Dissertações e Teses
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2021-03
Despossuindo os Despossuídos: Restrições à Exploração dos Incultos em Portugal (1290-1412)
TítuloDespossuindo os Despossuídos: Restrições à Exploração dos Incultos em Portugal (1290-1412)
Autor
Matheus Bastos Tarjano SantosOrientador(a)
Mário Jorge da Motta BastosData de Defesa
2021-03-30Nivel
MestradoPáginas
201Volumes
1Banca de DefesaMário Jorge da Motta BastosPaulo Henrique de Carvalho PacháRenata Rodrigues Vereza
ResumoÀ luz da transição do feudalismo ao capitalismo, o objetivo deste trabalho foi analisar as
restrições à exploração dos incultos em Portugal a partir dos atos régios dos últimos reis
da Dinastia Afonsina e dos primeiros anos da Dinastia de Avis. A pesquisa buscou
averiguar de que forma a reprodução do feudalismo no território português foi capaz de
criar a "não-propriedade" de parte dos meios de produção do campesinato ao proibir o
acesso a florestas, bosques, pastos, rios, lagos, montados etc., e ao proibir a fruição de
direitos consuetudinários como a caça, pesca, pastagem, corte de madeira e outras práticas
extrativistas em geral. Buscou-se analisar, em relação ao contexto da época, a privação
do campesinato de sua condição de coproprietários das áreas comunais com base nas
iniciativas senhoriais que, capitaneadas pelos reis, ampliou a privatização dos incultos
pelas restrições impostas à sua exploração. Aprofunda-se, assim, a degradação das
condições de existência do campesinato ao mesmo tempo em que avança o processo de
sua expropriação, mecanismos-chave do desenvolvimento de novas relações sociais de
produção resultantes dos ataques à reprodução camponesa pelo rompimento parcial do
seu metabolismo social com a natureza.
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2021-03
EDUCAÇÃO COMO MEIO, ESTADO COMO FIM: as disputas e construção do consenso para o projeto de formação profissional para o campo SENAR pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA (1963- 2016)
TítuloEDUCAÇÃO COMO MEIO, ESTADO COMO FIM: as disputas e construção do consenso para o projeto de formação profissional para o campo SENAR pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA (1963- 2016)
Autor
Ingrid da Silva LinharesOrientador(a)
Virginia Maria Gomes de Mattos FontesData de Defesa
2021-03-30Nivel
MestradoPáginas
143Volumes
1Banca de DefesaPaulo Roberto Raposo AlentejanoPedro Cassiano Farias de OliveiraVirginia Maria Gomes de Mattos Fontes
ResumoEsta dissertação tem como objetivo principal promover uma discussão sobre a estrutura
e organização do Sistema CNA/SENAR – Confederação Nacional de Agricultura/Serviço
Nacional de Aprendizagem Rural – no interior do Estado brasileiro no período de 1963-
2016. Sendo assim, desenvolvi este trabalho com base na hipótese de que a CNA traçou
estratégias para que seu projeto de educação fosse criado e mantido na disputa da classe
trabalhadora rural. Foi possível analisar os caminhos utilizados pela CNA visando a
conquista e a manutenção da hegemonia por meio de um projeto de educação para o
campo através do SENAR, rechaçando a ideia de reforma agrária.
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2021-03
Centralizar o poder para descentralizar regiões: a política urbana do governo Geisel e o seu papel na fusão dos Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara (1974-1979)
TítuloCentralizar o poder para descentralizar regiões: a política urbana do governo Geisel e o seu papel na fusão dos Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara (1974-1979)
Autor
Luiza de Cavalcanti Azeredo FerreiraOrientador(a)
Cezar Teixeira HonoratoData de Defesa
2021-03-30Nivel
DoutoradoPáginas
305Volumes
1Banca de DefesaAlcidesio de Oliveira JúniorAmérico Oscar Guichard FreireCezar Teixeira HonoratoMarieta de Moraes FerreiraVera Lúcia Ferreira Motta Rezende
ResumoA fusão dos Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara foi pautada pelo governo Geisel, em
1974, sendo rapidamente aprovada por um Congresso cuja oposição encontrava-se imobilizada.
O processo, que envolveu os dois Estados, não escutou as suas casas legislativas, nem mesmo
as suas populações, tendo neste fator uma das principais críticas endossadas por parte dos
deputados do MDB. Havia, assim, desde o princípio da nova gestão, uma incongruência entre
o discurso de transição política sustentado e a sua prática. Dando continuidade a uma política
de planejamento econômico que se desenhava desde o período anterior, a gestão Geisel (1974-
1979) passou a investir também em uma política urbana mais efetiva. A publicação do II PND
é crucial para esse novo direcionamento. Sob tais condições, é criada a Comissão Nacional de
Regiões Metropolitanas e Política Urbana, tendo a função de coordenar as oito regiões
metropolitanas criadas em 1973 e a Região Metropolitana do Rio de Janeiro, criada a partir da
fusão. O órgão, instituído em junho de 1974, enquanto se debatia a Lei Complementar no 20 no
Congresso, dá alguns indícios dos interesses que margearam esse processo. Esta pesquisa busca,
inicialmente, apresentar as discussões que couberam ao congresso, à ALERJ e à ALEG às
vésperas da fusão, demonstrando os limites do discurso da transição política. Em um segundo
momento, tem como objetivo escrutinar a relação estabelecida entre o novo Estado do Rio de
Janeiro e o governo Geisel, a partir da atuação da CNPU e do interventor Faria Lima como
sustentáculos do modelo de planejamento integrado almejado. Desse modo, o trabalho verifica
os mecanismos que fizeram do novo Estado do Rio de Janeiro a vitrine do planejamento e
centralidade do governo Geisel, assim como identifica as limitações dessa proposta
intensificadas por um cenário de crise.
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2021-03
Estado, Educação e Luta de Classes: efeitos do Neoliberalismo na Escola Pública e Movimentos Sociais no Brasil e na América Latina Contemporâneos (1970-2016).
TítuloEstado, Educação e Luta de Classes: efeitos do Neoliberalismo na Escola Pública e Movimentos Sociais no Brasil e na América Latina Contemporâneos (1970-2016).
Autor
Graciella Fabricio da SilvaOrientador(a)
Bernardo KocherData de Defesa
2021-03-29Nivel
DoutoradoPáginas
294Volumes
1Banca de DefesaBernardo KocherCarlos Frederico Bernardo LoureiroJosé Carlos Lima de SouzaRodrigo de Azevedo Cruz LamosaVânia Cardoso da Motta
ResumoA partir dos anos 1970, governos dos Estados Unidos, da Alemanha, do Reino Unido e do
Chile iniciaram a implementação dos princípios neoliberais. Em um processo em que as
instituições financeiras internacionais, como o Fundo Monetário Internacional e o Banco
Mundial, atuaram como intelectuais orgânicos na formulação de políticas públicas, o Estado
foi reorganizado para gerir o capital em fase de reestruturação produtiva. Um processo de
privatização dos serviços públicos foi impulsionado, atingindo diversos setores, entre os
quais a educação pública. As políticas educacionais passaram a ser pensadas com base na
teoria do capital humano, em que a educação é concebida como um fator de produção, sendo
instrumentalizada para formar trabalhadores subordinados às necessidades do mercado. O
individualismo e a meritocracia, nesse processo, são características valorizadas em
detrimento do pensamento crítico e da solidariedade de classe. Somando-se a isso, as
parcerias público-privadas e a introdução de critérios fundados na competição e no mérito
para avaliar as escolas favoreceram/foram mecanismos utilizados para promover o avanço
do setor privado sobre a esfera pública. A remuneração dos profissionais e a distribuição de
recursos entre as unidades escolares, nesse sentido, dependiam da avaliação realizada com
base nos critérios citados. Na América Latina, o Chile pinochetista foi o pioneiro na
implementação do neoliberalismo na educação pública, em um processo que possibilitou a
ampliação dos lucros dos empresários que exploravam a educação como mercadoria. Esse
processo, por sua vez, precarizou o trabalho docente e endividou estudantes. No Brasil, essas
diretrizes foram implementadas ao longo dos anos 1990 (embora existam pesquisas queapontam que a adoção desses princípios já tivesse ocorrido durante a ditadura empresarial-
militar instituída pelo golpe de 1964). Aqui, como em outros países, o resultado daimplementação da política neoliberal resultou em uma profunda crise que precarizou as
escolas públicas, prejudicando docentes, funcionários e estudantes, que, em diversasocasiões, rebelaram-se com o justo objetivo de defender uma educação pública, estatal,
gratuita e feita por e para a classe trabalhadora. Nesse sentido, destacaram-se as ocupações
de escolas realizadas por estudantes secundaristas no Chile (2006) e no Brasil (2015-2016).
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2021-03
PREZADO AMIGO AFONSINHO DOIS FILMES CRIANDO IMAGEM DO ÍDOLO DA RESISTÊNCIA E ENTRELAÇANDO ÉPOCAS EM DIÁLOGO CONSTANTE
TítuloPREZADO AMIGO AFONSINHO DOIS FILMES CRIANDO IMAGEM DO ÍDOLO DA RESISTÊNCIA E ENTRELAÇANDO ÉPOCAS EM DIÁLOGO CONSTANTE
Autor
Gabriel Félix Fialho TavaresOrientador(a)
Lívia Gonçalves MagalhãesData de Defesa
2021-03-26Nivel
MestradoPáginas
150Volumes
1Banca de DefesaBernardo Borges Buarque de HollandaJanaína Martins CordeiroLívia Gonçalves Magalhães
ResumoO trabalho a seguir busca se debruçar sobre a memórias construídas a partir da trajetória
ex-jogador de futebol Afonso Celso Garcia Reis, o Afonsinho, primeiro jogador brasileiro
a ser detentor do próprio passe, conquistado a partir de disputa judicial em 1971. Devido
a posturas comportamentais e sua atuação na questão do passe, Afonsinho foi associado
a uma esquerda resistente à ditadura nos anos 1970. Sua trajetória foi contada em dois
filmes, Passe Livre (1974) e Barba Cabelo e Bigode (2016). A proposta é analisar como
os dois longa-metragens constroem e cristalizam as memórias sobre o jogador,
conectando-as aos contextos políticos de suas produções.
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2021-03
O UNIVERSO MENTENIANO: PAULO MENTEN E OS MUNDOS DA ARTE DA GRAVURA NO BRASIL NO SÉCULO XX
TítuloO UNIVERSO MENTENIANO: PAULO MENTEN E OS MUNDOS DA ARTE DA GRAVURA NO BRASIL NO SÉCULO XX
Autor
Priscilla Perrud SilvaOrientador(a)
Paulo Knauss de MendonçaData de Defesa
2021-03-25Nivel
DoutoradoPáginas
374Volumes
1Banca de DefesaArtur Correia de FreitasEmerson Dionisio Gomes de OliveiraMaria Luisa Luz TávoraPaulo Knauss de MendonçaViviane Furtado Matesco
ResumoA tese tem como objeto de estudo a obra artística do gravador brasileiro Paulo Menten
(1927-2011), com o objetivo de discutir a história da gravura no Brasil na segunda metade
do século XX. A partir do estudo da trajetória de um artista com uma obra significativa e
reconhecida em sua época, mas pouco tratada na historiografia, a análise parte da ideia
de identificar a singularidade do universo menteniano para caracterizar os mundos da arte
da gravura no Brasil. Assim, a análise tem como referência a Sociologia da Arte elaborada
por Howard Becker que pensa a arte como ação coletiva. A pesquisa tem como base fontes
como fichas de inscrição, convites, folders e catálogos de exposições, matérias de jornais
e revistas, textos críticos, biografias e autobiografias, cartas, diários e textos diversos,
fotografias, rascunhos e obras de arte, dentre outros tipos. O argumento geral se estrutura
em três capítulos que tratam respectivamente sobre a trajetória, a obra e o ateliê do artista
da gravura Paulo Menten.
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2021-03
Imagem em Marcha: Os conflitos armados na imprensa ilustrada (1922-1930)
TítuloImagem em Marcha: Os conflitos armados na imprensa ilustrada (1922-1930)
Autor
Thiago Guimarães PougyOrientador(a)
Ana Maria Mauad de Sousa Andrade EssusData de Defesa
2021-03-25Nivel
MestradoPáginas
447Volumes
1Banca de DefesaAna Maria Mauad de Sousa Andrade EssusAngela Maria de Castro GomesMarcos Felipe de Brum Lopes
ResumoO presente trabalho ocupa-se de análise das coberturas feitas pelas revistas ilustradas – Careta, Fon-Fon, O Malho, Revista da Semana e O Cruzeiro – de grande circula"ão na capital do pa.s, o Rio de Janeiro, e do estudo das imagens popularizadas por elas, que apresentaram e monumentalizaram à época conflitos armados da década de 1920 – a revolta do Forte de Copacabana de 1922; a Revolu"ão Gaúcha de 1923; a Revolu"ão Paulista de 1924; e a Revolu"ão de 1930. Com esta finalidade, foram analisadas as fotografias e charges publicadas nestas coberturas, nas quais circularam, de forma privilegiada, entre as camadas urbanas da capital, seu público-alvo. A repeti"ão de certas imagens, como uma famosa fotografia da marcha dos revoltosos de Copacabana que veio a servir de base para o mito dos 18 do Forte, aponta a forma"ão de narrativas que configuraram o movimento revolucionário de 1930 e o que foi posteriormente intitulado de Tenentismo.
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2021-03
ENTRE OS RIOS DOS SERTÕES: Guerra e territorialização nos sertões dos rios Piranhas-Açu e Jaguaribe (1654-1722)
TítuloENTRE OS RIOS DOS SERTÕES: Guerra e territorialização nos sertões dos rios Piranhas-Açu e Jaguaribe (1654-1722)
Autor
Patrícia de Oliveira DiasOrientador(a)
Luciano Raposo de Almeida FigueiredoData de Defesa
2021-03-23Nivel
DoutoradoPáginas
248Volumes
1Banca de DefesaCarmem AlvealLuciano Raposo de Almeida FigueiredoMaria Fernanda Baptista BicalhoRafael Ivan ChambouleyronRenato Júnio Franco
ResumoApós a saída dos holandeses das Capitanias do Norte do Estado do Brasil – Pernambuco,
Paraíba, Itamaracá, Rio Grande e Ceará –, em 1654, foram retomadas as ações administrativas
lusas nessa porção do Império português. O litoral de Pernambuco e da Paraíba, bem como a
capitania de Itamaracá, possuía uma população mais expressiva, diferente situação do Rio
Grande e do Ceará. Ao longo das primeiras décadas do século XVII, homens e mulheres
interessados em desenvolver suas atividades nessas áreas se instalaram nas franjas do Império.
Esses agentes históricos mantiveram contato com os índios do sertão, denominados nos
documentos da época de "tapuias", "gentios bárbaros" e "índios de corso", dentre outras
designações. Tais relações resultaram em desentendimentos graves que desembocaram na
Guerra do Rio Grande (1681-1722). Este trabalho tem como objetivo analisar as práticas de
conquista, ocupação e usos dos espaços, ao longo dos anos de 1654 e 1722, entre os rios
Piranhas-Açu e Jaguaribe, que cortavam, junto com seus afluentes, os sertões das capitanias do
Rio Grande, Ceará e Paraíba. Dessa forma, os três capítulos desta tese defendem a ideia de que
a Guerra do Rio Grande foi um acontecimento resultante, mantenedor e proporcionador das
ações de conquista e ocupação desses sertões, dentro do processo de territorialização dessa área.
Dentre as fontes utilizadas para este fim, destacam-se as cartas de sesmarias das capitanias da
Paraíba, do Rio Grande e do Ceará; os papéis avulsos do Arquivo Histórico Ultramarino,
referentes a essas capitanias e às de Pernambuco e Bahia; os Livros de Cartas e Provisões do
Senado da Câmara do Natal; e, ainda, a Coleção Documentos Históricos da Biblioteca Nacional.
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2021-03
PARA ALÉM DO IMPÉRIO: O MERCANTILISMO INGLÊS E A REPRESENTAÇÃO DOS IBÉRICOS (1688 – 1713)
TítuloPARA ALÉM DO IMPÉRIO: O MERCANTILISMO INGLÊS E A REPRESENTAÇÃO DOS IBÉRICOS (1688 – 1713)
Autor
Felipe Mesquita AntunesOrientador(a)
Leonardo MarquesData de Defesa
2021-03-16Nivel
MestradoPáginas
188Volumes
1Banca de DefesaLeonardo MarquesRicardo Henrique SallesTâmis Peixoto Parron
ResumoEsta dissertação tem por objetivo compreender o mercantilismo inglês do final do século
XVII e início do século XVIII com base em uma análise que irá enfatizar as divergências
entre whigs e tories e as representações dos ibéricos que eram feitas nos textos dos
mercantilistas ingleses. Por meio desse olhar, iremos investigar como essas divergências
internas e a maneira como os ibéricos eram retratados podem revelar as características e
os significados assumidos pelas ideias e práticas mercantilistas no período em questão.
Para isso, serão analisados os escritos de alguns dos principais expoentes do
mercantilismo inglês debatendo sobre dois assuntos diferentes: a proposta de proibição
da venda de tecidos indianos na Inglaterra e a participação britânica na Guerra de
Sucessão Espanhola. Será com base nesses dois estudos de caso que vamos conduzir uma
reflexão buscando identificar qual foi o papel político e ideológico desempenhado pelo
mercantilismo inglês e apontar como as ideias mercantilistas se desdobraram em ações
concretas do império britânico que reverberaram na dinâmica das lutas interestatais no
interior da economia-mundo capitalista.
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2021-03
O fim do jogo democrático: o golpe de 1964 e o Poder Legislativo na Bahia
TítuloO fim do jogo democrático: o golpe de 1964 e o Poder Legislativo na Bahia
Autor
Thiago Machado de LimaOrientador(a)
Jorge Luiz FerreiraData de Defesa
2021-03-16Nivel
DoutoradoPáginas
219Volumes
1Banca de DefesaFernando Perlatto Bom JardimJorge Luiz FerreiraLucia GrinbergRaimundo Nonato Pereira MoreiraRenato Soares Coutinho
ResumoO objetivo desta tese é compreender os impactos do golpe de 1964 no Poder Legislativo da Bahia
analisando a repressão, ações, acomodações e resistências de deputados e suplentes e os caminhos que
a instituição percorreu dentro do Estado de exceção que se instaurou no Brasil após o fim do jogo
democrático. O foco temporal da análise recai sobre a 5a legislatura, que transcorreu entre 1963 e 1967.
Foi essa legislatura que vivenciou o processo de transição de um Estado democrático de direito para um
Estado ditatorial, abarcando o fim do governo João Goulart e o primeiro governo da ditadura, o do
marechal Castelo Branco. O trabalho desenvolve-se na interface entre a História Política e Cultural e a
partir do tema proposto contribui para aprofundar os debates sobre as relações entre democracia e
ditadura na história do Brasil republicano. O corpus documental utilizado para a pesquisa contempla
fontes legislativas, jornalísticas, eleitorais e militares.
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2021-03
Memórias e culturas políticas no norte do Piauí durante o contexto do golpe de 1964
TítuloMemórias e culturas políticas no norte do Piauí durante o contexto do golpe de 1964
Autor
Francisco José Leandro Araújo de CastroOrientador(a)
Jorge Luiz FerreiraData de Defesa
2021-03-11Nivel
DoutoradoPáginas
290Volumes
1Banca de DefesaFrancisco de Assis de Sousa NascimentoJorge Luiz FerreiraMarco Aurélio SantanaMarylu Alves de OliveiraRenato Soares Coutinho
ResumoEsta pesquisa analisa os desdobramentos do golpe de 1964 no espaço norte-piauiense. Para isso,
em um primeiro momento, evidencia a formação de uma agenda política trabalhista no final
dos anos de 1950 e início dos anos 1960 em Parnaíba (principal centro econômico do estado),
bem como lança luz ao processo de organização dos sindicatos e partidos políticos naquele
contexto. A configuração política dos grupos petebistas e o quadro de ampliação das pautas
reformistas são importantes para a compreensão da ampliação dos movimentos sociais nesse
estado, sobretudo durante o transcurso do governo João Goulart (1961-1964). Analiso, a partir
de então, o inquérito policial militar aberto após o golpe, em Parnaíba, contra trabalhadores,
lideranças sindicais e políticas, ligados ao PTB e ao PCB, com argumentos fortemente
anticomunistas, empregados ao mesmo tempo por grupos de oposição ao reformismo. Contra a
tentativa de apagamento histórico dessas medidas repressivas e da agenda trabalhista, procurei
elencar algumas memórias sobre as perseguições políticas e os diferentes usos políticos desse
passado em âmbito local. Para tanto, me utilizo das discussões conceituais da História política
renovada, em particular a perspectiva teórico-analítica da cultura política. Uma das questões
importantes que levanto, na segunda parte do trabalho, se refere às práticas de adesão,
acomodação e colaboração com as medidas autoritárias de parcelas da sociedade piauiense
naquele momento de ruptura institucional. Nesse sentido, analiso, por meio de jornais de
circulação local, algumas das iniciativas de apoio aos militares por parte das elites comerciais,
políticas e jurídicas do Piauí após o golpe. Objetivei evidenciar que variados grupos civis foram
contrários a quaisquer medidas que pudessem modificar as estruturas econômicas e sociais
nesse estado, sobretudo com relação à posse de terra. Estabeleceu-se, então, um ambiente
marcado por profundas críticas ao reformismo, ao passo que, após a derrubada do governo
Jango, parte dessas elites buscou, rapidamente, se conectar aos militares, bem como passou a
sustentar o novo regime em âmbito local.
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2021-02
Carl Schmitt e seus interlocutores na Revista de Estudios Políticos (1941-1956): pensamento schmittiano e
intelectualide espanhola no primeiro franquismo.TítuloCarl Schmitt e seus interlocutores na Revista de Estudios Políticos (1941-1956): pensamento schmittiano e
intelectualide espanhola no primeiro franquismo.Autor
Victor Yamasaki BernardoOrientador(a)
Denise Rollemberg CruzData de Defesa
2021-02-26Nivel
MestradoPáginas
167Volumes
1Banca de DefesaDenise Rollemberg CruzGiselle Martins VenancioPedro Hermílio Villas Bôas Castelo Branco
ResumoA dissertação abordará a presença de Schmitt e de seus interlocutores na Revista de Estudios
Políticos, periódico ligado à Falange, partido de inspiração fascista que participou da ampla
coalizão de movimentos de direita que sustentava o regime franquista. O período abordado
abarcará os anos de 1941 a 1956, referente às quatro primeiras direções e, grosso modo, ao
período conhecido como "primeiro franquismo", anterior à ascensão dos tecnocratas e marcado
pelo regime de autarquia. Assim como pelos embates entre tradicionalistas e falangistas. O
objetivo da dissertação será compreender as permanências e mudanças nas atitudes e nas ideias
tanto de Carl Schmitt quanto da intelectualidade ligada ao regime franquista, em um período
de grandes transformações, marcado pela ascensão e derrocada do Eixo e pelo despontar da
Guerra Fria. Esses acontecimentos históricos irão definir a conduta tanto de Schmitt quanto do
regime franquista, caracterizados pela aproximação e posterior afastamento do Eixo, e a luta
contra o isolamento frente à comunidade internacional após a queda dos fascismos. Apesar
dessas semelhanças, também serão demarcadas as diferenças entre o jurista alemão e os
intelectuais do regime ibérico, como os diferentes posicionamentos frente ao ideal de
secularização.
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2021-01
A Nota Íntima da Nacionalidade. Crítica e Crônicas de Machado de Assis (1858-1909)
TítuloA Nota Íntima da Nacionalidade. Crítica e Crônicas de Machado de Assis (1858-1909)
Autor
Renata William Santos do ValeOrientador(a)
Guilherme Paulo Castagnoli Pereira Das NevesData de Defesa
2021-01-28Nivel
DoutoradoPáginas
420Volumes
1Banca de DefesaGuilherme Paulo Castagnoli Pereira Das NevesHumberto Fernandes MachadoLúcia Maria Paschoal GuimarãesRoberto Acízelo Quelha de SouzaTânia Maria Tavares Bessone da Cruz Ferreira
ResumoNo artigo "O passado, o presente e o futuro da literatura brasileira" e no célebre "Instinto de
nacionalidade", publicados em 1858 e 1873, Machado de Assis apresentou sua tese de que,
embora tivesse sido muito importante, o Romantismo já não dava conta de fazer entender e
representar o mundo moderno que se apresentava em finais do século XIX. Falar de índios,
florestas virgens, descrever com paixão e sentimento as paisagens idílicas do novo mundo fora
significativo na formação de uma literatura brasileira, mas o mundo mudava, e introduzir novos
assuntos, novas formas de escrita, novos olhares para o Brasil era também modernizar-se, tal
como acontecia naquele tempo, e o artista representava invariavelmente o seu próprio tempo,
não sendo necessário descrever seu ambiente para provar que era brasileiro. A obra de Machado
de Assis, tanto a que se considera ficcional – romances e contos – quanto as críticas, artigos de
variedades, folhetins e crônicas, é a execução de seu próprio programa literário, das ideias que
apresentou nos primeiros artigos sobre a crítica e a nacionalidade literária, provando ser
possível representar o país e criar uma identidade por meio do sentimento íntimo e não das
representações exteriores e superficiais sobre o que era ser brasileiro. Não era somente ser
Ubirajara, mas ser Brás, Quincas, Capitu, Aires, entre muitos outros personagens que
procuraram representar os homens e mulheres reais do Brasil. Nem sempre a intenção de
Machado foi compreendida e apreciada. Um rápido olhar sobre as críticas e comentários
recebidos a respeito de seus livros demonstra uma grande incerteza e fragilidade do campo
intelectual brasileiro, que não conseguia enquadrar Machado em nenhuma escola ou corrente
literária da época, que não compreendia, ou talvez pouco, as intenções do escritor. Essa crítica
procurou desvendar os textos, compreender os elementos que formavam aquelas obras
complexas, e acabou por estabelecer os pilares que a crítica ao longo de todo o século XX
desenvolveu. A ironia, o humor fino e sutil, o estilo impecável da língua, o pessimismo, as
digressões, as meias palavras foram categorias exploradas e amplamente usadas para falar de
Machado de Assis. Mas a principal questão permanecia, para a maior parte dos leitores
contemporâneos ou posteriores do grande escritor: Machado de Assis poderia ser considerado
um escritor universal ou nacional? Essa é a resposta que se buscou ao longo deste trabalho.
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2020-12
Romarias e Liberdades: Joazeiro do Norte e o Pós-Abolição
TítuloRomarias e Liberdades: Joazeiro do Norte e o Pós-Abolição
Autor
Daniela Márcia Medina Pereira AgaptoOrientador(a)
Georgina Silva Dos SantosData de Defesa
2020-12-14Nivel
DoutoradoPáginas
252Volumes
1Banca de DefesaGeorgina Silva Dos SantosLarissa Moreira VianaMarcelo da Silva Timotheo da CostaRégia Agostinho da SilvaRenata Marinho Paz
ResumoA presente tese relaciona a gênese das romarias a Juazeiro do Norte e o pós-abolição. Discute o papel e as estratégias da diocese cearense no estabelecimento de um circuito de ação e formação clerical submetidas aos preceitos de Roma. Discute também o catolicismo popular diante dos desafios para uma digna sobrevivência no sertão do XIX tomando por referência as missões do padre Ibiapina e a instalação de casas de caridade. As missões de Ibiapina são pensadas também em sua interface com a questão da escravidão. A tese ainda retoma o processo de abolição cearense, discutindo suas vicissitudes e contradições. Expõe aspectos da mobilização abolicionista na região sul do Ceará em oposição à construção narrativa de que houve atraso na divulgação do ideal abolicionista, tratando assim da presença de uma resistência escravocrata que atuou, inclusive, ao arrepio da lei. Toma o surgimento das romarias a Juazeiro no contesto do pós-abolição e defende a presença de uma rota de acolhimento, protagonizada em larga medida, pelo padre Cícero que transitou entre zelo apostólico e articulação política. Discute aspectos da liberdade vivida e experimentadas por um grupo que, aos olhos de seus antigos senhores ou dos potentados locais, mereciam controle vigilante e desconfiança. Considera e problematiza uma matriz racista imbricada nas narrativas de cronistas e historiadores que legaram parte das descrições de Juazeiro do Norte das primeiras décadas do século XX. Constrói um léxico baseado nestas falas racistas e expõe suas perversas peculiaridades e sua duradoura permanência.
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2020-12
As relações das Forças Armadas com o Governo de Getúlio Vargas (1951-1954): perspectivas dos jornais
Tribuna da Imprensa e Última HoraTítuloAs relações das Forças Armadas com o Governo de Getúlio Vargas (1951-1954): perspectivas dos jornais
Tribuna da Imprensa e Última HoraAutor
Wagner Soares PereiraOrientador(a)
Paulo Cruz TerraData de Defesa
2020-12-14Nivel
MestradoPáginas
162Volumes
1Banca de DefesaMarcelo Badaró MattosPaulo Cruz TerraRafael Vaz da Motta Brandão
ResumoO presente trabalho tem por objetivo analisar o período do governo democrático de Getúlio Dornelles Vargas. Dentro desse recorte, trago como objeto de minha pesquisa as relações das Forças Armadas com o governo de Getúlio Vargas (1951-1954). Sendo assim, busquei analisar alguns aspectos que ocorreram durante esse contexto: o acordo militar firmado entre o Brasil e os Estados Unidos em 1952; a possível participação dos militares brasileiros na Guerra da Coreia; as eleições no Clube Militar para o biênio de 1952-1954; o Manifesto dos Coronéis; a morte do major da Aeronáutica Rubens Florentino Vaz; as consequências de aumento dessa crise político-militar; e, por fim, o quadro final que se deu entre as forças armadas e o suicídio de Getúlio Vargas. As análises desses aspectos foram desenvolvidas através das perspectivas dos jornais Tribuna da Imprensa e o Última Hora, que não foram apenas fontes, mas objetos dessa pesquisa de Mestrado.
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2020-12
Transformações no aparelho de Estado e dominação burguesa no Brasil (1990-2010)
TítuloTransformações no aparelho de Estado e dominação burguesa no Brasil (1990-2010)
Autor
Anderson TavaresOrientador(a)
Virginia Maria Gomes de Mattos FontesData de Defesa
2020-12-08Nivel
DoutoradoPáginas
372Volumes
1Banca de DefesaAndré Pereira GuiotFlávio Henrique Calheiros CasimiroRenato Luís do Couto Neto E LemosSonia Regina de MendonçaVirginia Maria Gomes de Mattos Fontes
ResumoEste trabalho tem como objetivo contribuir para o estudo das relações entre as lutas de classes e as transformações no aparelho de Estado. A partir de um referencial teórico calcado na contribuição de Antônio Gramsci e Nicos Poulantzas, entre outros teóricos marxistas, analisamos o processo recente de reforma burguesa de Estado de caráter gerencial. A lógica de organização gerencial, oriunda do movimento de reestruturação produtiva capitalista que tem início nos anos 1970, passou a ser referência dos movimentos de readequação do aparelho de Estado, desde os governos conservadores no Chile, EUA e Inglaterra. No Brasil, tal processo ganha força a partir dos anos 1990 após a transição política para o regime democrático representativo. As transformações realizadas nos anos 1990 foram responsáveis por uma profunda alteração no papel do Estado. Dentre as diversas modificações destacam-se: as privatizações, a diferenciação nas formas de contratação de força de trabalho pelo Estado e a abertura de um conjunto de serviços públicos para atuação de entidades privadas, ditas sem fins lucrativos. Paralelamente, o aparelho econômico reunido no Ministério da Fazenda passou a ter destaque com a concentração da política econômica no controle fiscal e monetário. O conjunto de modificações no aparelho de Estado ganhou uma nova dinâmica na década de 2000 durante os governos do Partido dos Trabalhadores. Em especial, a pauta gerencial passou a ser difundida no interior do aparelho de Estado a partir de um aparelho privado de hegemonia, o Movimento Brasil Competitivo, vinculado a setores da burguesia que participavam ativamente de espaços de articulação do empresariado junto ao governo. Além disso, ao longo dos dois mandatos de Lula da Silva analisamos a atuação empresarial no interior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial e o processo de implementação das medidas de investimento público e suporte à atividade produtiva, expressa no Programa de Aceleração do Crescimento.
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2020-11
A trajetória angolana de João Fernandes Vieira e de André Vidal de Negreiros: relações de poder, ações militares e tráfico de escravizados para Pernambuco (1658-1666)
TítuloA trajetória angolana de João Fernandes Vieira e de André Vidal de Negreiros: relações de poder, ações militares e tráfico de escravizados para Pernambuco (1658-1666)
Autor
Leandro Nascimento de SouzaOrientador(a)
Alexsander Lemos de Almeida GebaraData de Defesa
2020-11-30Nivel
DoutoradoPáginas
194Volumes
1Banca de DefesaAlexsander Lemos de Almeida GebaraFelipe Paiva SoaresFlávia Maria de CarvalhoJosé Bento Rosa da SilvaRômulo Luiz Xavier do Nascimento
ResumoEssa tese se propõe a analisar a trajetória de João Fernandes Vieira e de André Vidal de Negreiros enquanto governadores de Angola, no período de 1658 a 1666, tendo como focos principais de atenção as relações de poder, as ações militares em Angola e o tráfico de escravizados para Pernambuco. Demonstra-se, ao longo desse trabalho, que os projetos pessoais desses personagens, representantes das conexões da elite política pernambucana no outro lado do Atlântico, corroboram a importância e a responsabilidade da Capitania de Pernambuco no sistema escravista com mão de obra africano na época moderna. Para tanto, foram feitas análises de fontes arquivísticas, como a documentação do Arquivo Histórico Ultramarino e da coleção Monumenta Missionária Africana, além de cronistas da época, como Cardonega e Cavazzi. Fez-se uso, também, das estimativas da base de dados The Trans-Atlantic Slave Trade. A pesquisa valida ainda que os poderes adquiridos, em virtude do prestígio acumulado pelas ações em Pernambuco, permitiram que eles agissem de acordo com os seus interesses econômicos, sobretudo, colocando seus agentes para tentar controlar o tráfico de escravizados através de ações militares, desconsiderando vários aspectos do regimento para Angola, causando, desse modo um aumento no comércio escravista Atlântico, tanto na saída de cativos da África Centro Ocidental, como no desembarque deles no Novo Mundo.
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2020-11
A "nova mulher" ariana: O lugar das alemãs nas páginas da NS-FrauenWarte
TítuloA "nova mulher" ariana: O lugar das alemãs nas páginas da NS-FrauenWarte
Autor
Yasmin Trindade MachadoOrientador(a)
Denise Rollemberg CruzData de Defesa
2020-11-30Nivel
MestradoPáginas
105Volumes
1Banca de DefesaDenise Rollemberg CruzJanaína Martins CordeiroVinicius Aurélio Liebel
ResumoA dissertação trata das representações do nacional socialismo acerca da mulher por meioda análise da NS FrauenWarte, revista feminina quinzenal do partido nazista (NSDAP). Paratal, apresenta o contexto no qual foi publicada, sua forma e seu conteúdo. Uma vez queoideal feminino do regime se contrapunha à questão das mulheres na República de Weimar, aborda inicialmente essa temática nesse período (1919-1933). Como veículo de propagandapolítica, a NS FrauenWarte centrou-se no tema da maternidade, definidor da posição social damulher alemã como "mãe do Volk". Apesar do seu caráter substantivo, essa percepçãodopapel feminino no regime mostrou-se de certa forma flexível, conforme mudavamasnecessidades do Terceiro Reich. Para tratar do tópico, será feito o uso do conceitode"representações" a
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2020-11
A ATUAÇÃO DO CONSELHO DE MINISTROS DURANTE O PERÍODO PARLAMENTARISTA DO GOVERNO
JOÃO GOULART (1961-1963): FORÇAS POLÍTICAS EM CONFLITOTítuloA ATUAÇÃO DO CONSELHO DE MINISTROS DURANTE O PERÍODO PARLAMENTARISTA DO GOVERNO
JOÃO GOULART (1961-1963): FORÇAS POLÍTICAS EM CONFLITOAutor
David Barbosa Arguelles BotinellyOrientador(a)
Karla Guilherme CarloniData de Defesa
2020-11-27Nivel
MestradoPáginas
172Volumes
1Banca de DefesaAndréa Casa Nova MaiaKarla Guilherme CarloniLívia Gonçalves Magalhães
ResumoA presente pesquisa está centrada no governo parlamentarista de João Goulart (1961-1963). Tendo em vista a falta de enraizamento social do parlamentarismo e a cultura política presidencialista existente no Brasil, analisaremos como Jango lidou com os três Chefes de Governo que se sucederam em aproximadamente 15 meses de parlamentarismo. Para dar conta de explicar este sistema que não se assemelhava com o parlamentarismo inglês clássico, lançaremos mão do conceito de semipresidencialismo. Os principais temas em discussão naquela efervescente sociedade do início dos anos 1960 – reformas de base, Política Externa Independente e nacionalismo – estavam presentes nas discussões de cada um dos Gabinetes e foram detidamente analisadas a partir de um conjunto documental que vai das atas e notas taquigráficas das reuniões dos Conselhos de Ministros até discursos do presidente João Goulart, bem como dos periódicos de época. Por fim, se faz uma avaliação do período parlamentarista apresentando as opiniões dos atores políticos do período.
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2020-11
Nas águas do capital: o Clube de Engenharia e a escolha por Ribeirão das Lages como chave interpretativa para compreender a destruição de São João Marcos
TítuloNas águas do capital: o Clube de Engenharia e a escolha por Ribeirão das Lages como chave interpretativa para compreender a destruição de São João Marcos
Autor
Felipe Eduardo Martins Dos SantosOrientador(a)
Mario GrynszpanData de Defesa
2020-11-24Nivel
MestradoPáginas
128Volumes
1Banca de DefesaCezar Teixeira HonoratoMarco Aurélio Vannucchi Leme de MattosMario Grynszpan
ResumoA presente pesquisa investiga a participação do Clube de Engenharia na escolha da represa do Ribeirão das Lajes como chave interpretativa para compreender os motivos que levaram ao desaparecimento da cidade de São João Marcos, inundada para viabilizar a ampliação da barragem que abasteceria a cidade do Rio de Janeiro com água. O processo de escolha durou toda década de 30, pois Lajes era um entre outros projetos que poderiam cumprir com o objetivo de suprir às necessidades da Capital Federal, no entanto, mesmo com alternativas e com o tombamento de São João Marcos o aumento da barragem foi mantido. O Clube de Engenharia à época era uma importante instituição de classe ativa na elaboração de políticas públicas com fins ao desenvolvimento urbano-industrial brasileiro e, por isso, compreender seu funcionamento, sua ideologia e seus interesses trazem novos elementos para entender o desaparecimento da cidade fluminense. Os resultados obtidos demonstram que o interesse primordial não estava na água, mas na produção de energia elétrica para toda indústria, especificamente, na eletrificação da Estrada de Ferro Central do Brasil. Sendo a energia o eixo das disputas foi identificado pela pesquisa dois grupos com interesses divergentes. Um com uma perspectiva de cunho mais nacionalista defendia a criação, por parte do Estado, de uma hidrelétrica que poderia também fornecer água e, outro com viés menos intervencionista, sinalizava que, dentro da conjuntura em questão, a melhor alternativa seria a manutenção da compra de energia e água produzidas pela Light que para garantir a demanda exigia a elevação do Ribeirão das Lajes. Para atingir os objetivos propostos, foi utilizado como base teóricometodológica as contribuições do italiano Antonio Gramsci, principalmente, suas elaborações sobre a natureza do Estado em sua dimensão ampliada.
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2020-11
A construção do Ceará e dos Cearenses no transcorrer do século XVIII
TítuloA construção do Ceará e dos Cearenses no transcorrer do século XVIII
Autor
Raimundo Alves de AraújoOrientador(a)
Mario GrynszpanData de Defesa
2020-11-18Nivel
DoutoradoPáginas
348Volumes
1Banca de DefesaFrancisco Dênis MeloGeorgina Silva Dos SantosMario GrynszpanRaimundo Nonato Rodrigues de SouzaRodrigo Nunes Bentes Monteiro
ResumoDe modo geral, procuramos apresentar em nossa tese o processo de colonização das terras e dos povos do Novo Mundo pela coroa portuguesa entre os séculos XVII e XVIII, focando principalmente o ambiente geográfico que mais tarde – e aos poucos - seria a Capitania do Ceará Grande. Analisando pelo viés da longa duração, constatamos que até o final do século XVII (por volta do ano de 1680), o Ceará não existia enquanto pessoa política. O povoamento da capitania teria se intensificado principalmente a partir das guerras do período colonial, como as invasões holandesas (ocorrida de 1630 a 1654) e a Guerra dos Bárbaros (de 1650 até 1720). Verificamos que as terras dos sertões do Ceará Grande foram conquistadas e distribuídas (na forma de sesmarias) entre os anos de 1699 a 1740; data que coincide quase perfeitamente com os conflitos da Insurreição Pernambucana e com a famigerada Guerra dos Bárbaros. Além de pontuarmos a "limpeza da terra" (o extermínio físico e a escravização dos povos nativos), apresentamos também uma reflexão rápida acerca do processo de estratificação da sociedade, com a formação de oligarquias familiares e parentelas beligerantes no topo da hierarquia social, e de cabras e índios assimilados, formando os estratos inferiores. Também analisamos o processo de assimilação dos povos nativos, a miscigenação racial e a formação, naquele período, das instituições governamentais (câmaras municipais, milícias, ordenanças, ouvidoria, capitão-mor-governador etc.). Ao longo de nossa pesquisa procuramos demonstrar o avanço do processo de "diluição" das identidades étnicas, o extermínio e a assimilação dos povos nativos e africanos, e a fusão de todos - os "portugueses do Brasil", os índios e os africanos – numa massa parda e confusa de cabras e mestiços, que iria caracterizar a maioria da população do Ceará de então. Assim, O Ceará, enquanto pessoa política, iria ganhar forma, ao longo do século XVIII, graças a um conjunto de fatores, ligados a Ilustração Portuguesa, à criação de várias vilas (municípios) pelos sertões e ao aumento do grau de profissionalização da burocracia administrativa e militar (que iria se distanciar da parentela latifundiária e "guerreira" dos primeiros tempos da colonização dos sertões). Sendo este o ambiente de maturidade política que iria culminar na "independência política" da capitania do Ceará em relação à de Pernambuco, em 1799.
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2020-11
A peste serve a qual partido? Disputas políticas e epidemia do cólera (Ceará, 1862-1863)
TítuloA peste serve a qual partido? Disputas políticas e epidemia do cólera (Ceará, 1862-1863)
Autor
Jucieldo Ferreira AlexandreOrientador(a)
Mario GrynszpanData de Defesa
2020-11-09Nivel
DoutoradoPáginas
316Volumes
1Banca de DefesaIsabel Idelzuite Lustosa da CostaKaori Kodama FlexorMario GrynszpanPaulo CadenaSebastião Pimentel Franco
ResumoEntre 1862 e 1863 a Província do Ceará foi vítima do cólera morbo. Responsável por grandes
epidemias pelo mundo, no século XIX, o cólera ganhou a atenção dos historiadores,
interessados em problematizar as questões socioculturais por trás das cenas dramáticas ligadasà doença. No caso do Ceará, o drama epidêmico foi, claramente, utilizado nas disputas político-
partidárias, bem como serviu a indivíduos interessados em granjear honrarias e benefíciospessoais. Naquela conjuntura, uma celeuma envolvendo o presidente da província, José Bento
da Cunha Figueiredo Júnior, e a cobertura feita pelos jornais sobre a epidemia ganhou destaque,
refletindo também questões mais amplas da política imperial, como a ascensão da "Liga
Progressista" na Corte. É sobre os usos políticos do cólera no Ceará que a tese se deterá. Entre
as fontes históricas utilizadas na pesquisa, destacam-se cinco jornais, disponíveis na
Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional: o Pedro II – de propriedade da família Fernandes
Vieira, principal liderança do Partido Conservador no Ceará – e os jornais de inspiração liberal,
O Cearense, O Commercial (rebatizado Gazeta Official), O Sol e O Araripe. Além da imprensa,
as correspondências ativas da presidência da província – acervo do Arquivo Nacional do Rio
de Janeiro – e as missivas privadas enviadas por Figueiredo Júnior ao ministro Marquês de
Olinda – conservadas no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro – ocupam função
estratégica na tese. Por fim, alguns documentos impressos e manuscritos de outros arquivos
também contribuem na construção dos capítulos.
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2020-11
"A CAIXA ECONÔMICA DA CORTE: DESENVOLVIMENTO, CENTRALIZAÇÃO E EXPANSÃO DA POUPANÇA BRASILEIRA (1861-1889)"
Título"A CAIXA ECONÔMICA DA CORTE: DESENVOLVIMENTO, CENTRALIZAÇÃO E EXPANSÃO DA POUPANÇA BRASILEIRA (1861-1889)"
Autor
Thiago Alvarenga de OliveiraOrientador(a)
Luiz Fernando SaraivaData de Defesa
2020-11-04Nivel
DoutoradoPáginas
412Volumes
1Banca de DefesaAndrés Hoyo AparicioÁngel Pascual Martínez SotoFábio PesaventoLuiz Fernando SaraivaRenato Leite MarcondesTeresa Cristina de Novaes MarquesWalter Luiz Carneiro de Mattos Pereira
ResumoEsse trabalho busca analisar a história da instituição de poupança – a Caixa Econômica da Corte – criada pelo governo imperial em 1861. O trabalho acompanha o desenvolvimento dessa instituição, o qual se confunde com a própria história do Brasil oitocentista, até o fim do regime monárquico em 1889. Ainda que soe como uma história institucional, o que se pretende nessa pesquisa é tratar a história dessa caixa econômica na perspectiva econômico-social, considerando os agentes que fizeram idealizando e conduziram a instituição, mas principalmente aqueles que por ela eram atendidos. A história do desenvolvimento da Caixa Econômica da Corte se faz importante por ter sido estabelecida no Brasil, longe de seus idealizadores europeus, em um cenário onde prevaleciam relações de trabalho pré-capitalistas, um sistema escravocrata e um regime monárquico nos trópicos. Esse Brasil oitocentista guarda suas peculiaridades, as quais, obviamente, estão refletidas em suas instituições. O fio condutor da análise será a interferência do Estado imperial brasileiro, por meio da Caixa Econômica da Corte, na incipiente poupança brasileira que era formada por caixas econômicas e casas bancárias privadas. Partimos da hipótese que houve um projeto do governo imperial de centralizar a poupança brasileira no Thesouro Nacional. Portanto, a Crise do Souto em 1864, se torna um momento-chave para essa análise, uma vez que é um ponto de virada no desenvolvimento da Caixa Econômica da Corte em detrimento das falências de suas concorrentes – as casas bancárias. Outrossim, no trabalho é analisado o desenvolvimento da Caixa Econômica da Corte nas diferentes conjunturas políticas, econômicas e sociais da história do Império do Brasil. O ponto de virada da Caixa Econômica da Corte ao longo da Guerra do Paraguai, a expansão de seu modelo de instituição para as capitais provinciais, bem como a quebra do ritmo de desenvolvimento na década de 1880 e a tentativa de modernização do modelo de instituição são temas que pautam as análises do trabalho.
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2020-10
AS CONTRADIÇÕES DA DEMOCRACIA E O INSTITUTO FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (2004-2019)
TítuloAS CONTRADIÇÕES DA DEMOCRACIA E O INSTITUTO FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (2004-2019)
Autor
Diego Martins Dória PauloOrientador(a)
Virginia Maria Gomes de Mattos FontesData de Defesa
2020-10-08Nivel
DoutoradoPáginas
579Volumes
1Banca de DefesaAndré Pereira GuiotDemian Bezerra de MeloFlávio Henrique Calheiros CasimiroGilberto Grassi CalilVirginia Maria Gomes de Mattos Fontes
Resumo
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2020-10
Biografia de João Júlio Monteiro: O fenômeno dos viajantes naturais de Cabo Verde .
TítuloBiografia de João Júlio Monteiro: O fenômeno dos viajantes naturais de Cabo Verde .
Autor
Raquel Games MonteiroOrientador(a)
Marina Annie Martine Berthet RibeiroData de Defesa
2020-10-08Nivel
MestradoPáginas
139Volumes
1Banca de DefesaAlain Pascal KalyJuniele Rabêlo de AlmeidaMarina Annie Martine Berthet Ribeiro
Resumo