Revoltas

Motim militar a favor da Constituição portuguesa em Pernambuco

Capitania de Pernambuco (1534 – 1821)Recife

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27 de novembro de 1820 / 27 de novembro de 1820

"Vista da cidade do Recife a partir do Forte de São João Batista do Brum", litogravura por volta de 1800 Foto: Biblioteca Nacional / BBC News Brasil

Aproximadamente dois meses após a eclosão da Revolução Liberal do Porto, movimento português que pretendia retomar a soberania do país em sua união com Brasil e Algarves, ocorre em Pernambuco uma das primeiras manifestações brasileiras de apoio aos lusitanos. Planejada para rebentar em 27 de novembro de 1820, dia da Festa de Santo André, a revolta composta por militares cuja procedência era majoritariamente portuguesa não chegou a acontecer por ter sido denunciada no dia anterior.

As informações sobre o ocorrido foram obtidas a partir de uma devassa criada pelo então governador de Pernambuco Luís do Rego Barreto. Segundo o documento, a principal pretensão da revolta era a tomada de poder, que ficaria nas mãos de um militar e com organização igual à de Portugal revolucionário. Durante o processo de conquista, o governador e o secretário de governo seriam assassinados e, em 24 horas, estariam tomados o Palácio de Governo e os fortes do Brum, do Buraco e das Cinco Pontas. Todas as entradas para Recife seriam fechadas, e o movimento estaria consolidado. Nos dias que se antecederam à planejada eclosão da revolta, foram espalhados panfletos pelas ruas de Recife, com escrita codificada, insuflando os ânimos para o ato.

Alguns dos principais líderes conspiracionistas foram João Botelho Noblis, o comandante João Casemiro Pereira Rocha, o comandante José de Sá Carneiro Pereira, o coronel Antônio de Morais Correa de Sá e Castro e o tenente Felipe Néri de Barcelos. Foi devido ao último que a revolta acabou sendo descoberta, pois ele convidou a pessoa errada para participar: o coronel Joaquim Pedro Dias Azevedo, comandante das brigadas de artilharia do Recife. Assim que soube, denunciou o movimento e partir de então soldados foram enviados às casas dos insurgentes para prendê-los e encontrar evidências. Os sediciosos mencionados, com exceção do tenente, foram expulsos da província por crime de lesa-majestade.

O complexo processo de emancipação brasileiro passou por diversas batalhas regionais, que envolveram disputas sociais, militares e políticas que não se restringiram à Corte do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas. Tampouco se encerraram com o “grito do Ipiranga” em setembro de 1822.

Disputas importantes ocorreram em províncias mais afastadas, como a formação do popular Exército Libertador, o cerco às tropas portuguesas na Bahia em 1823 e, no mesmo ano, a batalha às margens do rio Jenipapo no Piauí, que juntou as forças locais às cearenses e maranhenses. No entanto, é apenas em 1825 e depois de muitas colisões entre os dois lados que Portugal finalmente reconhece a derrota por meio do Tratado de Paz, Amizade e Aliança.

Conjuntura e contexto

Revolução Liberal do Porto

Números da Revolta

1 dia de duração

Outras designações

Grupos sociais

Autoridades

Lideranças

Delatores

Réus e Condenados

Ações de protesto não-violentas

  • Desobediência
  • Nomeação de autoridades
  • Pasquins
  • Reuniões em lugares privados

Ações de protesto violentas

  • Não informadas

Repressão

Contenção

  • Expedição armada ou repressão militar

Punição

  • Degredo / Desterro

Instâncias Administrativas

  • Governador da Capitania

Bibliografia Básica

GOMES CABRAL, Flavio José. Os efeitos da notícia da revolução liberal do Porto na província de Pernambuco e a crise do sistema colonial no nordeste do Brasil (1820-1821). Fronteras de la historia, v. 11, 2006, p. 389-413.

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