Revoltas

Inconfidência Mineira

Capitania de Minas Gerais (1720 – 1821) | Capitania Real do Rio de Janeiro (1567 – 1821)Vila Rica | Rio de Janeiro

Início / fim

01 de fevereiro de 1789 / 20 de maio de 1789

"Prisão de Tiradentes" (1914), óleo sobre tela de Antônio Parreiras - Acervo do Museu Júlio de Castilhos, Porto Alegre

Mudanças drásticas alcançam a capitania de Minas Gerais durante a década de 80 do século XVIII, especialmente com novas orientações da administração régia e a difusão das ideias críticas do iluminismo.

Sob as ordens de Dona Maria I, em 1788, o governador Luís Antônio Furtado de Castro do Rio de Mendonça, Visconde de Barbacena, confronta a elite local assentada no controle do poder na região. A intensificação do controle sobre o comércio, as cobranças das dívidas dos contratos atrasadas, a ameaça de mais uma derrama incendeiam os ânimos.
Inicialmente organizado pelos senhores de escravos e gado, grandes comerciantes e mineradores, o movimento conspiratório passou a agrupar diversos outros grupos, principalmente os que tinham funções letradas, como advogados, dentistas, clérigos e funcionários régios.

Os revoltosos, apesar de reunidos e organizados, não apresentavam coesão em todas as suas ideias e propostas. Pregavam o comércio e o livre extrativismo, redirecionamento dos tributos diretamente para melhorias na colônia, mudança na organização do poder e na administração interna de Minas.

Antes de ter início o movimento rebelde, que previa a expulsão do governador para Portugal, o Visconde de Barbacena recebe uma denúncia da conspiração em curso e suspende a derrama, que serviria como deflagrador da Inconfidência. Tem início a fase de perseguição e da Devassa que levam a prisão e degredo diversos condenados. O alferes e propagandista do movimento Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes), segue para as masmorras no Rio de Janeiro ao lado de outros. Em 1791, o julgamento foi presidido pelo próprio Vice-Rei, condenando à morte 11 envolvidos e ao degredo outros sete. Porém, a rainha fazendo segredo até 18 de abril de 1792 concedeu perdão aos condenados à morte, exceto Tiradentes. Três dias depois o alferes foi enforcado e esquartejado em praça pública e seu corpo espalhado pelas estradas e praças de Minas.

Antecedentes

Grande contrabando e fraude nas zonas mineradoras, tornando impossível a arrecadação do quinto. Além disso, a própria mina encontrava-se com uma produção decadente. As autoridades, levando em conta que a baixa arrecadação se dava apenas por conta dessas ações fraudulentas, viu como solução implantar a derrama.

Conjuntura e contexto

Influência dos pensadores iluministas e do sucesso da Revolução Americana sobre a elite de Minas Gerais.

Números da Revolta

Aproximadamente 3 meses de duração
40 participantes
18 condenados
1 executados

Outras designações

Conjuração Mineira

Grupos sociais

Autoridades

Lideranças

Delatores

Réus e Condenados

Ações de protesto não-violentas

  • Reuniões em lugares privados

Ações de protesto violentas

  • Não informadas

Repressão

Contenção

  • Prisões

Punição

  • Confisco e venda de bens
  • Degredo / Desterro
  • Enforcamento
  • Esquartejamento
  • Execução
  • Exposição dos quartos e da cabeça
  • Forca ou polé

Instâncias Administrativas

  • Governador Geral
  • Rei

Bibliografia Básica

MAXWELL, Kenneth. A devassa da devassa. Inconfidência Mineira. Brasil‐Portugal. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.

Fontes impressas

Autos da Devassa da Inconfidência Mineira. volumes 1-11.

Autos de Devassa da Inconfidência Mineira, V. 2. Brasília – Belo Horizonte: Câmara dos Deputados – Governo do Estado de Minas Gerais, 1982

Autos de Devassa da Inconfidência Mineira, V. 5. Brasília – Belo Horizonte: Câmara dos Deputados – Governo do Estado de Minas Gerais, 1982

Boatos sobre os inconfidentes Mineiros (1790). In: Autos da Devasssa da Inconfidência Mineira (Tarquínio J. B. de Oliveira Herculano Gomes Mathias), v.9, p. 34-43.

Boatos sobre os inconfidentes Mineiros (1790). In: Taunay, Afonso de E. Assuntos De Tres Seculos Coloniais (1598-1790). Sao Paulo: Impr. Oficial do Estado, 1944, p 147-154.

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