Revoltas

Protesto contra o tributo de reconstrução de Lisboa

Capitania da Bahia de Todos os Santos (1534 – 1821)Salvador

Início / fim

1756 / 1756

Gravura em cobre retrata a difícil realidade de Lisboa após a tragédia (1755)

Em 1755, Lisboa foi arrasada por um terremoto, o que gerou o estabelecimento, no ano de 1756, de um tributo extraordinário para a reconstrução da cidade. As discussões na Câmara de Salvador concluíram ser necessário o envio de 3 milhões de réis ao Reino.

As reações ao peso fiscal excessivo não tardaram em surgir. Salvador Pereira dos Santos, um dos comerciantes de aguardente da cidade, gênero sobre o qual iria incidir pesadamente o donativo para a reconstrução de Lisboa, sugere a preparação de um abaixo-assinado que logo toma a forma de uma petição ao Rei. O documento totalizou 20 assinaturas de homens de negócios da cidade baiana. Ao tomar conhecimento destes “arranjos”, o governador da capitania, o Conde dos Arcos, instaura devassa para averiguar a preparação do “papel sedicioso” em novembro de 1757. Ao fim do processo, um certo Pedro Nolasco foi apontado como a cabeça do movimento de preparação e difusão do abaixo assinado. Ele é enviado à Lisboa e o caso passa a ser acompanhado de perto por Marquês de Pombal, principal ministro régio à época. Ao fim, algumas modificações na cobrança e na duração do imposto foram feitas.

Tipologia

Modelo de conflito

Motivo(s)

Reivindicações

Soberania

Grupos sociais

Autoridades

Lideranças

Réus e Condenados

Ações de protesto não-violentas

  • Abaixo-assinado

Repressão

Punição

  • Envio de presos para Metrópole

Bibliografia Básica

FERRO, Carolina Chaves. Terremoto em Lisboa, tremor na Bahia: um protesto contra o donativo para a reconstrução de Lisboa (1755-1757). 2009. Dissertação (mestrado em História), UFF, Niterói.

FIGUEIREDO, Luciano Raposo de Almeida. Pombal Cordial. Reformas, fiscalidade e distensão política no Brasil: 1750-1777. In: FALCON, Francisco & RODRIGUES, Cláudia (Orgs.). A “Época Pombalina” no mundo luso-brasileiro. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2015.

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