Sala de aula - Roteiro

O ouro brasileiro, a tributação portuguesa no Setecentos, revoltas e a reparação

Primeira e segunda aula

O educador deve iniciar a aula apresentando o contexto socioeconômico português e de sua colônia brasileira durante o fim do século  XVI e início do século XVII, com a competição açucareira no Caribe e o vigorar do Tratado de Methuen (ou Tratado de Panos e Vinhos, 1703) entre Inglaterra e Portugal.

Posteriormente, o educador deve abordar a descoberta de ouro na região das Minas Gerais pelos bandeirantes paulistas, as ondas migratórias e os conflitos que se seguiram, como a  Guerra dos Emboabas, entre 1707-1709.

Com isso, o docente deverá apresentar as medidas administrativas tomadas por Portugal nas regiões das Minas, como criação de capitania de São Paulo e Minas do Ouro em 1709, aplicação de um Código de exploração de minas e instalação da Casa de Fundição e Moeda em Vila Rica e outros locais, medidas que proporcionaram obras de elevado custo durante o reinado de D. João V como o Convento de Mafra, o Aqueduto das Águas Livres e a Biblioteca de Coimbra.

Tendo em vista todo o contexto de exploração, estoura uma revolta em Vila Rica que tinha objetivo de diminuir impostos e impedir a instalação da Casa de Fundição de Vila Rica e em troca a população garantiria o pagamento de 30 arrobas de ouro à Coroa portuguesa. Visto isso, o educador deve atentar para o fato de os revoltosos produziram uma carta direcionada ao Conde de Assumar, governador da capitania e se referiram ao Rei com reverência, o que demonstra que não haviam rompido com a monarquia. Para isso, o educador deve exibir para os educandos trechos da carta para que leiam juntos e discutam o desenrolar da revolta.

A revolta de Vila Rica é útil para demonstrar o controle da Coroa portuguesa  nas Minas Gerais, região de grande importância econômica, sendo a principal cunhadora de moedas do reino português.

A partir deste momento, o educador fará o bingo histórico, atividade que aplicará os conhecimentos adquiridos durante a aula. De forma que cada educando receberá uma cartela com vinte números que corroresponderão a perguntas feitas pelo docente, referente a aula do dia, quem completar a cartela primeiro vence a atividade, podendo ser premiado com chocolate ou pontos extras, a depender da turma.

Terceira e quarta aula

Já na próxima aula, é sugerido que o educador retome a aula anterior com um pequeno resumo, e prossiga abordando o Tratado de Methuen (1703), como o colonialismo português favoreceu a indústria europeia, sobretudo a inglesa, e a visita em novembro de 2023 ao Reino Unido da Primeira-ministra de Barbados Mia Mottley que citando estudo elaborado pelo Brattle Group, grupo de pesquisas econômicas, afirma que o Reino Unido deve 4,9 trilhões de dólares ao seu país por práticas colônias e escravagistas, outros 19,1 trilhões de dólares a mais 14 nações africanas; Já a Espanha deve 17,1 trilhões; A França 9,2 trilhões e os Países Baixos 4,86 trilhões, as suas respectivas ex-colônias.

Logo, os dados abrem espaço para o educador discutir políticas de reparação e o dever que o Estado e a população brasileira têm de exigir compensação pelo colonialismo. Visto que, o Brasil é um dos países mais desiguais do mundo, em grande parte pelo processo colonial.

Por fim, o educador deverá reproduzir a música interpretada por Elza Soares “Pra ver se melhora”, que aborda justamente uma busca por mudança e justiça, e pedir que os educandos produzam uma redação com o tema: “É dever do Estado e da população brasileira exigir reparações pelo processo de colonização?

Plano de aula elaborado por:

  • Lucas de Andrade Ballonecker
    Graduando no curso de História pela Universidade Federal Fluminense

Como Citar

Sem Nome, "O ouro brasileiro, a tributação portuguesa no Setecentos, revoltas e a reparação". Impressões Rebeldes. Disponível em: https://www.historia.uff.br/impressoesrebeldes/plano_de_aula/o-ouro-brasileiro-a-tributacao-portuguesa-no-setecentos-revoltas-e-a-reparacao/. Publicado em: 18 de julho de 2024.