Livros

O Feminismo Tático de Berta Lutz

O Feminismo Tático de Berta Lutz - Rachel Soihet - Editora Mulheres, 2006.

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A obra divide-se em duas partes. Na primeira focaliza a trajetória da cientista Bertha Lutz, entre os anos 1918 e 1937, em sua luta pela conquista do reconhecimento de direitos para as mulheres, no que tange ao voto, mas também pelo acesso à educação, ao trabalho e pela equiparação com os homens quanto aos direitos civis. Nesse processo, a partir das contribuições teóricas de Michel de Certeau destaca a sensibilidade de Bertha na utilização de táticas com vista à sensibilização das lideranças políticas de parlamentares, com vista ao alcance dos seus objetivos. Tais recursos foram, igualmente, utilizados com vista a garantir o apoio da opinião pública às mudanças propostas. Na segunda parte é apresentada significativa documentação para exame e comprovação de sua intensa e profícua atividade.

 

 

Condição Feminina e Formas de Violência

Condição Feminina e Formas de Violência: mulheres pobres e ordem urbana 1890-1920 - Rachel Soihet - Forense Universitária.

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A obra focaliza o cotidiano de mulheres pobres no Rio de Janeiro da virada do século XIX para o XX, mais precisamente de 1890 a 1920, momento em que esta cidade, capital do país, atravessava um período de intensas transformações. Vale-se, especialmente, de processos criminais, contrapondo suas contribuições aos discursos médico, jurídico, positivista e à literatura da época que via de regra, buscavam acentuar a naturalização das características e comportamentos femininos. São examinados os empecilhos que incidiam sobre a população pobre nesse momento de modernização, atingindo em especial as mulheres no que tange à moradia, livre movimentação nas ruas e quanto ao trabalho. O foco recai também sobre as relações de amor entre homens e mulheres, assim como se questiona o amor materno visto como algo instintivo, através do exame de processos de infanticídio cometidos por mulheres quando submetidas a situações limite de impossibilidade de sustentar seus filhos. Enfim, o nosso olhar recai sobre a violência que recaía sobre tais mulheres e suas formas de resistência assim como aquela violência por elas praticada, buscando-se desfazer as imagens de delicadeza, fragilidade, submissão atribuídos como próprios da natureza feminina.

 

 

Subversão pelo Riso

Subversão pelo Riso - Rachel Soihet - Fundação Getúlio Vargas Editora, 1998.

A partir das contribuições de Mikhail Bakhtin a obra analisa a participação popular no carnaval carioca, entre 1890 aos anos 1930, considerando-o como veículo através do qual na Primeira República os populares garantiam sua coesão e identidade num contexto que lhes excluía do reconhecimento de direitos. Assim, são apresentadas as inúmeras formas de resistência desenvolvidas, através de suas manifestações frente às imposições de uma ordem que lhes pretendia afastar das ruas da cidade. As mudanças ocorridas no Governo Vargas em termos de valorização das manifestações populares são interpretadas como resultado de um pacto, no qual este busca valer-se da música popular e das agremiações carnavalescas como veículo para a integração dos populares no seu projeto de construção da nacionalidade. Paralelamente, toma vulto o esforço de líderes desses segmentos em afirmar sua participação no sistema, não desperdiçando as possibilidades que a conjuntura lhes apresentava, garantindo a presença reconhecida de suas manifestações nas ruas da cidade. Dessa coincidência de interesses afirma-se o predomínio popular no carnaval o qual se consolida com as Escolas de Samba, que teriam surgido em fins da década de 1920, quando ocorre uma concentração maior da população pobre nos morros e nas áreas suburbanas. Igualmente, é focalizada a circularidade cultural, através da apropriação pelos segmentos mais elevados das formas de expressão popular e vice-versa.

 

 

O corpo feminino em debate.

O corpo feminino em debate. Rachel Soihet e Maria Izilda de Matos (org.) - Editora Unesp, 2003.

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Esta coletânea de escritos de pesquisadores brasileiros e europeus escolhe o corpo feminino como objeto particular para uma análise aprofundada de suas diferentes representações no discurso médico, legal, religioso, midiático, cotidiano, artístico e literátio. Rastreando as concepções acerca do corpo da mulher desde a Grécia antiga, passando pelo Renascimento, até a sensualidade feminina presente nas festas populares do Rio de Janeiro, os onze escritos abarcam séculos de uma história feita de repressão, silêncio e resistência.

 

 

Signos em transformação: A Dialetica de Uma Cultura Profissional

Signos em transformação: A Dialetica de Uma Cultura Profissional - Suely Gomes Costa - Ed. São Paulo:Cortez, 1995.

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O livro, originalmente, é tese submetida a exame para Professora Titular do Departamento de Serviço Social de Niterói da Universidade Federal Fluminense. Alinha-se á história cultural e das mulheres, ocupando-se de práticas e representações sociais no âmbito das atividades de proteção social. Toma a experiência da Escola de Serviço Social do Estado do Rio de Janeiro, entre 1945, ano de sua fundação sob o Governo Amaral Peixoto, e anos 90, e examina, com base em fontes documentais e orais, signos que conferem sentidos civilizadores a atividades profissionais de assistentes sociais, sobretudo mulheres.

 

 

O Imperio do Divino

O Imperio do Divino - Festas Religiosas e Cultura Popular no Rio de Janeiro 1830-1890. Martha Abreu - Editora Nova Fronteira

Ao estudar uma das festas religiosas mais populares do Brasil, a historiadora Martha Abreu apresenta uma tese tão surpreendente quanto interessante: quem celebrava o Império do Divino Espírito Santo de alguma forma celebrava o Império do Brasil e, dessa forma, a ascensão e queda dessa festa está sincronizada com a ascensão e queda da monarquia brasileira. Utilizando registros de folcloristas, documentos da Câmara dos Vereadores e das autoridades policiais, a autora procura analisar os significados das manifestações festivas do Divino, como as barracas, as músicas, os lundus e os batuques, assim como os sentidos das ações de controle e tolerância das autoridades imperiais, leigas e católicas, da cidade do Rio de Janeiro no século XIX.

 

 

O Antigo Regime nos Tropicos.

O Antigo Regime nos Tropicos. M. de Fátima Gouvêa, João Fragoso, M. Fernanda Bicalho (org) - Editora Civilização Brasileira

A coletânea de onze ensaios sobre a dinâmica imperial portuguesa (dos séculos XVI-XVIII) conta com historiadores portugueses e brasileiros.

 

 

A Cidade e o Império

A Cidade e o Império: o Rio de Janeiro no século XVIII. - Maria Fernanda Baptista Bicalho - Editora Civilização Brasileira

Fundada sob o signo da disputa colonial entre duas potências européias - após o fracasso da França Antártica e a expulsão dos franceses da baía de Guanabara -, a cidade do Rio de Janeiro viveu, até inícios do século XIX, a experiência de um constante estado de sítio. O temor diante da proximidade de navios estrangeiros marcou o cotidiano de seus habitantes, alimentando profusamente as ordens, os alvrás e a extensa correspondência entre metrópole e colônia. A análise desta documentação permitiu desvendar algumas representações sobre o medo em permanente elaboração na dinâmica da relação colonial, e explicitar os mecanismos de poder, controle e ordenação de um dos mais importantes centros urbanos constituintes do vasto império português.

 

 

Metamorfoses indígenas: identidade e cultura nas aldeias coloniais do Rio de Janeiro

Metamorfoses indígenas: identidade e cultura nas aldeias coloniais do Rio de Janeiro. - Maria Regina Celestino de Almeida - Editora do Arquivo Nacional

O livro "Metamorfoses Indígenas: Identidade e Cultura Nas Aldeias Coloniais do Rio de Janeiro" aborda a relação entre nativos e colonizadores apresentando os mecanismos de convivência construídos a partir do choque entre europeus e ameríndios. A tese de doutorado na qual se baseia foi vencedora do Prêmio Arquivo Nacional de Pesquisa 2001.

 

 

Metamorfoses indígenas: identidade e cultura nas aldeias coloniais do Rio de Janeiro

Em Nome da América: Os corpos da paz no Brasil. - Cecília Azevedo

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O livro procura relacionar política exterior e imaginário político, seguindo uma abordagem cultural das relações internacionais. Para tanto, recupera a ação de uma agência governamental norte-americana no Brasil ao longo das duas décadas de seu funcionamento no país (1961-1981).  Os Corpos da Paz foram criados no início do governo Kennedy  com o objetivo de enviar voluntários ao então chamado Terceiro Mundo, para execução de projetos de assistência comunitária nos campos da educação, saúde e desenvolvimento agrícola. A agência se constituiu num importante instrumento de política exterior naquele momento da Guerra Fria e se transformou numa das instituições mais consagradas pela opinião pública dos EUA. Por meio da história dessa agência e da experiência dos voluntários que serviram no Brasil, o livro procura avaliar como diferentes atores – individuais e institucionais – incorporaram e reelaboraram os mitos e as tradições políticas e religiosas que sustentam a identidade nacional. O que se verificou é que, longe de simplesmente traduzirem as estratégias governamentais, os Corpos da Paz encerraram múltiplos e contraditórios significados, fruto do embate entre diferentes correntes políticas no seu interior. O universo de voluntários apresentou-se extremamente heterogêneo em termos de pensamento, motivação e ação. A despeito de toda retórica grandiloquente e das regras de conduta que se lhes procurou inculcar, um contingente significativo de voluntários questionou, de forma mais ou menos explícita, as diferentes instâncias administrativas e políticas superiores, criticando, em primeiro lugar, a inconsistência do alardeado altruísmo pretensamente embutido nos programas de assistência internacional norte-americanos, orientados de fato por uma perspectiva nacionalista e etnocêntrica. A análise dessa experiência a partir do ponto de vista dos voluntários permitiu refletir sobre as contradições da cultura e da identidade norte-americanas e também sobre os encontros e desencontros, convivência, diálogo e conflitos entre norte-ameicanos e brasileiros, ou seja, o desafio imenso que o cruzamento de fronteiras culturais representa.

 

 

Metamorfoses indígenas: identidade e cultura nas aldeias coloniais do Rio de Janeiro

As Esquerdas no Brasil. - Jorge Ferreira e Daniel Aarão Reis- Editora Civilização Brasileira

 

A coleção As esquerdas no Brasil se propõe a reconstituir a história das esquerdas brasileiras de inícios da República até os primeiros anos do século XXI. Os organizadores consideraram a expressão “esquerdas” no sentido mais amplo e numa perspectiva pluralista: partidos, organizações e frentes políticas, abrigando diferentes orientações. Consideraram, igualmente, movimentos sociais, políticos e sindicais, incorporando, também, biografias de militantes e/ou intelectuais. Com abordagens sob o prisma da história política, social e cultural, em 66 capítulos distribuídos em três volumes, os 68 autores, a partir de suas pesquisas e reflexões originais, reconstituem trajetórias, estratégias e ações políticas das esquerdas no Brasil, sugerindo diversas hipóteses interpretativas. O título do primeiro volume é A formação das tradições (1889-1930), do segundo é Nacionalismo e reformismo radical (1945-1964) e do terceiro é Revolução e democracia (1964...).

 

 

O Brasil Republicano

O Brasil Republicano - Jorge Ferreira e Lucília de A. Neves Delgado (orgs.) - Editora Civilização Brasileira, 2003.

Em quatro volumes, a coleção tem por objetivo discutir a experiência republicana no Brasil. Os autores dos capítulos são historiadores que atuam em Universidades e instituições de pesquisas de diferentes estados da federação e foram convidados levando-se em conta os critérios de pluralidade, especialidade e reconhecimento acadêmico. Sob o prisma da história política, cultural, social e econômica, eles sugerem hipóteses interpretativas que visam a contribuir com o esforço reflexivo sobre as peculiaridades da historia do Brasil República, destacando a atuação dos sujeitos sociais que a construíram.

O objetivo da coleção é atingir os brasileiros curiosos por sua própria História e que buscam conhecer seu lugar no mundo. Em particular, a preocupação é com os alunos de graduação da área de Ciências Humanas que, via de regra, têm dificuldades em adquirir livros que resultam de pesquisas originais. Mas, sobretudo, o interesse é alcançar um público que, na maioria das vezes, é esquecido: alunos e professores de nível médio. Trata-se, neste caso, de amplas parcelas da população brasileira distantes da pesquisa historiográfica mais avançada. A coleção O Brasil Republicano, desse modo, contribui para que o conhecimento produzido na Universidade os alcance, contribuindo para a sua formação.

Ao final de cada um dos quatro volumes, o leitor encontrará, na parte referente aos Anexos, instrumentos que permitirão aprofundar algumas das questões tratadas nos capítulos. O primeiro é a Bibliografia Geral do Volume. Trata-se do conjunto de livros citados por todos os autores, acrescidos de outros títulos importantes na área das Ciências Humanas. O segundo é a Filmografia, onde são indicados filmes brasileiros que, pela linguagem cinematográfica, "contem" a história do período.

 

 

Trabalhadores do Brasil – o imaginário popular.

Trabalhadores do Brasil – o imaginário popular. Jorge Ferreira - Editora da Fundação Getúlio Vargas - 1997.

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O livro volta-se para as relações estabelecidas entre Estado e classe trabalhadora no Brasil entre 1930 e 1945, utilizando, como fontes centrais, uma vasta correspondência em que trabalhadores e pessoas que se apresentavam como pobres escreviam ao presidente Getúlio Vargas. O autor rejeita os paradigmas que aludem à violência policial ou à manipulação ideológica para explicar a complexa relação que se estabelece entre o povo e o presidente. Embora a repressão e a propaganda ideológica não possam ser ignoradas, elas são consideradas, em termos teóricos e empíricos, como insuficientes para a análise. Recorrendo aos autores identificados com a História Cultural, o autor enfatiza que é impossível compreender uma relação social sem que se atribua o estatuto de sujeito político aos personagens envolvidos - no caso, Vargas e os trabalhadores.

Recorrendo ao enfoque histórico-cultural, o propósito do livro é o de conhecer idéias, crenças, práticas políticas e estratégias de vida de trabalhadores que viveram a política brasileira naquela época a partir de seus próprios textos e de seus próprios termos.

 

 

Prisioneiros do mito. Cultura e imaginário político dos comunistas no Brasil

Prisioneiros do mito. Cultura e imaginário político dos comunistas no Brasil (1930-1956). Jorge Ferreira - Eduff/Mauad - 2002.

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O livro trata dos militantes do Partido Comunista entre 1930 e 1956, período de apogeu do stalinismo. Não se trata, no entanto, de mais uma História do PCB. O objetivo é o de resgatar, ainda que parcialmente, vivências e experiências dos militantes comunistas brasileiros do passado; recuperar imagens, símbolos e mitos que, traduzidos em idéias, crenças e certezas, atiçaram a imaginação dos quadros partidários; reconstituir a linguagem coletiva que permitiu a eles se comportarem e se comunicarem sobre um terreno comum; compreender, enfim, as atitudes, as motivações e a maneira como os militantes revolucionários, na época de Stalin, deram significados e interpretaram a realidade social que viveram.
Utilizando como fontes memórias, biografias, cartas publicadas em jornais, panfletos, documentos partidários, imprensa partidária, obras literárias, livros de divulgação, entre outros, o autor recorreu aos métodos oferecidos pela História Cultural, pela História Política e pelas reflexões de Mircea Eliade sobre as relações mantidas pelo homem com o sagrado.

 

 

O populismo e sua história. Debate e crítica.

O populismo e sua história. Debate e crítica. Jorge Ferreira (org.) - Editora Civilização Brasileira - 2001.

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A coletânea tem por objetivo discutir e criticar uma dos conceitos centrais na História política brasileira contemporânea: o populismo. Com capítulos de Angela de Castro Gomes, Daniel Aarão Reis, Elina Pessanha, Fernando Teixeira da Silva, Hélio da Costa, Jorge Ferreira, Lucília de Almeida Neves, Maria Helena Capelato e Regina Morel, os propósitos do livro são os de rever e questionar interpretações aceitas como consensuais, recusar e criticar as ortodoxias, antigas ou mais recentes, alargar e aprofundar a discussão sobre abordagens alternativas, conhecer e compreender, sob outros enfoques, o passado recente do Brasil. Em um enfoque plural, com diferentes interpretações, o objetivo do livro é o de debater a noção de "populismo na política brasileira" que, na coletânea, como diz Angela de Castro Gomes, passa de pedra a vidraça, embora saibamos que o gato ainda tem muitas vidas a consumir.

 

 

Imaginário Trabalhista. Getulismo, PTB e cultura política popular.

Imaginário Trabalhista. Getulismo, PTB e cultura política popular. Jorge Ferreira - Editora Civilização Brasileira - 2005.

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O livro tem por objetivo lembrar à sociedade o que aconteceu, em termos políticos, entre 1945 e 1964 no Brasil. Sobretudo, é um resgate da história do trabalhismo brasileiro. A preocupação, no entanto, não é centrada nas grandes lideranças, como Getúlio, Jango ou Brizola. Embora eles estejam presentes, como não poderia deixar de ser em um partido de origem carismática como o PTB, o autor procura recuperar idéias, crenças, sensibilidades e valores de caráter político que circulavam entre trabalhadores, militantes e simpatizantes do trabalhismo. São homens e mulheres, velhos e jovens, pobres e assalariados de baixa renda em geral que, a seu modo, participaram ativamente da política brasileira naquele período, engajando-se no projeto político conhecido como trabalhismo.

Em seis capítulos, o autor analisa alguns momentos decisivos da história do trabalhismo e da própria política brasileira. O primeiro, Quando os trabalhadores "querem": política e cidadania na transição democrática de 1945, resgata a participação política dos trabalhadores que, nas ruas, manifestaram sua vontade política em um movimento de massas ainda muito mal estudado, o queremismo. O segundo, O ministro que conversava: João Goulart no Ministério do Trabalho, reconstitui a ascensão política de Goulart e as manifestações do movimento sindical no cenário da conservadora política brasileira. O terceiro, O carnaval da tristeza: os motins urbanos do 24 de agosto, apresenta uma multidão de homens e mulheres chocados, mas sobretudo profundamente magoados e furiosos, diante da notícia do suicídio de Getúlio Vargas. O quarto, Trabalhadores e soldados do Brasil: a Frente de Novembro, recupera a tentativa de golpe da direita e o contragolpe da facção dominante no Exército, episódio que aproximou os trabalhistas dos militares. O quinto, A legalidade traída: os dias sombrios de agosto e setembro de 1961, apresenta a sociedade brasileira lutando pelo cumprimento da Constituição, recusando qualquer alternativa fora da democracia e da legalidade. Por fim, O último ato: sexta-feira 13 na Central do Brasil, demonstra o processo de radicalização das esquerdas que, a partir do comício, decidiram partir para o embate com os conservadores.

 

 

A história vai ao cinema. Vinte filmes brasileiros comentados por historiadores

A história vai ao cinema. Vinte filmes brasileiros comentados por historiadores - Jorge Ferreira e Mariza de Carvalho Soares - Editora Record

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O objetivo da coletânea e o de contribuir para a discussão das relações entre História e Cinema. Os organizadores selecionaram vinte filmes nacionais que, por razões diversas, levaram milhares de pessoas a irem ao cinema assisti-los. Assim, de Dona Flor e seus dois maridos de 1976 a Central do Brasil de 1998, percorremos vinte anos do cinema brasileiro, abarcando um período importante na produção cinematográfica nacional.

Historiadores de Universidades de vários estados brasileiros foram convidados para refletirem e escreverem sobre os filmes. Este, inclusive, foi o desafio do livro: um grupo de historiadores, reconhecidos por seu trabalho acadêmico, escreve para pessoas que gostam de cinema - o que não é pouco -, embora nem sempre leiam livros de História. Podemos, assim, conhecer uma outra face de nossos colegas, mais à vontade para escrever e menos cerceados pelas regras de nosso próprio ofício. O livro, portanto, apresenta os vários olhares que historiadores brasileiros podem lançar sobre a filmografia brasileira nos últimos vinte anos.

 

 

 

Metamorfoses indígenas: identidade e cultura nas aldeias coloniais do Rio de Janeiro

Jango, as múltiplas faces. - Jorge Ferreira e Angela de Castro Gomes - Editora Fundação Getúlio Vargas

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João Belchior Marques Goulart, mais conhecido como Jango, foi o último presidente da República que se instaurou no Brasil em 1946. Na memória política nacional, seu nome, quando é lembrado, o é muito mais por ter protagonizado os últimos momentos dessa fase da política brasileira que se encerrou com o golpe civil-militar de 1964. Um lugar basicamente polêmico, pois ele tornou-se alvo de apreciações nada favoráveis, quer da “direita”, quer da “esquerda”. Jango é, assim, um presidente “esquecido”, e isso desde os anos 1960. Para construir uma narrativa aberta à interpretação dos leitores, o livro mobilizou muitas vozes e olhares, através de depoimentos orais, documentos textuais, fotografias e, por fim, de um discurso de Jango, sua própria voz, encartada em um CD. Com isso, o livro tem por objetivo contribuir para um melhor conhecimento da trajetória de vida de um personagem tão importante e polêmico e, ao mesmo tempo, tão pouco estudado. 

 

 

Metamorfoses indígenas: identidade e cultura nas aldeias coloniais do Rio de Janeiro

República do Picapau Amarelo: uma leitura de Monteiro Lobato - André Luiz Vieira de Campos.

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O livro, originalmente uma dissertação de mestrado, faz uma análise da obra de Monteiro Lobato, identificando o autor como um ‘pensador social’ que, ao lado de outros intelectuais de seu tempo, pensou e elaborou projeto(s) para o Brasil. Ao reconstruir sua trajetória como escritor, intelectual e empresário, o trabalho mostra diversas facetas de Lobato: do autor determinista que criou o Jeca Tatu, passando pelo Lobato sanitarista dos textos de O Problema Vital, ao defensor da industrialização e da democracia liberal dos livros O Poço do Visconde, América, e O Escândalo do Petróleo e Ferro. Nesta leitura, chama a atenção o papel político de sua literatura infantil que, vista deste ângulo, deixar de ser apenas “entretenimento para crianças”, para tornar-se uma estratégia de formação de cidadãos brasileiros.

 

 

Metamorfoses indígenas: identidade e cultura nas aldeias coloniais do Rio de Janeiro

Políticas Internacionais de Saúde na Era Vargas: o Serviço Especial de Saúde Pública, 1942-1960.

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Este livro, originalmente uma tese de doutorado, analisa a história do Serviço Especial de Saúde Pública – Sesp – uma agência bilateral associada ao Instituto de Assuntos Inter-Americanos, Iaia, uma corporação do Office for Coordination and Cultural Relations Between the American Republics, criado por Nelson Rockefeller durante a Política da Boa Vizinhança.
Concebido no contexto da Segunda Guerra Mundial, o Sesp - para o governo dos Estados Unidos - seria uma agência temporária, encarregada de políticas sanitárias pontuais em regiões produtoras de matérias primas estratégicas – Amazônia e Vale do Rio Doce. Entretanto, para o governo brasileiro, as políticas sanitárias do Sesp adequavam-se perfeitamente àquelas elaboradas pelo Ministério da Educação e Saúde e ao processo de state building da Era Vargas.
A sobrevivência do Sesp no pós-guerra remete, no cenário externo, às novas funções que a saúde pública internacional adquiriu na bipolaridade pós-1947 e, internamente, aos projetos de desenvolvimento do Estado brasileiro. Assim, em um contexto internacional marcado pela Guerra Fria e pela ‘invenção do desenvolvimento’, o Sesp reorientou seus objetivos no Brasil, associando-se a projetos regionais de desenvolvimento, construindo saúde pública no interior do país, e servindo como agência-modelo a demonstrar os efeitos positivos da ‘cooperação técnica’ entre os Estados Unidos e o Brasil.
Apesar de seu caráter internacional e de seu modelo de administração sanitária inspirado em padrões norte-americanos, as políticas de saúde do Sesp não constituíram uma via de mão única: foram marcadas por conflitos, negociações e adaptações. A tradição sanitária brasileira, a diversidade política, econômica e cultural do país, e os interesses do Estado brasileiro, determinaram respostas locais aos enunciados internacionais do Iaia.

 

 

Imagens da Colonização

Imagens da colonização - Ronald Raminelli, 1996.

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As imagens dos povos indígenas construídas pelos europeus nos primeiros séculos da colonização constituem um tema fascinante e quase inexplorado. A bibliografia sobre o período preocupou-se em estudar as formas de dominação e os primeiros estabelecimentos agrícolas voltados para o comércio europeu. O presente livro aborda os temas teológicos e filosóficos em torna da “assimilação” dos ameríndios ao imaginário ocidental. Nesse sentido, os sábios renascentistas encontraram na Antiguidade argumentos para consolidar tanto a dominação colonial quanto difundir a superioridade dos cristãos.

 

 

Viagens Ultramarinas

Viagens Ultramarinas - Ronald Raminelli, 2008

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Ao conhecer a história do Brasil encontramos temas no mínimo intrigantes. Se hoje os continentes estão unificados por um veloz sistema de comunicação, no passado as notícias corriam em um ritmo lento, dos pés descalços e dos ventos que sopravam nas velas. Como se integravam, então, colônias e metrópoles dos impérios coloniais na época moderna?  Quais seriam as motivações para os súditos portugueses, radicados em vilas do Pará, Mato Grosso, Angola e Goa, prestarem lealdade a um rei residente em Lisboa?  Este livro pretende responder a estas e outras questões e analisar os laços entre o rei e seus vassalos. Para melhor conhecer o governo a distância, a pesquisa buscou explorar não apenas a administração formal conduzida por vice-reis, governadores e magistrados, mas, sobretudo, o desempenho de uma elite ilustrada, filha das luzes, que viajava a paragens remotas, representava o rei e escrevia a Lisboa para inventariar o império, seus povos, riquezas e fronteiras.

 

 

Andanças pelo Brasil Colonial

Andanças pelo Brasil colonial - Ronald Raminelli e Jean Marcel França ,  2009

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Este livro se propõe a dar ao leitor a oportunidade de refletir sobre a História do Brasil e tentar contribuir na montagem desse enorme quebra-cabeça incompleto. Ao ver gravuras e ler fragmentos de relatos de viagem, o leitor descobrirá costumes estranhos, tribos canibais, aventureiros e piratas, embora ainda encontre personagens incrivelmente semelhantes aos atuais brasileiros. A diversidade de costumes e valores faz parte de nossa História e deu origem à cultura brasileira. Conhecer a história dessa fusão é o grande desafio dos pesquisadores, que buscam informações em documentos variados, entre os quais os relatos de viajantes estrangeiros. Durante três séculos, esses testemunhos registraram episódios vividos na América portuguesa que ora se destacam por uma percepção singular quando comparada aos olhares luso-brasileiros, ora apenas reproduzem lugares-comuns difundidos na Europa. No passado, sobretudo no período colonial, paulistas, baianos mineiros se sentiam mais súditos da monarquia portuguesa, moradores dos domínios ultramarinos de Sua Majestade, do que brasileiros. Não havia o sentimento de ser brasileiro, identidade que se consolidou somente nos dois últimos séculos.

 

 

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