Revoltas

Quilombo de Tacoara

Capitania Real do Rio de Janeiro (1567 – 1821)Taquara

Início / fim

1760 / 1762

Data aproximada

Em meados do século XVIII, escravizados fugitivos das fazendas próximas à região de Tacoara, onde hoje se encontra o bairro de Taquara, no Rio de Janeiro,  organizaram um quilombo nas matas da região. Estima-se que por volta de 1760 tenha surgido o primeiro quilombo na localidade. O Quilombo de Tacoara se tornou uma ameaça aos moradores e às autoridades locais pelos recorrentes assaltos feitos às propriedades da região. No ano de de 1762 são noticiadas desordens com invasão de casas e roças na região.

No mês de janeiro de 1762, autoridades do Rio de Janeiro foram informadas das desordens e distúrbios cometidos por quilombolas da região de Tacoara. Esse grupo de pretos invadiu casas e roças da região, alimentando assim a insatisfação e medo dos moradores.

A resistência escrava foi uma resposta constante ao sistema escravista brasileiro. Houve muitas formas de resistir no Brasil, mas as fugas e a formação de comunidades pretas eram as que mais ameaçavam as autoridades locais. A formação de quilombos, que partia dessas fugas escravas, demonstrava a consciência dos pretos sobre a realidade em que estavam inseridos. Os quilombolas, por via de regra, possuíam roças, mantinham relações com os comerciantes locais e cometiam crimes, como saques em propriedades e assassinatos.

A repressão aos quilombos podia envolver tanto a população local e capitães do mato com expedições próprias quanto a solicitação de soldados às autoridades. Alguns casos eram usados nativos por conhecerem as florestas da região. Os soldados, ao obterem sucesso sobre os quilombolas, queimavam suas roças, casas e os capturavam. O costume era devolvê-los aos respectivos donos ou eram utilizados como pagamentos aos soldados.

O resultado das denúncias de 1762 não é claro nas fontes. É possível que tenham organizado outras tentativas de ataques. Os quilombolas que conseguiram resistir ao cativeiro poderiam ter se reorganizado e atuado naquela ou em regiões próximas da freguesia.

 

(Richard Enbel, graduando no curso de História da UFF e pesquisador do projeto “Um Rio de Revoltas” – FAPERJ -CNE/2018-2021)

Antecedentes

Fuga de escravizados das fazendas da região.

Conjuntura e contexto

Utilização de mão de obra africana escravizada.

Ações de protesto não-violentas

  • Desobediência
  • Formação de comunidade independente
  • Fuga de escravizados
  • Roubo de comida
  • Roubo de escravos

Ações de protesto violentas

  • Ataques Noturnos
  • Morte de inimigos
  • Saques a casas e armazéns
  • Sequestro de bens

Repressão

Contenção

  • Capitães do mato
  • Expedição armada ou repressão militar

Punição

  • Não informadas

Instâncias Administrativas

  • Não informado

Bibliografia Básica

GOMES, Flávio dos Santos. A hidra e os pântanos: quilombos e mocambos no Brasil (sécs – XVII – XIX). Tese (Doutorado em História) – Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 1997.

GOMES, Flávio dos Santos. Quilombos do Rio de Janeiro no século XIX. In: (Org.) Gomes, REIS, João J.; Flávio dos Santos. Liberdade por um fio: história dos quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das letras, 1996.

HARRIS, Mark. Rebelião na Amazônia: cabanagem, raça e cultura popular no norte do Brasil (1798-1840). Campinas, Editora Unicamp, 2017

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