SALVADOR, frei Vicente de. História do Brasil: 1500-1627. 7ª ed. São Paulo: Edusp, 1982, p. 51.
Em julho de 1566, os resistentes tupinambás da Guanabara uniram forças com o cacique de Cabo Frio, Guaixará, que formou uma poderosa força contando, de acordo com Frei Vicente do Salvador, com 180 canoas indígenas. O plano orquestrado pelos nativos tinha o objetivo de cercar algumas embarcações portuguesas em uma cilada e, por fim, matá-los.
O objetivo não foi conquistado somente porque uma explosão acidental causada em uma embarcação portuguesa gerou espanto em uma das mulheres indígenas, que aconselhou a todos que partissem da região imediatamente.
Os portugueses enxergaram este acontecimento como um verdadeiro milagre, que teria contado com a participação do próprio São Sebastião, que veio dos céus para protegê-los.
“Haviam os Tamoios ajuntado ao número ordinários de suas canoas outras novas, que chegaram a cento e oitenta”
“Toda esta armada de canoas puseram em cilada (...) e subitamente as cercaram por todas as partes; mas nem por isso perderam o ânimo os portugueses, antes resistiram valorosamente ajudados do Divino favor”
“(...) como aqui se viu que acaso ascendendo-se a pólvora em uma das nossas canoas chamuscou a alguns dos inimigos, que a tinham abordada, com o que, e com a chama que levantou a pólvora se alterou tanto a mulher do general, Tamoia, que dando gritos e vozes espantosas atemorizou a todos, e sendo seu marido o primeiro que fugiu com ela, os seguiram os mais, deixando livres os nossos (...)”
Pretende-se no texto destacar o auxílio da Providência Divina no empreendimento colonial português. Na ocasião do conflito, os portugueses conseguiram sobreviver, não por sua capacidade bélica, muito menos pelo numero de soldados. Para eles, uma ajuda primordial veio do próprio São Sebastião, o santo que fornecia proteção. A narrativa também busca legitimar a colonização portuguesa, mostrando que o próprio Santo estaria auxiliando nesse empreendimento.
guerra
Divina Providência
Graças a Deus
SALVADOR, frei Vicente de. História do Brasil: 1500-1627. 7ª ed. São Paulo: Edusp, 1982, p. 51.