Revoltas

Quilombo da Tijuca

Capitania Real do Rio de Janeiro (1567 – 1821)Tijuca (bairro)

Início / fim

1810 / 1854

Data aproximada

No início do século XIX, escravizados fugitivos das fazendas próximas da Freguesia de São Francisco do Engenho Velho, atual bairro da Tijuca, organizaram um quilombo nas matas da região. O Quilombo da Tijuca se tornou uma ameaça aos moradores e às autoridades locais pelos recorrentes assaltos feitos às propriedades da região. No ano de 1811 são emitidas ordens para destruir o Quilombo. No entanto, não é de conhecimento o sucesso dos movimentos de repressão.

A resistência escrava foi uma resposta constante a escravidão. Houve muitas formas de resistir no Brasil, mas as fugas e a formação de comunidades pretas eram as que mais ameaçavam as autoridades locais. A formação de quilombos, que partia dessas fugas escravas, demonstrava a consciência dos pretos sobre a realidade em que estavam inseridos. Os quilombolas, por via de regra, possuíam roças, mantinham relações com os comerciantes locais e cometiam crimes, como saques em propriedades e assassinatos. 

O Quilombo da Tijuca já amedrontava as autoridades por estar instalado no coração da Corte. No ano de 1811 o quilombo foi invadido na tentativa de ser destruído, porém, as fontes não dão certeza da sua destruição. É provável, no entanto, que o quilombo tenha permanecido até o ano de 1854. (Amantino, 2003, p.260)

A repressão podia envolver tanto a população local e capitães do mato com expedições próprias como a solicitação de soldados. Alguns casos eram usados nativos por conhecerem as florestas da região. Os invasores ao obterem sucesso sobre os rebeldes queimavam suas roças, casas e capturavam os rebeldes, o costume era devolvê-los aos respectivos donos.

Os quilombos eram respostas às severas condições impostas aos escravizados. As incursões de tropas e de capitães-do-mato poderiam pôr fim a algumas comunidades, mas, enquanto o sistema escravocrata os explorasse, a resposta viria cada vez mais violenta. 

Antecedentes

Fuga de escravizados das fazendas da região.

 

Conjuntura e contexto

Utilização da mão de obra africana escravizada.

 

Números da Revolta

Aproximadamente aproximadamente 1 ano de duração

Ações de protesto não-violentas

  • Fuga de escravizados

Ações de protesto violentas

  • Não informadas

Repressão

Contenção

  • Expedição armada ou repressão militar

Punição

  • Não informadas

Instâncias Administrativas

  • Não informado

Bibliografia Básica

AMANTINO, Márcia Sueli. Sobre os quilombos do sudeste brasileiro nos séculos XVIII e XIX. In: Manolo, Florentino e Machado, Cacilda (orgs.) Ensaios sobre a escravidão. Belo Horizonte, Editora UFMG. 2003.

GOMES, Flávio dos Santos. “Uma tradição rebelde: notas sobre os quilombos na capitania do Rio de Janeiro (1625-1818)”. Revista Afro Ásia, Salvador, v. 17, 1996. p.28

GOMES, Flávio dos Santos. A hidra e os pântanos: quilombos e mocambos no Brasil (sécs – XVII – XIX). Tese (Doutorado em História) – Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 1997. p.263.

HARRIS, Mark. Rebelião na Amazônia: cabanagem, raça e cultura popular no norte do Brasil (1798-1840). Campinas, Editora Unicamp, 2017

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