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Vereação do senado da Câmara

Resumo

Os líderes da Revolta de Beckman redigem um documento a respeito da expulsão dos padres da Companhia de Jesus, em 1684, do Maranhão, sancionado no Senado da Cãmara, em que apontam as tiranias dos jesuítas. Ao longo do “decreto”, os rebeldes têm como objetivo afirmar que o “povo” não está satisfeito com as intervenções dos padres em seu cotidiano. Apesar de demonstrar respeito, chamando os jesuítas de “Vossas Paternidades”, os líderes reclamam do abuso de autoridade dos mesmos. Além disso, há um tom de ameaça presente no documento, caso os indesejados membros da Companhia de Jesus retornem a São Luís. Acompanha o documento, um atestado de que os padres de São Luís tomaram ciência do pedido de expulsão, através dos Tabeliões da cidade, os quais levaram a carta até eles. A reação dos padres, foi prometer que não tinham pretensão de retornar, e que iriam partir em breve.

Artifícios da Narrativa

Discurso denuncia a tirania dos jesuítas,  demonstrada pela tentativa destes de barrar a escravidão indígena no Maranhão. A aversão aos jesuítas aparece principalmente como consequência da lei e provisão de abril de 1680 que defendia os índios. Os revoltosos consideravam um desrespeito à liberdade dos colonos tentar proteger os nativos do cativeiro. Fazendo isso, a Companhia de Jesus estaria limitando a fonte básica de mão de obra que movimentava a produção local, visto que o Maranhão tinha um acesso limitado à mão de obra advinda do tráfico africano. Os autores do documento, tentavam ainda demonstrar que a expulsão era legítima pois estava sendo feita em consonância com a vontade de D. Pedro II, príncipe de Portugal. Desse modo, se  consideravam leais à coroa, e tentavam demonstrar que a revolta não era um crime, já que acatava os desejos do soberano.

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Informações

Documento possui 3 páginas

Revolta relacionada ao documento

Revolta de Beckman

Local/Data do Documento

São Luís, Maranhão 18 de mar. 1684

Referência do documento original

Biblioteca Pública Eborense, cód CXV -2 - 11. a.f. 77. Cópia no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB)

Referência do documento reproduzido

COUTINHO, Milson. A revolta de Béquimão. 2. ed. São Luís, Instituto Geia, 2004. p. 211-213.

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