Frederick Douglass

DOUGLASS, Frederick. Autobiografia de um escravo. São Paulo, Vestígio, 2019
DOUGLASS, Frederick. Narrativa da vida de Frederick Douglass: e outros textos. São Paulo, Penguin/Campanhia, 2019
DOUGLASS, Frederick. A vida e a época de Frederick Douglass escritas por ele mesmo. Carambaia, 2022
https://www.biography.com/activist/frederick-douglass (site consultado em 02/05/2023)
https://www.washingtonpost.com/local/quarter-issued-honoring-frederick-douglass-site/2017/ 04/05/866bb3dc-19bc-11e7-9887-1a5314b56a08_story.html (site consultado em 02/05/2023)
https://arquivo.pt/wayback/20090708000612/http:/www.history.rochester.edu/class/douglass/ part4.html (site consultado em 02/05/2023)
https://rrlc.org/winningthevote/biographies/frederick-douglass/ (site consultado em 02/05/2023)
http://www.pbs.org/wgbh/aia/part4/4p1539.html (site consultado em 02/05/2023)
https://en.wikipedia.org/wiki/Frederick_Douglass#Further_reading (site consultado em 02/05/2023)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Frederick_Douglass (site consultado em 02/05/2023)
https://www.anb.org/view/10.1093/anb/9780198606697.001.0001/anb-9780198606697-e-15 00186;jsessionid=07AC7C52743E6A664CB94074932AEA26 (site consultado em 02/05/2023)
Frederick Douglass
1818-1895, Condado de Talbot, próximo à costa de Maryland, Estados Unidos da América
abolicionista, escrutor, orador, estadista, reformista social
Frederick Douglass, antes Frederick Augustus Washington Bailey, nasceu provavelmente em fevereiro de 1818 no Condado de Talbot, próximo à costa de Maryland. Apesar de termos poucas informações sobre seus pais, em sua autobiografia Douglass afirma que seu pai era um homem branco e sua mãe uma mulher escrava escravizada, de quem ele herdou a condição. Na sua infância Douglass foi criado por sua avó materna junto com suas quatro irmãs (Sarah, Eliza,Kitty e Arianna) e um irmão (Perry). Por circunstânicas específicas, que não eram padrão para escravizados, ele foi alfabetizado ainda criança pela sua proprietária Sophia Aud, que não sabia os perigos(e a ilegalidade) de ensinarum escravizado a ler.
Entre 1833 e 1838, Douglass trabalhou em uma plantation próxima de St. Michaels (Maryland), e como calafate num estaleiro em Baltimore. Nessa época ele organizou secretamente escolas para escravizados, com o objetivo não só de ensinar, mas também de planejar fugas para um estado onde pudessem ser livres. Porém, as empreitadas foram descobertas, pondo um fim em seus planos. Após uma tentativa frustrada de comprar a liberdade, Douglass planejou uma nova fuga, sendo exitosa dessa vez. Portando documentos de um marinheiro negro livre que conhecera, ele se disfarçou como marujo efugiu para Nova York, começando uma nova vida como homem livre ao lado de sua esposa Anna Murray, com quem teve 4 filhos.
Frederick Douglass teve uma vida intelectual extremamente ativa nos vinte anos que se seguiram. Tornou-se liderança e pastor na igreja metodista que fazia parte — a African Methodist Episcopal Zion —, participando também de reuniões em igrejas negras, onde relatava sua experiência como escravizado. Foi um assíduo participante de convenções e excursões em eventos abolicionistas, sempre chamando a atenção dos seus iguais pela sua eloquência ao falar. Em 1845, Douglass publicou sua primeira biografia — The Narrative of the Life of FrederickDouglass, An AmericanSlave, Written by Himself — que se tornou um grande sucesso, com a rápida venda de trinta mil exemplares nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, sendo traduzido para o alemão, francês e holandês. Com o sucesso internacional avassalador de seu livro, Frederick Douglass passou uma temporada proferindo palestras na Europa, ocasião em que conseguiu angariar fundos junto aos abolicionistas euopeus. Com esse dinheiro, em 1847, ele passou a editar seu próprio jornal abolicionista The North Star (posteriormente Frederick Douglass's Paper) e, em 1859, publicou também o Douglass' Monthly (sendo interrompido com a eclosão da guerra civil).
A atuação de Douglass não se limitava ao papel de propagandista e agitador, ele também participava ativamente de um sistema de patrocínio de fugas de escravos do sul para os estados do norte e o Canadá, denominado Underground Railroad. Acreditava que a fotografia era uma ferramenta importante na luta abolicionista, e foi um grande incentivador de seu uso. Não por acaso é reconhido como o maior abolicionista da história dos Estados Unidos
Com a eclosão da Guerra Civil (1861-1865), Douglass atuou publicamente pressionando o presidente Lincoln a abolir a escravidão e a aceitar a participação de homens negros nas forças armadas. Seu artigo intitulado "Men of Color, To Arms" se tornou peça de propaganda do recrutamento. Sua defesa mostrou-se não só humanamente válida (o que já era em princípio), mas também militarmente eficaz, pois os soldados negros se destacaram nos campos de batalha,fazendo com que, em meados de 1864, a guerra finalmente pendesseem a favor da União. Mesmo com a abolição decretada em 1863 e retatificada pela 13 ª emenda, Frederick Douglassainda se mostravainsatisfeito, pois a segregação racial continuava sendo uma realidade nos Estados Unidos.
Douglass foi muito atuante nos primeiros anos da Reconstrução, lutando pela igualdade de condições entre negros e brancos nos Estados Unidos. Em 1868 ele fundou seu último jornal, New National Era, e passou a atuar dentro de intsâncias estatais, ajudando o presidente Ulisses Grant, chegando a concorrer à vice-presidencia em 1872.
Viúvo, Douglass casou-se novamente em 1884 com a feminista nova-iorquina Helen Pitts— branca e da elite. A união desencadeou um alvoroço na opinião pública,que era contrária ao matrimônio inter-racial. Em 1888 Douglass participou do International Council of Women, sendo apresentado como um dos pioneiros na defesa dos direitos femininos. No ano seguinte, o presidente Harrison nomeou Douglass como ministro-residente (embaixador) e cônsul-geral no Haiti, e ainda encarregado de negócios com a República Dominicana, cargo do qual se demitiu em 1891. Voltando aos EUA, não deixou de lado a atividade intelectual, passando cinco horas por dia na atividade de escrever cartas e artigos, principalmente contra o linchamento. Também permaneceu na sua atividadede pregação até o fim da vida.
Em 20 de fevereiro de 1895, seu último dia de vida, Douglass participou de uma reunião da seção de Washington do movimento feminista National Council of Women, do qual ele havia participado desde a fundação. Naquele dia, ele foi convidado ao púlpito e foi aplaudido de pé pelos presentes. Tão logo retornou para casa, veio a falecer, vitimado por um ataque cardíaco fulminante.Foi sepultado no Mount Hope Cemetery, de Rochester.
Livros:
- 1845. A Narrative of the Life of FrederickDouglass, an AmericanSlave (primeira autobiografia).
- 1853. "TheHeroic Slave." Pp. 174–239 in Autographs for Freedom, editadopor Julia Griffiths. Boston:Jewett and Company.
- 1855. My Bondage and My Freedom(segunda autobiografia).
- 1881 (revised1892). Life and Times of Frederick Douglass(terceira e últimaautobiografia).
- 1847–1851. The North Star,um jornal abolicionista fundado e editadopor Douglass. Ele fundiu com outro, criandoo Frederick Douglass'Paper.
- 2012. In the Words of Frederick Douglass: Quotations from Liberty's Champion, editadopor John R. McKivigan e Heather L. Kaufma. Ithaca: CornellUniversity Press. ISBN 978-0-8014-4790-7.
Discursos
- 1841. "The Church and Prejudice"
- 1852. "What to the Slave Is the Fourth of July?". Em 2020, a Rádio Pública Nacionalproduziu um vídeode descendentes de Douglass lendo trechos do discurso.
- 1859. Self-Made Men.
- 1863, 6 de julho."Speech at NationalHall, for the Promotion of Colored Enlistments."
- 1881. John Brown. An address by Frederick Douglass, at the fourteenth anniversary of Storer College,Harper's Ferry, West Virginia, May 30, 1881. Dover, New Hampshire: [s.n.]1881
https://www.aaihs.org/frederick-douglasss-childhood-of-extremes/