José Ferreira de Menezes

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GOMES, C.M. do C. “O que era preto se tornou vermelho”: representação, identidade e autoria negra na imprensa do século XIX por Luiz Gama. In: Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros, 10., 2018, Uberlândia/MG. Anais... Uberlândia: Copene, 2018. Disponível em: https://www.copene2018.eventos.dype.com.br/resources/anais/8/1538011850_ARQUIVO_TrabalhoCompletoXCOPENEcinthiagomes.pdf. Acesso em: 30 nov. 2022.
MENEZES, J.M.F. de. Abolição no Brasil: a construção da liberdade. Revista HISTEDBR On-line, Campinas/SP, v. 9, n. 36, p. 83-104, 2009. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8639642. Acesso em: 30 nov. 2022.
OLIVEIRA, F.A.M.S. de. A nacionalização da luta antiescravista: o abolicionista Ferreira de Menezes em Juiz de Fora – Minas Gerais (1880). Sociedade Brasileira de Estudos do Oitocentos. Disponível em: file:///C:/Users/Junghans/Documents/__Baixar%20arquivos/Texto%20(F%C3%A1bio%20Augusto%20Machado%20Soares%20de%20Oliveira).pdf. Acesso em: 30 nov. 2022.
PINTO, A.F.M. A ‘Gazeta da Tarde’ e as peculiaridades do abolicionismo de Ferreira de Menezes e José do Patrocínio. In: Simpósio Nacional de História, 28., 2015, Florianópolis. Atas... Florianópolis: UFSC; Udesc, 2015. Disponível em: https://scientiaplena.emnuvens.com.br/sp/article/view/111/111. Acesso em: 30 nov. 2022.
PINTO, A.F.M. Escritos de liberdade: literatos negros, racismo e cidadania no Brasil Oitocentista. Campinas, Editora da Unicamp, 2018
José Ferreira de Menezes
1845-1881, Rio de Janeiro, Brasil
Advogado, abolicionista, jornalista, escritor e dramaturgo
José Inácio Gomes Ferreira de Menezes nasceu na cidade do Rio de Janeiro na década de 1840. Entre os anos de 1861 e 1866, Ferreira de Menezes cursou a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, na cidade de São Paulo (SP). A Faculdade de Direito abriu portas para que o jovem despertasse seu interesse por literatura e teatro. Foi nessa ocasião, igualmente, que o estudioso estabeleceu e aprofundou suas relações com Luiz Gama. Com Gama, Ferreira de Menezes compartilhava os ideais abolicionistas e republicanos e atuou em muitos dos processos perpetrados pelo seu amigo acerca de escravizações ilegais e reescravizações de libertos. Em São Paulo, atuou nos periódicos O Ypiranga, Ateneu Paulistano e foi sócio-fundador da Associação Club Acadêmico e do Ensaio Filosófico.
José Ferreira de Menezes, assim como Luiz Gama, possuía fortes relações com a maçonaria. O jornalista teria se tornado membro da Loja Maçônica Sete de Setembro, em 1867, onde conheceram Saldanha Marinho – com quem Ferreira de Menezes aprofundará laços fora da Maçonaria. Saldanha Marinho e Ferreira de Menezes se tornam colaboradores da Revista Complexa em 1878. Ferreira de Menezes mantinha, igualmente, intensas relações com a Loja América, da qual fazia parte seu amigo Luiz Gama. Quando retornou ao Rio de Janeiro, o escritor manteve suas ligações com essa loja maçônica.
Quando retornou a sua cidade natal, Ferreira de Menezes também teria ampliado sua rede de solidariedade, aprofundando seus laços com outro negro abolicionista – também ligado a maçonaria –, José do Patrocínio. Em 10 de julho de 1880, criou a Tipografia “Primeiro de Janeiro” e o periódico Gazeta da Tarde. Com a colaboração dos escritos de seus amigos Luiz Gama e José do Patrocínio, o Gazeta da Tarde logo se tornou um dos periódicos mais importantes no combate à escravidão e à denúncia de processos de escravizações e reescravizações ilegais. A sede do periódico se tornou um espaço de reuniões e trocas intelectuais entre os abolicionistas da época, sendo, inclusive, o cenário da fundação da Confederação Abolicionista, em 1883.
Junto com sua atuação no movimento abolicionista, Ferreira de Menezes também publicou contos, crônicas, poemas e teve peças teatrais de sua autoria encenadas na Corte. Sua vida no teatro provavelmente foi responsável por conhecer a atriz Julia Carlota Azevedo, com quem se casou.
Em outubro de 1880, o jornalista viajou para a cidade de Juiz de Fora, na província de Minas Gerais. Ainda existem lacunas sobre as possíveis causa dessa viagem, mas estudos sugerem que a motivação estava ligada ao atentado ocorrido semanas antes contra o fazendeiro David Rodrigues de Queiroz. Em Juiz de Fora, Ferreira de Menezes aprofundou relações estabelecidas com abolicionistas mineiros, e também realizou pesquisas sobre escravidão e luta abolicionista numa das regiões do país que tinha a maior concentração da população escravizada da época, a Zona da Mata mineira. José Inácio Gomes Ferreira de Menezes faleceu em 6 de junho de 1881 na casa do Dr. Duque-Estrada Teixeira. O periódico abolicionista, Gazeta da Tarde foi deixado aos cuidados de seu amigo José do Patrocínio, que o dirigiu até 1887.
Contos de sua autoria:
“Poverino” (1861) - Conto
“A aurora do artista
“A flor do baile” (1863)
“A mancenilha” (1863)
“A sinhazinha” (1863)
“Flores sem cheiro” (1863)
“Os envenenadores” (1865)