Revoltas

Revolta em São José do Tocantins

Capitania Real de São Paulo (1720 – 1821)Arraial de São José do Tocantins

Início / fim

janeiro de 1736 / janeiro de 1736

Gravura em aquarela de 1821 mostra mineiros de Diamantina lavando o solo de aluvião, rico em ouro e diamantes. Publicada em "Familiar Lessons on Mineralogy an Geology", Londres - Domínio público

O norte de Goiás (na época, parte da capitania de São Paulo) passou a ser ocupado a partir da década de 1730. Atraídos pela presença de ouro na região, habitantes de toda a América Portuguesa se dirigiram ao local e fundaram inúmeros arraiais. Um deles foi o Arraial de São José do Tocantins.

Apesar da euforia inicial, logo ficou evidente que a quantidade de ouro na região não era grande o suficiente para garantir um sucesso duradouro. As dificuldades de acesso e de exploração da região, causadas por grupos de indígenas violentos e estradas em más condições, pioravam a situação, e a produtividade logo começou a cair, algo que foi agravado também pelo contrabando. O cenário ganhou ares de tensão em 1736, quando a coroa portuguesa, com o objetivo de limitar o contrabando, passou a taxar a região com a cobrança da capitação, método usual para arrecadar o quinto. Segundo a lei, todos os proprietários de escravos deveriam pagar certa quantia de ouro por cabeça.

No caso de São José do Tocantins, a administração portuguesa fixou a cobrança em sete oitavas e três quartos de ouro por escravizado. Isso revoltou a população local, que queria uma cobrança mais justa. Em janeiro daquele ano, mineradores e membros do baixo clero (como o vigário Alexandre Marques do Vale) se amotinaram contra a taxa e contra a nomeação de um Intendente paulista para a região. Eles se recusaram a registar seus escravizados e pressionaram, por meio de um termo assinado, o Provedor Comissário dos Defuntos e Ausentes a substituir o intendente que cobraria os impostos: Manuel Pereira Botelho de Sampaio foi escolhido pela população local para ser o novo arrecadador, tornando-se também o líder da revolta. Há registros da ação de bandos armados pela região, confisco de cartas e destruição de documentos oficiais por parte dos rebeldes.

Diante do motim, o governador da Capitania de São Paulo decidiu prender Manuel Sampaio e abaixar os impostos, além de posicionar uma tropa paga na região do arraial. Cerca de vinte revoltosos tiveram seus bens sequestrados, e Manuel Sampaio ganhou uma pena moderada na prisão.

Grupos sociais

Autoridades

Lideranças

Réus e Condenados

Repressão

Contenção

  • Prisões

Punição

  • Confisco e venda de bens

Bibliografia Básica

CAMPOS, Maria Verônica. Goiás na Década de 1730: pioneiros, elites locais, motins e fronteira. In: BICALHO, Maria Fernanda; FERLINI, Vera Lucia Amaral. Modos de governar. Ideias e Práticas Políticas do Império Português Séculos XVI a XIX. 2ª edição, São Paulo: Alameda, 2005, p. 341-359.

LEMES, Fernando Lobo. Areia nas engrenagens do governo colonial: conflitos e motins nas minas de Goiás – História e historiografia (1727-1739). In: revista de história, Juiz de Fora, v.36, n.01, 2013. , p. 223-224.

MIRANDA, José Augusto Ribas. Vassalos amotinados em São José do Tocantins – 1736: governabilidades na América Portuguesa. In: Oficina do Historiador, Porto Alegre, v.5, n.1, jan/jun 2012, p. 15-18.

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Como Citar

Sem Nome, "Revolta em São José do Tocantins". Impressões Rebeldes. Disponível em: https://www.historia.uff.br/impressoesrebeldes/revolta/revolta-em-sao-jose-do-tocantins/. Publicado em: 05 de abril de 2022.