Tesis de Maestría, Doctorado
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2020-10
Biografia de João Júlio Monteiro: O fenômeno dos viajantes naturais de Cabo Verde .
TítuloBiografia de João Júlio Monteiro: O fenômeno dos viajantes naturais de Cabo Verde .
Autor
Raquel Games MonteiroOrientador(a)
Marina Annie Martine Berthet RibeiroData de Defesa
2020-10-08Nivel
MestradoPáginas
139Volumes
1Banca de DefesaAlain Pascal KalyJuniele Rabêlo de AlmeidaMarina Annie Martine Berthet Ribeiro
Resumo
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2020-09
Do Nakba às letras de sangue. Testemunho e história palestina na obra de Susan Abulhawa
TítuloDo Nakba às letras de sangue. Testemunho e história palestina na obra de Susan Abulhawa
Autor
André Regufe RibeiroOrientador(a)
Renata Torres SchittinoData de Defesa
2020-09-30Nivel
MestradoPáginas
140Volumes
1Banca de DefesaJanaína Martins CordeiroMurilo Sebe Bon MeihyRenata Torres Schittino
ResumoO presente trabalho visa contribuir para os estudos da literatura palestina como
testemunho. A partir da obra da escritora palestina Susan Abulhawa, discutindo os seus
dois primeiros romances A Cicatriz de David (2009) e O Azul entre o Céu e a Água
(2017), pretende-se analisá-los como fontes históricas – testemunho da população
palestina a partir das mudanças ocorridas com a criação do Estado de Israel na década
de 1940 e efeitos diretos e indiretos do Nakba até o início dos anos 2000. A análise
utiliza tais eventos e seus efeitos no estudo do trauma da população palestina no Nakba.
O estudo visa contribuir para os estudos de trauma na população palestina, considerando
a importância de tais eventos para a vida da autora e a influência deles na sua obra.
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2020-09
COMPLEXO FUNDIÁRIO E FRONTEIRAS NA COMARCA DO RIO DAS MORTES, CAPITANIA DE MINAS GERAIS (1740-1808)
TítuloCOMPLEXO FUNDIÁRIO E FRONTEIRAS NA COMARCA DO RIO DAS MORTES, CAPITANIA DE MINAS GERAIS (1740-1808)
Autor
Marcelo do Nascimento GambiOrientador(a)
Márcia Maria Menendes MottaData de Defesa
2020-09-29Nivel
DoutoradoPáginas
274Volumes
1Banca de DefesaAntônio Carlos Jucá de SampaioCarmen Margarida Oliveira AlvealMárcia Maria Menendes MottaMarina Monteiro MachadoNívia Pombo Cirne Dos Santos
ResumoA descoberta dos veios auríferos na região da Capitania de Minas Gerais viria a
provocar grandes transformações. Constitui-se ao longo do século XVIII todo um
aparato social, econômico, político e cultural relacionado à extração do metal precioso.
Entretanto, não é possível limitar todo o esplendor desta Capitania exclusivamente às
práticas minerais já que, juntamente a esta foi se desenvolvendo outras atividades
econômicas. Neste cenário, cabe destacarmos a importância do comércio e das práticas
agropastoris que exerceram desde os momentos iniciais da constituição do espaço
físico-geográfico desta Capitania, um predominante papel na formação e na composição
das suas variadas vilas e freguesias.
Esta tese busca, portanto, compreender como ocorreram os processos de
ocupações e as expansões das fronteiras na Comarca do Rio das Mortes, Capitania de
Minas Gerais, entre os anos de 1740 a 1808. Este período em especial, diz respeito à
ampliação das atividades econômicas de cunho alimentícias, juntamente com o processo
de interiorização das regiões dos sertões, que, propriamente ditas, compreendiam as
áreas mais adentradas desta comarca. Para abarcar tal processo, temos como elemento
central o acesso a terra. É por meio da unidade de terra que visamos ser capazes de
avaliar a composição e as transformações ocorridas nesta comarca, na medida em que as
dinâmicas das fronteiras se movimentavam. Dessa maneira, compreender o espaço
geográfico da Comarca do Rio das Mortes tendo como esboço as práticas econômicas e
as sociais que se desenvolveram ao longo deste período é a constituição do cerne deste
estudo.
Nesta pesquisa optamos por privilegiar as fontes primárias que permitiriam
compreender a relação existente entre o processo ocupacional e o acesso a terra sendo
estas, em especial, as cartas de sesmarias. Por fim, destacamos que também faremos uso
da documentação pertinente aos aspectos sociais destes sesmeiros, tais como os
inventários, rol dos confessados e os testamentos.
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2020-09
PARA ALÉM DO TOMBAMENTO: Os sentidos da patrimonialização da igreja de São Lourenço dos Índios de
NiteróiTítuloPARA ALÉM DO TOMBAMENTO: Os sentidos da patrimonialização da igreja de São Lourenço dos Índios de
NiteróiAutor
Emerson de Carvalho GuimarãesOrientador(a)
Paulo Knauss de MendonçaData de Defesa
2020-09-28Nivel
DoutoradoPáginas
239Volumes
1Banca de DefesaMarcelo Santos de AbreuMárcia Regina Romeiro ChuvaMaria Inez TurazziPaulo Knauss de MendonçaZita Rosane Possamai
ResumoA pesquisa trata da história do patrimônio cultural no Brasil e discute o processo de
patrimonialização de bens culturais, a partir da igreja de São Lourenço dos Índios de Niterói,
caracterizando o conjunto de práticas e representações que justificam a inserção do bem cultural
nos marcos das políticas públicas do patrimônio cultural. O trabalho se apoia nos debates da
historiografia contemporânea sobre o patrimônio cultural no Brasil que demarca o processo de
sua afirmação como política pública. O estudo explora fontes variadas (imprensa, história oral,
legislação, documentação administrativa e técnica do Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional - IPHAN e da Prefeitura Municipal de Niterói) e demonstra como a igreja é
representada como monumento, patrimônio e bem cultural, renovando ao longo da história os
seus significados, sendo envolvida em novas abordagens da sua história. Considera-se que a
patrimonialização se define como um processo aberto à ressignificação dos bens culturais e que
não se encerra na declaração formal de sua proteção pelo estado, mas se estende para além do
tombamento.
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2020-08
A missão escrita: Irmã Dubost e as memórias de uma vicentina no Novo Mundo (Mariana-MG, 1848-1858)
TítuloA missão escrita: Irmã Dubost e as memórias de uma vicentina no Novo Mundo (Mariana-MG, 1848-1858)
Autor
Melina Teixeira SouzaOrientador(a)
Renato Júnio FrancoData de Defesa
2020-08-28Nivel
DoutoradoPáginas
378Volumes
1Banca de DefesaAdalgisa Arantes CamposGeorgina Silva Dos SantosÍtalo Domingos SantirocchiRenato Júnio FrancoVirgínia Albuquerque de Castro Buarque
ResumoA Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo estabeleceu sua primeira casa
brasileira em meados do século XIX, no município de Mariana, em Minas Gerais. A empreitada
das freiras não era nada simples, já que para fundar o primeiro colégio católico feminino do
Império, teve de enfrentar meses de travessia marítima de Paris até o Rio de Janeiro e, logo
depois, prosseguir viajando a cavalo pelo interior do país. Irmã Dubost, madre superiora da
congregação no Brasil, começou então um diário de bordo para relatar o cotidiano da viagem
e, ao chegar ao seu destino, prosseguiu escrevendo. A freira enviou correspondências mensais
para os superiores franceses, tratando da fundação do colégio Providência. Esta pesquisa visa
o precioso contato com a produção escrita da religiosa em uma perspectiva que destaca sua
identidade de freira missionária em um ambiente hostil à conquista de novos espaços socais
pelo gênero feminino. Interessa-nos investigar o discurso institucional da ordem religiosa por
meio de seus textos fundadores, relacionando-os às discussões que mobilizavam a cúpula
católica no XIX: pretende-se verificar como o repertório de ação do ultramontanismo
aproximava-se da percepção de mundo de Irmã Dubost, influenciando suas práticas e
estratégias na instituição da primeira casa vicentina brasileira, oferendo inclusive um modelo
de santidade de acordo com a inerente valorização de devoções populares e de grande potencial
afetivo, no caso o culto mariano. A repercussão da chegada das freiras em Mariana,
especialmente no que se refere a possíveis conquistas e ao alargamento de brechas sociais para
as mulheres mineiras, também estão no foco da pesquisa. Por fim, afirma-se o interesse em
investigar quais eram os projetos de missão envolvidos e como esses planos interagiam,
dependendo do contexto, no que diz respeito aos superiores gerais da congregação em Paris; ao
bispo local de Mariana, d. Viçoso; à freira vicentina, irmã Dubost; à comunidade local de
Mariana.
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2020-08
O Trabalhismo Diante do Espelho. Gênero, raça e classe na construção do Estado de Bem-Estar social na
Inglaterra. (1870-1951).TítuloO Trabalhismo Diante do Espelho. Gênero, raça e classe na construção do Estado de Bem-Estar social na
Inglaterra. (1870-1951).Autor
Thiago Romão de AlencarOrientador(a)
Bernardo KocherData de Defesa
2020-08-27Nivel
DoutoradoPáginas
532Volumes
2Banca de DefesaBernardo KocherDemian Bezerra de MeloGuilherme Figueiredo Leite GonçalvesMarcelo Badaró MattosRaquel Varela
ResumoEsta tese procura discutir as bases sociais, políticas e ideológicas que ajudaram a fundar
e consolidar o Partido Trabalhista britânico no interior do regime democrático-
parlamentar daquele país. Tendo por centro a constituição do Estado de bem-estar naquelepaís, dirigido e governado pelos trabalhistas em um primeiro momento, procuramos
estabelecer como as relações de classe, gênero e raça específicas da formação social
britânica foram condensadas nesse Estado. Para isso, reconstruímos a história do Partido
Trabalhista desde sua fundação tendo por enfoque a interação desse partido com a
hegemonia burguesa, sua relação com as instituições e aparelhos do Estado capitalista
britânico e a função que esse partido passou a desempenhar no interior dessa hegemonia.
A opção pela via parlamentar e a aposta no reformismo, embasadas na crença da
autonomia do Estado perante as relações sociais capitalistas, formam o norte do
trabalhismo britânico. A separação entre as esferas de luta sindical e partidária no interior
do movimento trabalhista, uma das características fundamentais desse movimento,
estabeleceu as bases da relação entre o Partido Trabalhista e os órgãos de classe dos
trabalhadores, os sindicatos, reunidos no TUC, a principal central sindical britânica. Ao
mesmo tempo, tal classe trabalhadora continha hierarquias de gênero e raça em seu
interior, hierarquias essas fundamentais para a acumulação capitalista e que seriam
assumidas pelo partido, tendo papel central no desenvolvimento de suas políticas e na
própria construção do Estado de bem-estar. Analisando os documentos internos do
partido, os seus manifestos eleitorais e os relatórios das conferências anuais partidárias e
sindicais, tecemos um quadro da relação entre a agência da classe trabalhadora britânica,
o regime parlamentar britânico e a hegemonia burguesa ao longo da primeira metade do
século XX, percorrendo o período de formação, consolidação e de governo dos
trabalhistas, ressaltando o papel dos homens, mulheres e imigrantes nesse processo.
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2020-08
DO PAIAKU DE MONTEMOR AO CABOCLO DA VILA DE GUARANY: LUTA POR TERRAS E REDEFINIÇÕES IDENTITÁRIAS (SÉCULOS XVII AO XX)
TítuloDO PAIAKU DE MONTEMOR AO CABOCLO DA VILA DE GUARANY: LUTA POR TERRAS E REDEFINIÇÕES IDENTITÁRIAS (SÉCULOS XVII AO XX)
Autor
Marcos Felipe VicenteOrientador(a)
Maria Regina Celestino de AlmeidaData de Defesa
2020-08-20Nivel
DoutoradoPáginas
284Volumes
1Banca de DefesaIsabelle Braz Peixoto da SilvaJoão Pacheco de Oliveira FilhoJuciene Ricarte ApolinárioMaria Regina Celestino de AlmeidaVania Maria Losada Moreira
ResumoOs territórios indígenas atuais são resultados de longos processos de luta vivenciados pelos
povos nativos. Inseridos violentamente no sistema colonial, os índios buscaram formas de
construir e preservar os espaços necessários à sua sobrevivência material e social, utilizando as
normas jurídicas a seu favor, por vezes, ressignificando suas próprias identidades. Nesse
sentido, esta tese debruça-se sobre as lutas dos caboclos da vila de Guarany, Estado do Ceará,
no início do século XX, em defesa da propriedade das terras que pertenceram à antiga aldeia
dos índios Paiaku. Enfrentando um padre católico, que tinha interesse em receber, para a
padroeira, os foros do lugar, os caboclos – descendentes dos índios Paiaku – articularam uma
rede de apoiadores que incluía renomados intelectuais do Estado e moveram uma ação judicial
para obter o reconhecimento de seus diretos sobre as terras. Para compreender os fundamentos
de sua argumentação, foi necessário analisar como os caboclos construíram uma relação de
pertencimento ao lugar de Montemor, o Velho, da América, durante os séculos XVIII e XIX.
No decorrer das sucessivas lutas em defesa das terras, acabaram por construir seu próprio
território, ao passo em que suas identidades foram se transformando e se ressignificando de
acordo com as mudanças das políticas indigenistas. Entende, pois, o fenômeno identitário como
uma construção política coletiva que resulta de um interesse em comum. Demonstra-se, assim,
como os índios Paiaku redefiniram suas identidades, problematizando o discurso oficial de
extinção dos índios no Ceará, no século XIX. Para refletir sobre esses complexos fenômenos
políticos e identitários, procedeu-se a uma análise de um diversificado corpo documental, que
inclui manuscritos e impressos, correspondências oficiais da Colônia e do Império, leis, notícias
e publicações de jornais dos séculos XIX e XX, documentos judiciais, dentre outros.
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2020-08
A História nos arquivos judiciários: representações sobre as relações de gênero no cotidiano de Parnaíba entre 1930-1970
TítuloA História nos arquivos judiciários: representações sobre as relações de gênero no cotidiano de Parnaíba entre 1930-1970
Autor
Erasmo Carlos Amorim MoraisOrientador(a)
Rachel SoihetData de Defesa
2020-08-18Nivel
DoutoradoPáginas
319Volumes
1Banca de DefesaAlessandra Frota Martinez de SchuelerIranilson Buriti de OliveiraMaria da Conceição Francisca PiresRachel SoihetSamantha Viz Quadrat
ResumoEste trabalho estuda a história nos arquivos judiciais: as representações de gênero no
cotidiano de Parnaíba entre 1930 e 1970. Buscou-se compreender a constituição das
representações sobre as relações de gênero a partir dos arquivos judiciais, em que foi possível
perceber a presença das famílias parnaibanas nos espaços de sociabilidade, integradas ao
cotidiano e às transformações vivenciadas na cidade, no âmbito de seu processo de
modernização, bem como analisar as imagens construídas acerca das mulheres na imprensa
parnaibana, principalmente no Almanaque da Parnaíba. Cotejou-se as representações
presentes nesse anuário com as informações contidas nas ações judiciais de desquite, com
enfoque no casamento e na família. Dessa forma, analisou-se a construção das relações de
poder no interior das concepções de gênero nessa cidade, presente nos processos, que visavam
a dissolver o vínculo da sociedade conjugal, identificando as mudanças no interior dos lares a
partir das alterações ocorridas na legislação, em especial, o Estatuto da Mulher Casada
(1962), que alterava o Código Civil de 1916, no qual os cônjuges passavam a compartilhar o
pátrio poder. O corpus documental que permitiu o desenvolvimento do tema proposto é
composto pelos processos de desquite ajuizados na primeira vara cível, no Fórum Salmon
Lustosa, localizado em Parnaíba, Piauí; além de jornais, especialmente o Almanaque da
Parnaíba; do Código Civil de 1916; decretos; Estatuto da Mulher Casada (1962); relatório do
governo e dados censitários. Portanto, este trabalho teve como preocupação dar visibilidade às
representações de gênero tecidas no cotidiano de Parnaíba, a partir de processos judiciais de
desquite. Nesse itinerário, além das representações pré-estabelecidas pela cultura e reforçadas
por seus agentes, encontramos mulheres e homens reais: indivíduos que viveram situações
adversas e, apesar dos julgamentos morais, buscaram desquitar-se, rompendo com os padrões
normativos esperados para ambos, embora a dignidade e honra da família estivessem
associadas muito mais à conduta da mulher, em que essa deveria suportar tudo em nome do
casamento e da família.
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2020-08
Os Conselhos de Ibn al-Muqaffa para a Boa Governança do Califado (740-750)
TítuloOs Conselhos de Ibn al-Muqaffa para a Boa Governança do Califado (740-750)
Autor
Dandara Arsi PrendaOrientador(a)
Vânia Leite FróesData de Defesa
2020-08-17Nivel
DoutoradoPáginas
232Volumes
1Banca de DefesaEdmar Checon de FreitasMamede Mustafa JaroucheMiriam Cabral CoserRaquel Alvitos PereiraSínval Carlos Mello GonçalvesVânia Leite Fróes
ResumoA presente pesquisa tem como foco o estudo da prática do aconselhamento nos
primeiros anos do Califado Abássida (740-775 d.C.), pelas fontes do intelectual persa
Ibn Almuqaffa. Suas produções enunciam e questionam as particularidades da
sociedade árabe no século VIII. Nesta pesquisa se busca reunir, identificar e refletir
acerca das concepções e dos ideais políticos do medievo árabe oriental nesse
período. Esquematizada a partir de uma literatura, que se convencionou chamar de
espelhos de príncipe, objetiva-se identificar e analisar os princípios e estratégias de
poder ensinadas aos governantes, pelos conselhos que lhe assegurariam a
autoridade e estabilidade do poder. Tal estudo se encontra circunscrito em um
contexto histórico, no qual uma nova dinastia, os Abássidas, busca, no conhecimento,
mecanismos que a auxilie na legitimação e na manutenção dos soberanos e do poder.
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2020-08
"Em inglês brilhaste, em português agora brilhas": tradução e circulação das obras de Alexander Pope no mundo luso-brasileiro (1769-1819)
Título"Em inglês brilhaste, em português agora brilhas": tradução e circulação das obras de Alexander Pope no mundo luso-brasileiro (1769-1819)
Autor
Gabriel de Abreu Machado GasparOrientador(a)
Guilherme Paulo Castagnoli Pereira Das NevesData de Defesa
2020-08-07Nivel
MestradoPáginas
194Volumes
1Banca de DefesaAnita Correia Lima de AlmeidaGuilherme Paulo Castagnoli Pereira Das NevesLucia Maria Bastos Pereira Das Neves
ResumoAo longo da segunda metade do Setecentos, o mundo luso-brasileiro assistiu ao surgimento de uma profusão de traduções para a língua portuguesa de livros provenientes das mais diversas regiões. Dentre elas, encontravam-se diversas obras do poeta inglês Alexander Pope (1688-1744). O objetivo do presente trabalho é de analisar estas traduções a luz das contribuições metodológicas da história do livro e da história do pensamento político. Para tanto, elegeu-se a tradução do Ensaio sobre a Crítica (1810) feita por Fernando José de Portugal (1750-1817), principal ministro da Corte de D. João na América. Assim, buscou-se situá-las em seu contexto de publicação, examinar as estratégias de tradução escolhidas por D. Fernando e abordar a circulação da obra.
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2020-07
Desvelando um Sujeito Oculto: Campesinato e Estrutura Agrária na Alta Idade Média Ibérica (ca. 450 - ca.750).
TítuloDesvelando um Sujeito Oculto: Campesinato e Estrutura Agrária na Alta Idade Média Ibérica (ca. 450 - ca.750).
Autor
Eduardo Cardoso DaflonOrientador(a)
Mário Jorge da Motta BastosData de Defesa
2020-07-31Nivel
DoutoradoPáginas
345Volumes
1Banca de DefesaCarlos Tejerizo GarcíaEdmar Checon de FreitasMário Jorge da Motta BastosPaulo Henrique de Carvalho PacháRenato Rodrigues da Silva
ResumoO presente trabalho almeja contribuir para desvelar o protagonismo histórico de um
sujeito oculto, os camponeses na Alta Idade Média Ibérica, entre os anos de cerca de 450
a cerca de 750. O campesinato formou o grupo social mais numeroso no curso de um
vastíssimo período da História. Apesar disso, os estudos camponeses são muito poucodesenvolvidos na atualidade, especialmente aqueles dedicados a contextos pré-
capitalistas, cuja historiografia mantém-se predominantemente focada no estudo dasclasses dominantes de outrora. O contexto deste estudo inicia-se com a dissolução da
paisagem romana dominada, também na Península Ibérica, pelas uillae, por volta do ano
450, com a progressiva constituição de uma paisagem dominada pela disseminação de
aldeias e granjas camponesas, concluindo-se às vésperas da manifestação de uma nova
transformação do meio rural ibérico ocorrida em meados do século VIII em decorrência
da conquista muçulmana. Busca-se, ainda, caracterizar o campesinato na sua condição de
sujeito social dinâmico e ativo na estruturação da sociedade em questão.
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2020-07
"O mundo também era para nós": camponesas dizem de sua vida e trabalho no movimento do dia do Senhor em Sobral – CE (1970-1990)
Título"O mundo também era para nós": camponesas dizem de sua vida e trabalho no movimento do dia do Senhor em Sobral – CE (1970-1990)
Autor
Viviane Prado BezerraOrientador(a)
Samantha Viz QuadratData de Defesa
2020-07-31Nivel
DoutoradoPáginas
268Volumes
1Banca de DefesaAdelaide Maria Gonçalves PereiraAna Maria Mauad de Sousa Andrade EssusLarissa Rosa CorrêaMaria Paula Nascimento AraújoSamantha Viz Quadrat
ResumoEsta pesquisa tem como objeto de estudo as memórias e histórias de vida e de trabalho das
camponesas que compunham os Encontros de Esposas do Movimento do Dia do Senhor, que
se desenvolveu nas dioceses de Sobral e de Itapipoca, na zona Norte e Noroeste do estado do
Ceará, durante as décadas de 1970 a 1990. Através da análise dos documentos escritos, tais
como: Relatórios dos Encontros de Esposas Anuais, Cartas Comunitárias, Livro de Atas e
Livro de Contas da Associação de Mulheres Rendeiras de Bilros de Juritianha, bem como, da
análise de diversas entrevistas orais foi possível perscrutar a memória escrita e oral produzida
por mulheres pobres, camponesas, autodidatas que se fizeram protagonistas desse Movimento.
Com essa vasta documentação pôde-se vislumbrar a atuação dessas mulheres nas diversas
esferas de suas vidas, desde a esfera do cotidiano, passando pelo mundo do trabalho feminino
no campo, como pela forte atuação das camponesas na luta pela terra. Para a análise dos
conflitos de terras, fez-se utilização dos documentos de desapropriação das terras em litígio,
referentes ao Assentamento Maceió, em Itapipoca e ao Assentamento Lagoa do Mineiro, em
Itarema, arquivadas na sede do INCRA, em Fortaleza - CE. A dimensão da sexualidade e as
tensões presentes nas relações de gênero, tanto no interior do Movimento do Dia do Senhor,
como no interior dos seus casamentos também se tornou evidente, principalmente, nas
narrativas orais analisadas. Portanto, na experiência desse Movimento, a partir das vivências
durante os Encontros de Esposas, espaço, por excelência, do feminino, constatou-se que
muitas dessas mulheres encontraram sua voz, transformaram-se e demarcaram um espaço de
ação dentro e fora do Movimento, como em suas comunidades, nas Associações, nos
Sindicatos, na luta pela terra e por melhores condições de trabalho, assim como, em suas
casas e em seus casamentos, ao passo que conquistaram o respeito e a admiração de muitos
dos camponeses que também protagonizavam o Dia do Senhor.
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2020-07
"O NEGÓCIO DA HISTÓRIA NO BRASIL": A COMPANHIA DAS LETRAS E O CAMPO HISTORIOGRÁFICO BRASILEIRO (1986-2001)
Título"O NEGÓCIO DA HISTÓRIA NO BRASIL": A COMPANHIA DAS LETRAS E O CAMPO HISTORIOGRÁFICO BRASILEIRO (1986-2001)
Autor
Fernando Fiorotti PoltronieriOrientador(a)
Marcelo Badaró MattosData de Defesa
2020-07-31Nivel
DoutoradoPáginas
372Volumes
1Banca de DefesaAndréa Lemos Xavier GalucioDemian Bezerra de MeloFábio FranziniMarcelo Badaró MattosWesley Rodrigues de Carvalho
ResumoEsta tese tem por objetivo analisar as relações entre o campo historiográfico brasileiro e o
mercado editorial nas últimas décadas do século XX. Para tanto, utilizamo-nos dos livros de
História lançados pela editora Companhia das Letras entre os anos de 1986 e 2000. Estes são
tomados como índice para pensar as tendências e temas historiográficos que, subsumidos a uma
filosofia editorial, convertiam-se em mercadorias de valor econômico e simbólico. Para
apreender a negociação que envolve historiadores e mercado editorial, partimos de uma aporte
teórico-metodológico que dialoga fortemente com as teses do sociólogo francês Pierre Bourdieu
e com uma História da Historiografia preocupada em ressaltar as dimensões sócio-históricas da
disciplina. Fundada por Luiz Schwarcz, com ativa participação de sua esposa, a historiadora
Lilia Katri Moritz Schwarcz, a editora ficou conhecida por conciliar qualidade intelectual, apuro
estético e inovadoras estratégias comerciais. Sua consolidação no campo editorial é
indissociável de seu investimento no gênero historiográfico. Lançou, entre outros, livros como
a História da Vida Privada, O Queijo e os Vermes, O Diabo na Terra de Santa Cruz e Os
Bestializados que em sua maioria se filiavam as propostas de renovação do conhecimento
histórico abrigadas sob a chamada Nova História Cultural. Para compreender melhor os
processos de consagração que circundavam os títulos da editora, examinamos artigos, resenhas
e entrevistas presentes em cadernos literários de diversos jornais brasileiros para captar os
modos como operava um discurso de promoção dos livros, autores e temas publicados.
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2020-07
Um deus para Maquiavel [?]: religião e religiosidade nos escritos de um segundo secretário da república de Florença (sécs. XV e XVI)
TítuloUm deus para Maquiavel [?]: religião e religiosidade nos escritos de um segundo secretário da república de Florença (sécs. XV e XVI)
Autor
Luis Gustavo Mandarano Cruz E SilvaOrientador(a)
Rodrigo Nunes Bentes MonteiroData de Defesa
2020-07-31Nivel
DoutoradoPáginas
321Volumes
1Banca de DefesaCarlos Ziller CamenietzkiFelipe Charbel TeixeiraJose Javier Ruiz IbañezLuís Filipe Silvério LimaRodrigo Nunes Bentes MonteiroSilvia Patuzzi
ResumoEste trabalho busca jogar luzes sobre os juízos maquiavelianos, por conjectura,
peculiares a respeito da religião e sobre sua própria religiosidade. Esforça-se em fazê-lo
reorganizando e elucidando questões não aprofundadas em textos ou obras anteriores,
enriquecendo-as, tentando dar-lhes mais clareza, e, decerto, propondo novos entendimentos ou
reforçando, através de cuidadosas leituras, teorias já lançadas. É intuito do trabalho apresentar
tal liame prevalentemente através de citações, aparentes inclinações ou mesmo omissões
espalhadas pelas obras, textos e cartas compostos pelo pensador. O corpo de escritos, destinados
ao público ou pessoais, por ele deixados representa assim o principal conjunto de fontes sobre
as quais se debruça o estudo e se alicerçam suas conclusões. Não obstante, busca-se dar atenção
à irrefutável necessidade de contextualizar e realocar o autor no universo da composição desuas obras. Dessa forma, empenha-se por proporcionar respostas mais acuradas e reduzir mal-
entendidos ou sofismas, ainda tão presentes quando o assunto é Maquiavel.
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2020-07
O Estado Feudal em Portugal: Conflitos Sociais e Centralidade Régia no tempo de D. Afonso III (1248-1279).
TítuloO Estado Feudal em Portugal: Conflitos Sociais e Centralidade Régia no tempo de D. Afonso III (1248-1279).
Autor
Thiago Pereira da Silva MagelaOrientador(a)
Mário Jorge da Motta BastosData de Defesa
2020-07-30Nivel
DoutoradoPáginas
401Volumes
1Banca de DefesaJoão Cerineu Leite de CarvalhoLeontina Domingos Ventura Duarte FerreiraMaria Filomena Pinto da Costa CoelhoMário Jorge da Motta BastosRenata Rodrigues Vereza
ResumoEsta tese analisa o clássico problema das estruturas políticas ou de poder na Idade
Média. Assim, desenvolvemos ao longo deste trabalho uma abordagem relacional do
Estado -influência de Göran Therborn- com o intuito de confrontar as visões
institucionalistas. Procuramos desta maneira observar as ações políticas da realeza nos
campos da justiça, fiscalidade e redistribuição econômica. Esta abordagem encontrou
sentido num espaço-tempo, o Portugal medieval, mais especificamente no reinado de
Afonso III (1248-1279). Este reinado é tradicionalmente analisado através do prisma da
centralização do poder. Entretanto, ao longo deste trabalho procuramos demonstrar as
limitações do paradigma da centralização, confrontando-o com as relações
socioeconômicas. Nossa analise parte do conceito de modo de produção feudal e de sua
dinâmica interna para compreender o relacionamento entre a aristocracia e a realeza nos
marcos do Estado Feudal. Esta dinâmica feudal colocava em conflito os diversos setores
da aristocracia pelo acesso ao excedente campesino, o que nos levou a considerar o Estado
Feudal como fruto desta dinâmica conflituosa, e não como um projeto régio avant la
lettre. Esta perspectiva se desdobrou na percepção de que foi o poder senhorial da realeza
que permitiu a sua centralidade ‘política’ como articulador da classe dominante, na
mesma medida que lhe conferiu um papel central na redistribuição dos recursos através
dos marcos institucionais. De igual modo, os resultados deste trabalho indicam que a
centralidade régia foi alcançada através de um sistema de reciprocidades desiguais, e não
através da supressão dos poderes senhoriais. Assim, o reinado analisado permitiu entender
o Estado Feudal como uma organização política descentralizada, no qual se manifestava
uma centralidade régia que instaurava os marcos institucionais e condicionava os
horizontes de ação das classes sociais.
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2020-07
"O princípio deste século tem sido empregado em política". A linguagem política de frei Joaquim do Amor Divino Caneca.
Título"O princípio deste século tem sido empregado em política". A linguagem política de frei Joaquim do Amor Divino Caneca.
Autor
Pedro Henrique Duarte Figueira CarvalhoOrientador(a)
Guilherme Paulo Castagnoli Pereira Das NevesData de Defesa
2020-07-30Nivel
MestradoPáginas
167Volumes
1Banca de DefesaAndréa Lisly GonçalvesGuilherme Paulo Castagnoli Pereira Das NevesLuciano Raposo de Almeida Figueiredo
ResumoAo longo do século XIX, a província de Pernambuco foi palco de diversas rebeliões. O objetivo
desta dissertação é analisar o pensamento político de frei Joaquim do Amor Divino Caneca,
famoso por ter participado da Insurreição Pernambucana (1817) e por ter sido o líder intelectual
da Confederação do Equador (1824). Para tal, analisaram-se os escritos do frade anteriores à
Confederação à procura de sua linguagem política. Ao responder às acusações de
republicanismo feitas por José Fernandes Gama, verifica-se que o religioso era um adepto da
linguagem do bem público. A partir desse episódio, a reflexão em torno da linguagem
republicana presente nos escritos do frei permite dizer que Caneca não era um republicano, e
sim um repúblico.
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2020-07
"Provas do Bello Talento". Gênero, Raça e Abolição sob a pena de Maria Firmina no Maranhão Oitocentista
Título"Provas do Bello Talento". Gênero, Raça e Abolição sob a pena de Maria Firmina no Maranhão Oitocentista
Autor
Clarissa Dos Santos Pinto PiresOrientador(a)
Humberto Fernandes MachadoData de Defesa
2020-07-28Nivel
MestradoPáginas
276Volumes
1Banca de DefesaHumberto Fernandes MachadoIamara da Silva VianaJonis Freire
ResumoO presente trabalho corresponde a um estudo sobre a experiência histórica de Maria
Firmina dos Reis (1822-1917) enquanto mulher negra, livre, intelectual, professora,
atuante na imprensa e na cena política-cultural da província do Maranhão na segunda
metade do século XIX, bem como a construção da memória entre os séculos XIX e XXI
sobre sua vida e suas obras. Envolvida pelo movimento do abolicionismo, da educação
pública e do romantismo literário, a análise da trajetória de Maria Firmina se apresenta
convidativa por ilustrar o seu protagonismo em ações e instrumentos de liberdade,
resistência, confronto e diálogo que se somam às tantas ações conjuntas da população
negra e feminina em defesa da cidadania de pessoas negras livres, libertas e
escravizadas, reconhecendo entre as mesmas proximidades e distâncias. A fim de
enquadrá-la como liderança abolicionista pela viabilidade dos seus projetos individuais,
serão observados os caminhos de liberdade por ela trilhados para conquistar, disputar e
manter-se nos espaços do debate público sobre a escravidão e a condição feminina a
partir das suas criações literárias no romance Úrsula (1860) e no conto A Escrava
(1887).
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2020-07
A especificidade do humanismo de Damião de Góis: Notas para um estudo da Lamentação do Povo da Lapónia e de A fé, a religião e os costumes da Etiópia (século XVI)
TítuloA especificidade do humanismo de Damião de Góis: Notas para um estudo da Lamentação do Povo da Lapónia e de A fé, a religião e os costumes da Etiópia (século XVI)
Autor
Thays Alves RodriguesOrientador(a)
Ronald José RaminelliData de Defesa
2020-07-28Nivel
MestradoPáginas
164Volumes
1Banca de DefesaClaudio Costa PinheiroRonald José RaminelliSilvia Patuzzi
ResumoEsta dissertação tem como escopo a interpretação das descrições que o português,
diplomata-humanista, Damião de Góis (1502-1574), realiza dos etíopes, dos lapões, e das
sociedades localizadas ao longo da costa indiana, identificadas, respectivamente, na Fides,
religio, moresque Aetiopum (1540), na Deploratio Lappianae Gentis (1540), e, na Chronica
do Felicissimo Rei Dom Emanuel (1566-1567). Ao considerarmos o compromisso de Góis
com os propósitos de uma monarquia em expansão, procuramos identificar o vocabulário
conceitual, bem como, os pressupostos que mobiliza na atividade de pena, para, num único
movimento retórico, garantir a autoridade de seus escritos, a ingerência portuguesa em outras
paragens, e o livre trânsito das especiarias pela Europa, principalmente, pelo mundo
germânico, cujo movimento reformista oferecia resistência a essa circulação. Por fim, para
além da influência dos interesses expansionistas, mas também como consequência deles,
consideramos esse mesmo vocabulário como o produto de um contexto ordenado pelo
código analógico, que compatibilizava as diferenças e possibilitava a aproximação entre os
homens, por mais diferentes que fossem.
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2020-07
(Neo)liberalismo, democracia e "diplomacia empresarial": a história do Council of the Americas (1965-2019)
Título(Neo)liberalismo, democracia e "diplomacia empresarial": a história do Council of the Americas (1965-2019)
Autor
Rejane Carolina HoevelerOrientador(a)
Virginia Maria Gomes de Mattos FontesData de Defesa
2020-07-22Nivel
DoutoradoPáginas
680Volumes
1Banca de DefesaAna Elisa Saggioro GarciaGilberto Grassi CalilRenato Luís do Couto Neto E LemosRolando Eugenio Álvarez VallejosVirginia Maria Gomes de Mattos Fontes
ResumoEsta tese trata da história do Council of the Americas (COA) desde sua fundação, em 1965,
sob a iniciativa de David Rockefeller (e inicialmente sob o nome de Council for Latin
America - CLA), até os dias atuais. O Conselho das Américas é, desde sua criação, a principal
entidade privada que organiza a ação política empresarial do capital estadunidense na América
Latina. Busca-se identificar os principais atores, empresariais, políticos e intelectuais, que
estiveram no centro da atuação deste aparelho ao longo dessas mais de cinco décadas de
existência. Procuramos compreender continuidades e rupturas ideológicas que pautaram as
modalidades de ação do Conselho, e a partir de matriz teórica marxiana e gramsciana,
demonstrar a inserção deste aparelho privado de hegemonia tanto na sociedade civil como na
sociedade política (Estado ampliado), e tanto nos Estados Unidos como nos mais diversos
cenários nacionais latino-americanos – portanto, em âmbito transnacional (hemisférico).
Inquirimos como, da colaboração com as ditaduras militares latino-americanas dos anos 1960
e 1970 – com destaque para a participação do Conselho na campanha que levou ao golpe de
1973 no Chile e as íntimas ligações com o regime instalado no Brasil após 1964 – à defesa de
democracias restritas sob a batuta neoliberal, o discurso do Conselho sempre envolveu uma
mistificação ideológica sobre uma suposta identidade de interesses comuns "hemisféricos".
Entendemos que, como propulsor do "livre comércio" interamericano e impulsionador de
outros aparelhos empresariais, o Conselho faz uso de um conjunto de modalidades de ação
que vai da propaganda para o grande público à estreita colaboração com agências de
inteligência, constituindo-se como co-elaborador e co-operador privado central na política
externa estadunidense para a América Latina. Analisamos, por fim, que além da propagandapositiva da "livre empresa" ou do "empreendedorismo" (associada a ferrenho anti-
comunismo, e contrária a tudo que fosse considerado como lesivo ao capital imperialismo,desde expropriações à direitos sociais universais); e mais que precursora da chamada
"responsabilidade social corporativa", o Conselho das Américas atua como um intelectual
coletivo que busca "educar" as classes dominantes latino-americanas.
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2020-07
Persianismo: recepção sociocultural do estilo persa na Atenas Clássica (século V a.C.)
TítuloPersianismo: recepção sociocultural do estilo persa na Atenas Clássica (século V a.C.)
Autor
Pierre Romana FernandesOrientador(a)
Alexandre Santos de MoraesData de Defesa
2020-07-21Nivel
MestradoPáginas
159Volumes
1Banca de DefesaAdriene Baron TaclaAlexandre Santos de MoraesFábio de Souza Lessa
ResumoNossa pesquisa tem como objeto de análise a recepção de um elemento da cultura
persa – os rítons – na sociedade ateniense do século V a.C. Os rítons de figuras vermelhas
começaram a ser produzidos nas oficinas áticas no início do quinto século logo após o
fim das Guerras Greco-pérsicas, sugerindo indícios de conectividade cultural entre
Atenas e o Império Persa Aquemênida em concomitância aos discursos de alteridade que
antagonizavam gregos e bárbaros. A maneira como os rítons eram adotados, produzidos
e consumidos nos oferecem possibilidades não apenas de compreender a rede de
interconexão que preservava os contatos entre gregos e persas, mas também como
determinados segmentos sociais da pólis dos atenienses se valiam da ostentação de bens
de luxo originalmente persas – fenômeno conceituado como persianismo – como medida
de marcação de uma identidade étnica que se pretendia representar como legítima nas
relações de poder em Atenas e entre esta cidades e outras cidades gregas no contexto da
"Liga Délica".
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2020-07
Concordemos em discordar: a relação entre tolerância, concórdia e dúvida em Erasmo de Roterdã (1524-1527)
TítuloConcordemos em discordar: a relação entre tolerância, concórdia e dúvida em Erasmo de Roterdã (1524-1527)
Autor
Caio Affonso LeoneOrientador(a)
Renato Júnio FrancoData de Defesa
2020-07-17Nivel
MestradoPáginas
161Volumes
1Banca de DefesaLuís Filipe Silvério LimaRenato Júnio FrancoSilvia Patuzzi
ResumoA presente dissertação ocupa-se do pensamento de Erasmo de Roterdã sobre a relação entre
tolerância, concórdia e os usos da dúvida em matéria de religião. A principal proposta é analisar
as três obras publicadas em função da chamada Controvérsia do Livre Arbítrio, travada entre
ele e Martinho Lutero entre 1524 e 1527. Para isso, um levantamento da historiografia
interessada em Erasmo, em particular a respeito de suas opiniões sobre a tolerância religiosa,
se mostra necessária. A partir de tal levantamento, sugeriu-se que, ao invés da tolerância, o
conceito de concórdia cristã seria a chave ideal para descrever as concepções erasmianas do
tratamento da dissidência religiosa, de adesão ao consenso e de e crítica à autoridade
eclesiástica. Nessa perspectiva, merecem destaque os aspectos teológicos e políticos do
conceito como base da atuação erasmiana no contexto de controvérsias teológicas e conflitos
civis nas primeiras décadas do século XVI. Defende-se que uma das estratégias mais
importantes usados por Erasmo nessas querelas foram os usos da dúvida como instrumento de
comunicação do dissenso. Para melhor compreender este instrumento, parte-se de uma
apreciação historiográfica do que foi chamado de "crise do critério de verdade teológica" e das
possíveis apropriações do ceticismo moderno. Esse percurso culmina na análise da De Libero
Arbitrio Diatribe sive Collatio, de 1524, na qual Erasmo teria proposto um debate moderado a
respeito de um artigo não-essencial à fé, a doutrina do Livre Arbítrio, com o intuito de
pavimentar a reconciliação dos cristãos e o restabelecimento da concórdia. Em seguida,
aprecia-se a réplica, o De Servo Arbitrio, de 1525, na qual Lutero acusou Erasmo de ser um
"cético" mais preocupado com a paz e a tranquilidade da carne do que com a salvação das
almas. Finalmente, chega-se à análise da tréplica Erasmiana, o Hyperaspistes de 1526-27, no
qual procuram-se interpretações das consequências desse debate epocal, bem como a percepção
erasmiana dos sinais de um tempo menos aberto à reconciliação pacífica e ao restabelecimento
da concórdia.
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2020-07
As Armas e os Brasões Assinalados: Reforma do Estado e Iconografia Heráldica sob D. Manuel I (Portugal – 1495-1521)
TítuloAs Armas e os Brasões Assinalados: Reforma do Estado e Iconografia Heráldica sob D. Manuel I (Portugal – 1495-1521)
Autor
Franklin Maciel Tavares FilhoOrientador(a)
Mário Jorge da Motta BastosData de Defesa
2020-07-17Nivel
DoutoradoPáginas
Volumes
Banca de DefesaAlmir Marques de Souza JuniorGeorgina Silva Dos SantosJoão Cerineu Leite de CarvalhoMaria Filomena Pinto da Costa CoelhoMário Jorge da Motta Bastos
Resumo
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2020-07
APROPRIAÇÕES INSTITUÍDAS E A SUBVERSÃO DO POPULAR: USOS, FORMATOS E POÉTICA DO CORDEL LITERATURA (1955 -2008)
TítuloAPROPRIAÇÕES INSTITUÍDAS E A SUBVERSÃO DO POPULAR: USOS, FORMATOS E POÉTICA DO CORDEL LITERATURA (1955 -2008)
Autor
Antonio Helonis Borges BrandãoOrientador(a)
Giselle Martins VenancioData de Defesa
2020-07-16Nivel
DoutoradoPáginas
412Volumes
1Banca de DefesaCarlos Augusto Pereira Dos SantosElis Regina Barbosa AngeloGeorgina Silva Dos SantosGiselle Martins VenancioSylvia Regina Bastos Nemer
ResumoA tese discute o processo em que o cordel brasileiro é instituído pelos estudiosos e agentes
de produção em uma expressão cultural múltipla, configurado em uma forma fixa e única
nas convenções próprias a um sistema editorial e literário. Assim ela reflete sobre a
constituição do formato material, forma poética fixa e variados usos do cordel brasileiro
como objeto de estudo, o que subverte a lógica explicativa do popular inventado.
Seguindo referenciais teóricos da história do livro e da leitura, história intelectual,
sociologia cultural e crítica literária, o trabalho compreende o largo período, entre 1955,
marco da institucionalização, na emergência do objeto de estudo e da primeira associação
duradoura de poetas, até 2008, o balizamento final do que chamamos de subversão do
popular na forma e formato do cordel, que o amplia em alcance e o reitera em novos usos.
O principal objetivo aqui é o de compreender o processo de apropriação,
institucionalização, subversão e movência de um idealizado caráter popular, a partir das
representações e usos instituídos pelos intermediários (mediadores) culturais do cordel –
estudiosos, jornalistas e agentes de produção. A hipótese que levantamos é que o motivo
da exclusão do cordel do cânone literário brasileiro se dá pela recorrência em se refletir
as práticas dissociadas da própria historicidade configurada nas convenções da forma,
formatos e usos sociais que lhe dão sentido. A configuração da literariedade, da forma,
nas associações e academias de poetas; a desmaterialização do formato, no cibercordel da
segunda metade dos anos de 1990, e no processo de digitalização e disponibilização
consolidada dos primeiros acervos na rede mundial de computadores, entre 2001 e 2008;
além da recente incorporação do cordel junto ao mercado editorial do livro, são pois
analisados como as recriações que subvertem, no campo literário, alguns dos sentidos
anteriormente dados ao cordel literatura.
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2020-07
DO CARIRI PARA O MUNDO: A MUSEALIZAÇÃO DA XILOGRAVURA DO CORDEL E OS SENTIDOS DA ARTE POPULAR NO BRASIL (1955-1965)
TítuloDO CARIRI PARA O MUNDO: A MUSEALIZAÇÃO DA XILOGRAVURA DO CORDEL E OS SENTIDOS DA ARTE POPULAR NO BRASIL (1955-1965)
Autor
Sandra Nancy Ramos Freire BezerraOrientador(a)
Paulo Knauss de MendonçaData de Defesa
2020-07-16Nivel
DoutoradoPáginas
305Volumes
1Banca de DefesaAna Maria Mauad de Sousa Andrade EssusFrancisco Régis Lopes RamosPaulo Knauss de MendonçaRicardo Gomes LimaRogéria Moreira de Ipanema
ResumoDurante certo tempo a xilogravura acompanhou os folhetos de cordel como ilustração das
suas capas. Entre os anos 1955 e 1965 as ilustrações atraíram o interesse de agentes
ligados a Universidade do Ceará, que constituíram uma importante coleção para compor
o acervo do Museu de Arte que estava sendo criado. A coleção foi apresentada em
exposições no Sudeste e no exterior percorrendo vários países, sendo também
musealizada. Nesse contexto o artista Sérvulo Esmeraldo também ligado ao grupo da
Universidade do Ceará, resolveu interferir na produção trazendo para as xilogravuras um
modelo já vivenciado no campo da arte erudita, os álbuns temáticos, assinados e
numerados. Esta tese analisa a coleção constituída e as transformações pelas quais passou
a xilogravura a fim de compreender como o processo de musealização fixou seu estatuto
artístico. A análise utilizou diversas fontes, que envolveram os discursos produzidos e
difundidos nos catálogos, correspondências, textos veiculados na imprensa e também nos
registros históricos publicados nos documentos oficiais da Universidade do Ceará Os
conceitos históricos utilizados para mediar as percepções foram cultura visual, práticas
e representações.
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2020-07
Os Dórios da Ásia: Etnicidade e Identidade Religiosa em Cnido e Cós no Período Helenístico
TítuloOs Dórios da Ásia: Etnicidade e Identidade Religiosa em Cnido e Cós no Período Helenístico
Autor
Mateus Mello Araujo da SilvaOrientador(a)
Alexandre Carneiro Cerqueira LimaData de Defesa
2020-07-16Nivel
MestradoPáginas
251Volumes
1Banca de DefesaAdriene Baron TaclaAlexandre Carneiro Cerqueira LimaVagner Carvalheiro Porto
ResumoNas últimas décadas, a partir dos anos 1990, os estudos sobre a região da Cária (no
sudoeste da Ásia Menor), sobre a etnicidade entre os helenos e sobre as cidades no período
helenístico presenciaram um novo fôlego. Intensos debates foram postos, eventos organizados
e obras foram publicadas sobre os assuntos. Nosso objetivo nessa dissertação é unir os três
campos supracitados, ao abordar um caso específico de construção da etnicidade entre um
conjunto de cidades gregas na costa da Cária, no continente e ilhas próximas, durante o período
helenístico. Ou seja, abordaremos a construção da etnicidade, especialmente a dórica, entre as
cidades de Cnido, Cós e Rodes no decorrer do III século a.C. e até meados do II século a.C.
Compreendemos que essas cidades não só compartilhariam uma identidade étnica entre si
através de sua subscrição no grupo étnico dos dórios de forma mais ampla, mas teriam a
memória da anfictionia regional dos períodos arcaico e clássico organizada ao redor dessa
mesma identidade: a Hexápolis e, em seguida, a Pentápolis Dórica. A identidade nessa
anfictionia era exercida através do pertencimento ao grupo das cinco cidades dóricas da Cária,
participando de cultos e competições exclusivistas. A religião, através de sua multiforme
presença na sociedade, seria o fator central para essa construção.
Para além disso, essa região teria passado do princípio do III século a.C. até a metade
do II século a.C. uma série de flutuações políticas complexas, submetendo as cidades da Cária
como um todo a diversas conformações de submissão política, alianças e resistência aos grandes
reinos helenísticos, sempre em disputa pela região. Também fornece espaço para a análise do
crescimento territorial e hegemônico de uma dessas cidades, Rodes, com suas próprias
pretensões políticas e econômicas se estendendo sobre as demais cidades. E, por fim, permite
uma análise de caso sobre os primeiros anos da interferência política romana na Ásia que, na
segunda metade do II século a.C., começaria a se tornar ainda mais pronunciada com a criação
da província da Ásia. Essas trajetórias históricas das três cidades em muitos pontos
convergentes e, em outros, divergentes, poderiam gerar ainda mais um sentido de comunidade.
A dissertação foi dividida em três partes, com um enfoque gradual. No primeiro
capítulo, será feita a contextualização histórica das cidades de Cnido, Cós e Rodes em longa
duração, desde o período arcaico até meados do II século a.C. A partir desses casos serão
apresentadas as discussões acerca da etnicidade e importância da pólis durante o período
helenístico. No segundo, o recorte será focado na análise dos tipos numismáticos de Cnido e
Cós produzidos no período helenístico. Compreendemos que essas imagens representavam10
mensagens e, ao circularem, poderiam trabalhar como um fator importante na constituição das
identidades local e regional. Por fim, analisaremos os testemunhos epigráficos vindos de Cnido,
antigo centro cultual da Pentápolis Dórica, ou relacionados à sua vida cultual e agonística para
compreendermos como a cidade articulava sua identidade étnica e seu pertencimento dentro do
mundo grego durante o período helenístico. O segundo volume da dissertação é constituído
pelo repertório de tipos numismáticos de Cnido e Cós, que foram agrupados a partir das
divindades que ocupam os anversos das moedas na análise do segundo capítulo da dissertação.