Cultura e poder

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É difícil estabelecer uma única definição de cultura e poder, pois são termos complexos e amplamente empregados na História e nas Ciências Sociais. A relação entre esses dois campos de investigação enfatiza a natureza conflituosa das relações sociais, tanto em termos dos padrões de comportamento quanto de ordenamento social. O poder É um dado intrínseco às relações sociais, afetando a tudo e a todos. Sua natureza relacional apresenta-se, portanto, como um dado fundamental. Nesta perspectiva, a definição de cultura está indissociada da dinâmica das negociações políticas, dos conflitos sociais e das relações de poder nas sociedades.

Em sentido amplo, pode-se dizer que poder designa a capacidade de produzir determinada ocorrência ou influência intencionalmente exercida por uma pessoa ou grupo sobre as condutas individuais e/ou coletivas. As normas sociais estão vinculadas tanto à cultura quanto ao poder, havendo uma relação de equilíbrio entre ambos.

É possível assim eleger campos mais específicos na observação de como são travadas as relações, portanto, as negociações e conflitos. Tradicionalmente, tem-se privilegiado com maior empenho as disputas travadas no campo político institucionalizado. Aqui as disputas de poder se valem, por vezes, de certos direitos legalmente (e socialmente) reconhecidos. O poder É assim encarado a partir das relações vivenciadas entre grupos sociais institucionalizados, incluindo o próprio Estado.

Para além disto, o conceito de civilização empregado por Norbert Elias, tem traduzido a possibilidade de ordenamento social e estatal, que atua tanto na vida privada quanto na vida pública. Outra contribuição de destaque é a de Edward Thompson, em termos de sua observação acerca das formas como cultura e poder têm se articulado na configuração do complexo social e político.