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OFÍCIO do governador e capitão-general do Maranhão e Piauí, D. Diogo de Souza Coutinho, para secretário de estado da Marinha e Ultramar, D.Rodrigo de Souza Coutinho, a remeter os versos difamatórios feitos contra o intendente da Marinha Pio António dos Santos

Resumo

No fim do século XVIII, comerciantes do Maranhão sofrem com os prejuízos gerados pelo aumento dos tributos sobre o comércio da farinha e do arroz em duas patacas. O episódio torna-se ainda mais crítico por ter ocorrido no período denominado de “conjuntura crítica” entre Brasil e Portugal

Trechos em destaque

“(…) a História ensina que o primeiro indício das revoluções é o pouco respeito que se presta às pessoas empregadas nos Cargos públicos”, (…) Dá-me o meu alqueire de farinha que custou além duas patacas e trata de cortar essas unhacas”, “Pio, Papa, Papão desta Marinha”, “Não faça Intendente ações tão vis, “monta um ladrão em outro

Artifícios da Narrativa

Alegando a honra de servir a Sua Majestade, o Intendente Pio Antônio dos Santos expõe as dificuldades de cumprir seu cargo por conta das ofensas e das resistências que homens de relevo na localidade promovem, fazendo injúrias pessoais. A fim de demonstrar ataques à sua moral e honra ilustra o texto com os “versos difamatórios” ridicularizando sua autoridade em chave satírica com associação de seu governo à tirania.