Resumo

Durante o motim militar em Salvador, os soldados preparam uma lista com as suas reivindicações, restritas ao campo da justiça militar. Na petição, que começa com a fórmula “E sermos concedidos…” seguida das exigências, os rebeldes indicam as áreas da cidade em que se dispunham a fazer guarda e escolhem ser julgados pelo Auditor Geral, não pelo Ouvidor do Crime, responsável por punições rigorosas aos militares do Terço e alvo principal do levante. Eles escolhem até em que prisão ficariam detidos, além de pedir a libertação dos companheiros de farda que estavam encarcerados. Por fim, demandam o perdão geral com todas as garantias legais. O documento se encerra com a constatação que, caso as reivindicações não fossem atendidas, os amotinados não sairiam dali “senão feitos em pedaços”.

Artifícios da Narrativa

O texto equilibra a apresentação das exigências que motivaram o amotinamento das tropas com suas justificativas, amparadas no costume e na lealdade. Como recurso persuasivo, acionado em momento de insegurança e temor generalizado, demonstram o comprometimento coletivo dos amotinados com o movimento ao se empregarem a tópica do sacrifício extremo com a causa. Argumentação de base contratualista, oferecem reatar a condição de oficiais a serviço da defesa do soberano desde que os costumes e justiça sejam restabelecida.