Revoltas

Queima de Engenhos

Capitania de Pernambuco (1534 – 1821)Olinda

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1553 / 1553

Região reconhecida como a maior produtora de açúcar nos primórdios da colonização, a Capitania de Pernambuco assiste a um violento levante indígena em meados do século XVI.  A insatisfação dos nativos com a presença dos colonos foi inflamada por conta da expansão do desmatamento com a finalidade de fazer pastagens de gados e da construção de engenhos, o que desembocou em uma revolta.

As reações dos grupos nativos tomou forma de incêndio que atingiram dois engenhos na região, um em Igarassu e outro em Olinda no ano de 1553. Ambos ficaram completamente devastados. Alguns anos antes os indígenas já haviam se rebelado nesta região, inclusive queimando o centro da cidade de Olinda. Em 1555, ocorreu um outro levante semelhante – com a invasão e destruição do engenho de Antônio Cardoso promovido por nativos.

Tais ataques indígenas tiveram efeitos devastadores nos primeiros anos da colonização, expressando a capacidade de resistência dos nativos. Os constantes conflitos gerados pelos indígenas eram um reflexo das novas relações estabelecidas com os colonos. A destruição do ecossistema, a escassez de alimentos, uma convivência hierarquizada, a disseminação de doenças contagiosas e a apropriação de terras e riquezas naturais, contrariavam por completo a forma de viver das sociedades nativas.

Por essas razões, revoltas foram constantes durante o processo de formação das capitanias hereditárias, assim como as tentativas de controle e repressão, expressos no Regimento de 1548 e na fundação de um Governo-Geral na América Portuguesa.

Os registros documentais sobre esses episódios são escassos, por vezes criando a sensação equivocada que eram revoltas insignificantes. Ao contrário,  a resistência e as rebeliões dos povos originários nesse período causaram impactos incalculáveis à produção e ameaçaram a continuidade do projeto colonial de Portugal no Brasil.

 

(Isabel Macedo, graduanda do curso de História da Universidade Federal Fluminense e bolsista de iniciação científica PIBIC – CNPQ)

Ações de protesto violentas

  • Incêndios
  • Invasão de propriedade
  • Queima de plantações

Bibliografia Básica

METCALF, Alida C. Os papéis dos intermediários na colonização do Brasil 1500-1600. Campinas, SP: editora Unicamp, 2019. p.282

PARAISO, Maria Hilda B. Revoltas Indígenas, a criação do governo geral e o regimento de 1548. CLIO: Revista de Pesquisa Histórica, no. 29.1, 2011.

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