Revoltas

Rebelião indígena contra engenhos e povoados

Capitania de Ilhéus (1534 – 1761)Ilhéus

Início / fim

1559 / 1559

Data aproximada

Reações contra as violências introduzidas pela conquista na região da Bahia se concentraram em meados do século XVI na região de Ilhéus. A rebelião dos povos nativos acontece através de saques às propriedades açucareiras que paralisam a produção. Ao menos quatro engenhos em torno de Ilhéus são completamente queimados, segundo relato de um missionário jesuíta ao padre geral em Roma.

Como tentativa de resistir às investidas dos rebeldes, os colonos construíram barricadas protegendo o limite dos povoados, solução que pouco serviu pois, cercados pelos indígenas com táticas habilidosas de guerra, padeceram com fome e sede. 

Tais ataques indígenas tiveram efeitos devastadores nos primeiros anos da colonização, expressando a capacidade de resistência dos nativos. Os constantes conflitos gerados pelos indígenas eram um reflexo das novas relações estabelecidas com os colonos. A destruição do ecossistema, a escassez de alimentos, uma convivência hierarquizada, a disseminação de doenças contagiosas e a apropriação de terras e riquezas naturais, contrariavam por completo a forma de viver das sociedades nativas.

Por essas razões, revoltas foram constantes durante o processo de formação das capitanias hereditárias, assim como as tentativas de controle e repressão, expressos no Regimento de 1548 e na fundação de um Governo-Geral na América Portuguesa.

Os registros documentais sobre esses episódios são escassos, por vezes criando a sensação equivocada que eram revoltas insignificantes. Ao contrário,  a resistência e as rebeliões dos povos originários nesse período causaram impactos incalculáveis à produção e ameaçaram a continuidade do projeto colonial de Portugal no Brasil.

 

(Isabel Macedo, graduanda do curso de História da Universidade Federal Fluminense e bolsista de iniciação científica PIBIC – CNPQ)

Ações de protesto violentas

  • Cerco a imóveis
  • Incêndios
  • Invasão de propriedade
  • Queima de plantações
  • Saques a casas e armazéns

Bibliografia Básica

METCALF, Alida C. Os papéis dos intermediários na colonização do Brasil 1500-1600. Campinas, SP: editora Unicamp, 2019. p.282

PARAISO, Maria Hilda B. Revoltas Indígenas, a criação do governo geral e o regimento de 1548. CLIO: Revista de Pesquisa Histórica, no. 29.1, 2011.

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