HOLANDA, Sérgio Buarque de (Dir.). História Geral da Civilização Brasileira, Livro Primeiro: o novo descobrimento do Brasil. 9 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. 3 v. 2 t.
1824 / 1825
No contexto da formação da Confederação do Equador, movimento iniciado em 1824 que buscava a emancipação de Pernambuco e das províncias vizinhas, o Major de pardos Emiliano Munducuru esteve à frente de um motim que pretendia forçar o bloqueio de Barra Grande, plano de difícil execução pensado pelos líderes do movimento. O que ele queria era chegar ao objetivo por meio de violência, saqueando casas e matando seus inimigos, que eram em grande parte a elite açucareira pernambucana. A mensagem que circulava entre os rebeldes era essa abaixo, onde é possível perceber a forte influência da Revolução do Haiti no caráter racial e popular da revolta:
Qual eu imito Cristóvão
Esse imortal Haitiano
Eita! imitai ao seu povo,
Ó meu povo soberano!
Ironicamente quem conseguiu deter o Major dos pardos foi o Major dos pretos Agostinho Bezerra Cavalcanti.
O complexo processo de emancipação brasileiro passou por diversas batalhas regionais, que envolveram disputas sociais, militares e políticas que não se restringiram à Corte do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas. Tampouco se encerraram com o “grito do Ipiranga” em setembro de 1822.
Disputas importantes ocorreram em províncias mais afastadas, como a formação do popular Exército Libertador, o cerco às tropas portuguesas na Bahia em 1823 e, no mesmo ano, a batalha às margens do rio Jenipapo no Piauí, que juntou as forças locais às cearenses e maranhenses. No entanto, é apenas em 1825 e depois de muitas colisões entre os dois lados que Portugal finalmente reconhece a derrota por meio do Tratado de Paz, Amizade e Aliança.
Grito do Ipiranga
HOLANDA, Sérgio Buarque de (Dir.). História Geral da Civilização Brasileira, Livro Primeiro: o novo descobrimento do Brasil. 9 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. 3 v. 2 t.