Revoltas

Quilombo de São Gonçalo

Capitania Real do Rio de Janeiro (1567 – 1821)São Gonçalo

Início / fim

1807 / agosto de 1808

Data aproximada

No início do século XIX, escravizados fugitivos das fazendas próximas a São Gonçalo, à época distrito da Vila Real da Praia Grande (atual município de Niterói), organizaram um quilombo nas matas da região. Estima-se que o Quilombo de São Gonçalo tenha se formado por volta de 1807. Tendo se tornado uma ameaça aos moradores e às autoridades locais pelos recorrentes assaltos feitos às propriedades da região. No mês de agosto de 1808, são emitidas ordens para destruir o quilombo. No entanto, não é de conhecimento o sucesso dos movimentos de repressão.

A resistência escrava foi uma resposta constante a escravidão. Houve muitas formas de resistir no Brasil, mas as fugas e a formação de comunidades pretas eram as que mais ameaçavam as autoridades locais. A formação de quilombos, que partia dessas fugas escravas, demonstrava a consciência dos pretos sobre a realidade em que estavam inseridos. Os quilombolas, por via de regra, possuíam roças, mantinham relações com os comerciantes locais e cometiam crimes, como saques em propriedades e assassinatos.

Durante o mês de agosto de 1808, foi determinada a destruição do Quilombo de São Gonçalo pelo comandante militar do distrito. A proximidade do quilombo com a Corte foi um dos principais motivos para pôr fim àquela resistência.

A repressão podia envolver tanto a população local e capitães do mato com expedições próprias como a solicitação de soldados. Alguns casos eram usados nativos por conhecerem as florestas da região. Os invasores ao obterem sucesso sobre os rebeldes queimavam suas roças, casas e capturavam os rebeldes, o costume era devolvê-los aos respectivos donos.

Não há outros documentos sobre o Quilombo de São Gonçalo até o momento, assim não se conhece em detalhes o processo de formação do quilombo, tampouco a repressão ocorrida após o resultado da expedição em 1808.

Os quilombos eram respostas às severas condições impostas aos escravizados. As incursões de tropas e de capitães-do-mato poderiam pôr fim a algumas comunidades, mas, enquanto o sistema escravocrata os explorasse, a resposta viria cada vez mais violenta.

(Richard Enbel, graduando no curso de História da UFF e pesquisador do projeto “Um Rio de Revoltas” – FAPERJ -CNE/2018-2021)
(Moisés Bernardo, graduando no curso de História da UFF e pesquisador do projeto “Um Rio de Revoltas” – FAPERJ -CNE/2018-2021)

Antecedentes

Fuga de escravizados das fazendas da região.

Conjuntura e contexto

Utilização de mão de obra africana escravizada.

Ações de protesto não-violentas

  • Desobediência
  • Formação de comunidade independente
  • Fuga de escravizados
  • Roubo de armas e munição
  • Roubo de comida
  • Roubo de escravos

Ações de protesto violentas

  • Ataques Noturnos
  • Extorsão
  • Invasão de cidade ou vila
  • Mobilização de escravos armados
  • Saques a casas e armazéns
  • Sequestro de bens

Repressão

Contenção

  • Capitães do mato

Punição

  • Não informadas

Instâncias Administrativas

  • Não informado

Bibliografia Básica

GOMES, Flávio dos Santos. “Uma tradição rebelde: notas sobre os quilombos na capitania do Rio de Janeiro (1625-1818)”. Revista Afro Ásia, Salvador, v. 17, 1996.

GOMES, Flávio dos Santos. A hidra e os pântanos: quilombos e mocambos no Brasil (sécs – XVII – XIX). Tese (Doutorado em História) – Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 1997.

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