1823 / 1823
Em pleno processo de emancipação, no qual o Brasil já havia declarado independência de Portugal e buscava escrever uma nova constituição, os índios das etnias xucuru e paritió se encontravam infelizes. Isso porque eles não mantinham uma boa relação com os políticos da região de Cimbres, Pernambuco, que eram separatistas. Estes políticos e poderosos locais haviam tentado por muitos anos invadir as terras indígenas, e o aumento de sua influência com o sucesso político da independência não era visto com bons olhos pelos povos nativos.
Apesar da falta de provas, há a possibilidade de um político opositor aos separatistas ter convencido os índios a darem vivas a Dom João VI em público. Cooptados ou não, eles o fizeram, e sua punição foi a prisão.
O complexo processo de emancipação brasileiro passou por diversas batalhas regionais, que envolveram disputas sociais, militares e políticas que não se restringiram à Corte do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas. Tampouco se encerraram com o “grito do Ipiranga” em setembro de 1822.
Disputas importantes ocorreram em províncias mais afastadas, como a formação do popular Exército Libertador, o cerco às tropas portuguesas na Bahia em 1823 e, no mesmo ano, a batalha às margens do rio Jenipapo no Piauí, que juntou as forças locais às cearenses e maranhenses. No entanto, é apenas em 1825 e depois de muitas colisões entre os dois lados que Portugal finalmente reconhece a derrota por meio do Tratado de Paz, Amizade e Aliança.
Grito do Ipiranga
Sem Nome, "Manifestação indígena a favor de Portugal". Impressões Rebeldes. Disponível em: https://www.historia.uff.br/impressoesrebeldes/revolta/manifestacao-indigena-a-favor-de-portugal/. Publicado em: 09 de maio de 2022.