1808 / 1824
Data aproximadaNo período da Independência no Brasil ocorreram não só guerras contra as tropas portuguesas que resistiram à separação (como na Bahia, Maranhão, Piauí e Pará), mas, também, batalhas contra outros adversários do Império: os “índios bravos” do Espírito Santo e Minas Gerais.
Logo após a chegada ao Brasil da Corte portuguesa foi estampada uma declaração de guerra ofensiva aos índios chamados de Botocudos – como consta na Carta Régia do Príncipe Regente D. João, dirigida a Pedro Maria Xavier de Ataide e Melo, Governador das Minas Gerais, ordenando que forme um corpo de soldados pedestres para luta contra os índios Botocudos.
Esta conflagração (que ocorreu no Espírito Santo e Minas Gerais, com reflexos na Bahia e Rio de Janeiro) expressa a fase aguda dos embates ocorridos desde a Carta Régia de 1808, até 1824 – data do malogrado cerco da cidade de Vitória pelos Botocudos e, também, do decreto assinado pelo ministro do Império marquês de Queluz (João Severiano Maciel da Costa) traçando diretrizes em relação a estes índios que não incluíam a guerra ofensiva.
Um dos estopins imediatos para a formalização da guerra foi uma denúncia, acompanhada de colorida aquarela. O denunciante e pintor da obra foi o padre Caetano da Fonseca Vasconcelos, vigário da igreja São Miguel de Piracicaba, em Vila Nova da Rainha (atual Caeté), Minas Gerais e membro de influente oligarquia. Ele realizou-a para acompanhar a carta que enviava ao príncipe Regente D. João pedindo providências urgentes para reforçar o combate aos índios Botocudos na região.
A posse da terra estava no cerne deste embate, assim como o interesse pela mão de obra indígena no século XIX.
A mobilização foi impressionante e durante anos o Espírito Santo transformou-se num campo de guerra. O governo local passou a exigir que a população masculina civil vivesse em constante estado de mobilização bélica.
O conflito só seria oficialmente revogado em 1831 com as Regências.
Para conhecer mais detalhes sobre o tema, ler os artigos do professor Marco Morel na Revista Impressões Rebeldes: A guerra de 1808-1824 e A guerra de 1808-1824 (parte II).
16 anos de duração
Sem Nome, "Guerra dos Botocudos". Impressões Rebeldes. Disponível em: https://www.historia.uff.br/impressoesrebeldes/revolta/guerra-dos-botocudos/. Publicado em: 15 de janeiro de 2022.