Thèses
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2008-04 A COMPANHIA DE SEGUROS INDEMNIDADE: História de Empresas no Brasil Joanino (1808 - 1822)TítuloA COMPANHIA DE SEGUROS INDEMNIDADE: História de Empresas no Brasil Joanino (1808 - 1822)Autor
Leandro de Oliveira MeglioriniOrientador(a)
Carlos Gabriel GuimarãesData de Defesa
2008-04-29Nivel
MestradoPáginas
163Volumes
1Banca de DefesaCarlos Gabriel GuimarãesCezar Teixeira HonoratoGeraldo de Beauclair Mendes de OliveiraOswaldo Munteal Filho
ResumoO presente trabalho tem por finalidade mostrar os resultados da pesquisa desenvolvida na temática dos seguros. Trata-se de uma análise na perspectiva de História de Empresas, neste caso, de companhias de seguros, em especial a denominada Indemnidade, surgida(s) no Brasil, no início do século XIX. Desde a década de 1970 a historiografia brasileira tem mostrado interesse no assunto dos negócios de grosso trato, no entanto, a especificidade dos seguros parece possuir exigências que não podem apreendidas através da generalização de tais negócios. A transferência da corte e a conseqüente edificação do Estado nos trópicos lograram possibilidades de atuação dos negociantes, antes proibido no espaço colonial, que modificaram a realidade social, política e econômica acelerando o processo de enraizamento dos interesses português no centro-sul do Brasil. Se, num primeiro momento, a Abertura dos Portos constituiu-se num marco inicial da reestruturação do Estado e também do comércio, outras providências logo foram tomadas, particularmente, aquelas que hoje podem ser arroladas no campo econômico. A escassez de metais amoedados, a presença inglesa, a autorização para a instalação de manufaturas, a criação do Banco do Brasil, a amplificação do comércio/navegação de cabotagem, a presença marcante dos negociantes de grosso trato nos quadros administrativos e os riscos cada vez maiores para o fim do tráfico negreiro, fizeram prosperar um recente ramo nas atividades mercantis no Brasil, os seguros. A opção pela Companhia de Seguros Indemnidade se mostra como uma chave de leitura sobre o processo de interiorização dos interesses portugueses no centro-sul, não apenas para reestruturar o Império Luso-Brasileiro, mas também para os acontecimentos que daí se desenvolveram.
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2008-04 Ideologias e Práticas dos Tribunais Criminais do Distrito Federal no Tratamento de "Menores" (1890 - 1912)TítuloIdeologias e Práticas dos Tribunais Criminais do Distrito Federal no Tratamento de "Menores" (1890 - 1912)Autor
Bárbara Lisboa PintoOrientador(a)
Gladys Sabina RibeiroData de Defesa
2008-04-28Nivel
DoutoradoPáginas
247Volumes
1Banca de DefesaCarlos Gabriel GuimarãesEdson Alvisi NevesGladys Sabina RibeiroJosé Aurivaldo Sacchetta Ramos MendesKeila GrinbergRoberto Kant de LimaThéo Lobarinhas Piñeiro
ResumoO presente estudo aborda as diversas práticas e ideologias sobre o "menor" no campo do Direito Penal e dos Tribunais Criminais do Distrito Federal no final do século XIX e início do século XX. As reflexões se desenvolvem a partir da década de 1890, no início do período Republicano. Neste momento, novas concepções sobre o Direito se estabeleceram no Brasil, dando uma nova dimensão às noções de crime e criminoso. A recepção de algumas idéias do Positivismo incrementou os debates, possibilitando a discussão de novos temas no terreno do Direito. O contexto do pósabolição, da inserção no trabalho livre, da pobreza e das questões étnico-raciais é considerado na conjuntura da temática do "menor". Ao longo da pesquisa, buscou-se mapear as várias visões que se construíram sobre o "menor", assim como as posições da sociedade quando este estava na condição de réu. Para tal abordagem foram utilizadas algumas obras de doutrina do Direito Penal e Processual Penal, assim como a legislação. Portanto, o propósito da pesquisa é fazer uma discussão sobre o "menor" pela ótica da doutrina do Direito e da prática burocrática dos Tribunais, onde se explicitavam os conflitos da sociedade. Para essa análise foram também utilizados os processos criminais da década de 1890 da Comarca do I Tribunal do Júri, no Rio de Janeiro.
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2008-04 Klabin: Os empresários, a empresa e as estratégias de construção da hegemonia (1930-1951)TítuloKlabin: Os empresários, a empresa e as estratégias de construção da hegemonia (1930-1951)Autor
Maurício Gonçalves MargalhoOrientador(a)
Cezar Teixeira HonoratoData de Defesa
2008-04-18Nivel
MestradoPáginas
Volumes
1Banca de DefesaAdriana Patricia RoncoCezar Teixeira HonoratoGeraldo de Beauclair Mendes de OliveiraSydenham Loureço Neto
ResumoEste trabalho de história social de empresas partiu de um estudo de caso sobre o grupo empresarial Klabin, particularmente no que se relaciona ao investimento nas Indústrias Klabin do Paraná de Celulose S/A. Com efeito, embora tenhamos abordado a sociogênese das empresas Klabin durante o final do século XIX e as duasprimeiras décadas do século passado, o núcleo de nossa pesquisa aborda principalmente a conjuntura de 1930/1951.Levando em conta que as relações sociais são relações políticas e que, portanto, se relacionam com a luta entre frações de classe dominante pela hegemonia no aparelho de Estado, o nosso estudo tem como escopo analisar os empresários Wolff Klabin e Horácio Lafer. Não como empreendedores e visionários, mas, sobretudo,através da dimensão política que envolveu suas relações sociais no processo de luta de classes.Assim fizemos, porque compreendemos que a idéia do burguês empreendedor é, por si só, um mito que precisa ser desmontado. Partindo dessa convicção, fizemos o caminho inverso, e lastreamos nosso eixo analítico na interrelação entre empresários, economia e política. Através da leitura de Atas de Reuniões, Anais, Boletins, Correspondências, Mensagens do Executivo, Pareceres, Periódicos, Relatórios Ministeriais, Relatórios daFederação Industrial do Rio de Janeiro e da Evolução Administrativa da Klabin esta dissertação se propõe a compreender a história social das empresas Klabin através das práticas políticas das lideranças supracitadas no complexo institucional sociedade civil / sociedade política.
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2008-04 A Conversão das Almas do Oriente. Franciscanos, Poder e Catolicismo em Goa: século XVI e XVII.TítuloA Conversão das Almas do Oriente. Franciscanos, Poder e Catolicismo em Goa: século XVI e XVII.Autor
Patrícia Souza de FariaOrientador(a)
Ronald José RaminelliData de Defesa
2008-04-17Nivel
DoutoradoPáginas
295Volumes
1Banca de DefesaBruno Guilherme FeitlerCélia Cristina da Silva TavaresDaniela Buono CalainhoFrancisco José Silva GomesJohn Manuel MonteiroRonald José RaminelliRonaldo Vainfas
ResumoEstudo do processo de conversão dos indianos de Goa ao catolicismo nos séculos XVI e XVII, especialmente a partir da atuação da Ordem de São Francisco, considerando o contexto da reforma franciscana da Observância. O objetivo é identificar as estratégias utilizadas pelos franciscanos no processo de conversão dos moradores de Goa e como as crenças e as castas indianas foram percebidas pelos missionários católicos. Reflete-se sobre as dificuldades de promoção social enfrentadas pelos clérigos nativos, nascidos na Índia de pais portugueses ou oriundos da casta brâmane ou da chardó. Destaca-se a rivalidade entre os cristãos nascidos no reino de Portugal, os nascidos na Índia e as disputas entre membros de castas diferentes. A produção textual dos cristãos nascidos na Índia será analisada. O conceito de "disciplinamento social" (Elias, Weber, Foucault, Palomo, Prosperi) foi adotado para analisar o processo de conversão dos indianos ao catolicismo, o papel dos concílios, do Tribunal do Santo Ofício de Goa e da rede episcopal e paroquial.
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2008-04 Partido dos Trabalhadores: da ruptura com a lógica da diferença à sustentação da OrdemTítuloPartido dos Trabalhadores: da ruptura com a lógica da diferença à sustentação da OrdemAutor
Cyro GarciaOrientador(a)
Marcelo Badaró MattosData de Defesa
2008-04-14Nivel
DoutoradoPáginas
197Volumes
1Banca de DefesaEurelino Teixeira Coelho NetoMarcelo Badaró MattosRicardo Luiz Coltro AntunesSara Aparecida GranemannTeones Pimenta de FrançaValerio ArcaryVirginia Maria Gomes de Mattos Fontes
ResumoEste trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa sobre as transformações ocorridas no Partido dos Trabalhadores ao longo da década de 90. Estas transformações são conseqüências do processo de burocratização que atinge o partido, e que tem sua origem nos êxitos eleitorais, levando-o a uma integração cada vez maior ao aparelho do estado burguês. Este processo se agrava quando os sindicalistas petistas passam a integrar órgãos de gestão do capital financeiro, notadamente os fundos de pensão, que tiveram um destacado papel na implementação da política de privatizações do Governo Fernando Henrique Cardoso. O objetivo central deste trabalho é ajudar a explicar como estas transformações advindas do processo de burocratização acarretam uma grande alteração no ideário teórico-programático e na própria práxis do partido, passando-o de um partido de confronto com a ordem neoliberal para um partido de sustentação desta mesma ordem. Analisa-se a mudança na relação do PT com os movimentos sociais, focando-se o papel desempenhado pela Central Única dos Trabalhadores – CUT, que em seus primórdios era um importante instrumento de luta dos trabalhadores e hoje se tornou uma correia de transmissão dos interesses do Governo Lula. A hipótese central é que a burocratização afastou o partido de suas bases originais e transformou-o num partido de sustentação da ordem neoliberal.
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2008-04 Palavras no Chão: Murmurações e Vozes em Minas Gerais no século XVIIITítuloPalavras no Chão: Murmurações e Vozes em Minas Gerais no século XVIIIAutor
Tarcísio de Souza GasparOrientador(a)
Guilherme Paulo Castagnoli Pereira Das NevesData de Defesa
2008-04-10Nivel
MestradoPáginas
452Volumes
1Banca de DefesaGuilherme Paulo Castagnoli Pereira Das NevesLaura de Mello E SouzaLuciano Raposo de Almeida FigueiredoMaria Beatriz Nizza da SilvaSérgio Chahon
ResumoEste trabalho investiga as murmurações e as vozes orais veiculadas nos variados conflitos políticos e sociais que pontuaram a história da capitania de Minas Gerais durante o século XVIII. Foram analisados, em especial, os rumores difundidos na Guerra dos Emboabas, nos Motins de Caeté e da Barra do Rio das Velhas, na Revoltade Vila Rica, nos Furores Sertanejos, nas inconfidências do período pombalino e, por fim, na Inconfidência Mineira de 1789.
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2008-04 O Rio de Janeiro e o Morro do Castelo: populares, estratégias de vida e hierarquias sociais (1904-1922)TítuloO Rio de Janeiro e o Morro do Castelo: populares, estratégias de vida e hierarquias sociais (1904-1922)Autor
Cláudia Míriam Quelhas PaixãoOrientador(a)
Jorge Luiz FerreiraData de Defesa
2008-04-07Nivel
MestradoPáginas
120Volumes
1Banca de DefesaBeatriz KushnirJorge Luiz FerreiraMarcos Luiz BretasMartha Campos Abreu
ResumoConsiderando a discussão e a disputa em torno da proposta de desmonte do morro do Castelo na cidade do Rio de Janeiro durante as três primeiras décadas do século XX, e a tentativa por parte das elites em deslocar as camadas populares de determinados espaços urbanos em busca de um ideal próprio de modernidade, este trabalho analisa as visões elaboradas sobre o morro e seus moradores e o cotidiano da população do morro do Castelo durante o processo de arrasamento do morro, ocorrido na cidade do Rio de Janeiro entre os anos de 1904 e 1922, discutindo acerca das relações e disputas sociais que se refletem nas questões urbanas. Os discursos produzidos por engenheiros, políticos e empreiteiros envolvidos nessas obras, os chamados "produtores do espaço", sobressaíram ao discurso dos castelenses, por terem aqueles maiores facilidades de expressar, e mais, de perpetuar suas idéias. No entanto entendo que diferentes subjetividades sociais formam o fenômeno urbano – por ser ele dinâmico e moderno – e sendo a cidade uma construção do homem, reflete idéias e disputas, fazendo do espaço urbano também uma representação das disputas sociais. Dessa maneira analisei as ações e estratégias dos castelenses, entendo-os como um grupo social, cujos laços de identidade foram tecidos por experiências cotidianas, traçadas no espaço de moradia e na luta diária pela sobrevivência. Para tal analisei fontes de variadas procedências, como textos literários; um álbum fotográfico sobre o morro do Castelo e seu desmonte, elaborado pelo fotógrafo oficial da prefeitura, Augusto Malta; as ocorrências policiais da 5ª Delegacia, que abrangia o morro; e os depoimentos orais de dois engenheiros que trabalharam nas obras do desmonte e dois ex-moradores do morro.
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2008-04 Para Além das Fronteiras Nacionais: um estudo comparado entre os Institutos de Cinema Educativo do Estado Novo e do Facismo (1925-1945)TítuloPara Além das Fronteiras Nacionais: um estudo comparado entre os Institutos de Cinema Educativo do Estado Novo e do Facismo (1925-1945)Autor
Cristina Souza da RosaOrientador(a)
Ana Maria Mauad de Sousa Andrade EssusData de Defesa
2008-04-07Nivel
DoutoradoPáginas
419Volumes
1Banca de DefesaAna Maria Mauad de Sousa Andrade EssusAngela Maria de Castro GomesDenise Rollemberg CruzMônica Almeida KornisPaulo Knauss de MendonçaSheila SchvarzmanSonia Cristina da Fonseca Machado Lino
ResumoEsta tese tem por objetivo analisar como os Institutos de cinema, respectivamente estabelecidos na Itália e no Brasil, Instituto Nacional LUCE e Instituto Nacional de Cinema Educativo (INCE) colaboraram com a formação do novo homem do Fascismo e do Estado Novo através de imagens cinematográficas. Mussolini chegou ao poder em 1922, por meio da "Marcha sobre Roma" e, a partir deste momento, iniciou a construção de um governo nacionalista, onde as necessidades da nação deviam estar acima das individuais. Para transformar a sociedade foi preciso ainda construir um novo cidadão nacional, chamado de novo homem, cujo modo de se comportar e atuar no espaço social levaria em conta a coletividade. Em 1937, Getúlio Vargas instaurou o Estado Novo, um governo autoritário com princípios nacionalistas. Também Vargas iniciou um processo de transformação social e econômica, em que as questões coletivas se sobrepunham aos interesses dos indivíduos. Para ocupar o lugar do "velho homem" brasileiro, o Estado Novo desejava um novo cidadão, um novo homem, que fosse coletivo, disciplinado e trabalhador. Para contribuir no processo de formação do novo homem fascista e estadonovista, foram criados os institutos de cinema com a missão de vincular, através das imagens, os valores nacionais eleitos pelos dois governos. Compreender como os filmes educativos do INCE e do LUCE divulgaram estes valores, com o objetivo de educar os jovens segundo os ideais nacionalistas, é a questão principal desta tese.
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2008-04 "Ao Soberano Congresso": Petições, Requerimentos, Representações e Queixas à Câmara dos Deputados e ao Senado - Os direitos do cidadão na formação do Estado Imperial brasileiro (1822 - 1831)Título"Ao Soberano Congresso": Petições, Requerimentos, Representações e Queixas à Câmara dos Deputados e ao Senado - Os direitos do cidadão na formação do Estado Imperial brasileiro (1822 - 1831)Autor
Vantuil PereiraOrientador(a)
Gladys Sabina RibeiroData de Defesa
2008-04-04Nivel
DoutoradoPáginas
417Volumes
1Banca de DefesaAndrea SlemianCarlos Gabriel GuimarãesEdson Alvisi NevesGladys Sabina RibeiroLucia Maria Bastos Pereira Das NevesRicardo Henrique SallesSilvana Mota Barbosa
ResumoO presente trabalho pretende discutir a inserção política dos cidadãos no Primeiro Reinado, ressaltando ter havido uma busca pela cidadania por meio da apresentação de requerimentos ao Senado e à Câmara dos Deputados. Pode-se vislumbrar uma luta pelos direitos civis, bem como a a construção de uma certa perspectiva de cidadania. Este trabalho analisa a dissensão política do período de 1822 a 1831, investigando as tensões que envolveram a Câmara dos Deputados, o Senado Imperial e o próprio Imperador, que debatiam as atribuições e os limites inerentes a cada um dos três poderes constitucionais. Apresentamos também uma análise dos requerimentos, tendo sido possível evidenciar a ambigüidade e as contradições da época em relação à tradição do Antigo Regime e as discussões sobre o constitucionalismo, fruto das revoluções iniciadas na Europa em finais do século XVIII. Sustentamos que a apresentação de requerimentos ao Parlamento imperial constituía-se como uma estratégia dos requerentes face à nova consolidação institucional ocorrida nos primeiros anos da Independência do Brasil.
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2008-03 O Movimento dos Trabalhares Rurais Sem Terra (MST) - O Moderno Príncipe educativo brasileiro na história do tempo presente.TítuloO Movimento dos Trabalhares Rurais Sem Terra (MST) - O Moderno Príncipe educativo brasileiro na história do tempo presente.Autor
José Carlos Lima de SouzaOrientador(a)
Bernardo KocherData de Defesa
2008-03-31Nivel
DoutoradoPáginas
260Volumes
1Banca de DefesaAna Maria Ferreira da Costa MonteiroAndré LainoBernardo KocherCarlos Gabriel GuimarãesClaudia Maria Costa AlvesEduardo Navarro StotzMarcelo Badaró Mattos
ResumoO presente trabalho tem com objetivo comprovar a tese de que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem terra (MST) é um partido político segundo a definição gramsciana para tal conceito. Esta análise se constrói a partir do estudo da história da formação do Movimento, das suas formas de organização, e de mobilização das massas no campo, no Brasil atual, e, sobretudo, do papel e da importância da educação como elemento-base para a consolidação deste Movimento social. A articulação de todos estes fatores foi de fundamental importância para a expansão do MST, levando-o à condição de um Movimento nacional, condição que sustenta a partir de duas estratégias, a territorialização e a espacialização, sendo a educação e a cultura, elementos de destaque na formulação das atribuições de ambas. Por isso mesmo, esta análise privilegia a educação como objeto de pesquisa, mostrando como ela acabou se constituindo em tema e objetivo de tantas discussões políticas desde a formação do Movimento até chegar a se constituir em um dos mais destacados setores na direção do MST. E esta relação entre a vida do Movimento e a luta constante em defesa da construção de uma educação de qualidade, universalizada, em todos os níveis, tanto para a sua militância como para as suas bases sociais, faz dele, para além de um partido político gramsciano, o moderno príncipe educativo brasileiro. Este é grande o objetivo desta tese, ou seja, perceber como um Movimento que organiza a luta pela terra, também organiza e faz avançar a luta por uma educação, que atinja a finalidade de transformar os atores sociais no campo em sujeitos de uma transformação que vai além da simples conquista da terra como bem material. Outra questão é a retomada do conceito de campesinato para definir estes novos sujeitos sociais rurais brasileiros, enquanto classe social, com interesses próprios e uma dinâmica social específica, contrapondo-se às teses de Eric Hobsbawm. Para o historiador inglês, o campesinato tenderia a desaparecer tanto pela modernização capitalista da agricultura quanto pela inviabilidade da existência de um partido agrário. As características peculiares que o conjunto dos camponeses possui no processo de desenvolvimento capitalista, pelo advento da transformação da terra como mercadoria e bem de produção, e pela renda capitalizada da terra, que em síntese cristalizam a contradição capital-trabalho no campo, em última análise criando uma tendência histórica de aprisionamento do campesinato e destruição de sua identidade de classe. Neste sentido, é relevante entender como e com que este conceito é recuperado e resignificado pelo Movimento, para mostrar que a possibilidade contrária foi e tem sido possível, ou seja, que o campesinato brasileiro sobreviveu ao capitalismo, aperfeiçoando formas organizativas, com especificidade própria, fora de uma lógica de lutas políticas contra a exploração, nos moldes assalariados urbanos. Mais uma vez a chave para a compreensão de tal processo é a educação. Seus elementos fundamentais, pelos vínculos que têm com o programa político do MST, o projetam para além dos marcos da luta pela terra, stricto sensu, incorporando anseios por conquistas sociais de caráter universal para o conjunto das classes populares no Brasil, formando neste sentido intelectuais orgânicos com uma leitura de mundo freireana. Esta é a forma da guerra de posição gramsciana travada pelo Movimento na conjuntura brasileira do tempo presente.
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2008-03 O cinema na história e a história no cinema: pesquisa e criação em três experiências cinematográficas dos anos 1990.TítuloO cinema na história e a história no cinema: pesquisa e criação em três experiências cinematográficas dos anos 1990.Autor
Vitória Azevedo da FonsecaOrientador(a)
Ana Maria Mauad de Sousa Andrade EssusData de Defesa
2008-03-31Nivel
DoutoradoPáginas
227Volumes
1Banca de DefesaAna Maria Mauad de Sousa Andrade EssusAntonio Carlos Amancio da SilvaEduardo Victorio MorettinGuilherme Paulo Castagnoli Pereira Das NevesMônica Almeida KornisPaulo Knauss de MendonçaSonia Cristina da Fonseca Machado Lino
ResumoA tese tem como proposta a análise dos procedimentos de pesquisa para elaboração dos filmes O Velho, a história de Luiz Carlos Prestes (Toni Venturi, 1997), O Cineasta da Selva (Aurélio Michiles, 1997) e Baile Perfumado (Paulo Caldas e Lírio Ferreira, 1996) com o objetivo de refletir sobre a produção de representações históricas pela historiografia e pelo cinema. Enfatiza-se a relação entre cinema e história no âmbito do processo de elaboração de uma abordagem histórica na tela. Os procedimentos de pesquisa na elaboração de um filme com temática histórica foram tratados neste trabalho como um elemento constitutivo da prática de representação fílmica. Não foi objeto dessa investigação, nem seus procedimentos, a "verificação" da veracidade das informações ou a "legitimidade" ou "autenticidade" das fontes usadas. O objetivo voltou-se fundamentalmente para a reflexão sobre o complexo processo de elaboração do filme no qual participam visões de história, objetivos, disponibilidade de documentos e uma gama de fatores que podem influenciar em qualquer processo criativo. Cada uma das obras foi tratada de acordo com as especificidades da sua proposta e tipo de produção, para tanto foi utilizada a metodologia de história oral e da análise dos elementos da narrativa fílmica, bem como uma substantiva bibliografia sobre teoria da história.
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2008-03 Como se faz um herói republicano: Joaquim Nabuco e a RepúblicaTítuloComo se faz um herói republicano: Joaquim Nabuco e a RepúblicaAutor
Luigi Bonafé de FeliceOrientador(a)
Angela Maria de Castro GomesData de Defesa
2008-03-28Nivel
DoutoradoPáginas
289Volumes
1Banca de DefesaAngela Maria de Castro GomesAntonio Torres MontenegroLúcia Maria Paschoal GuimarãesMarco Antonio Villela PamplonaMartha Campos AbreuMatias Spektor
ResumoEsta história da memória sobre Joaquim Nabuco busca analisar o processo de sua consagração como herói nacional, em dois tempos. O primeiro se situa entre 1889, quando da Proclamação da República, e 1910, quando sua morte enseja homenagens do novo regime à memória do herói através da promoção de três dias de cerimônias fúnebres oficiais na Capital Federal. O segundo tempo privilegiado na análise gira em torno de 1949, ano do centenário de nascimento de Nabuco. Este segundo tempo é identificado como o momento crucial de afirmação de uma memória que consagra a ênfase sobre a face abolicionista do herói. A partir daí, a análise se desloca de volta para o primeiro tempo do processo de consagração de Nabuco, quando foram produzidos outros olhares sobre a trajetória pública do herói, ora enfatizando sua face de escritor/intelectual, ora privilegiando sua face de diplomata e primeiro embaixador brasileiro. Em cada momento, buscam-se identificar os atores envolvidos na construção de uma memória sobre Joaquim Nabuco, seus interesses e projetos. O argumento central defendido na tese é o de que os diferentes olhares produzidos sobre o herói, em cada um desses momentos, resultaram de alterações nas correlações de forças estabelecidas entre os atores de sua consagração ao longo do tempo.
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2008-03 DE REGIA POTESTATE ET PAPALI: O equilíbrio de poderes segundo Johannes Quidort (1270? - 1306)TítuloDE REGIA POTESTATE ET PAPALI: O equilíbrio de poderes segundo Johannes Quidort (1270? - 1306)Autor
Alexandre PierezanOrientador(a)
Vânia Leite FróesData de Defesa
2008-03-28Nivel
DoutoradoPáginas
232Volumes
1Banca de DefesaAdriana Maria de Souza ZiererEdmar Checon de FreitasGracilda AlvesLuiz Carlos SoaresMoisés Romanazzi TôrresRoberto Godofredo Fabri FerreiraVânia Leite Fróes
ResumoTrata-se de um estudo no campo da História das Idéias Políticas, que aborda os embates entre o papado e o poder régio, tomando como referência central o tratado político De Regia Potestate et Papali, escrito por Johannes Quidort entre 1302 e 1303. Faz-se uma aproximação das idéias deste último com o pensamento de Egídio Romano, para demonstrar que ambos os pensadores propuseram uma harmonia entre as forças políticas. Para se compreender o contexto de centralização política da monarquia francesa, analisa-se o período em que o rei Filipe, o Belo, e o Papa Bonifácio VIII foram protagonistas do rejuvenescimento teórico sobre a idéia de "Bem comum", "Soberano supremo" e "Hierocracia", comprovando a existência de um discurso político atento para a distinção entre os poderes temporal e espiritual. Os juristas do rei auxiliaram na montagem, mas coube aos dominicanos a empresa teórica de defesa da monarquia. Estes últimos, especialmente os instalados em território francês, propuseram a busca pelo equilíbrio político entre as forças em litígio. Esse discurso encontra correspondência na realidade das práticas sociais, o que é comprovado pela atividade exercida pelos dominicanos na Universidade de Paris e da credibilidade junto aos súditos franceses.
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2008-03 O elogio da diferença: olhares e representações de Calabar pela História, séculos XVII e XVIIITítuloO elogio da diferença: olhares e representações de Calabar pela História, séculos XVII e XVIIIAutor
João Cerineu Leite de CarvalhoOrientador(a)
Ronald José RaminelliData de Defesa
2008-03-27Nivel
MestradoPáginas
Volumes
Banca de DefesaEdmar Checon de FreitasLeila Rodrigues da SilvaMarcos Guimarães SanchesMário Jorge da Motta BastosRoberto Godofredo Fabri Ferreira
Resumobuscamos fazer um estudo comparativo de crônicas dos séculos XVII e XVIII que abordem o nosso personagem e objeto de estudo, Calabar, atentando para as especificidades das interpretações e representações criadas em torno de sua figura emblemática.
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2008-03 Idéias Jurídicas , Famílias e Filiação na Passagem à Modernidade no Brasil, 1890-1940TítuloIdéias Jurídicas , Famílias e Filiação na Passagem à Modernidade no Brasil, 1890-1940Autor
Fabiana Cardoso Malha RodriguesOrientador(a)
Gizlene NederData de Defesa
2008-03-27Nivel
DoutoradoPáginas
288Volumes
1Banca de DefesaAdriana Pereira CamposGisálio Cerqueira FilhoGizlene NederHumberto Fernandes MachadoIsmênia de Lima MartinsJessie Jane Vieira de SousaMárcia Barros Ferreira Rodrigues
ResumoA tese enfoca as idéias jurídicas presentes na passagem à modernidade no Brasil (1890-1940) referidas à política de filiação e ao casamento civil, no contexto das disputas em torno da aprovação do Projeto de Código Civil. A análise do discurso jurídico no debate parlamentar em torno desse projeto destaca suas interseções com a cultura religiosa.
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2008-03 O Punhal da Fé: As idéias políticas, jurídicas e religiosas em torno do casamento civil no Segundo Reinado.TítuloO Punhal da Fé: As idéias políticas, jurídicas e religiosas em torno do casamento civil no Segundo Reinado.Autor
Rachel de Souza GalanteOrientador(a)
Gizlene NederData de Defesa
2008-03-25Nivel
MestradoPáginas
139Volumes
1Banca de DefesaFrancisco José Silva GomesGisálio Cerqueira FilhoGizlene NederHumberto Fernandes Machado
ResumoO mote desta dissertação enquadra-se no bojo das discussões na câmara dos deputados, no Segundo Reinado, em torno do projeto de lei elaborado por José Thomaz Nabuco de Araújo que criava dispositivos para implantação do casamento civil aos casamentos entre não católicos e aos casamentos mistos, entre católicos e não-católicos. Nosso foco incide sobre a atuação do sacerdote e deputado Joaquim Pinto de Campos que desempenhou intensa ação combativa contra a aprovação do projeto. A partir da observação destes debates, mostra-se a heterogeneidade das idéias e ações políticas, no âmbito do catolicismo, contrárias e favoráveis ao projeto de lei. Destaca-se a performance política, sobretudo, daqueles parlamentares que eram contrários ao estabelecimento do casamento civil, entretanto, visavam transparecer uma perspectiva pouco conservadora. A lei de 11 de setembro de 1861 é observada como indício desta performance. A análise destes debates, também, possibilita a pontuação de sintomas de exclusão de não-católicos, leiam-se protestantes, através do discurso religioso.
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2008-03 Educação em tempos de luta: História dos Movimentos de Educação e Cultura Popular (1958 - 1964)TítuloEducação em tempos de luta: História dos Movimentos de Educação e Cultura Popular (1958 - 1964)Autor
Wagner da Silva TeixeiraOrientador(a)
Jorge Luiz FerreiraData de Defesa
2008-03-25Nivel
DoutoradoPáginas
237Volumes
1Banca de DefesaAmérico Oscar Guichard FreireDenise Rollemberg CruzJorge Luiz FerreiraLibânia Nacif XavierLucília de Almeida Neves DelgadoOsmar FáveroRicardo Figueiredo de Castro
ResumoEste trabalho visa analisar alguns dos principais movimentos de educação e cultura popular no Brasil entre 1958 e 1964. O Movimento de Educação de Base (MEB), o Movimento de Cultura Popular (MCP), a Campanha de Pé no Chão, a União Nacional dos Estudantes (UNE) e os Centros Populares de Cultura (CPCs) atuaram no sentido de democratizar a cultura e a educação. Diante de um contexto marcado por uma grande desigualdade social, pelo analfabetismo de parcela significativa da população, e pela conseqüente exclusão do processo político desta mesma parcela. Surgiram os movimentos e as experiências de alfabetização de adultos, criadas a partir de iniciativas de grupos políticos de esquerda, no interior de uma luta entre correntes políticas opostas, separadas pela defesa ou não das Reformas de Base. Dessa forma, refletiram as idéias, os debates e as propostas colocadas em jogo naquele momento. A alfabetização de adultos acompanhada por um processo de conscientização tornou-se um dos principais instrumentos de mobilização política das classes populares. O temor dos setores conservadores, das conseqüências políticas e eleitorais da ação daqueles movimentos, foi crucial para a repressão, intervenção e destruição que sofreram depois do golpe civil/militar de 1964.
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2008-03 "Vaqueiros de Deus": a expansão do protestantismo no sertão cearense nas primeiras décadas do século XXTítulo"Vaqueiros de Deus": a expansão do protestantismo no sertão cearense nas primeiras décadas do século XXAutor
Robério Américo do Carmo SouzaOrientador(a)
Cecília da Silva AzevedoData de Defesa
2008-03-25Nivel
DoutoradoPáginas
240Volumes
1Banca de DefesaCândido da Costa SilvaCecília da Silva AzevedoGuilherme Paulo Castagnoli Pereira Das NevesJacqueline HermannMartha Campos AbreuRonaldo Vainfas
Resumo"Vaqueiros de Deus": expansão pelo sertão cearense nas primeiras décadas do século XX. Esta tese tem como propósito construir uma compreensão histórica sobre como a religiosidade protestante de confissão presbiteriana se estabeleceu como alternativa de experiência religiosa no universo sertanejo cearense, nas primeiras décadas do século XX. Para tanto, orienta suas reflexões em duas linhas distintas, porém complementares. A primeira diz respeito às práticas proselitistas dos missionários presbiterianos, pioneiros na divulgação da fé cristã reformada no Ceará, num esforço de problematização de suas estratégias de conquista de conversos entre os sertanejos. A segunda se volta para as apropriações que os sertanejos convertidos fizeram da religiosidade protestante, imputando-lhe resignificações de objetos, práticas e conceitos, a partir das idéias, crenças e valores próprios do universo cultural de que eram tributários.
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2008-03 Mapeando o "Hospital das Letras" (1657): Um hipertexto do barroco ibérico e seus elos historiográficosTítuloMapeando o "Hospital das Letras" (1657): Um hipertexto do barroco ibérico e seus elos historiográficosAutor
Jaques Mario BrandOrientador(a)
Ronaldo VainfasData de Defesa
2008-03-25Nivel
MestradoPáginas
227Volumes
1Banca de DefesaIsmênia de Lima MartinsLúcia Maria Paschoal GuimarãesRodrigo Nunes Bentes MonteiroRonaldo Vainfas
ResumoMomento reflexivo do conjunto da obra de D. Francisco Manuel de Melo (1608-1666), o quarto dos "Apólogos Dialogais" consiste na extensa visitação crítica da produção poética, política e historiográfica do auge do barroco, levada a efeito por quatro interlocutores imaginários, no recinto de uma biblioteca lisboeta, "convertida em hospital" por mandado de Apolo e das cortes do Parnaso. A dissertação, de 220 páginas, acompanhadas de diagramas com as demonstrações e conclusões de ordem estrutural, compreende um completo Guia dos Elos Historiográficos do "Hospital das Letras", precedido pela construção de seu Índice Analítico. Entre os achados da pesquisa, que implicou, pela primeira vez em 350 anos de fortuna crítica, na numeração das entradas do diálogo e na tentativa de solução de dificuldades específicas (ex. o Autor fala duas vezes seguidas em todas as edições desde a "princeps" de 1721), está a conclusão de que o conjunto do diálogo está construído simetricamente em torno do Julgamento do Autor, cuidadosamente camuflado como um episódio a mais da secção (ou "estante") de Poesia. No plano historiográfico, identificam-se traços de rejeição ao Tacitismo, adesão ao modelo salustiano de História e expressões do anseio por uma historiografia na qual o "discurso" sirva ao "caso".
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2008-03 Justiça Sanitária: Cidadãos e Judiciário nas reformas urbana e sanitária - Rio de Janeiro (1904 - 1914).TítuloJustiça Sanitária: Cidadãos e Judiciário nas reformas urbana e sanitária - Rio de Janeiro (1904 - 1914).Autor
Eneida Quadros QueirozOrientador(a)
Laura Antunes MacielData de Defesa
2008-03-24Nivel
MestradoPáginas
143Volumes
1Banca de DefesaGizlene NederGladys Sabina RibeiroLaura Antunes MacielOlga Brites
ResumoEsta dissertação aborda as relações entre o judiciário, particularmente a Justiça Sanitária, e os moradores do Rio de Janeiro entre os anos de 1904 a 1914, durante as reformas urbana e sanitária, indagando se eles se constituíram em instrumento de luta por direitos e pela cidadania frente às mudanças na cidade. Utilizando processos cíveis e criminais aborda o significado da justiça para as pessoas comuns, tentando identificar quem eram as pessoas que recorriam ao judiciário, quais as razões que as fizeram procurar a Justiça Sanitária e quais as suas expectativas e reivindicações. Analisa como recorriam e lutavam aqueles que eram atingidos pela reforma urbana ou pelas medidas sanitárias, evidenciando como os cidadãos transformaram a Justiça em um campo de lutas e disputas sociais e pela cidade. E, por fim, faz uma discussão sobre os tipos de ganhos ou perdas resultantes das ações judiciais para discutir o papel exercido pelo Judiciário nas reformas urbana e sanitária do Rio de Janeiro nos anos iniciais da República.
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2008-03 O Papel dos Druidas na Sociedade Céltica na Gália nos Séculos II e I a.C.TítuloO Papel dos Druidas na Sociedade Céltica na Gália nos Séculos II e I a.C.Autor
Filippo Lourenço OlivieriOrientador(a)
Ciro Flamarion Santana CardosoData de Defesa
2008-03-24Nivel
DoutoradoPáginas
312Volumes
1Banca de DefesaCiro Flamarion Santana CardosoClaudia Beltrão da RosaEdgard Leite Ferreira NetoLívia Lindóia Paes BarretoMaria Regina CandidoNorma Musco MendesSônia Regina Rebel de Araújo
ResumoO objetivo deste trabalho é pesquisar o papel dos druidas na sociedade céltica na Gália pré-romana, principalmente através das fontes clássicas, em articulação com a pesquisa arqueológica e a literatura irlandesa pré-cristã. Os druidas faziam parte da elite celta na Gália (e na Britânia) pré-romana nos séculos II e I a.C. e detinham prerrogativas político-religiosas e judiciárias. Ao contrário da maioria das concepções, as prerrogativas políticas permitiam que exercessem ingerência sobre assuntos ligados ao comércio e à eleição do vergobreto entre os povos que se tornaram Estado. Os druidas atuavam nos oppida e podem ter participado da formação estatal de povos do centro-leste da Gália. Neste contexto, intermediavam as relações entre as civitates celtas e a República romana. O fornecimento de vinho italiano para os oppida celtas na Gália nos séculos II e I a. C., principalmente para ser consumido nos festins religiosos, passava pela ingerência do grupo político-religioso. Os druidas também eram responsáveis pela administração dos cultos nos santuários, incluindo os sacrifícios humanos e animais, e pela elaboração de um sistema de crenças religiosas. Estas crenças legitimavam os festins e buscavam estimular o engajamento da clientela (os ambactos) a serviço dos nobres, bem como realçar sentimentos de identidade entre muitos povos da Gália pré-romana. No período do Alto Império, os druidas não estavam apenas à frente da oposição a Roma. Neste período eles desapareceram como instituição, mas muitos tiveram participação ativa na romanização da Gália através do engajamento em carreiras instauradas pela ordem romana. A "fusão" do culto imperial com crenças celtas foi um dos principais fatores que legitimaram a dominação romana. Muitos druidas tornaram-se decuriões, professores ou sacerdotes nos templos romanos.
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2008-03 Um Olhar sobre o País vizinho: representações do Brasil e da Argentina no contexto das relações diplomáticas (1930-1954)TítuloUm Olhar sobre o País vizinho: representações do Brasil e da Argentina no contexto das relações diplomáticas (1930-1954)Autor
Raquel Paz Dos SantosOrientador(a)
Cecília da Silva AzevedoData de Defesa
2008-03-19Nivel
DoutoradoPáginas
293Volumes
1Banca de DefesaCecília da Silva AzevedoFrancisco Carlos Teixeira da SilvaMaria Helena Rolim CapelatoMartha Campos AbreuNorberto Osvaldo FerrerasPaulo Knauss de MendonçaSabrina Evangelista Medeiros
ResumoO objetivo do estudo é desenvolver uma análise da alteridade. Ou seja, do discurso político construído pela diplomacia brasileira e argentina para "descrever", "traduzir" as características e especificidades do país vizinho. As fontes documentais privilegiadas são as correspondências dos embaixadores a seus respectivos governos durante os anos de 1930 a 1954. Durante esse período, houve momentos de forte aproximação política e econômica entre os dois países. Assim, visando consolidar esses vínculos, promoveu-se um expressivo intercâmbio intelectual e artístico entre as duas sociedades, através da diplomacia cultural e de diversos setores da sociedade civil. Para analisar o vasto universo dessas relações culturais, utilizo também a documentação referente às missões científicas e artísticas, às exposições de arte e de literatura, às traduções de livros de escritores argentinos e brasileiros para o português e o espanhol, às mostras de livros e de turismo, aos Institutos Culturais, às escolas "argentinas" e "brasileiras", que procuraram estimular o sentimento de fraternidade bilateral e continental, aos intercâmbios sindicais, etc. Esses diferentes "embaixadores" da cultura argentina e brasileira no país vizinho, independente de suas filiações ideológicas, estiveram imbuídos pelo ideário americanista de valorização das raízes culturais latino-americanas e permaneceram convictos de que a cooperação entre os dois países contribuiria para o progresso e o desenvolvimento mútuos.
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2008-03 Um retrato da Atmosfera Urbana de Porto Alegre: As Camadas Médias Urbanas na Literatura de Erico VerissimoTítuloUm retrato da Atmosfera Urbana de Porto Alegre: As Camadas Médias Urbanas na Literatura de Erico VerissimoAutor
Renata Costa Reis de MeirellesOrientador(a)
Adriana Facina Gurgel do AmaralData de Defesa
2008-03-19Nivel
MestradoPáginas
127Volumes
1Banca de DefesaAdriana Facina Gurgel do AmaralFernando Sergio Dumas Dos SantosMagali Gouveia EngelMarcelo Badaró Mattos
ResumoPartindo da premissa de que toda a criação literária é um produto histórico, a proposta desta dissertação é mostrar de que forma Erico Verissimo retratou a experiência das camadas médias urbanas brasileiras, segmento social que, durante as décadas de 1930 e 1940, se encontrava em processo de formação. A partir da leitura dos primeiros romances de Erico Verissimo, escritos nas décadas de 1930 e 1940, foi possível notar a sensibilidade do escritor gaúcho para narrar experiências concretas, os anseios e projetos das camadas médias urbanas brasileiras. Para cumprir com o seu objetivo, esta dissertação irá situar historicamente a literatura do escritor gaúcho, de forma a compreender como se deu o seu processo de criação literária, buscando estabelecer quais os elementos do meio externo que influenciaram sua escrita. Serão analisados três dos romances que integram o chamado "Ciclo de Porto Alegre". Escritos em diferentes momentos da Ditadura Vargas, Caminhos cruzados (1935), Olhai os lírios do campo (1938) e O resto é silêncio (1943) têm como atores fundamentais personagens oriundos das camadas médias urbanas.
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2008-03 Guerra e Paz: a trajetória dos comunistas brasileiros nos anos 1950TítuloGuerra e Paz: a trajetória dos comunistas brasileiros nos anos 1950Autor
Jayme Lúcio Fernandes RibeiroOrientador(a)
Daniel Aarão Reis FilhoData de Defesa
2008-03-19Nivel
DoutoradoPáginas
343Volumes
1Banca de DefesaAngela Maria de Castro GomesDaniel Aarão Reis FilhoDenise Rollemberg CruzFernando Teixeira da SilvaJorge Luiz FerreiraMarco Aurélio Santana
ResumoEm 1950, o Partido Comunista do Brasil (PCB) lançou a seus militantes uma nova linha política – o "Manifesto de Agosto" (1950-1958). Daquele momento em diante, uma postura de extrema radicalidade passou a orientar as ações práticas do partido. A vitória da Revolução Chinesa, de 1949, e o pensamento maoísta mostravam-se como verdadeiros horizontes. No entanto, os comunistas eram chamados a angariar assinaturas em inúmeras campanhas do "Movimento pela Paz".
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2008-03 Percepções do Espaço no Medievo Islâmico (Séc. XIV): O exemplo de Ibn Jaldún e Ibn BattutaTítuloPercepções do Espaço no Medievo Islâmico (Séc. XIV): O exemplo de Ibn Jaldún e Ibn BattutaAutor
Beatriz Juana Bissio Staricco Neiva MoreiraOrientador(a)
Vânia Leite FróesData de Defesa
2008-03-19Nivel
DoutoradoPáginas
415Volumes
2Banca de DefesaAidyl de Carvalho PreisFrancisco José Silva GomesMamede Mustafa JaroucheMaria Beatriz de Mello E SouzaPaulo Daniel Elias FarahRoberto Godofredo Fabri FerreiraVânia Leite Fróes
ResumoEstudo dos valores e da visão de mundo do Islã na Baixa Idade Média, utilizando-se da categoria espaço, entendendo-se que esta não existe a priori, mas no âmbito de cada experiência cultural e histórica. O mundo muçulmano medieval identificava-se como uma unidade, cujos limites coincidiam com os do Islã, referência maior de inclusão cultural, política e social e associada explicitamente ao lugar próprio da civilização. O espaço hierarquiza-se a partir de Meca, na Península Arábica, lugar obrigatório de peregrinação. Assim, a viagem à cidade sagrada era um dever de todo aquele que havia se submetido ao Islã. Esta é a principal razão por que a viagem tem na sociedade islâmica medieval tão importante função, não só religiosa, pois constituiu também uma ferramenta para produzir conhecimento e perenizá-lo através da escrita. O recorte temporal prioriza o século XIV em decorrência das fontes utilizadas, a Muqaddimah (Os Prolegômenos), a obra mais representativa do historiador Ibn Khaldun (1332-1406), e o livro Através do Islã, do viajante Ibn Battuta (1304-1368), memórias do périplo de mais de vinte anos pelos domínios muçulmanos.