Revoltas

Confederação do Equador

Província da Paraíba ( 1821 - 1889) | Província de Pernambuco (1821 - 1889) | Província do Ceará (1821-1891)Pernambuco

Início / fim

02 de julho de 1824 / 13 de janeiro de 1825

Cavalaria do Exército Imperial atacando os rebeldes da Confederação do Equador, em Recife. Pintura de Leandro Martins, 1824, Acervo do IHBG.

A Confederação do Equador foi um movimento político, iniciado em 02 de julho de 1824, que confrontou o poder de D. Pedro I, implantando um governo autônomo, nos moldes federalista, uma possível república. O epicentro foi a província de Pernambuco, ganhando a adesão também das províncias da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Ela representou um dos primeiros movimentos de contestação à ordem centralizadora imposta pelo imperador Dom Pedro I.

Eram vários os pontos de contestação e descontentamento das elites locais em relação aos novos caminhos da política promovida pela Corte do Rio de Janeiro, a começar pela dissolução da primeira Assembleia Legislativa, em 12 de novembro de 1823, e a outorga da primeira Constituição brasileira, em 25 de março de 1824, um texto com forte traço centralizador. Não bastasse isso, o imperador ainda impôs um novo presidente da província, Francisco Paes Barreto, o Morgado do Cabo, que não gozava naquele momento de grande popularidade. A imposição não foi bem recebida. Parte das elites locais não aceitaram a destituição de Manoel de Carvalho Paes de Andrade, presidente eleito por representantes locais. As discordâncias foram grandes. Navios de guerra enviados pelo imperador, chegaram a bloquear o porto do Recife. Porém, Manoel de Carvalho Paes de Andrade e os membros do Conselho de Governo não cederam as pressões e, por fim um movimento revolucionário, de contestação a ordem imperial tem início em Pernambuco, rapidamente se alastrando para outras províncias.

O movimento também tinha forte carga ideológica. A propagação de ideias com cores republicanas e federalistas era fomentada por jornais como o Typhis Pernambucano, de Frei Caneca, e Sentinela da Liberdade, de Cipriano Barata, ambos publicados no Recife. Esses escritos mobilizaram novamente os sonhos dos antigos revolucionários de 1817, agora com a nova roupagem de confederados.

Participaram dos eventos de 1824 parte dos antigos revolucionários de 1817, senhores de engenho, comerciantes ligados à exportação, magistrados e padres, com o apoio das camadas de homens livres pobres, formadas majoritariamente por pretos e pardos, libertos, militares de baixa patente, entre outros segmentos sociais mobilizados para uma revolta de grandes dimensões. Nos movimentos insurrecionais desse período, pretos e pardos, egressos da escravidão, foram também empregados nas milícias e tropas. O antagonismo entre as elites locais e o poder central transformou-se também numa revolta de caráter social, que mobilizou a participação das camadas populares e de outros segmentos sociais.

A tentativa de manter um governo autônomo, apesar dos esforços de seus promotores, foi violentamente reprimida. O imperador enviou brigadeiro Francisco de Lima e Silva (pai do futuro Duque de Caxias), um militar experiente, para comandar as forças de repressão. Lima e Silva desembarca em Alagoas e inicia uma marcha até a província vizinha de Pernambuco. No caminho, ganha a adesão de outras milícias comandada por lideranças contrárias ao governo confederado. O confronte entre as tropas imperiais e as forças rebeldes se fez em vários pontos do território conflagrado. Superior em homens e armas, Lima e Silva rapidamente consegue debelar o movimento, pondo fim ao governo confederado. Prisões e execuções públicas foram realizadas. A violência da repressão deu o tom autoritário do que seria o Primeiro Reinado (1822-1831). Saíram vitoriosas a concepção de política unitária e a posição do Rio de Janeiro como centro do poder. As ideias federalistas, de governo autônomo, não tiveram êxito nesse início de formação de um Estado Nacional. Mesmo derrotada, lições importantes foram tiradas daquele movimento revolucionário de 1824.

(Bruno Augusto Dornelas Câmara, Doutor em História pela UFPE, professor adjunto da UPE – Campus Garanhuns e colaborador do PPGH-UFPE).

Antecedentes

Constituição de 1824

Grupos sociais

Autoridades

Lideranças

Réus e Condenados

Ações de protesto não-violentas

  • Desobediência
  • Formação de comunidade independente
  • Nomeação de autoridades
  • Pasquins

Ações de protesto violentas

  • Batalhas e combates
  • Bloqueio do porto
  • Cerco a imóveis
  • Conflitos de rua
  • Invasão de cidade ou vila
  • Mobilização de forças militares

Repressão

Contenção

  • Prisões

Punição

  • Execução

Instâncias Administrativas

  • Rei

Bibliografia Básica

HOLANDA, Sérgio Buarque de (Dir.). História Geral da Civilização Brasileira, Livro Primeiro: o novo descobrimento do Brasil. 9 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. 3 v. 2 t.

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Como Citar

Sem Nome, "Confederação do Equador". Impressões Rebeldes. Disponível em: https://www.historia.uff.br/impressoesrebeldes/revolta/confederacao-do-equador/. Publicado em: 15 de agosto de 2024.