Analisar processos por crimes de sedução arquivados no forum de Campos objetivando compreender as relações entre ofensores e ofendidas, a ideologia reguladora do Judiciário e as motivações da ofendidas ao buscarem reparações na Justiça

Os atributos arturianos se tornaram um dos modelos régios na Idade Média. Dentre estes atributos destaca-se a habilidade de Artur como excelente guerreiro, que atrai para sua corte nobres valorosos, a capacidade do rei de julgar bem, auxiliado por seus pares, mantendo a paz e a prosperidade no reino por um longo período. O objetivo da pesquisa é mostrar a influência do modelo arturiano na construção da imagem cronística de dois monarcas portugueses, Sancho II, rei deposto, e seu irmão Afonso III, que empreendeu a centralização régia no reino no século XIII. Comparamos a imagem dos dois monarcas ao modelo arturiano. O recorte cronológico divide-se em dois momentos: analisamos inicialmente a construção do mito arturiano por escrito a partir de fontes arturians que vão do século XII ao XIV. Num segundo momento, fazemos uma comparação das crônicas portuguesas sobre Sancho II e Afonso III nos séculos XIV ao XVI. Fazemos também um contraponto com a crônica de Frei Antonio Brandão, do século XVII.

Esta dissertação trata do processo de ocupação das terras propícias à produção de sal, especificamente na restinga de Cabo Frio, no período de 1801 a 1850. A partir deste processo, buscamos mostrar o valor estratégico do sal e de suas terras durante a gestação do Estado Imperial.

Esta dissertação trata das instituições nazistas e o seu funcionamento no Brasil, a partir de 1930 com a instalação de um partido nazista - NSDAP (National Sozialistiche Deustche Arbeiterpartei) no Rio de Janeiro, sob a mesma sigla e denominação de seu congênere alemão. Ao lado do partido, algumas as antigas sociedades de imigrantes alemães, passaram a ter um caráter nazista e outras sociedades foram ciradas.O presente trabalho discute o conflito entre este movimento e o governo brasileiro, principalmente após 37, com o estabelecimento do Estado Novo e sua política de nacionalização.

Motivos desencadeadores da ideologia da vagabundagem e dos preconceitos contra o trabalho no Império, privilegiando o período entre 1841 e 1881. A vagabundagem representou uma séria questão ao longo dos Oitocentos, sendo desenvolvida verdadeira caçada aos ociosos na Corte durante o Segundo Reinado. A ideologia da vagabundagem foi empregada para afastar os indesejáveis segundo a visão da elite, que assim excluiu muitos da cidadania. As atividades dos livres foram analisadas objetivando demonstrar os estratagemas empregados por eles, para ocultar o fato que trabalhavam. Muitos termos foram usados para exprimir as atividades exercidas pelos livres para sobreviver, para exercer a cidadania ativa. Vagabundagem, trabalho e cidadania estavam interligados. Os presos como vadios ficavam excluídos do direito de votar. Um vadio não teria como declarar uma ocupação para exercer o direito de votar.

A dissertação apresenta um estudo sobre as concepções e práticas populares em relação à doença e à cura, de institucionalização e de luta pela conquista de legitimidade social da parte da medicina acadêmica na cidade do Rio de Janeiro no século XIX.

A análise das estratégias de resistência processadas com base na vivência do mal-uso de si pelas mal-procedidas das Minas Gerais do século XVIII, implica na visualização de reversão de um discurso de poder que institui a dominação. As devassas eclesiásticas, através da mediação das relações culturais induziu à possibilidade de constituição de poderes informais, cujas modalidades de existência, pautam-se na introjeção da linguagem de dominação patriarcal pelas práticas das meretrizes mineiras.

Tendo como recorte cronológico os séculos XV e XVI, esta tese tem como eixo temático os descobrimentos náuticos portugueses. Propõe-se a demonstrar que ainda no século XV a Coroa de Portugal já possuia o conhecimento da reta de navegação para as Índias que no Atlântico sul utilizava-se das correntes do Brasil e das Malvinas e que este conhecimento náutico implica em ser antecedido por estudos de correntes e posicionamentos de ponto referenciais costeiro. Concluímos então que estiveram presentes em território brasileiro astrólogos doutos, únicos capazes de realizar, em tempos pré-quinhentistas, as observações astronômicas necessárias e que esta presença antecedeu, por um longo tempo, os descobrimentos de Colombo e Cabral.

Estudo das relações do livro com o poder régio e com a construção da territorialidade portuguesa no fim da Idade Média. Partindo de uma obra de sucesso, a Vita Christi, de Ludolfo da Saxônia, percorri os caminhos da produção, circulação e apropriação do livro no medievo, aprofundando as leituras que dele fizeram el-rey D. Duarte e os monges do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça. Neste mosteiro, o monarca teve acesso a muitas das obras que formariam seu pensamento. O rei não apenas freqüentou como contribuiu para a formação do acervo alcobacense. No entanto, sua formação extrapola os limites desse scriptorium, pois que era conhecedor de muitas obras ausentes nessas estantes monásticas. Exercício fundamental na elaboração do ser português de D. Duarte, a leitura insere-se em um conceito mais amplo de arte. Concluí, enfim, que esses conteúdos textuais e materiais desses manuscritos e impressos foram elementos importantes na demarcação da territorialidade lusa.

A importância dos gestos físicos do rei na França no final da Idade Média, no âmbito do processo civilizador da sociedade de corte, feito através da biografia de Carlos V da França (1337 - 1380), escrita por Christine de Pison - Le Livre des jois e T bonnes mouers du sage voi Charles V. A partir de um rei paradigmático, a tese procura mostrar a importância do controle do corpo e das emoções para um rei medieval e como essa preocupação está diretamente ligada à encenação do poder. Os gestos do rei, regulados pelo protocolo que está surgindo nas cortes, pode ser eficaz instrumento político já na Idade Média. As circunstâncias em que este espelho de príncipe foi escrito - uma encomenda da casa real para seus membros mostra a função de instrumento de propaganda política. A tese não pretende biografar Carlos V mas analisar comparativamente o texto de Christine de Pison e outras versões sobre a vida do rei.

Estudo da figura do Cortesão, tomando o da Corte de Luis XIV como protótipo, e sua apresentação alegórica no fabulário de Jean de La Fontaine como matéria de trabalho, usando amostragem dentre as 245 fábulas, mais textos preliminares e conclusivos do fabulista. Hipótese demonstrada: o fabulário pode e deve ser lido como um Manual do Cortesão, por lhe definir o perfil, propor posturas adequadas à vida da corte, criticar as inadequadas, dar exemplos de como deve e pode o cortesão agir para o exercício de suas funçõs e para manter sua posição e seu lugar político, nos limites que lhe faculta o Absolutismo. Também é demonstrada a técnica de fabulação de La Fontaine. Estas conclusões apontam, ainda, para uma estreita vinculação entre obra e vivência pessoal do autor como homem de seu tempo e cortesão. Das fábulas emerge todo um vivido francês da época, do qual elas, mesmo que em tom metafórico e irônico, se mostram síntese. Permeando nos limiares história e literatura, tais conclusões concretizam outro objetivo da tese: mapeiam no fabulário um cortesão modelar a ser confrontado com os tipo inventariados em estudos por abordagens diversas.

Estudo da construção de um contra-modelo de rei, tomando como referência o material textual de Fernão Lopes, particularmente a Crônica de Dom Fernando, escrita por volta de 1436. Trata-se da criação por parte do cronista-mor de um paradigma que ao mesmo tempo que enuncia um modelo, constrói também a sua contrapartida na figura de D. Fernando I, último soberano da Dinastia de Borgonha. Aponta-se o comprometimento ideológico dessa construção, profundamente ligada à legitimação e veiculaçãpo da imagem dos monarcas da Dinastia de Avis.

Análise dos fatores que levaram ao desencadeamento da Perestroika Soviética.. Analisa-se especialmente a influência da revolução científico-técnica nos desenvolvimentos históricos da URSS.O recorte espacial não se limita à URSS, englobando uma análise dos desenvolvimentos da revolução científico-técnica nos principais países capitalistas.Recorte cronológico básico: anos 30 aos anos 90 do século XX.

O presente trabalho baseia-se num estudo comparado sobre as trajetórias historiográficas de Bartolomé Mitre e de Francisco Varnhagen, entre 1837 e 1880, em função do contexto político e intelectual no qual desenvolveram seus trabalhos, de modo a observar as estratégias escolhidas tanto por Varnhagen como por Mitre para consolidarem-se como legítimos historiadores nacionais, ou seja, como seus fundadores.

Pesquisa centrada nas três primeiras décadas do século XX, entre a administração municipal de Francisco Pereira Passos no Rio de Janeiro e a Revolução de 1930. O recorte espacial limita-se à área central da cidade do Rio de Janeiro e suas adjacências. O objetivo principal da pesquisa foi o de identificar a identidade cultural popular inscrita em seu espaço de moradia, privilegiando-se especialmente a questão das favelas e o processo de favelização naquele momento da história da cidade do Rio de Janeiro.

A tese abarca o pensamento e a prática de Joaquim Nabuco nas décadas de 80 e 90 do século XIX sob a luz da categoria império em três dimensões: o Império do Brasil, a relação entre territorialidade e escravidão em sua formação e império como categoria explicativa do capitalismo em escala internacional neste período. Nesta perspectiva, e analisado o abandono, ou a mitigação, da temática das reformas sociais acopladas à defesa da abolição da escravidão - reforma territorial e universalização da instrução - por Nabuco logo após a proclamação da república. O clima de instabilidade política, a frustração da reforma abolicionista e a percepção de uma conjuntura internacional desfavorável ao país levaram Nabuco a este abandono. Este movimento é feito através de um discurso historiográfico e político que classiciza a época do império.

O objetivo central deste trabalho é o de responder à seguinte questão: qual seria a participação do Conselho Municipal do Rio de Janeiro, Poder Legislativo local, nas discussões sobre a higiene e a intervenção no espaço da cidade? Para respondê-la, optei por estudar o período que vai de 1892 a 1902, isto é, antes da reforma urbana ocorrida no governo Passos (1902 - 1906). Divido o trabalho em duas partes. Na primeira, busco discutir o papel que o Conselho desempenhava no interior do campo político carioca. Na segunda, avalio a importância da questão da higiene no interior da casa legislativa e, também, acompanho o andamento dos projetos de lei sobre a questão da habitação popular. A idéia básica do trabalho, é a de que o conselho estava tentando se tornar um lugar legítimo de discussão dos interesses da municipalidade.

O trabalho procura analisar o município de Juiz de Fora, uma região caracterizada pela agroexportação cafeeira no período compreendido entre 1850 e 1888. A abordagem centra-se sobre a divesificação de suas atividades produtivas, especialmente a produção de alimentos. Procura demonstrar que o município não viveu apenas de café durante este período, embora ele fosse o principal produto, demonstrando que havia uma produdção de alimentos direcionada ao abastecimetno do mercado local, para a qual estava voltada boa parte da população livre e escrava da região. Discute também a idéia de que este setor produtor de alimentos responde de forma positiva ao estímulo proporcionado pela expansão do setor agroexportador.

Este trabalho procura historiar a memória da imigração portuguesa em Niterói a partir da sua inscrição no espaço urbano da cidade na primeira metade do século. Além disso procuramos avaliar que papel a recuperação dessa memória desempenhou na construção das identidades sociais dos descendentes desses imigrantes. Para tanto analisamos as trajetórias de algumas famílias portuguesas ligadas à construção de determinados espaços de memória e sua participação no processo de urbanização da cidade nos anos 20 e 30. Isto foi feito através de documentos, periódicos e principalmente de depoimentos orais.

O presente trabalho é uma análise da conexão entre a desagregação do sistema escravista e as transformações ocorridas na estrutura agrária fluminense em fins do século XIX. Tem como eixo principal a história do município de Nova Iguaçu, Estado do Rio, ao longo dos anos de 1850 e 1890. Busca compreender como as formas de apropriação e acesso a terra, um dos principais elementos de sustentação das relações de produção escravistas, foram modificadas naquele período.

A historiografia classica mostra Akhenaton citado como um faraó herege. Essa mesma historiografia menciona Aldred como referência para as informações sobre o período de reinado de Akhenaton. Aldred, em alguns momentos, corrobora aquela opinião. Nosso trabalho busca saber os motivos disso.

A Primeira Visitação do Santo Ofício ao Brasil, entre 1591 e 1595, marca uma mudança no panorama social da colônia, graças às várias denunciações contra o grupo de cristãos-novos e sua subcategoria de criptojudeus - aqueles que, não aceitando a conversão forçada ao catolicismo imposta pelo rei português em fins do século XV, mantêm secretamente as antigas tradições judaicas - terminando com a relativa tranqüilidade existente nas relações sociais. O caso de João Nunes é deveras importante para a construção do quadro social existente durante o período de colonização, e para a percepção de como interesses privados - ou mesmo estatais - poderiam influir em decisões à primeira vista imparciais, como o Santo Ofício pretendia demonstrar em suas práticas.

O modelo teórico de integração, elaborado por Karl e seus colaboradores da Universidade de Princeton foi aplicado aos dados obtidos na documentação textual e material objetivando compreender a relação entre a África do Norte e Roma, desde as Guerras Púnicas até o Alto Império, através do estudo de casos de duas cidades norte-africanas: Hippo Regius e Thamugadi.

Trata-se de uma pesquisa acerca das representações produzidas por viajantes norte-americanos sobre os "homens de cor" no Brasil, na primeira metade do século XIX. Além dos relatos de viagens realizadas por norte-americanos entre 1829 e 1855, foram também consultados periódicos produzidos por "homens de cor" no Rio de Janeiro, na década de 1830. O principal objetivo da análise destas fontes reside em considerar a experiência social de "homens de cor", livres ou não, sob dois pontos de vista diversos: o brasileiro e o norte-americano.

O trabalho procura caracterizar as imagens urbanas de tipo artístico e caráter histórico como objeto da investigação histórica. Trata-se de elucidar as bases sociais da construção do sentido monumental atribuído à imaginária urbana, definindo-a como lugar de memória. Considera-se a imaginária urbana como resultado de uma operação historiográfica, sustentada em uma estrutura narrativa escultórica e ritualizada socialmente em torno de princípios que afirmam a unidade nacional. Nesse sentido as imagens urbanas elaboram construções acerca da identidade da sociedade urbana - o que é estudado a partir dos casos das cidades do Rio de Janeiro e de Niterói. A análise da história de três imagens urbanas evidencia como as iniciativas da sua promoção terminam elaborando metáforas do poder.