Manuscritos dos volumes 578, 581 e 138 do Arquivo Público da Bahia; manuscritos da Biblioteca Nacional, I – 28, 23, 1 nº 1-12
Salvador, alta de preços: mal estar social; idéias iluministas e notícias da revolução francesa: contestação.
“O vós, cidadãos, o vós Povos curvados e abandonados pelo Rei, pelos seus despotismos pelos seus ministros... o vós Povo que nascestes para seres livres e para gozares dos bens efeitos da Liberdade, o vós Povos que viveis flagelados com o pleno poder do Indigno Coroado”
“(...) rei tirano é quem se firma no trono para vos vexar, para vos roubar e vos maltratar.”
“(...) o tempo é chegado para a vossa ressurreição; sim para ressuscitares do abismo da escravidão para levantares a sagrada Bandeira da Liberdade”
“A liberdade consiste no estado de feliz (...) descanso do homem com igual paralelo de uns para outros”
“A França está cada vez mais exaltada (...) as nações do mundo todas têm seus olhos fixos na frança (...) o Pontífice já está abandonado, e desterrado; o rei da Prússia está preso pelo seu próprio povo”
“(...) o dia da nossa revolução da nossa liberdade e da nossa felicidade está para chegar (...) animai-vos que sereis felizes para sempre”
Analogia entre opressão e escravidão; metáfora bíblica, associando a revolução a um processo de “ressurreição” para a liberdade. Liberdade que é, inclusive, sacralizada: “sagrada bandeira da liberdade” e tida como “bem aventurança”. Contrapõe situação do povo – vexação, opressão, por um rei tirano e despótico, com seus ministros – com o que seria situação ideal/”natural” – Liberdade, para a qual o povo teria nascido. Qualifica essa liberdade, associando-a à felicidade e às conquistas da Revolução Francesa, como modo de motivar o povo a aderir ao projeto de fazer semelhante processo na Bahia. A conclusão, positiva, animaria o povo, conclamando-o.
“cidadãos”
"povos curvados"
"abandonados pelo rei"
“despotismos”
“nascestes para seres livres”
“liberdade”
“flagelados”
“indigno coroado”
"rei tirano"
“vos vexar”
"vos roubar"
“vos maltratar”
“vossa ressurreição”
“abismo da escravidão”
“sagrada Bandeira da liberdade”
“livre do abatimento”
“descanso do homem com igual paralelo de uns para outros”
“repouso”
“bem aventurança”
“dobrou o joelho”
“tempo é chegado”
“vós defenderes”
“vossa liberdade”
“nossa revolução”
“nossa liberdade”
“nossa felicidade”
“animai-vos”
“sereis felizes para sempre”
Manuscritos dos volumes 578, 581 e 138 do Arquivo Público da Bahia; manuscritos da Biblioteca Nacional, I – 28, 23, 1 nº 1-12
MATTOSO, Kátia M. de Queirós. Presença Francesa no Movimento Democrático Baiano de 1798. Salvador: Itapuã, 1969. p. 149-150