Zora Neale Hurston

Autora Zora Neale Hurston no estande do Projeto Federal de Escritores [Federal Writer´s Project] na Feira do Livro do New York Times.
Fonte da Fotografia
The New York Public Library Digital Collections. 1937. Disponível em: https://digitalcollections.nypl.org/items/8e0981a2-4b27-a10a-e040-e00a18063089. Acesso em: 10/04/2023
Referências

KAPLAN, Carla.    Zora Neale Hurston: a life in letters. [s.l.]: Anchor, 2003.

FRIDMAN, Jason. Zora Neale Hurston, Biographical Criticism, and African Diasporic Vernacular Culture, Vol. 34, No. 4, Translation and Alternative Forms of Literacy (Winter, 2009), pp. 99-118

McClaurin, Irma. Zora Neale Hurston: Enigma, Heterodox, and Progenitor of Black Studies, Association for the Study of African American Life and History Vol. 1, No. 1 (2012), pp. 49-67

PATTERSON, Tiaffany. Zora Neale Hurston: And A History Of Southern LifeTemple University Press, 2005.

https://www.zoranealehurston.com/ (site consultado em 10/04/2023)

https://www.britannica.com/biography/Zora-Neale-Hurston  (site consultado em 10/04/2023)

https://www.womenshistory.org/education-resources/biographies/zora-hurston  (site consultado em 10/04/2023)

https://www.loc.gov/collections/zora-neale-hurston-plays/about-this-collection/ (site consultado em 10/04/2023)

Hurston, Zora. Seus olhos viam deus. São Paulo, Record, 2021

“O último navio negreiro”. documentário da Netflix, 2022, Direção de Margaret Brown

Zora Neale Hurston

1891-1960, Alabama, Estados Unidos da América

artistas, antropóloga, dramaturga, escritora

Zora Neale Hurston nasceu no estado do Alabama em janeiro de 1891, sendo a quinta de  oito filhos do casal John e Lucy Ann Hurston, ambos filhos de pessoas que nasceram sob o regime da escravidão nos EUA. Seu pai, tal como o avô paterno, era pastor batista e caseiro de uma fazenda. Sua mãe era professora do ensino básico. Logo na infância, Zora e sua família se mudam para Flórida, local com o qual Zora estabelece laços intensos, onde se interessa pelos estudos e onde seu pai se torna o principal pastor e prefeito da cidade de Eatonville, formada por uma comunidade negra. Durante os anos 1910, Zora começa a se envolver com teatro e arte, um de seus trabalhos mais proeminentes, e termina sua formação escolar. 

Entre 1918 e 1924, estudou na Universidade Howard, e logo depois consegue uma bolsa de estudos na Universidade de Columbia, onde desenvolve seus estudos em antropologia e etnografia com antropólogo Franz Boas e Margaret Mead Nesse momento, Zora se estabeleceu como antropóloga, embora continuasse envolvida nos estudos de literatura, música e teatro. 

        Zora também se tornou altamente relevante para o Harlem Renaissance, movimento literário, artístico, político e de moda de renovação da cultura negra e afro-americana das décadas de 1920 e 1930, se tornando uma das figuras que defiram e formaram o movimento. Além das pesquisas de campo em etnografia que se iniciam nessa época da sua vida, Zora escreveu diversos contos e histórias, alguns dos quais aparecem na antologia The New Negro, que reúne ensaios, contos e poemas considerados a base do New Negro Movement, que mais tarde passou a se chamar Harlem Renaissance.

          Na área da produção acadêmica, Zora desenvolveu diversos estudos de etnografia, enquanto antropóloga e folclorista. Estudou e coletou histórias e folclores das comunidades negras do Harlem e região, mas principalmente do extremo sul do país, onde reuniu relatos de africanos escravizados que chegaram nos Estados Unidos num dos últimos navios negreiros]. Esses testemunhos e outras análises foram reunidos no livro Barracoon: The Story of the Last “Black Cargo”. 

Os trabalhos e viagens de campo de Zora se baseavam nos estudos da cultura dos povos negros do sul dos EUA e do Caribe, suas similaridades culturais e religiosas, suas histórias e seu folclore. Desses estudos surgiram textos como “Hoodoo in America” (1931) e Mules and man (1935). Hurston continuou trabalhando como escritora, cantora, dramaturga e colunista de jornais até a sua morte aos 69 anos, em 1960. Zora Hurston tem seu nome imortalizado na história e memória dos descendentes de africanos dos EUA, sendo lembrada principalmente na Flórida, onde viveu os primeiros e últimos anos de vida.