Revoltas

Quilombo de Maricá

Capitania Real do Rio de Janeiro (1567 – 1821)Maricá

Início / fim

1812 / 1814

Data aproximada

No início do século XIX, escravizados fugitivos das fazendas próximas à Freguesia de Santa Maria de Maricá, atual cidade de Maricá, organizaram um quilombo nas matas da região. Estima-se que o primeiro quilombo da região tenha sido formado por volta de 1812. O Quilombo de Maricá se tornou uma ameaça aos moradores e às autoridades locais pelos recorrentes roubos feitos às propriedades da região e, no ano de 1814, são emitidas ordens para destruir o quilombo. No entanto não se sabe os pormenores da expedição de repressão.

A resistência dos escravizados foi uma resposta constante à escravidão. Houve muitas formas de resistir no Brasil, mas as fugas e a formação de comunidades pretas eram as que mais ameaçavam as autoridades locais. Os quilombolas possuíam roças, mantinham relações com os comerciantes locais e cometiam crimes, como saques em propriedades e assassinatos como os citados na correspondência.

O Quilombo da Maricá sofreu com constantes ataques, porém, conseguiram resistir e permanecer na localidade. Não há outros documentos sobre o Quilombo do Maricá até o momento, assim não se conhece em detalhes o processo de formação do quilombo, tampouco a repressão ocorrida em 1814.

A repressão aos quilombos era feita por expedições militares, organizadas pelas autoridades locais e auxiliadas por senhores de escravos da região. Em alguns casos eram usados nativos por conhecerem as florestas da região. Os soldados, ao obterem sucesso sobre os quilombolas, queimavam suas roças, casas e os capturavam. O costume era devolvê-los aos respectivos donos ou utilizá-los como pagamentos aos soldados.

Os quilombos eram respostas às severas condições impostas aos escravizados. As incursões de tropas e de capitães-do-mato poderiam pôr fim a algumas comunidades, mas, enquanto o sistema escravocrata os explorasse, a resposta viria cada vez mais violenta.

(Richard Enbel, graduando no curso de História da UFF e pesquisador do projeto “Um Rio de Revoltas” – FAPERJ -CNE/2018-2021)

Antecedentes

Fuga de escravizados das fazendas da região.

Conjuntura e contexto

Utilização de mão de obra africana escravizada.

Ações de protesto não-violentas

  • Desobediência
  • Formação de comunidade independente
  • Fuga de escravizados
  • Roubo de comida
  • Roubo de pessoas

Ações de protesto violentas

  • Ataques Noturnos
  • Saques a casas e armazéns
  • Sequestro de bens

Repressão

Contenção

  • Capitães do mato
  • Expedição armada ou repressão militar

Punição

  • Não informadas

Instâncias Administrativas

  • Não informado

Bibliografia Básica

GOMES, Flávio dos Santos. “Uma tradição rebelde: notas sobre os quilombos na capitania do Rio de Janeiro (1625-1818)”. Revista Afro Ásia, Salvador, v. 17, 1996.

GOMES, Flávio dos Santos. A hidra e os pântanos: quilombos e mocambos no Brasil (sécs – XVII – XIX). Tese (Doutorado em História) – Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 1997.

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