Resumo
Após a eclosão de protestos em Vila Rica e arredores desde o final de junho de 1720, o governador Dom Pedro de Almeida e Portugal reprime o movimento com prisões e o incêndio do Morro do Ouro Podre. Para servir de exemplo ordena o enforcamento, arrastamento e esquartejamento do líder e agitador Filipe dos Santos em Vila Rica.
Trechos em destaque
”querendo evitar casa de moeda cunhais e fundição, dando leis e tirando-as, quartando os tributos e direitos reais querendo extinguir justiças, e governador“
”para com seus sequazes governar à sua vontade estas minas“
”ser o réu Filipe dos Santos Freire notório amotinador do povo“
”para exemplo dos mais que se acham em armas, condenam ao réu, que com baraço e pregão vá pelas ruas públicas desta vila e morra morte natural para sempre e corra arrastado pelas ruas públicas desta vila, e seja esquartejado“
Artifícios da Narrativa
Sentença condenatória emitida após reunião sumária de uma junta formada pelo governador da capitania de São Paulo e Minas do Ouro e pelo ouvidor da comarca, João Domingues de Carvalho (que, na ausência do ouvidor – que escapara para o Rio de Janeiro -, conforme previa a lei, deveria assumir a função por ocupar o cargo de Juiz Ordinário da Câmara de Vila Rica), que delibera pela aplicação da pena de morte natural. Busca demonstrar o cumprimento dos protocolos legais como coleta de testemunhas, confissão do réu e produção dos autos e de sumário presidido pelo Juiz Ordinário.
Tópicos de discurso
"cabeça de motins"
"notório amotinador do povo"
"horroroso delito"
"morra morte natural para sempre"