políticas de Classe para Questões Étnico-raciais, de
    Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS), inicialmente intitulado de Grupo de Trabalho Etnia,
    Gênero e Classe (GTEGC), na condução dessa discussão no sindicato. Nos referenciamos no debate
    desenvolvido pelo feminismo marxista, especialmente pela Teoria da Reprodução Social, que
    compreende o capitalismo como uma ordem social complexa, em que gênero, sexualidade e raça
    constituem relações integradas ao seu processo de reprodução. As principais fontes deste estudo são
    os relatórios dos Congressos do sindicato, materiais produzidos pelo ANDES-SN e entrevistas
    realizadas com integrantes do sindicato. Identificamos uma mudança significativa na compreensão
    do ANDES-SN em relação ao combate às opressões no decorrer da sua história. Nas duas primeiras
    décadas do sindicato docente, o tema esteve praticamente ausente das suas deliberações, a despeito
    da intensa mobilização dos movimentos negros, de mulheres e LGBTI na sociedade brasileira. A
    partir dos anos 2000, o debate se faz presente, e aumenta significativamente com a discussão sobre
    as cotas étnico-raciais. Já na última década, observamos a diversificação de temas tratados pelo grupo
    de trabalho, a construção de políticas concretas de combate às opressões no interior do sindicato e
    também proposições para as universidades e para a sociedade brasileira como um todo.




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