Sala de aula - Roteiro

A Sabinada e a Imprensa no Período Regencial (Bahia, 1837-1838)

PRIMEIRO MOMENTO

APRESENTAÇÃO DOS CONFLITOS QUE ENVOLVIAM O PODER CENTRAL DURANTE O PERÍODO REGENCIAL

O conteúdo será desenvolvido em duas aulas com o auxílio de um slide. A primeira será uma aula expositiva, na qual explicaremos os principais conflitos políticos envolvendo o poder central durante o Período Regencial. Dessa forma, abordaremos a saída de D. Pedro I do trono em 1831, o problema da maioridade de D. Pedro II e a tomada do poder pelos regentes com as reformas promovidas por eles entre 1831 e 1840. Com isso, daremos um panorama geral sobre as revoltas que estavam ocorrendo nesse período em diversas províncias contra as autoridades oficiais, demonstrando o descontentamento geral que existia em relação ao governo devido a temas diversos, como a cobrança de altos tributos e a expansão da miséria. A Cabanagem, a Balaiada e a Farroupilha serão algumas das citadas. Em seguida, iremos expor as razões que motivaram a Sabinada, isto é, o poder autoritário do governo central e o anseio por autonomia da província para governar sua população, além da tentativa de recrutamento militar na Bahia para combater a Revolta dos Farrapos nesse período. Em seguida, revelaremos o perfil político dos revoltosos, uma maioria de classe média, e de Francisco Sabino, líder da revolta, além de como a questão racial perpassava esse movimento. Por fim, demonstraremos quais foram as consequências da Sabinada: a condenação dos rebeldes e as reformas que promoveram a re-centralização do poder.

Segundo momento

A IMPRENSA E A OPINIÃO PÚBLICA

Na segunda aula, falaremos sobre o papel da Imprensa na construção da opinião pública e o público alvo da grande maioria dos jornais na primeira metade do século XIX. Assim, começaremos a analisar com os alunos trechos da primeira edição do jornal baiano “O Sete de Novembro”, de 1937, cuja duração se deu apenas durante a Sabinada e que homenageia a Independência da Bahia em seu nome. Esses trechos servirão para discutirmos de que forma os revolucionários tentaram legitimar e disseminar seus ideais através dos jornais, além da memória construída por eles da revolta. Com isso, poderemos apresentar o perfil dos que redigiram o jornal e do público alvo dele, a organização política da Sabinada e como os jornais podem nos auxiliar como fonte histórica. Ao final da análise, levantaremos algumas questões com os alunos sobre o jornal para avaliarmos de que forma eles assimilaram o conteúdo da aula.

Terceiro momento

ANÁLISE DE FONTE PRIMÁRIA

Transcrição adaptada dos trechos da fonte:

1. “Número 1, Terça-feira 21 de novembro de 1837. Preço 40 réis.”

“O Sete de Novembro”

“Diário, Político e Comercial.”

““Um povo pode conquistar a liberdade, mas se ele a perde, nunca mais a reconquistará” (Rousseau, Contrato Social)”

“Subscreve-se para o Sete de Novembro nesta tipografia na rua da alfândega, número 89, nas lojas do senhor Silvino… Preço da assinatura 20.000 réis por trimestre. Nos mesmos lugares vendem-se as folhas avulsas.”

Fonte: O Sete de Novembro (BA), 1837, ed. 1, p. 1.

2. “Habitantes da Bahia! Honrada tropa independente! “Encontra-se” no recôncavo o caudilho do absolutismo parlamentar Barreto Pedrozo, enviado para a Bahia, a fim de concluir a obra da nossa escravidão, da escravidão do brioso povo da mais rica porção do continente brasileiro! Ele vai unir-se ao homem das presigangas (navios de prisioneiros), ao carniceiro Paim!

Baianos! Este povo livre, e magnânimo não entregará os pulsos às algemas, que nos conduz um emissário da cabilda re-colonizadora do Rio de Janeiro! Baianos! Antes a morte do que ferros, e ferros lançados por facciosos que a pouco saíram do nada, para suporem estar acima dos deveres sociais.”

Fonte: O Sete de Novembro (BA), 1837, ed. 1, p. 3.

3. “Oferecida aos brasileiros, que se tem deixado fascinar pelas doutrinas dos missionários do absolutismo parlamentar espalhados nas províncias do Brasil pela Corte do Rio de Janeiro, a fim de persuadir aos incautos, que o Governo Independente Constitucional não há se adaptado às circunstâncias atuais, mas sim o poder arbitrário, que se tem feito em todos os tempos a degradação do gênero humano.

“A boa política só pode ser fundada na moralidade e na justiça”. É nesse princípio de Kant que vamos fundamentar as nossas considerações.”

Fonte: O Sete de Novembro (BA), 1837, ed. 1, p. 3.

4. “Portanto, ó brasileiros em geral, unimos e gritemos em altas vozes – viva a liberdade e independência das províncias brasileiras, durante a menoridade do nosso jovem Imperador, o Sr. D. Pedro II – Viva os brasileiros livres, morram os infames absolutistas, que tantos estorvos estão causando a perfeita felicidade de nossa querida pátria. (?) Monstros (?) Infernais para os abismos, e nos deixem para sempre em paz, no gozo dos bens que a suprema inteligência prodigalizou com o grandioso Estado baiano, a que temos a honra de pertencer.”

Fonte: O Sete de Novembro (BA), 1837, ed. 1, p. 4.

Revolta

Plano de aula elaborado por:

  • Leticia Maria Rodrigues De Melo Oliveira
    Graduada em História pela Universidade Federal Fluminense. Educadora popular e atualmente assessora do NAIEFE/Secretaria Municipal de Educação de Maricá (RJ).