Revoltas

Inconfidência Baiana

Capitania da Bahia de Todos os Santos (1534 – 1821)Salvador

Início / fim

12 de agosto de 1798 / 12 de agosto de 1798

Data aproximada
Enforcamento de líderes da Conjuração Baiana, no Largo da Piedade, em Salvador, 1799. Ilustração de Trípoli Gaudenzi Filho publicada na cartilha A Revolta dos Búzios, em 2011.

As ideias iluministas e os recentes movimentos políticos (Revolução Francesa, Americana e Haitiana) influenciaram fortemente a mentalidade da população baiana. Apesar da realidade de Salvador ter sido composta de “extremos” (uma grande população de muitos ricos e outra de muitos pobres), a conjuração foi composta, basicamente, de categorias médias e baixas da sociedade, dentre brancos, mestiços, soldados, comerciantes, artesãos, clérigos e funcionários régios. Os escravos não participaram deste movimento, tampouco suas reivindicações – como a abolição da escravidão – faziam parte da pauta dos revoltosos.

As reivindicações, apesar dos desentendimentos, consistiam na propagação da liberdade econômica, no reconhecimento do papel do indivíduo na sociedade e o fim da discriminação conforme a etnia ou função social e na abertura dos portos. No universo político, buscando o fim do domínio europeu, pregavam um governo republicano “democrático, livre e independente.”

Nos primeiros momentos, a conjuração era composta por pequenos grupos de insatisfeitos e simpatizantes do iluminismo francês, porém, com a publicação de pasquins aumenta a popularização do movimento. O governador Dom Fernando José de Portugal intervém ao tomar conhecimento da situação pressionados pelo Conselho Ultramarino e o ministro Dom Rodrigo de Souza Coutinho (Conde de Linhares), que exigiu maior firmeza. O Governador, apesar de querer minimizar a participação da elite local no movimento (que à esta altura haviam debandado), instaurou uma Devassa para descobrir os autores dos pasquins e seus líderes. Isso levou a prisão de Luís Gonzaga das Virgens.

A insatisfação do Conde de Linhares com a condução do caso levou à pressão para que o governador sentenciasse quatro réus à morte e seis ao degredo.

Números da Revolta

600 participantes
4 executados

Outras designações

Conjuração Baiana

Revolução dos Alfaiates

Revolta dos Búzios

Sedição dos Mulatos

Grupos sociais

Lideranças

Réus e Condenados

Ações de protesto não-violentas

  • Pasquins

Repressão

Contenção

  • Prisões

Punição

  • Enforcamento
  • Esquartejamento
  • Execução
  • Exposição dos quartos e da cabeça
  • Forca ou polé
  • Mãos decepadas

Bibliografia Básica

JANCSÓ, István. A Bahia contra o Império. História do ensaio de sedição de 1798. São Paulo, Hucitec, Bahia, Eufba, 1996.

Jancsó, István. 1997. “A sedução da liberdade: cotidiano e contestação política no final do século XVIII”. In Laura de Mello e Souza (org.). História da vida privada no Brasil. Cotidiano e vida privada na América portuguesa, vol 1, 387-437. São Paulo, Companhia das Letras.

RUY, Affonso. A primeira revolução social brasileira: 1798. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1942, p. 81-221.

TAVARES, Luis Henrique Dias. Da Sedição de 1798 à Revolta de 1824 na Bahia. São Paulo: Unesp, 2003.

TAVARES, Luis Henrique Dias. Introdução ao estudo das idéias do movimento de 1798. Salvador, Progresso, 1959.

VALIM, Patrícia. Da sedição dos mulatos à Conjuração Baiana de 1798: a construção de uma memória histórica. Dissertação (mestrado em História), Universidade de São Paulo, 2007.

Valim, Patrícia. 2018. Corporação dos enteados: tensão, contestação e negociação política na Conjuração Baiana de 1789. Bahia, EDUFBA.

    Imprimir página

Compartilhe